Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 17
Nervos de aço


Notas iniciais do capítulo

Na arena, as habilidades físicas não são as únicas que contam, força mental e nervos de aço são essenciais quando se está em um jogo de vida ou morte.



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12 horas e 47 minutos de jogo...

No estacionamento de uma concessionária no quadrante D-3 encontravam-se Giane e Luana. Luana havia recebido uma bomba acionada por controle remoto e estava escondida dentro de um dos carros, mas foi encontrada por Giane, que estava armada com um revólver e usando um colete à prova de balas, que pegou de uma colega que ela mesma havia matado.

– Tudo bem? – Giane disse olhando para Luana, com um sorriso no rosto.

– Não. – Luana disse para Giane com sinceridade. Um segundo depois não acreditou que tivesse mesmo respondido.

– É... Eu sei... Não sei porque eu fiz essa pergunta idiota. – O sorriso da colega se apagou e imediatamente lágrimas começaram a cair dos olhos de Giane. - Não tá tudo bem... Não tá mesmo... – Giane disse chorando.

Luana ficou olhando para a colega ali na sua frente, na porta traseira do carro, se acabando em lágrimas, não sabia o que dizer, sentiu apenas uma enorme necessidade de chorar também. Lágrimas começaram a cair involuntariamente dos seus olhos quando Giane continuou:

– Quando eu saí da escola fiquei sozinha... Andando pela cidade... Tentando encontrar alguém... Eu só não queria ficar sozinha... Eu não quero jogar... Não quero que ninguém morra...

Luana olhou para a colega e sentiu compaixão dela, também não queria jogar, não queria que ninguém morresse.

– Eu também. – Luana respondeu – Não quero que ninguém morra... Não acredito que teve pessoas que entraram mesmo no jogo.

– Posso entrar? – Giane disse para a colega.

– Claro... – Luana disse receosa – Vamos proteger uma à outra – Mas mesmo naquelas circunstâncias, Luana sabia que era difícil confiar em qualquer pessoa. “É só eu manter esse revólver sob minha visão que vou conseguir me defender se ela apontar pra mim...” Luana pensou.

***

Giane entrou no mesmo carro em que Luana estava, poderia ter atirado de primeira, mas estava se divertindo com a situação. Prometera a sí mesma que atiraria para matar, mas percebeu que essa é uma manobra muito arriscada, poderia levar um tiro ou ser morta por algum aliado da pessoa em questão. Precisava conhecer o terreno inimigo antes de tomar qualquer iniciativa. Precisava parecer uma aliada, e não uma inimiga.

Estava enganando a colega com sucesso, mas sabia que precisava tomar cuidado “Ela não é que nem a burrinha da Eloise... Ela não confia em mim... Aposto que também tem um revólver e se eu apontar o meu agora ela mete uma bala na minha cabeça... Eu só preciso saber que arma essa garota tem, depois eu estouro os miolos dela...” Giane pensava. “Mas não posso pedir assim de supetão... Preciso descobrir que maravilha essa garota me esconde... Espero que seja outro revólver, aí eu vou ter dois e mais o colete...”

***

Helia estava na beira do rio no quadrante J-8, havia descido o barranco com violência para escapar de Cícero e agora estava coberta de arranhões e escoriações entre as árvores e arbustos. Iria esperar mais um pouco para garantir que não houvesse ninguém por perto e subir o barranco de volta para a rua. Com um susto, ela viu, acima do barranco, a sua frente, Tainá.

– O que você quer? – Helia disse para a colega.

– Obrigada. – Tainá respondeu séria – Por me avisar sobre o Cícero, acho que ele teria me visto se não fosse por você. – Ela completou.

– Aliadas? – Helia perguntou.

– Não, alianças não dão certo. Só um sobrevive, lembre-se disso. – Tainá respondeu com rispidez.

– Então o que você quer? Me matar? – Helia perguntou para Tainá.

– Acho que vai precisar disso agora. – Tainá disse, jogando para Helia um kit de primeiros socorros – Encontrei no banheiro do apartamento. Sei que não é grande coisa, mas pode ser útil.

– Vai ser muito útil, obrigada. – Helia disse guardando o kit na bolsa.

– Procure ficar longe de onde eu estou, fazendo favor. – Tainá disse de repente com lágrimas nos olhos – Eu, sinceramente... Não quero escutar um barulho de tiro por perto e saber que foi você quem morreu.

Helia acenou com a cabeça para Tainá, que se virou e entrou no prédio onde estava.

***

Giane e Luana estavam escondidas dentro de um carro no quadrante D-3. O sol estava no alto e o calor estava ficando insuportável.

– Eu preciso de água... – Luana disse. – Minha garrafa não tem mais.

– A minha está na metade... Pode beber. – Giane disse, dando a garrafa para a colega.

Luana pegou a garrafa em suas mãos “Será que está envenenada?” Ela pensou. Veneno não parecia muito o tipo de arma que os organizadores disponibilizariam, mas ela poderia muito bem ter encontrado em algum lugar da cidade. “Mas já está na metade... E de qualquer forma, se ela quisesse me matar, já teria usado esse revólver.” Giane encarava Luana, que bebeu a água da garrafa pressurosa.

– Acho que agora nós precisamos encontrar mais água. – Giane disse – Não podemos ficar aqui o dia inteiro.

– Deve ter água ali na concessionária. A gente busca e depois voltamos pro carro. Que tal? – Luana disse.

– Perfeito. – Giane disse, sorrindo para a colega.

As duas deixaram o carro, apesar do sol quente, estava muito mais fresco do lado de fora. Elas se dirigiram até a concessionária, onde encontraram um galão de água cheinho.

– Até que foi rápido. – Giane disse. – Vamos aproveitar.

