Trust Me escrita por RaquelPaes


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi, não resisti e vou postar outro hoje. Estou amando escrever. Como eu disse será do ponto de vista do nosso saboroso Dimitri. Espero que gostem e que eu não tenha exagerado na reação dele a Rose.



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- Não temos nenhuma ideia do que ele possa querer? 

Essa era a pergunta que nublava minha mente e a dos outros guardiões de St. Vladmir desde que o principal contribuidor, Abe Mazur, havia exigido uma conferência na Corte. Essa era a razão do nosso nervosismo, principalmente considerando que todas as reuniões que ocorreram entre ele e a coordenação da academia foram realizadas na própria academia. A única razão aparente seria cancelar sua parceria com a Academia, o que seria desastroso já que 70% das despesas eram pagas pela contribuição do Sr. Mazur.

Ao meu lado senti a Guardiã Hathaway se mover levemente, estávamos encostados na parede esperando o que aconteceria a seguir. Eu não tinha ideia do porque, mas ela havia insistido em estar conosco durante a conversa com Abe.

Eu não havia dito nada, mas o nome Abe Mazur não me era estranho. Na verdade ele era bastante conhecido na Rússia, principalmente em Baia, comunidade dhampir em que fui criado, como um homem com o qual você não devia se meter, alguém perigoso e que mantinha negócios ilegais com todas as criaturas. Ele era conhecido como Zmey, a serpente, e era tão astuto e perigoso como uma.

  O som estridente do telefone chamou minha atenção. Alberta atendeu, conversou brevemente com a outra pessoa e suspirou pesadamente.

- A recepcionista avisou que eles estão subindo.

Senti a tensão dentro da sala aumentar, mas qualquer reação que pudéssemos ter foi interrompida pelo próprio Abe Mazur que adentrara na sala de forma abrupta. Ele estava vestido de forma bizarra. Suas calças eram de um cinza chumbo, contrastando com o blazer negro, o cachecol verde esmeralda e o lenço dobrado no bolso do paletó cor rubi, sem falar nos broches de ouro que brilhavam de forma absurda.

Mantendo um grande sorriso no rosto ele se moveu até Alberta, que tinha se levantado da cadeira no momento em que ele havia entrado. E ele não estava sozinho havia três guardiões com ele, um número grande considerando que ele não era um moroi da realeza, e uma dhampir. Suas roupas, seu cabelo, sua postura e olhar em seu rosto denunciavam em alto e em bom som que ela não era uma guardiã, mas isso não a impediu de examinar cada centímetro da sala. Seus olhos se encontraram com os meus por um breve instante, foi rápido, mas não rápido o bastante para impedir que um calafrio descesse pela minha espinha.

Seus olhos quase negros e insuportavelmente quentes seguiram na direção da guardiã Hathaway, onde permaneceram por mais tempo do que em mim e brilharam de forma travessa, um pequeno sorriso sarcástico e satisfeito se formou no canto da sua boca, e que boca. Foi quando percebi, ela era linda! Sua pele era dourada, seus cabelos eram tão escuros quanto os olhos, levemente ondulados e muito longos. Ela estava de jeans, all star, uma blusa que dizia foda-se com letras grifadas e vermelhas em três línguas diferentes e uma jaqueta de couro curta e arreganhada até os cotovelos, cada peça era negra. Em seu belo rosto uma expressão parte entediada parte divertida a fazia ainda mais linda e sexy.

- Seja bem vindo a Corte, senhor Mazur.

Com hesitação tirei meus olhos da dhampir e olhei na direção de Abe, que sorria e apertava com entusiasmo a mão de Alberta.

- Obrigado, Alberta. Você não envelheceu nada nesses seis anos, continua muito bonita. Quero que conheça alguém, minha filha, Rose Mazur.

Ao meu lado, Janine congelou e sugou o ar, chocada, por um breve momento sua mascara de guardiã caiu e pude ver em sua face choque, surpresa e horror. Imediatamente ela arrumou sua expressão e voltou à postura anterior, apesar de estar muito tensa.  Percebi que a dhampir, Rose, vira a reação da guardiã Hathaway e sorria de forma sugestiva.

- Srtª. Mazur.

Sem perceber o que acontecia a sua volta Alberta se virou na direção de Rose e estendeu sua mão para cumprimenta-la. Vários segundos passaram antes que Rose estendesse a mão, na verdade seus olhos subiram e desceram lentamente pela figura de Alberta e quando esta estava prestes a recolher a mão, Rose estendeu a sua e apertou a mão oferecida.

- Rose, meu nome é Rose.

Uma pequena parte de mim achou que o nome combinava perfeitamente com ela. Essa mesma parte percebeu que durante todo o drama anterior, nem mesmo por um momento, Abe perdeu ou diminuiu seu sorriso.

- Bom, - continuou Alberta para Abe – acredito que o senhor gostaria de ouvir sobre os progressos em St. Vladimir.

