Destructive escrita por Dhiene


Capítulo 4
Surpreendente.


Notas iniciais do capítulo

Olá Darlings. Eu quero explicar uma coisinha. O sobrenome da Alice eu escolhi e só depois eu vi que é o mesmo sobrenome do Julian de The Dark Artifices. Mas ela não existe na história da tia Cassie. E então. Eu amei escrever especialmente esse capítulo e vocês vão me entender por que. Leiam com carinho amores. Bjs. Até a próxima.



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O Instituto de Nova York podia facilmente ser um labirinto de corredores. Luke não conhecia o lugar e estava explorando alguns desses lugares, inquieto de mais para permanecer no quarto que Isabelle indicou para ele. Ele apenas subia escadas que levava a mais lugares diferentes em parar em nenhum lugar até que encontrou um lugar que chamou sua atenção. Parecia um jardim dentro do Instituto, um lugar com várias plantas que Luke não podia nem mesmo nomeá-las. Era um lugar diferente, parecia a parte de todo o resto. Ele entrou na estufa ainda observando as plantas do lugar, então viu a menina.

Ela estava a uma curta distância de Luke, cuidando de um vaso de flores vermelhas. Ele podia ver bem a garota, era tão pequena e parecia tão frágil. Tinha os cabelos loiros, com um leve brilho prateado caindo soltos pelos ombros em leves cachos. Ela vestia um vestido floral, de mangas curtas e estava descalça. Cantarolava uma música que parecia alguma canção de ninar ou outra música infantil que ele não conhecia.

Ela notou a presença de Luke na estufa parecendo bem destraída. “Ah, Hey.” Ela chamou com um sorriso. “Não sabia que tinha alguém aqui.”

Ele sorriu de volta para a garota então reparou. “Sua pele... Você não tem as...”

“Marcas? Ah, não. Eu não sou uma Caçadora de Sombras.” Ela disse casualmente como se fosse a coisa mais normal do mundo.”

“Não?” Luke se espantou. “Você é o que? Um ser do submundo?”

“Não, não. Eu sou uma mundana. Uma humana comum.” Ela riu da surpresa do menino.

“Então o que você está fazendo aqui?” Luke disse, depois percebeu que pode ter parecido um pouco rude, mas aparentemente a garota não havia notado.

“Eu moro aqui.” A garota riu. “Não na estufa, claro. Eu tenho um quarto lá embaixo. Mas eu gosto mais daqui do que dele.”

Luke olhou para a garota um tanto assustado. Tudo que ele sabia e tinha lido no Códice, mundanos não eram permitidos no Instituto. Aquela garota estava fugindo completamente as regras e ela parecia conhecer a respeito dos Caçadores de Sombras e Seres do Submundo. “Eu pensei... Quer dizer, mundanos não podem entrar no instituto. E viver aqui então...” Ele começou, achando que poderia ofender a garota, mas ele estava realmente muito curioso.

“Eles, ou melhor, nós, podemos sim entrar aqui. Só não é permitido. Eu sou uma grande exceção aqui.” Ela respondeu pacientemente ainda exibindo o mesmo sorriso. Seus olhos castanhos escuro, lembrava a Luke chocolate, exibiam um leve brilho de diversão, mas ao mesmo tempo pareciam tristes, uma tristeza oculta. “Eu moro aqui desde os quatro anos de idade. Os caçadores de sombras meio que me adotaram.”

“E isso é possível? Quer dizer, o que aconteceu com sua família para que os Caçadores de Sombras te adotasse?” Luke perguntou com uma sincera curiosidade. A menina deu as costas para ele e voltou a sua atenção novamente para o vaso de flores.

“É uma longa história.” Ela falou sem humor e Luke notou que aquele era um assunto delicado. Mas ele estava verdadeiramente interessado.

“Eu tenho um pouco de tempo para desperdiçar.” Luke disse divertido, esperando quebrar o clima ruim que havia ficado. “Mas tudo bem se não quiser falar, podemos conversar sobre outra coisa. A propósito, eu sou Luke.” ele emendou.

“Amanda.” A garota se apresentou. “Não me importo em falar sobre isso. É só que...” Ela apontou para uma mesa de pedra que havia ali perto cm bancos em volta. “Que tal sentar?”

