Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 8
Os últimos


Notas iniciais do capítulo

Os últimos alunos finalmente estão deixando a escola e adentrando na cidade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/372215/chapter/8

2 horas e 30 minutos de jogo...

– Garota nº 18, Maiara! - O General chamou.

Maiara se levantou e pegou uma bolsa, deixando a sala de aula sem olhar para trás. Com a saída de Maiara, agora restavam apenas 5 alunos na sala de aula, onde o nervosismo e a tensão dominavam. 30 alunos já haviam saído da escola, e pelo que o General lhes falara, 5 já haviam deixado a competição. O que estava acontecendo do lado de fora, para eles era uma incógnita.

Murilo, Pamela, Tainá, Vanessa e Vinícius eram os alunos que ainda estavam na sala de aula. Murilo sentava em uma carteira ao lado da parede e olhava para os outros colegas como se os desafiasse. Pamela ao contrário, não mantinha contato visual com ninguém, estava com a cabeça baixa em sua carteira. Tainá roía as unhas no fundo da sala. Vanessa mexia as pernas com frequência, como se quisesse sair logo dali. E Vinícius, estava absorto em sua carteira, traçando desenhos imaginários com o dedo, como se estivesse bolando uma estratégia.

Os segundos passavam cada vez mais lentamente, os soldados caminhavam pela sala de aula observando os poucos alunos que restavam e o tic-tac do relógio garantia que a ansiedade estivesse sempre no limite. Um tempo se passou e o General chamou outro aluno:

– Garoto nº 13, Murilo!

Murilo se levantou determinado, pegou uma bolsa e saiu da sala. Ele caminhou pelo corredor apressado, desceu as escadas e quando olhou para a saída da escola se lembrou de abrir sua bolsa. A abriu ansioso, queria ver logo que arma havia recebido, encontrou a lanterna, a bússola, o mapa, o relógio e a garrafa da água, mas ficou confuso, não estava encontrando sua arma. Despejou todos os itens no chão da escola e mesmo assim não a viu, ele chacoalhou a bolsa e escutou um barulho, enfiou a mão na bolsa e apalpou o que quer que seria sua arma. Ele tirou a mão da bolsa e viu que havia recebido um apito.

Ele colocou todas as coisas novamente dentro da bolsa irritado “PUTA QUE PARIU! CARALHO! Que é que eu vou fazer com a porra de um apito?” Ele pensava “Ir até a frente da praça da prefeitura e apitar alto gritando “Estou aqui, venham me pegar”? MERDA! MERDA! MERDA! Agora vou ter encontrar outra arma... E que seja boa.” Murilo então deixou a escola com pressa, havia perdido bastante tempo tentando encontrar sua arma. Virou a direita, passou pelo estacionamento da escola e subiu a rua à esquerda da igreja.

***

A sala de aula estava agora com 4 alunos, e em absoluto silêncio, exceto por uns soldados que de vez em quando cochichavam entre sí, algo que os alunos com certeza não queriam saber.

– Garota nº 19, Pamela! – Chamou o General.

Pamela se levantou com pesar quando um soldado lhe jogou uma bolsa bruscamente e ela acabou deixando cair no chão. Ela ajuntou a bolsa depressa e se retirou da sala de aula. Caminhou pelos corredores chorando, desceu as escadas e sem olhar que arma havia recebido, ela saiu da escola. Ela simplesmente não sabia para onde ir, ou o que faria dali em diante, continuou caminhando para onde quer que as suas pernas tivessem a levando e olhava para os lados preocupada, como se alguém fosse brotar da terra e atacá-la.

***

Murilo havia encontrado o corpo de Carina no quadrante H-3 e não se surpreendeu que já tivessem levado a arma dela. Ele entrou na construção e lá encontrou uma caixa de ferramentas, pregos e ripas. Iria tentar colocar alguns pregos num pedaço de ripa e ver se aquilo se tornaria em uma arma eficiente.

***

Apenas 3 alunos estavam na sala de aula, eles se entreolhavam rapidamente e prestavam atenção no General em completo silêncio, que os encarava de uma maneira assustadora., como se estivesse imaginando qual deles morreria primeiro na Arena.

– Garota nº 20, Tainá! – O General chamou.

Tainá se levantou no fundo da sala nervosa, caminhou até a frente da sala e pegou uma bolsa. Deixou a sala rapidamente, caminhou pelo corredor, desceu as escadas e saiu da escola sem olhar sua bolsa, virou a direita, passou pelo estacionamento e chegou até a praça da cidade, onde havia um enorme palco de concreto à sua direita. Aproximou-se do lado esquerdo do palco, olhou para os lados para se certificar que ninguém a observava e caminhou até o lado direito, onde havia uma escada que dava acesso ao palco. Ela subiu a escada e entrou por uma porta de metal.