As duas encheram suas garrafas e beberam a água o máximo que puderam. Depois encherem novamente as garrafas, para garantir. “Preciso descobrir a arma dessa piranha... E rápido, minha paciência tá esgotando... Só que ela presta atenção demais em mim, não confia em mim... Não posso sacar o revólver agora, dependendo da arma dela, ela pode me matar antes que eu consiga apertar o gatilho...“

***

Na sala de controle, vários soldados monitoravam as câmeras que estavam espalhadas pela cidade, seguindo os passos de cada aluno.

– Olhem isso aqui! – Um soldado disse, chamando seus colegas para observar na tela.

– O que foi? – Perguntou um deles.

– Garota 10 e Garota 17, juntas. – O soldado respondeu.

– Garota 10? Aquela que já matou uma participante? – Outro soldado pergunta.

– Essa mesmo. – O soldado disse.

– Caramba... Elas estão juntas a quanto tempo? Deve estar sendo uma guerra psicológica entre as duas. – Outro soldado falou.

– É, essas meninas... Tem nervos de aço. – O soldado falou.

***

Luana estava do lado de fora da concessionária com Giane. As duas haviam acabado de buscar água e ao saírem, Luana notou, que havia alguma coisa por de baixo da camiseta da colega “O que é isso? ... Essa marca embaixo é alguma coisa... Pensei que fosse do sutiã, mas não... Isso é... Isso é um colete à prova de balas!! Essa vadia está protegida com um colete à prova de balas... Mas eu pensei que ela tivesse recebido o revólver... Será que... Não... Não pode ser... Ela já matou alguém! E pegou a arma de alguém! Ela está se fazendo de aliada esse tempo inteiro. Mas por quê ela ainda não me matou?” Luana pensava, agora sabia que estava diante de uma ameaça. E se lembrou, que Giane não sabia que arma ela possuía. “É isso! Ela só quer saber que arma eu tenho... Ela espera que seja uma faquinha de merda ou algo assim.”

– Que calor... Eu tô morrendo de fome... A gente podia encontrar alguma coisa na cidade pra comer, né? – Giane disse, quebrando o silêncio entre as duas.

– É. Eu diria que é muito arriscado andarmos pela cidade, mas você tem esse revólver, e claramente já sabe usá-lo muito bem. – Luana disse para Giane, que se mostrou surpresa.

– Eu? Eu não sei... Eu tenho até medo de usar isso daqui... Ia até pedir pra você usar a sua arma... Qual mesma você recebeu? – Giane disse.

– Que arma eu recebi? Você queria saber esse tempo todo, não é?

– Não... Eu só acho que seria mais seguro se você usasse a sua arma também. – Giane respondeu.

– Pra você saber, a minha arma dá de dez à zero no seu revólver. – Luana disse colocando sua bolsa em cima do porta-malas de um carro. Giane olhava para Luana, atenta, que acabara de tirar um objeto do bolso.

– Você tá vendo isso daqui? – Luana perguntou para Giane, mostrando um pequeno controle remoto, com um único botão.

– Sim... – Giane respondeu.

– É o detonador de uma bomba. A bomba que está dentro dessa bolsa. Se eu apertar esse botão agora, eu e você vamos pelos ares. Entendeu? Por isso não adianta tentar me matar que eu acabo com nós duas agora mesmo.

– Por quê você tá dizendo isso? Você sabe que eu nunca faria uma coisa dessas. – Giane disse para Luana.

– Me poupe das suas mentiras! Eu sei que você tá usando um colete à prova de balas. – Luana disse para Giane, que a olhava com os olhos arregalados. Luana continuou a falar

– Então, quem foi? Deve ter sido uma das suas amigas... Aposto que foi a Helia! Você deve ter enganado ela igual tentou fazer comigo e quando ela se mostrou vulnerável você atirou na cabeça dela. Sua... Sua cadela! Assassina!

Giane olhou perplexa para Luana por uns instantes e se rosto logo se transformou em um sorriso cínico

– Haha! A detetive conseguiu descobrir, parabéns! – Ela disse, batendo palmas teatrais. – Mas eu sei que você não vai apertar esse botão, não se isso for matar você também.

– Pode apostar que eu aperto! Sua nojenta... Eu aperto! Pela Helia! – Luana disse.

– Foi a Eloise. - Giane disse soltando uma gargalhada e se virando de costas em seguida. Pretendia sair dali, não iria colocar mais a sua vida em risco.

Giane caminhou alguns passos, estava deixando Luana para trás em segurança, quando foi pega de surpresa. Sentiu algo a puxar pelo pescoço, não conseguia respirar, enquanto lutava para se livrar percebeu que estava sendo estrangulada pela alça de uma bolsa igual à sua, era a bolsa da Luana. Desesperada, Giane atirou para trás, acertando com sucesso a barriga de Luana que largou a bolsa enquanto cambaleava de costas. Luana tentava se recompor, seu plano tinha falhado, agora era tudo ou nada, iria apertar o botão e matar as duas ali agora mesmo. Mas antes pudesse tirar o controle do bolso, Giane lhe acertou um tiro no braço e pulou em cima da colega, que caiu no chão de costas, sem fôlego.

– Eu acho que não, queridinha... – Giane disse em cima de Luana, com o revólver apontado para o rosto colega. – Últimas palavras?

Luana lutou para se livrar, mas não conseguiu, reuniu o máximo de saliva que podia e cuspiu no rosto de Giane, que limpou com o ombro da camiseta.

– Você é uma vaca. – Luana disse, encarando Giane.

Giane soltou uma risada e disparou na testa de Luana, que morreu na hora.

Sobreviventes: 21 e contando...




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Notas finais do capítulo

O que estão achando da história? Comentem! O próximo capítulo sai em breve.



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