Stay Strong escrita por Mandie Cruz


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Não sei se demorei, mas cá está outro capítulo e o final com o título Sacred Phoenix e espero que gostem queridos leitores.
Kissus,
Com carinho, Mandy



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Capítulo 29: Sacred Phoenix – Entrada: Parte III

Narrado por Autora.

– Explique-se. – exigiu Lucy. Seu tom de voz é sério não deixando transpassar a confusão dentro de sua cabeça. Tentava reagir da melhor forma possível, porém isto é meio difícil considerando seu temperamento atual.

Hiromi aconchegou-se em sua poltrona e sorriu compreensiva. Entendia a confusão da loira, se alguém chegasse e falasse que conhece sua história e saiba que durante quatro anos conviveu com dragões. Verdadeiros dragões. Em um mundo paralelo a este logo após ameaçá-la e obrigá-la a participar de desafios. Não é para menos que deveria ficar um pouco desequilibrada. Contudo, Lucy estava reagindo até bem nesta situação.

Bateram à porta. Três leves batidas seguidas de uma voz feminina suave e alegre: – Posso entrar? – pediu. O aroma de camomila invadiu as narinas da maga loira junto ao cheiro agradável de rosas vermelhas e terra molhada. Hiromi permitiu a entrada e uma mulher de longos fios verdes claros apareceu no cômodo. Os traços de seu rosto lembravam Hiromi, porém diferente da ex-modelo, sua expressão possui uma suavidade e espontaneidade comparáveis a de uma criança. Seu corpo é menos curvilíneo e vestia uma regata branca com uma jaqueta jeans por cima e um short xadrez vinho, calçava uma bota de montaria preta. Quando os olhos violetas dela cruzaram com os olhos chocolates de Lucy, brilharam de felicidade. Ela trazia consigo uma bandeja com duas xícaras, um bule e um prato recheado com cookies, que a loira julgou serem de chocolates. – É um membro novo, onee-chan? – quis saber virando-se para Hiromi.

Então eram irmãs.

– Não Castie. É apenas uma amiga, de uma amiga fazendo uma visita. – respondeu Hiromi. Castie reproduziu um som desanimado com a boca, enquanto colocava os objetos da bandeja sobre a mesa e enchia as xícaras com o líquido dentro do bule. Chá de camomila, um de seus favoritos. E por fim retirou-se acenando em despedida para Lucy.

A maga da natureza pegou sua xícara e bebericou um pouco do chá e Lucy por instinto fez o mesmo. Sentia-se desconfortável na presença da esverdeada e não consegui deixar de desconfiar da própria, principalmente após o ocorrido há poucos minutos nos fundos da guilda. Como uma pessoa podia manipular seus atos e os atos dos outros tão facilmente? Por acaso ela queria testá-la? Seus motivos não estão claros, mas Lilian tinha algo haver com o confronto.

– Explique-se. – exigiu de novo mais ríspida.

– Tudo começou a uma semana atrás. Sabe estava resolvendo os estragos causados em missões pelos membros da minha guilda. Alguns monumentos destruídos, prédios comercias e até uma prefeitura. – Hiromi riu recordando-se dos problemas causados por sua guilda. O conselho ficava fulo consigo quando “inocentemente” esquecia de responder suas cartas. – Um mensageiro invadiu meu escritório. Você tinha de ver minha cara quando ele me disse estar a mandado da vossa majestade a rainha dos dragões, Lilian-sama. – ela imitou a voz do mensageiro, engrossando sua voz em um tom engraçado e esquisito. – Ele me informou de sua chegada e entregou-me duas cartas. Uma sendo para mim e outra para Lucy Heartfilia, isso quer dizer você. – ela apontou para mim. – Na minha carta, ela pedia-me para provocá-la e desafiá-la de algum modo, não sei com qual objeto. Sabe os dragões de mentes complicadas que não podem ser entendidas por meros humanos. – brincou desdenhosa transformando seu rosto em uma careta hilária. – A carta também falava-me que a data de sua chegada na cidade e tudo mais. Batia exatamente com a chegada de Serena e Katie, então pensei por que não colocá-las nesta engenhosa confusão. E bang! O circo está formado. Claro que ocultei informações, dizendo o necessário e pedi para elas se controlarem.