Ela se encontrava agora dentro de uma pequena salinha atrás do palco, ela abriu a bolsa, ligou a lanterna e encontrou em sua bolsa um picador de gelo. Ela observou sua arma em um misto de alívio e desapontamento “Bom, pelo menos não é um porquinho da Índia...” ela pensou, se lembrando do que um garoto havia recebido na edição anterior do Programa.

***

Na sala de aula agora restavam apenas 2 alunos, Vanessa e Vinícius. Ambos se negavam a manter contato visual e sabiam que a Arena estava muito mais perigosa agora do que se tivessem sido um dos primeiros a sair da escola. Já haviam sido 5 mortes confirmadas e 28 alunos estavam perambulando pela cidade nesse exato momento, alguns procurando refúgio e outros caçando vítimas.

Vanessa e Vinícius tiveram mais de 2 horas para poderem assimilar o que estava acontecendo, mas era muito difícil imaginar que pessoas da sua própria turma estivessem se tornando assassinos. Aqueles mesmos colegas que anteriormente estavam animados para fazerem uma viagem de formatura, agora estavam matando uns aos outros.

– Garota nº 21, Vanessa! – O General chamou.

Vanessa se levantou rapidamente, e apanhou uma bolsa dizendo para o General:

– A Nessa quer uma arma boa.

O General encarou Vanessa por um instante, sacou o revolver e atirou na cabeça da garota, sem piedade. Ela caiu morta no chão da sala de aula, o sangue se espalhando pelo piso. Alguns soldados pareciam confusos. Vinícius assistiu a cena chocado, em sua carteira.

– Odeio pessoas que falam de sí mesma em terceira pessoa. – Respondeu o general aos soldados. – Agora alguém, por favor, limpa isso daqui.

Mas ninguém fez nada, o corpo de Vanessa continuou ali, no chão e a poça de sangue aumentado cada vez mais. Vinícius se perguntava se eles teriam ao menos a decência de recolher o corpo dali e enviar para a família da garota. Se é que a família dela estaria viva. Se é que ao término do programa, as pessoas voltariam para a cidade e para seus lares. Se é que alguém da cidade estaria vivo.

Os pensamentos de Vinícius entraram em frenesi, ele tinha pensamentos dos alunos da escola olhando para aquela sala em que ele estava. Ficou pensando como as pessoas da cidade o tratariam caso vencesse o Programa. Imaginou a faxineira da escola limpando o sangue de Vanessa na sala de aula. Imaginou os seus professores assistindo ao Programa nesse exato momento. Imaginou quem estaria fazendo apostas, quem seria o vencedor, quem teria sido o primeiro a morrer. Quem dos seus conhecidos estaria assistindo ele, quem poderia estar apostando nele. Mas seus pensamentos foram interrompidos:

– Garoto nº 14, Vinícius! – O General chamou, tirando sua concentração.

Vinícius se levantou rapidamente, suas pernas estavam mais fracas do que ele imaginava. Caminhou até a frente da sala e viu, 3 bolsas à sua disposição. Uma que teria sobrado para ele, outra que Izabela recusara, e outra que estava ao lado do corpo de Vanessa. Mas antes mesmo dele se decidir qual bolsa pegar, um soldado lhe jogou a bolsa que teria sobrado para ele. Vinícius deixou a sala de aula, e começou a caminhar de costas, olhando para a porta da sala de aula, queria pelo menos ver caso o General decidisse lhe dar um tiro nas costas quando estivesse no corredor. Mas chegou ao fim do corredor ileso, desceu as escadas rapidamente e parou para olhar sua bolsa.

Sua bolsa continha 4 granadas de mão. Armas de difícil manuseio na opinião de Vinícius, mas que poderiam causar um bom estrago. “É só uma questão de saber usá-las...” ele pensava “Você tem tantas chances de vencer quanto qualquer pessoa... Ainda lembro do garoto da edição anterior que recebeu um isqueiro e colocou fogo em uma casa que acabou matando 3 alunos...” E para ele, 4 granadas eram infinitamente melhores que um mísero isqueiro.

Ele deixou a escola apressado, passou pelo estacionamento da escola e chegou até a praça, correu pela rua em frente à igreja e avistou o corpo de Fabíola no chão “Só tem o corpo dela aqui... O assassino deve estar longe agora.” Vinícius concluiu. Ele olhou para os lados, e foi até o estacionamento da igreja, onde desceu umas escadas ao lado do pavilhão da igreja e entrou em uma passagem subterrânea onde eram realizados pequenos encontros de oração. Ele caminhou por um corredor comprido e entrou em um banheiro. Ali ele passaria a noite “A primeira noite vai ser a mais perigosa... Não posso ficar perambulando pela cidade... Vou deixar essas vadias se matarem e no final eu apareço, jogo uma granada e me torno campeão!” ele pensava.

Sobreviventes: 29 e contando...



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Deixem comentários. O próximo capítulo sairá em breve!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Batalha Real - Matar ou Morrer!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.