Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 9
Refúgio


Notas iniciais do capítulo

Vários estudantes querem encontrar refúgio, afim de sobreviverem por mais tempo. Mas será que isso é realmente mais seguro?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/372215/chapter/9

2 horas e 59 minutos de jogo...

Cezar conferiu o relógio, havia deixado o Supermercado há pouco mais de 2 horas e agora se encontrava em um prédio residencial no quadrante J-8, onde despejou tudo o que havia conseguido encima da mesa de um dos apartamentos, e sentiu um misto de alívio e indignação quando viu as prateleiras da cozinha do apartamento cheias de comida. Ele se lembrou da edição anterior do Programa, onde a Arena era em uma área rural, e alguns alunos se digladiaram pelos itens que haviam em um Minimercado.

As luzes estavam todas apagadas, pois ele não queria que ninguém soubesse que ele estava naquele apartamento. Encima da mesa da cozinha estava tudo o que ele havia reunido do Supermercado, alguns pães, biscoitos, garrafas de suco e um cacho de bananas, além do seu revolver, a arma de choque e a faca de trincheira. Ele olhou para tudo aquilo desapontado, era difícil de acreditar que aquilo estava acontecendo, ele abriu a geladeira para comer alguma coisa quando escutou, dos alto-falantes do lado de fora.

– Atenção bravos guerreiros! – Era a voz do General. – Se passaram 3 horas desde o início do jogo, todos os alunos que estão na competição já deixaram a escola, e confesso que estou realmente orgulhoso de vocês, continuem assim. Já aconteceram 6 baixas, 1 de minha autoria, confesso... Agora vamos para a lista de mortes, na ordem em que seus colegas morreram: Garota nº 1 - Andressa; Garoto nº 1 – Anacleto; Garota nº 4 – Carina; Garota nº 8 - Fabíola; Garota nº 5 - Daiane; e Garota nº 21 - Vanessa. Na competição continuam 13 garotos e 16 garotas, um total de 29 sobreviventes. E agora, como eu disse mais cedo, o quadrante da escola, J-4, a partir de agora é uma Zona de Perigo, ou seja, se vocês decidirem ficar ali... “Cá-Bum!” Acabou a diversão... Espero que tenham prestado atenção. Até o próximo aviso!

Cezar estava em frente à geladeira, com a porta ainda aberta. Ele pensou sobre o que tinha acabado de escutar. Ele pensava “Droga! Daiane... Eu a encontrei no Supermercado, e a deixei lá pra morrer... Não... Não! A culpa não é minha... Eu não poderia deixá-la vir comigo, não poderia... E o Anacleto, eu matei ele... Ele tentou me matar... Ele matou a Andresa... Droga! MERDA! Tá tudo acontecendo tão rápido... Tão rápido...”.

Ele fechou a porta da geladeira e foi até a sala, onde encontrou uma caneta próxima ao telefone. Pegou a caneta, voltou até a cozinha onde tinha deixado sua bolsa, abriu-a e tirou de dentro o mapa. Ele olhou para o mapa e marcou um “X” nos quadrantes J-4 e A-1, pois se lembrou que o General havia anunciado A-1 como Zona de Perigo antes mesmo do jogo começar. Simplesmente havia perdido o apetite, mas sabia que precisava comer alguma coisa, pegou uma banana do cacho, descascou-a e começou a comer.

***

Daniel havia adentrado na cidade e estava em um Mercado no quadrante F-4, onde caminhava pelas prateleiras cantarolando uma melodia, que em meio às circunstâncias, era incrivelmente assustadora. Ele retirou 3 pacotes de biscoito de uma das prateleiras e colocou na bolsa. Já havia reunido suprimentos suficientes, iria deixar o Supermercado e ir em direção a Farmácia, onde passaria a noite. Sabia que os mercados eram áreas de grande disputa entre os alunos.

Ele deixou o Mercado, a alça da bolsa em seu ombro e a espada na mão direita. Ele olhou para os lados e a cidade parecia fantasmagórica, os postes iluminando as ruas vazias eram realmente de dar medo. Daniel deu uns passos à frente, olhou para os lados e saiu do estacionamento do Mercado, aonde chegou até a rua e começou a correr até a Farmácia, que estava na esquina daquela rua, no quadrante F-5. Ele abriu a porta da Farmácia e entrou, depois fechou a porta com cuidado. “Espero que ninguém tenha me visto...” Ele pensava.

Ele olhou para todas as prateleiras, cheias de remédios e imaginou como seria fácil tomar uma porção deles e deixar esse mundo sem nenhuma dor. Balançou a cabeça, como se quisesse expulsar esse pensamento e foi até o fundo da Farmácia, onde encontrou um remédio para dor de cabeça, abriu a cartela e engoliu uma pílula.