Lucy ergueu-se da cadeira apontando acusadora para Hiromi. – Ha, sabia que elas tinham se controlaram! – exclamou pondo as mãos na cintura. Sentia-se indignada com isto e nem um pouco feliz. – A luta não foi justa, elas perderam por que seguiram sua ordem!

Hiromi abanou as mão sem interesse e fez sinal para que a loira voltasse a se sentar, a contragosto a maga sentou-se. A esverdeada abriu uma gaveta e retirou dela um envelope branco lacrado com selo real e pôs sobre a mesa e comeu um dos cookies. Lucy segurou o envelope com a duas mãos. A nostalgia passada pela carta era tão estranha e fez a loira sorrir, o tempo passado pode ter sido curto, no entanto a falta sentida pelos amigos. A nova família conquistada é tão grande. Tão avassaladora e inesperada que lhe fazia se achar maluca.

Abriu a carta e leu a caligrafia elegante de Lilian. A rainha tinha um notável talento na escrita, é tão lindo os traços finos e bonitos, todavia os escritos fazia seu rosto queimar – não literalmente – de raiva. Jogou a folha na mesa. Furiosa é a palavra que a define neste momento.

– Desgraçados, filhos da mãe! – xingou.

Não compreendendo a origem da súbita raiva da loira, e leu a carta. Quase gargalhou. Isso sim é uma carta enviada pela dragonesa lilás que conhecia. Resolveu ler a carta em voz alta. Ressaltando certas partes e irritando Lucy mais.

Querida Lucy,

Como foi sua chegada ao mundo humano? O local de “aterrissagem” foi escolhido por Acnologia, então suponho não ter sido tão agradável quanto o esperado, mas devo reconhecer que deve ter sido vergonhoso para você e as garotas e muito engraçado. Muito engraçado. Tento imaginar a situação. Sabe Metalicana e Igneel apostaram que foi em local público, o que é bem obvio senão não haveria graça. Vicelogia, Ace e Arles apostaram que vocês ficariam totalmente sujas e eu ria das suposições dos meus companheiros. Claro que tiveram aqueles que não preferiram não participar da nossa diversão maldosa – Seraphina, Grandine e Skiadrum –, porém eles não se conterão nas gargalhadas.

Mudando de assunto, eu pedi para uma velha amiga entregar-lhe este recado. Uma velha amiga mesmo. Com objeto de passar-lhe algumas instruções importantes, os locais das relíquias com dito antes são desconhecidos, no entanto o grupo de pesquisa de Grandine encontro possíveis locais nas cidades: Crocus, Hargeon, Clover e Balsam.

Acnologia pergunta se gostaram do mergulho. Foi divertido? Então foi isso que aconteceu, pareceu que ninguém ganhou a aposta. Que pena, eu gostaria de ter ganhado. Apostamos que quem vencesse teria como empregados pessoais os perdedores. Imagine-me obrigando os machões daqui fazerem o que eu quisesse e quando eu quisesse. Eu morreria de rir, morreria feliz por sinal. Eu pensava, se eu ganhasse primeiro os faria vestirem-se como mulher e os mandaria andar pelas ruas do reino. Seria tão engraçado. Eu começo a gargalhar só de pensar.

Por favor não culpe Hiromi, foi a pedido meu que ela fez tudo o que fez. Obvio que tive de cobrar um favorzinho dela, pois a própria não faria nada se eu pedisse com educação se é que consegue entender. Os métodos foram escolhas minhasse quer saber, ameaça e brincadeiras psicológicas são a especialidade dessa maga, depois de sua magia.

Acabando a conversa, digo adeus e mando-lhe beijos, abraços de Seraphina, Grandine e Vicelogia. Piadinhas sem graças do resto.

Com carinho,

Lilian.

Terminando de ler, Hiromi pôs o papel acima da mesa e jogou-se em sua cadeira confortável, tombando a cabeça para trás e soltando uma risada chegando a chorar. Era bem a personalidade deles apostar – piores do que apostadores viciados – nas desgraças alheias e fazer graça, por isso não se surpreendeu. Admitia ter se sentindo ofendida pela classificação “velha” dada por Lilian, mas fazer o que? Se conheciam de datas esquecidas pelas pessoas comuns. Também concordava com o estado de fúria da loira. Quem não se sentiria do mesmo jeito? Tudo bem que estivesse exagerando na explosão de raiva e xingar os dragões é algo normal revendo o escrito na carta.