- Mas é claro. – Disse Abe enquanto se acomodava numa poltrona, - Sente-se, por favor, querida. – Rose imediatamente tomou lugar ao lado do pai.

Durante noventa minutos Alberta e Stan falaram sobre o andamento da Academia que dirigiam. Ambos, pai e filha, se manteram silenciosos enquanto escutavam. A diferença era que Abe estava realmente ouvindo, Rose estava atirada na poltrona de forma desleixada, olhando para o teto e parecia que contava carneirinhos.

Quando eles acabaram com os relatórios, Abe fez algumas perguntas e finalmente disse o real motivo da conferencia.

- Vejo que a academia esta em perfeitas condições Alberta, mas isso nos já esperávamos, não é mesmo? Afinal você esta coordenando tudo. Mas esse não é o real motivo da nossa pequena reunião. Rose, minha querida filha, completou dezessete anos recentemente e eu acho que está na hora dela frequentar uma Academia como qualquer outro dhampir.

Primeira coisa que me chamou atenção foi sua idade, apesar da cara de entediada que ela fazia, seu rosto e seus olhos demonstravam uma maturidade que normalmente não se encontrava em uma garota de dezessete anos. Era comum crianças ou até bebês dhampir serem aceitos nas Academias, mas nunca antes em uma idade tão avançada.

Alheio a isso ou sem dar a mínima importância Abe continuava a observar Alberta e Stan, que se olhavam tentando achar uma solução para o problema que havia surgido. Era obvio que a situação era delicada, se eles não permitissem que Rose entra-se Abe poderia retirar sua ajuda da Academia ou se eles a aceitassem teriam que coloca-la em uma turma de alunos mais jovens e em treinamentos depois do horário escolar, que por si só já era longo e considerando a forma que ela havia se portado durante a reunião, ela causaria muitos problemas. Finalmente Stan se virou na direção de Abe.

- Senhor Mazur, o senhor tem que entender que não podemos aceitar sua filha, uma dhampir sem treinamento ou sangue nas mãos, aos dezes...

Stan foi abruptamente interrompido por Rose que havia saltado da poltrona, praticamente se jogou na direção em sua, virou-se e levantou os cabelos, deixando a mostra sua nuca e as várias marcas molnija tatuadas ali. Onze marcas moninja, pra ser exato. Muitas marcas que para um guardião com cinco ou seis anos de trabalho já eram muitas, em uma garota de dezessete anos? Surpreendente. Havia também uma tatuagem característica no topo de sua nuca, em forma de semicírculo. Dizia: Por Mason, para Mason. Sempre. Isso me deixou surpreso e incomodado. Quem era Mason?

Em minha nuca haviam seis tatuagens e com lembrança de como consegui cada uma delas, me fez querer que Rose tivesse passado por tudo sem muitas sequelas. Matar nunca seria fácil, nem mesmo quando são monstros. Se para um homem criado pra situações assim já era difícil, o que se dirá de uma menina de dezessete anos?

- Isso você chama de sem treinamento ou sangue nas mãos? – perguntou ela com uma voz fria e furiosa.

- Rose, minha querida filha, - disse Abe suavemente – ele não tinha como saber.

Os olhos de Rose examinaram Stan da mesma forma que examinaram Alberta e lentamente um sorriso surgiu em seus lábios.

- É claro que ele não tinha. – ela disse com um tom desdenhoso. Abe suspirou.

- Bom, espero que Rose possa ser aceita sem maiores problemas.

- Mas é claro, senhor Mazur. Porém devo avisar que sua filha não receberá tratamento especial, ela será somente mais uma aluna.

Ergui as sobrancelhas surpreso, Alberta havia sido realmente direta. Aquilo era um aviso de que se ela se metesse em confusão não seria redimida por causa da posição de seu pai.  Mas Rose somente sorriu abertamente e encontrou o olhar do pai com cumplicidade. 

- Não esperava mais de você, Alberta. – disse Rose sorrindo.

- Que bom que estamos entendidas, vamos colocar você numa turma de acordo com... – Abe interrompeu Alberta.  

- Acredito que todos os pormenores possam ser resolvidos em St. Vladimir, não é Alberta? É a primeira vez que Rose vem a Corte e eu queria mostrar o lugar a ela. – disse Abe enquanto se levantava.

- Claro senhor Mazur. Foi bom conversar com o senhor.

- Claro que foi - Abe disse com um sorriso insinuante – que horas o avião da escola sai daqui?

- Às nove.

- Estaremos lá.

Ele sorriu para Alberta e Stan, virou as costas e saiu tão abruptamente quanto entrou. Levando junto Rose e os guardiões que os acompanhavam.


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Notas finais do capítulo

Mereço comentários??? Detalhe uma guria me perguntou se Lissa ainda terá sua família viva. Sim ela terá. E é só isso que conseguirão arrancar de mim por enquanto. Outra coisa, eu não tenho certeza, mas eu acho que haverão alguns caps com pov do Dimitri. Ok? Coments, gurias!!



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