Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 18
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Por mais que você pense que está no controle da situação, e que sua estrategia dará certo, o inesperado sempre acontece.



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13 horas e 38 minutos de jogo...

Giane estava no quadrante D-3 observando o corpo de Luana no chão, sentindo um misto de sucesso e alívio, se não tivesse agido da maneira que tinha agido sua chance de sobreviver teria ido pelos ares, literalmente. Abriu a bolsa da colega morta e encontrou lá a bomba que ela recebera, agora já de posse do controle remoto, ela colocou a bomba e a garrafa de água de Luana dentro de sua bolsa. “Eu sou muito esperta... Eloise e Luana... As duas acreditaram que podiam confiar em mim, devo ter muita credibilidade como vice-presidente... Elas não conheciam a natureza humana? Esse é um jogo de vida ou morte, não se pode confiar em ninguém... Elas confiaram em mim... E agora olha só pra elas... As duas, mortas... Ai, ai, essa bomba aqui é um tesouro sem sombra de dúvida, vou guardá-la para mais tarde, vai me ser muito útil...” Giane pensava, deixando para trás o corpo de Luana.

***

Na prefeitura, no quadrante H-6, Eduardo havia passado a noite no segundo andar, em um dos escritórios. Infelizmente se lembrava claramente do que havia acontecido na noite anterior, apesar de ter acordado com a cabeça doendo, ele logo se lembrou de que estava participando do Programa. Olhou para aquele escritório vazio e silencioso, com todas aquelas folhas de papel em cima da mesa e não conseguia sentir outra coisa se não um vazio. Um enorme vazio.

“No que se tornou a minha vida?” Eduardo pensava, olhando para a balestra que havia recebido “O que foi que eu fiz?” Ele se lembrou de como havia saído da escola assustado pelas regras opressoras do Programa, e não quis perder a oportunidade de tentar garantir sua sobrevivência. Ele já havia matado uma colega. “Agora não tem mais volta, já entrei no Programa... Não tem mais volta... Só um sobrevive...” Ele pensava enquanto olhava para o spray de pimenta que pegara da bolsa de Fabíola.

Na noite anterior, um pouco depois de começar a chover, ele encontrou Maiara e a viu com um revólver vindo em sua direção, e não pensou duas vezes antes de atirar, conseguiu acertar uma flecha nela, mas então Gustavo apareceu e a acertou por trás. Não ficou lá para ver o que aconteceu depois, pois sabia que Gustavo viria atrás dele, ele então correu para a Avenida da cidade e entrou na Prefeitura. Estava tudo escuro e ele demorou a conseguir dormir, qualquer barulho já o fazia pensar que estava com a vida ameaçada.

***

Tainá estava no apartamento do último andar de um prédio no quadrante J-8, da cozinha, ela observava a cidade enquanto tomava um copo de água, estava faminta, mas não sabia se conseguiria conseguir comer qualquer coisa sem vomitar, sua cabeça doía muito e achava que estava a ponto de ter um colapso, mas não podia perder o controle, a sua vida estava em jogo. Começou a chorar, tudo aquilo estava sendo muito intenso, jamais pensou que aquilo pudesse acontecer com a sua turma, ela pensava na sua família, nas pessoas que conhecia, era muito difícil pensar nessas pessoas, mas sem sombra de dúvida, era muito pior quando pensava em suas amigas, e lembrava que a maioria delas estavam mortas, vítimas de seus próprios colegas.

Olhava para aquela cozinha, aquela mesa grande, com várias cadeiras, uma família deveria morar ali. Será que eles voltariam para aquele apartamento? O que o governo fez com quem morava ali? Isso deixava Tainá muito triste e angustiada. Ali deveria morar um família feliz, uma família, algo que ela talvez nunca pudesse ter, tudo culpa desse maldito jogo. Os seus colegas estavam morrendo, e não havia nada que ela pudesse fazer. Por quanto tempo ela ainda ficaria viva? Se debruçou na mesa e começou a chorar

– Eu quero ir para casa... – Ela dizia para sí mesma, não se importando com as câmeras.

***

Karine estava na Prefeitura, no quadrante H-6, onde havia passado a noite, não conseguiu dormir direito, pois ficou a maior parte do tempo chorando. Não conseguia se esquecer de quando o General anunciou o nome de Vanessa, ela era sua melhor amiga. Era tudo tão insuportável, agora estava sozinha, completamente sozinha. Não tinha certeza se poderia confiar realmente em alguém. “A Tainá... O Cícero... Será que eles ainda estão vivos? Será que eu poderia confiar neles? Será que se eu os encontrasse, eles tentariam em matar?” Ela pensava, olhando para a foice que a havia recebido.