– Acho que você deve se preocupar com as relíquias. – Hiromi sugeriu.

Lucy direcionou-se a ex-modelo e como se uma lâmpada acendesse sobre sua cabeça, bateu com a mão na testa. Como pode se esquecer da missão? E esquecer da busca pelas chaves pretas e brancas. Se Char ficar sabendo disso vai querer transformá-la em carvão. Tostá-la viva e depois mandá-la ao inferno para torturá-la. Tremeu. Nem queria pensar nisso. O demônio com todo seu cinismo, maldade e ameaças fazia-a temer um pouco – um pouquinho só – seus atos. Ai, ao contrário de Char e um anjo de bom coração e conseguiria a perdoar.

– Tem razão. – concordou.

Andou de lá para cá dentro do escritório, prestando atenção nele pela primeira vez. Retratos de pessoas que supôs serem membros da guilda dividiam espaço com estantes recheadas de livros de capaz grossas nas paredes de coloração vinho. Teto e chão de madeira tão limpos que jurava ver seu próprio reflexo neles. A mesa da mestra ficava em frente de uma janela com paisagem para uma estufa e uma mini praça para os integrantes da guilda e parecia ter uma lanchonete servindo as mulheres presentes no local. Muito chique. Viu Rosette e Yume aproveitando-se da situação e comendo as prováveis delícias da lanchonete.

Mortas de fome. – pensou sentindo o estômago revirar-se de fome.

Por um momento achou engraçado vê-las interagindo com os membros da guilda, as mulheres cercavam-nas e conversavam com elas. Animadas e felizes. Consegui ver Castie junto ao grupo e uma exceed alaranjada puxava assunto com Rosette e comia rosquinhas. E como chiclete colado na sola do pé, uma ideia não agradável veio a mente da loira.

– Estou pensando na ameaça que você fez antes. – comentou a loira a Hiromi. A esverdeada arqueou a sobrancelha sem entender, por que tocar nisto agora. – Não que tenha me sinto ameaçada pelo conselho ou a Fairy Tail, por que convenhamos eu sou muito mais forte. – gabou-se sorrindo presunçosa pondo as mãos na cintura e posando convencida. E ela tinha todo o direito de sentir-se desde jeito. – Mas como você viu eu sou pouco temperamental.

– Um pouco. – interrompeu Hiromi descrente.

Lucy rolou os olhos. – Tá bom, eu sou um total desastre para conter minhas explosões de raiva. Agora posso prosseguir? – irônica perguntou e Hiromi fez sinal de positivo com as mãos. Seguindo a linha de raciocínio deu continuidade. – Como ia dizendo, por meu temperamento ser imprevisível em algumas situações, tenho medo de ser descoberta por “pessoas” que se opõem a minha missão.

– Os dragões do caos? – questionou Hiromi.

– Pare de me interromper. – ordenou e a ex-modelo deu de ombros em concordância. – Sim, são os dragões do caos. Eles já me atacaram uma vez no território de Seraphina, e eu só fui salva por uma Lilian bêbada e Acnologia, que bem, não fez nada. – fitou seus pés desconfortável. – Indo direto ao ponto, preciso de um disfarce para garotas e eu. Que nos passamos como magas normais diante o conselho e outras guildas, por que se eles descobrirem algo será indício de que fomos descobertas também pelos dragões do caos e estaremos mortas antes de completarmos nossa missão.

– E o que eu tenho haver com isso? Acho que já cumpri minha parte nesse rolo. Ou você quer que eu arranje disfarces? – confusa Hiromi perguntou.

Lucy suspirou. Hiromi não havia entendido sua linha de pensamentos e falar aquelas palavras em voz alta faziam seu estômago revirar-se de nojo, vergonha e muita fome. Muita fome mesmo, acreditem poderia ser capaz de devorar um cavalo inteiro. – Eu quero… – não consegui cuspir a frase contida seca na garganta. Hiromi ainda sem entender franziu a testa e fez uma careta. O que a garota tentava falar? Perguntava-se. – Eu quero… Argh, que raiva! Dane-se! Quero entrar na guilda!

O queixo de Hiromi foi ao chão, descrente no que foi gritado pela loira. – Como assim você quer entra na Sacred Phoenix?! – alterou-se na pergunta. Não que fosse uma boa ter mais uma maga poderosa na guilda, contudo podia sentir os pesos das contas e cartas de desculpas que pagaria e assinaria futuramente se a aceitasse nas costas. Com certeza ficaria corcunda e envelheceria mais rápido do que o preciso. Quando completasse trinta anos teria a aparência de uma senhora de sessenta anos enrugada e ranzinza. Que medo!