Os dois garotos rumaram à mesa, Luke notou que Amanda mancava enquanto caminhava mesmo com isso ela ainda tinha certa leveza de criança, eles chegaram e se sentaram. Ele ainda olhava a Amanda atentamente. “Como eu disse, eu vim para o Instituto quando eu tinha quatro. Eu tenho a Visão, e minha família também tinha, pelo menos eu sei que minha irmã mais velha e minha mãe tinha. E bom, meus pais começaram a se relacionar com Seres do Submundo. Bruxos, Crianças da Noite. No começo era uma brincadeira inofensiva para eles. Mas então foi ficando mais sério.” Enquanto a menina falava ela parecia mergulhar no seu próprio passado. “Eu lembro muito pouco dessa época da minha vida, tenho alguns vislumbres de pessoas estranhas entrando na minha casa enquanto eu brincava com minha irmã que tinha sete anos na época. Agora eu sei que eram feiticeiros.” Ela não estava realmente olhando para Luke, seu olhar parecia perdido. “Alguns eram realmente bizarros, diferentes cores de peles, chifres, garras, olhos estranhos. Até hoje eles me assustam.” Ela terminou com um sorriso.

“Eu não conheço muitos feiticeiros.” Luke comentou. “Quer dizer, apenas Magnos. Ele ajudava minha mãe a se esconder.”

“Magnus?” Ela perguntou, mas não esperou por uma resposta. “Bom. Foi ficando mais sério o envolvimento dos meus pais com o mundo da magia então, eles começaram a invocar demônios, participar e rituais de bruxaria. Eu não sei muito do que se tratava, mas certamente eles estavam quebrando os Acordos.” Ela disse, tremendo um pouco sua voz. Ela arrancou uma folha de um arbusto mais próximo e estava esmagando-a entre seus dedos nervosamente. “Foi ai que eles vieram, os demônios. Eles invadiram nossa casa, eram muitos. Eu não podia contá-los. Eles nos atacaram, todos nós. Primeiro eles mataram minha irmã, Sofia. E então minha mãe, ela morreu gritando meu nome e o nome de minha irmã.” Sua voz foi ficando cada vez mais dura e sombria, a doce voz de Amanda transformada, parecia ter saído de pessoas diferentes.  “Essa parte eu lembro com clareza, eu as revejo com frequência em meus pesadelos. Meu pai resistiu por um tempo, ele estava tentando me proteger, mas ele não podia. Não contra tantos de uma vez. Os caçadores de Sombras vieram minha mãe e irmã estavam mortas, eles mataram, todos eles. Isabelle, Alec e Jace. Meu pai morreu pouco depois dos Demônios serem derrotados. Ele se agarrou em Isabelle e implorou que ela cuidasse de mim, que viriam mais atrás de mim, e que eles não iam descansar até me terem.” Ela riu sem humor. “É incrível como eu consigo ouvir a voz do meu pai falando em minha mente. Eu era muito pequena, não devia lembrar. Mas não tive essa sorte. Isabelle disse que os demônios estavam mortos e que eles não voltariam, ela disse que tudo ficaria bem. Mas ele não concordou, ele disse que não eram dos demônios que eu precisava ser protegida, que era ainda mais perigoso e poderoso e que eles voltariam por mim.”

“Eu não entendo. Você era só uma garotinha mundana.” Luke falou, horrorizado com a história que estava ouvindo. Ela respirou fundo, como para se recuperar.

“Ninguém entende.” Ela explicou. “Mas Isabelle decidiu acreditar em meu pai. Ele morreu pedindo que ela me protegesse e então ela fez. Eles me trouxeram para o Instituto. Isabelle teve que brigar com toda a Clave para me manter aqui, mas ela conseguiu. Ela me protegeu e cuidou de mim como se eu fosse sua filha. Ela nunca me diferenciou de Lisa. Lisa tem a minha idade, então nós praticamente crescemos juntas como duas irmãs.” Sua voz agora era mais leve, voltava a ser a voz doce que tinha. “Isabelle é uma mãe para mim.”