A situação toda estava sendo muito difícil, ela queria evaporar, sumir, deixar esse mundo de uma vez por todas. Mas os seus instintos diziam para ela lutar, e por um momento, se imaginou, vitoriosa, com a sua foice, em cima de uma montanha de corpos, voltando para a sua casa, vivendo sua vida. Como seria a vida depois de vencer o Programa? Para descobrir, ela precisaria se esforçar. Precisaria fazer mais do que ficar escondida em um escritório chorando.

Saiu daquela sala no primeiro andar e agora se encontrava no corredor, respirou fundo e caminhou alguns passos, virou o corredor à esquerda para a entrada da Prefeitura, onde encontrou Eduardo descendo as escadas. Ele a avistara, os dois se encaram por uma fração de segundos, Karine não sabia o que fazer , corria ou atacava? Avaçou com a foice na direção de Eduardo, que preparava a balestra. Usou toda a força para acertar um golpe certeiro na cabeça de Eduardo, mas o garoto desviou no último instante e ela cambaleou para a frente, tentou acertar Eduardo na barriga, mas ele conseguiu desviar novamente.

Karine viu que Eduardo iria disparar, e uma flechava daquelas seria fatal, avançou em Eduardo e golpeou a balestra do garoto, fazendo a arma dele voar para o corredor. Eduardo tentou correr para a arma, mas Karine o segurou pelas pernas e ele caiu, Karine correu, alcançou a balestra e a mirou em Eduardo, que avançou em sua direção com um spray de pimenta. Ele usou o spray de pimenta no rosto de Karine que gritou e disparou, com a visão prejudicada, a flecha por pouco não o acertou, Karine continuou gritando, estava incapaz de usar a balestra, mas ainda estava com a sua foice e desferia golpes pelo ar tentando acertar Eduardo, que agora estava correndo, saindo da Prefeitura, ainda com a aljava, mas sem a sua balestra.

***

Lucas deixou o apartamento do quadrante C-4 e agora caminhava pelas ruas do quadrante D-7, com o seu arco e flecha em mãos ele sabia que precisava fazer alguma coisa, na segurança do apartamento ele conseguia pensar com clareza e parecia muito fácil sair pela cidade, mas agora que estava pelas ruas, a adrenalina dominava o seu corpo. Saiu para as ruas, mas para fazer o que? Ir atrás dos seus colegas? Matá-los? Ele não conseguia admitir para sí mesmo, mas sabia que só um sobreviveria no final.

***

Kézia caminhava pela rua do quadrante E-8. Havia perambulado pela cidade sem rumo desde que o quadrante onde estava foi anunciado como Zona de Perigo e teve que deixar a Padaria onde passou a noite. Não sabia para onde ir, estava completamente perdida, mas algum tempo atrás, teve impressão de avistar no monumento da cidade, a sua amiga Gabriela. Não pensou duas vezes antes de começar a ir até lá ao seu encontro.

Ela estava se sentindo em pânico e profundamente desesperada, simplesmente não queria jogar, preferia morrer a ter de matar um dos seus colegas, e sabia que isso inevitavelmente acabaria acontecendo, ela já estava condenada à morte. Havia recebido uma pistola, poderia simplesmente dar fim à sua vida em um piscar de olhos, mas um tiro na cabeça era uma ideia que não lhe parecia conveniente. Ela iria encontrar a sua amiga Gabriela e explicar que não estava jogando, que se recusava a aquilo e que as duas poderiam fazer alguma coisa.

Kézia caminhava para a esquina, iria virar à direita e subir a escadaria que levaria até a rua onde Gabriela deveria estar. Ela acelerou os passos, e virando à esquina à sua esquerda, Lucas apareceu, empunhando um arco e flecha. “Droga... Ele não, ele não!” Kézia pensava. A essa altura, Lucas já havia a visto, Kézia levantou a mira da pistola enquanto Lucas esticava a corda do arco, os dois se encararam por um instante, foi quando se ouviu o tiro.

Sobreviventes: 21 e contando...


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Notas finais do capítulo

Estão gostando? Muita coisa ainda vai acontecer nessa história, o próximo capítulo sairá em breve.



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