Trust Me escrita por RaquelPaes


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi gurias. Tudo bom? Então esse cap ta meu chatinho, mas ele é necessário.
Espero que gostem!



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Eu não me considerava uma garota mimada. Mas havia poucas coisas que me irritavam tão profundamente quanto ser contrariada, principalmente quando essa pessoa em questão conhecia minha lógica e meus motivos.

Eu havia argumentado, gritado, esperneado e até mesmo ameaçado. Nada surtiu efeito. O que mais me surpreendeu foi que Abe não era o único contra mim, Parnell, um dos guardiões de Abe e um grande amigo meu, e Amélia, a governanta que é como uma mãe pra mim, haviam apoiado a ideia insana do meu pai. Logo eles que quase nunca concordavam com Abe sobre qualquer coisa, principalmente quando se tratava de mim. 

Estávamos em um pequeno avião indo na direção da Corte, eu havia deliberadamente sentado de costas para as outras pessoas presentes, somente para deixar bem claro que achava a situação completamente ridícula e desnecessária. Não que eles já não soubessem da minha opinião sobre isso, alias eu havia me certificado que eles soubessem batendo portas, gritando, debochando e fazendo todo tipo de comentário depreciativo.  Eu estava sendo infantil e sabia disso, mas eu não gostava da situação em que eles me meteram e estava pouco me importando pra o que eles achavam disso. Eu estava sendo obrigada a fazer algo que não queria, não é mesmo? Então eles que aturassem as consequências.

A pequena, quase minúscula, parte do meu cérebro que pensava de forma racional aceitava que talvez, talvez eles estivessem certos. Mas como diabos me manter presa em uma Academia cercada de garotos sem noção e guardiões com suas regras e limites estúpidos poderiam me ajudar? Poderiam, como meu pai e aparentemente todo o resto das pessoas que importavam pensavam, me fazer ver que eu estava errada, me lembrar dos conceitos de disciplina e responsabilidade, quando eles não haviam conseguido?

Não havia como! Toda aquela experiência estupida não iria me ajudar em nada! Eles estavam desesperados tentando achar uma solução que me fizesse mudar de comportamento e se eu fosse sincera comigo mesma, estavam assustados também, principalmente com o que havia acontecido há algumas semanas atrás.

Foi a única vez que vi Ibrahim Mazur sem ação, sem saber nem entender o que havia acontecido. Meu pai era o chefe da máfia russa, uma das mais perigosas do mundo, seus negócios ilegais se estendiam desde humanos, passando por morois e dhampirs até strigois. Isso não havia impedido de me criar e me ensinar a ser uma boa pessoa, mas sua posição o deixava cauteloso quanto a minha segurança.

E era exatamente isso que eu estava pondo em risco, minha segurança, minha vida. Parnell e outros guardiões haviam me ensinado a lutar contra todo tipo de ameaça, afinal eu não sou apenas uma dhampir, eu sou filha do mafioso mais perigoso, temido, invejado e odiado da Rússia, EUA e Turquia. Um de seus poucos, se não seu único ponto fraco.  Me matar soava como a vingança perfeita, uma ótima forma de abalar o sorridente Abe Mazur e depois que consegui minha reputação de assassina sanguinária, descontrolada e cruel minha cabeça decepada se tornou uma espécie de  troféu entre os stroigs e inimigos do meu pai.

Eu sabia que sua decisão não foi um impulso, ao contrario de mim, papai pensava antes de agir e nunca me mandaria embora sem ter certeza que era a única opção. Ele sabia que o fato de ter sido abandonada pela minha mãe me magoava muito e eu sabia que ele nunca me deixaria e que podia contar com sua presença sempre que precisasse sem importar a que distancia estaríamos.

Suspirei encarando as nuvens que eram deixadas para trás pelo movimento do avião. Eu estava gastando bastante energia me mantendo irritada, nunca agi da forma esperada e tampouco vivia a vida de um dhampir normal, seria a primeira vez que faria algo que era comum, quase banal. E por mais que negasse, eu estava excitada com a ideia de conviver com outros dhampirs da minha idade, ir a festas, fazer amigos, agir como uma adolescente de dezessete anos.        

Houveram poucas presenças constantes em minha vida e eu havia sido ensinada a sempre desconfiar de todos e ter todas as informações possíveis sobre cada pessoa antes mesmo de conhecê-las. Eu conhecia praticamente toda vida dos guardiões Stan, Alberta, Celeste e Emil e algumas informações dos outros guardiões que trabalhavam na escola. E quanto à diretora Kirova, eu nem a vi ainda e já a considerava uma bruxa velha.

Um toque no meu braço chamou minha atenção, vire-me e dei de cara com um dos guardiões do meu pai, - Rose, seu pai pediu pra lhe avisar que estamos quase chegando na Corte.

- Obrigado, Ryan. – ele sorriu delicadamente pra mim e voltou pro seu lugar. Olhei na direção de Abe e percebi que ele me encarava, em seus olhos havia culpa e melancolia. Oh, baba. – pensei e depois de dias sorri hesitante pra ele, eu o amava e sabia que ele só queria o melhor para mim, fui grossa e rude esses dias sem necessidade. Olhando para ele tentei transmitir que o amava e que entendia sua decisão. Nós, algumas vezes, não precisávamos de palavras pra conversar, e esse foi um desses momentos. Ele sorriu pra mim fazendo com que algumas ruguinhas se formassem ao redor de seus olhos. Ele olhou com expectativa pra mim, girei os olhos e caminhei em sua direção. Me sentei em seu colo, coisa que não fazia desde os onze anos, e deitei minha cabeça em seu peito, meus braços envolveram seu corpo e suas mãos acariciaram meus cabelos. Naquele momento me senti segura, e soube que tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Obrigado por avisarem no erro de digitação! Muito obrigada pelos comentários, eles são essenciais!! Vou ver se posto o próximo ainda hoje, será provavelmente do ponto de vista do Dimitri. Bjs!



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