– Não estou entrando na guilda para infernizá-la ou algo do gênero, só quero um disfarce bom. Afinal quem desconfiaria de uma maga afiliada a uma guilda, cumprindo missões nas cidades citadas na carta, hem? – falou sugestiva.

– Hã, tá certo. Mas é isso que você deseja? Tem certeza? Na carta Lilian disse-me que você não é muito favorável a guildas e tudo mais. Então…

– Você me escutou bem, eu quero entrar na guilda. – afirmou. – Vamos lá, pega logo o carimbo e marque essa minha pele. Qual é, não fará mau ou fará?

– Sinceramente, tenho minhas dúvidas, mas tá bom. – suspirou cansada. – Vamos descer para o salão da guilda, vou pedir a Anne marcá-la. A dragonesa e a exceed também?

– Sim, e o nome delas são Yume e Rosette.

***

No salão da Guilda, Anne sorria com o carimbo em mãos, teriam novos membros e isso é motivo de festa. – Lucy-san você primeiro, lugar e cor, por favor? – pediu balançando o carimbo. Seu rosto redondo e bonito poderia fazê-la torna-se uma modelo, igual a seu sorriso carinhoso. A mistura perfeita entre sua pele cor leite e cabelo cor café faziam-na ter uma aparência exótica, no entanto não superava a de Della e seu cabelo multicolorido. Ela usava um vestido roxo de magas, de comprimento na coxa, calçava botas cano longo pretas e meias três por quatro. Ela parecia ter um estilo mesclado de Mirajane antes da falsa perda da Lisanna e a personalidade pós falsa perda da Lisanna.

– Acima da cintura, nas cores preto e lilás. – Lucy respondeu.

– Hai, Hai. Levante a blusa um pouquinho, por favor.

E lá estava a marca, uma fênix de asas abertas. Onipotente e linda, brilhando nas cores escolhidas. Preto e lilás representando seus últimos e muito espartanos mentores, Acnologia e Lilian. Dois malucos. Dois chatos, entrometidos que brigam o tempo todo, mas que podia apostar que são apaixonados um pelo outro, apenas não admitem.

– A próxima, Yume-san, local e cor.

– Coxa, cor dourada. – respondeu Yume. E como mágica o símbolo da guilda apareceu reluzente em dourado.

– Agora você Rosette-san, Local e cor.

– Nas costas, branco. – Rosette em sua forma original respondeu. O símbolo branco fez um ótimo contraste com sua pelagem rosa.

Anne afastou-se das três, deixando Lucy, Rosette e Yume sentadas sozinhas em uma das várias mesas presentes no salão da guilda. Rosette comia cookie de chocolate – ela é viciada em chocolate – e Yume devorava um sanduíche. Lucy viajava nos seus próprios pensamentos. Não acretiva ter entrando em uma guilda, após tanto tempo e retornou a entrar em uma guilda. Era só o que faltava!

– Ei! Você, Lucy Heartfilia! – Katie exclamou batendo a mão na mesa e chamando a atenção da loira e de todos a sua volta.

Serena sentou-se do lado de Lucy acompanhada de uma exceed laranja sorriram. O que elas estão fazendo? Querem uma revanche? A maga loira admitia adorar um desafio, contudo seu animo foi embora.

– O que desejam? – Lucy quis saber. Tentou fazer sua voz soar mais educada e menos entendiada.

– Você irá conosco nesta missão! – a exceed voou ficando na altura do rosto da loira, mostrando o papel bege do requerimento de magos para um trabalho.

Recusaria, não queria ter quaisquer parcerias com as magas, porém o nome da cidade clamou por atenção, destacada em preto. É uma das possíveis cidades onde podia encontrar uma das relíquias, podia recusar, mas quando acharia outra oportunidade como essa. Então resolveu aceitar, uma missão em grupo pelos velhos tempos não faria mau a ninguém e nem precisava sempre fazer missões em grupo. Não teria nenhum problema.

– Está certo. – disse Lucy monótona, sem demostrar sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Gostaram da carta da Lilian? Acharam um pouco maldosa? Respondem se acharem necessário.
Até a próxima postagem!



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