***

Helia estava no Teatro da cidade, no quadrante I-6. Havia se escondido em um dos camarins e estava se divertindo provando fantasias e mais fantasias em frente ao espelho. Ela sonhava em ser atriz, participava do grupo de Teatro da escola, e no ano seguinte cursaria Artes Cênicas. “Todos os meus sonhos destruídos... Culpa desse maldito Programa!” Ela pensava, em meio a lágrimas na frente do espelho. “Queria que a Giane estivesse aqui, ela saberia o que fazer... Sempre que eu precisei dela, ela sabia o que fazer... Nós duas... Representantes de classe... Ela saberia o que fazer... E agora estou aqui... Sozinha, completamente sozinha...”.

Ela já havia consumido toda a água de sua garrafa e olhava aquele camarim, pensando no que faria dali pra frente. Olhava para a pistola que havia recebido, será que conseguiria vencer? Ela não queria se iludir, quando chegasse a hora, ela saberia o que fazer. Iria tentar aproveitar alguma coisa, do que poderia ser suas últimas horas de vida. Ela pegou a garrafa e foi até o banheiro do camarim, onde a encheu com a água da torneira da pia.

***

Eloise havia deixado a escola usando um colete à prova de balas. Ela correu o mais rápido que conseguia, correu tanto que conseguia sentir o próprio sangue circulando rápido nas suas pernas, o coração acelerado e o corpo cansado. Ela estava no quadrante E-7, estava suada e com muita sede. Já havia consumido toda a água que havia na sua garrafa e caminhava pela calçada exausta quando avistou à sua direita o Hospital. “Ali deve ter água... Minha garganta tá queimando...” Ela pensava, cansada “Acho que posso passar a noite ali... Ninguém vai querer ir ao Hospital... Eles devem estar se matando em algum mercado agora mesmo... É, vai ser melhor eu ficar no Hospital...”.

Ela entrou no Hospital vazio, todas as luzes acesas e em completo silêncio. Ela olhava para as macas nos corredores e imaginava, quantos pacientes tiveram que ser transferidos para poderem transmitir o Programa... Quantas vidas o governo levou para que eles estivessem ali agora, se matando uns aos outros? Eram pensamentos que a deixavam muito triste. Mas no momento ela tinha outras prioridades, caminhava tonta pelos corredores, quando finalmente avistou um banheiro. “Água!!” Ela olhou aliviada. Correu até o banheiro e ligou a torneira da pia, bebendo a água muito rápida e sentindo um enorme alívio. Valorizava cada gota de água que saía daquela torneira, estava na temperatura ideal. Ela lavou o rosto e o secou com o papel toalha.

***

Murilo estava na construção no quadrante H-3, havia confeccionado uma ripa cheia de pregos, muito melhor do que o apito que ele havia recebido, em sua opinião. Ele olhava para a rua silenciosa e refletiva “Essa noite vai ser muito perigosa... Não posso sair agora só com essa arma... Aposto que a maioria vai passar a noite acordado, vou aproveitar a manhã para pegar alguém cansado e desatento... Aí vai ser moleza, pego a arma de quem eu matar e ganho uma vantagem a mais!”.

***

Bruna havia entrado em uma casa no quadrante F-2, não sabia o que iria fazer dali em diante. Estava desesperada, escutara durante o aviso do General que Carina estava morta, e se sentia culpada pela morte da colega. Ela estava feliz por ter pegado a arma dela, uma pistola, mas realmente não queria que a garota morresse, ainda mais por sua causa. Ela não sabia como se sentir. Estava na sala de estar da casa e chorava de raiva atrás do sofá.

***

Cícero estava em uma rua no quadrante F-2 quando notou uma das casas com o portão de entrada aberto. Seria apenas coincidência ou alguém poderia estar ali dentro? Ele pensava. Estava armado com uma boa espingarda e não teve medo de entrar lá e conferir. Ele abriu a porta da casa que rangeu de maneira fantasmagórica, escutou um barulho e manteve a espingarda com a mira alta. Depois de um tempo de silêncio absoluto na sala de estar ele abaixou a mira e caminhou alguns passos no piso antigo.

Bruna saiu de trás de um sofá e atirou no braço de Cícero, que soltou um grito de dor, ela atirou mais uma vez e o tiro acertou o ombro dele, Bruna disparou em seguida, outro tiro que passou de raspão pelo outro braço de Cícero. O garoto ergueu com dificuldade a espingarda e atirou na barriga de Bruna, que caiu para trás dando um tiro para o alto. Cícero acertou um tiro no braço em que Bruna segurava a pistola e pisou no outro braço. Ele deu uma risada enquanto apanhava a pistola do chão

– Isso aqui fica comigo. - Ele disse.

E então, Cícero deu outro tiro em Bruna, que já com uma enorme poça de sangue ao seu redor, morreu.

Sobreviventes: 28 e contando...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Comentem! O próximo sai em breve.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Batalha Real - Matar ou Morrer!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.