Luke não sabia o que dizer, nada do que ele ouviu sobre Caçadores de Sombras não combinava com aquela história. Caçadores de Sombras não eram gentis. Caçadores de Sombras não se importavam com mundanos. Mas ali estava a garota, claramente uma mundana que morava no instituto contando a sua história de vida. Aquilo surpreendeu Luke de tal forma que ele não sabia expressar. Talvez eles não sejam tão ruins, Isabelle realmente não parece tão ruim.

“Como é viver aqui?” Ele perguntou. “Quer dizer, deve ser diferente para você, sendo humana, conviver com eles.”

“Eu estou acostumada. É a única vida que eu conheço. Eu era muito pequena quando eu vim pra cá.” Amanda respondeu simpática. “Eu sou praticamente uma deles, só que sem as runas, sem a força, sem os poderes e etc.”

Luke riu. “Você me parece melhor do que eles.” Ele comentou.

“Eu pedi para treinar junto com a Lisa, sabe. Aprender a me defender pelo menos. É legal, de certa forma. Eu me saio muito bem para uma mundana.”

“Deve ser melhor do que eu.” Luke comentou. “Eu realmente nunca tive treinamento nenhum.”

“Mas vai ter agora, agora que está aqui. Vai se tornar um excelente Caçador de Sombras.” Amanda incentivou. Luke escondeu um sorriso.

“Não sei se é realmente isso que eu quero ser.”

***

Luke estava encarando o teto branco de seu quarto, pela janela ele podia ver que já era noite. De alguma maneira a conversa com Amanda tinha mexido muito com ele, mais do que qualquer coisa desde que chegou aqui, mais do que reencontrar seu pai. Ela era uma exceção. Foi o que ela havia dito, e parecia encaixar em tudo, ela era uma exceção de tudo que ele pensava sobre os Caçadores de Sombras,

Seus pensamentos foram perturbados por um barulho estridente que ele notou que era música muito alta vinda do quarto na frente. Era algum rock moderno que fazia o quarto inteiro vibrar. Era a última coisa que ele pensou que ouviria aqui nesse lugar. Ele se levantou calçando os chinelos para ver o que era aquele barulho. Se ele quisesse mesmo dormir, seria impossível se o barulho não cessasse. Ele bateu na porta do quarto da frente com força mas ninguém respondeu. Bateu mais uma vez, e mais outra. Nada. Ele girou a maçaneta e descobriu que estava destrancada. Não era algo que ele costumava fazer, mas ele entrou no quarto.

Ele descobriu muito rápido que o quarto era de Elizabeth. As paredes eram pintadas de rosa berrante e tudo estava um repleto caos. As caixas de som vibravam altas balançando tudo no quarto, inclusive os quadros na parede e os móveis. A menina estava lá, pulando e dançando em cima da própria cama, usando uma escova de cabelos como uma imitação de um microfone. Lisa estava com os cabelos pretos presos em duas tranças e vestia apenas uma camiseta longa por cima das roupas íntimas. Luke ficou observando-a por alguns minutos com o pé esquerdo e as costas apoiados na parede mais perto da porta. Ele sorria vendo a menina, completamente desvairada. Ela era realmente bonita. Ela tinha olhos azuis, azuis como o céu no crepúsculo e era muito pálida, mas não de um jeito ruim, de um jeito que a fazia delicada. Os cabelos negros contrastavam em um jogo de preto, azul e branco. Ela tinha todas as curvas de uma menina de 16 anos, mesmo com a camiseta larga Luke podia ver isso.

“O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NO MEU QUARTO?!” Luke não havia percebido que ela tinha notado sua presença até que ela gritou por cima da música alta. Ela pegou um dos travesseiros em cima da cama e jogou no garoto com força, muita força.

“Você devia trancar a porta se não quisesse que ninguém entrasse.” Ele disse com um sorriso malicioso. “A música. Huh, estava me incomodando. Eu estava tentando dormir.”

Ela jogou outro travesseiro com raiva. Desceu da cama com um gracioso pulo e veio de encontro ao garoto. “Você não pode ir entrando assim onde você quiser.” Ela falou ainda irritada. “Eu poderia estar nua!”

Ele a olhou de cima em baixo parando por um tempo em suas pernas expostas. “Não vejo muita diferença de como eu te encontrei.” Ele brincou maliciosamente. “Não que eu me incomode. Eu realmente gosto disso.”

Lisa se preparou para dar um tapa no rosto de Luke, mas ele desviou indo por outro lado do quarto. Ele achou um conjunto de fotos na mesa de cabiceira. “É seu pai?” Ele pegou um retrato de um cara loiro especialmente mal humorado.

“Não te interessa.” Ela respondeu rudemente, arrancando o retrato de sua mão.

“Ele está aqui no Instituto agora?” Luke perguntou ignorando a irritação de Lisa.

“Ele mora em Idris. Ele e minha mãe se separaram.” Ela respondeu.

“Interessante.” Luke ponderou sem prestar realmente atenção.

“Você pode sair do meu quaro agora!” Lisa ordenou. Ela o puxou pelo braço indo em direção a porta. Mas antes que ela a alcançasse a porta ela tropeçou em suas próprias roupas sujas jogadas no chão e ia caindo. Luke por reflexo envolveu seu braços em sua cintura para impedir a queda.

Ele podia sentir o calor vindo dela. Eles estavam colados um no outro, os punhos de Lisa se descansavam sobre o tórax de Luke e ele tinha seus braços envoltos nela pela cintura. Ele podia sentir seu cheiro, ela cheirava morangos. Morangos frescos, e cheirava a lavanda também. Ele podia ouvir o ritmo acelerado do coração dela e de seu próprio. Seu sangue pulsava nas veias. Numa atitude que surpreendeu ele próprio, ele a beijou. Seus lábios pressionados contra os delas. Ela o empurrou, mas parecia não ter vontade de se soltar tão pouco. Ela estava o beijando também então, o beijo era quente, frenético, feroz. Ele tinha cede dela. Ele se soltou em busca de fôlego. “Lis...” Ele sussurrou entre seus lábios. Ele levou uma das mãos até seus cabelos desfazendo a trança em um afago enquanto traçava a linha de seu pescoço e clavícula com seus próprios lábios. Ela suspirou, e então de repente, como se acordasse de um pesadelo ela o empurrou com força para trás.

Ele cambaleou se afastando confuso. Até alguns minutos atrás ela estava o correspondendo. Lisa estava o encarando assusta. “O que você fez?” Ela perguntou bobamente. Sua voz quase abafada pela música alta.

“O que nós fizemos, você quer dizer.” Ele respondeu com raiva. “Você estava me beijando também.”

Ela balançou a cabeça de um lado para o outro. “Não, não, não.” Ela dizia para si mesma. Luke se aproximou dela novamente, atento para que se ela o quisesse afastar novamente. “Não pode!”

“Não pode por quê?” Ele colocou uma mecha solta do cabelo dela atrás de sua orelha. “Você também estava gostando.” Ele beijou seu pescoço novamente, sentindo sua respiração. “Não minta pra mim.” Ele sussurrou em seu ouvido.

Ele levou seus lábios novamente para junto dos dela começando o beijo lentamente. Ela o beijou de volta, mas dessa vez estava tensa. “Luke...” Ela pediu, mas também não estava se controlando. Ele beijou seus lábios. “Luke, eu tenho namorado.” Ela disse quietamente, sua voz se perdendo ao som da música alta. Ele não ouviu, ou ele não queria ouvir. Ele a beijou novamente quando a porta do quarto se abriu.

“Uh Uh.” Alguém tossiu, fazendo os dois se separarem abruptamente. Alec estava na porta encarando os dois, espantado. Ele limpou a garganta novamente e falou. “Isabelle está chamando para o jantar.” Ele disse apressadamente. “Ela pediu para você desligar essa música infernal e descer depressa.”

Isabelle estava completamente vermelha. Ela olhava para o tio com medo e com vergonha ao mesmo tempo, mas não falou nada. “Eu vou me vestir, melhor.” Ela disse. E aquilo foi um claro sinal para que os garotos deixassem o quarto. 


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Notas finais do capítulo

Bem, ta calor ai também? Não esqueçam do meu comentário tá?