Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 15
Manipulação


Notas iniciais do capítulo

O Programa é inteiramente manipulado pelos organizadores do jogo. Será que todos os alunos tem conhecimento disso? E será que podem, de alguma forma, usar esse conhecimento para sobreviver?



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9 horas de 52 minutos de jogo...

Giane estava em frente ao Hotel, no quadrante F-6, observando o corpo de Eloise no chão. Elas costumavam ser amigas, mas as circunstâncias fizeram com que uma matasse a outra.

– Só morreu levando na cabeça... Aprendiz de vagabunda. Hahaha! - Giane disse, olhando para Eloise enquanto dava uma gargalhada que cortava o ar.

A cidade encontrava-se em completo silêncio, tão diferente do que era de costume, normalmente ouviriam-se carros passando por aquela rua e pessoas se movimentando. Mas agora, Giane encarava o corpo sem vida de sua amiga caído no chão.

– Foram três tiros antes de cair no chão, feito um saco de batatas... Haha! Essa danadinha deve estar escondendo alguma coisa de mim. - Disse Giane.

Ela então, se aproximou do corpo de Eloise e percebeu, que a colega estava com um colete à prova de balas por de baixo da roupa. Olhou para os lados, ninguém a vista. Tirou a camiseta de Eloise ali no meio da rua e o colete a prova de balas. Depois, colocou a camiseta por cima do corpo da colega. “Essa belezinha vai ser muito, muito útil...” Giane pensava, admirando o colete à prova de balas enquanto caminhava pela rua, deixando para trás o corpo de Eloise. Entrou em um estacionamento e tirou a camiseta, vestiu o colete à prova de balas e por cima colocou a camiseta. Ela precisava continuar sua caçada.

***

Na sala de controle do Programa, no quadrante da escola, um soldado monitorava a localização dos alunos. O General entrou na sala segurando um copo de café.

– Senhor, temos mais uma baixa confirmada. – O soldado disse ao General.

– Quem deixou a competição? – O General perguntou.

– Garota nº 7, senhor.

– Ah, quem matou?

– Garota nº 10.

– Garota nº 10... Garota nº 10... – O General falava, tentando se lembrar – Ah, sim! Uau, sério? No início eu pensava que ela fosse fugir feito um bebê chorão, mas quando trocou tiros com a Garota nº 6 logo ao sair da Escola eu já sabia que ela iria ser um problema para os outros participantes...

***

Cezar abandonou o prédio do quadrante J-7, e agora seguia por uma pequena ponte no quadrante I-8. Ele não sabia exatamente o que estava fazendo, mas precisava se movimentar, não poderia ficar ali o jogo inteiro, acabaria sendo encontrado, ou talvez os organizadores pudessem derrubar o prédio ou coisa parecida. Isso não chegou a acontecer na edição anterior do Programa, mas parecia algo de que os organizadores seriam capazes. Chegou ao fim da ponte, e agora se encontrava na principal rua da cidade, uma longa Avenida, que agora se encontrava completamente vazia e silenciosa.

“O que eu vou fazer agora? Pra onde eu vou?” Cezar pensava, indeciso “E se eu encontrar alguém pelo caminho? Eu vou matar? ... Eu já matei o Anacleto... Mas foi porque ele tentou me matar... Só 1 sai vivo... A sobrevivência do mais apto... O que eu vou fazer? Meu Deus... O que eu vou fazer?” O tempo não estava muito quente, mas Cezar estava suando. Subiu em uma rua à esquerda, e continuou caminhando. “O que é que eu estou fazendo? Meu Deus... Eu devo estar pirando... Tá muito quente... Devo estar pirando...” Cezar pensava.

***

Tainá ainda estava no Supermercado no quadrante J-6, não se recuperara totalmente do encontro que teve com Helia. Nunca havia sentido tanto medo “Uma arma apontada para você... A pior sensação do mundo... A pior...” Ela pensava “E que bosta eu estava pensando? Matar a Helia, minha colega? Uma pessoa que eu convivia todos os dias... Eu nunca conversei muito com ela... Mas eu não teria coragem, não teria coragem... Só 1 sobrevive, os outros 34 morrem! Eu não quero morrer... Eu preciso... Preciso vencer! Vou precisar matar? Talvez... Não quero matar... Não quero... Talvez eu consiga... Vencer... Talvez eu consiga vencer.” Ela enfrentava um conflito entre seu pensamento racional e emocional contra os seus instintos mais humanos. Não havia outra saída, precisaria matar quando chegasse a hora.

***

Daniel estava na farmácia do quadrante F-5, ficara ali durante toda a noite e assistiu Gustavo matar Maiara com um fuzil e pegar arma da garota. Sabia que Gustavo tinha um fuzil, e sua katana não era nada comparado aquilo. Ele precisava ter uma visão melhor da cidade, onde conseguisse ver de longe seus inimigos, mas não queria se afastar, o local onde estava era excelente, e pensava que os organizadores não transformariam o quadrante daquele cruzamento em uma Zona de Perigo tão cedo.

Colocou todos os mantimentos que trouxe do Mercado e colocou-os na bolsa. Empunhou a sua espada na mão e abriu a porta de vidro da farmácia, uma brisa fraca passeava pela cidade e ele conseguia senti-la, tão calma, tão breve, um momento glorioso. Avistou mais ao longe, no quadrante F-6, um corpo caído no chão, era uma garota. Em um choque, seu cérebro retornou à realidade em que se encontrava, estava em um jogo de vida ou morte, e metros à sua frente, estava uma colega sua, morta.

“Quem será que é? Não posso ir até lá, é arriscado demais... Preciso encontrar um lugar alto, para ver meus inimigos. Mas onde?” Ele pensava, quando olhou para o prédio da farmácia, estava na cara. Ele caminhou até o lado da farmácia, e ao lado de uma Cafeteria, encontrou uma entrada. Abriu a porta de vidro e seguiu por um corredor, subiu as escadas e entrou na primeira porta, agora se encontrava em uma sala no segundo andar do prédio da Farmácia. As grandes janelas de vidro seriam perfeitas para avistar quem se aproximava.

***

Gabriela estava armada com uma faca militar em um boque no quadrante C-9, passara a noite ali e mal conseguia acreditar no que estava fazendo, ali, sozinha no meio de um bosque, em uma competição de vida ou morte junto com outros 24 colegas, de acordo com o último anúncio. Estava com sede e fome, bebeu um pouco da água da chuva à noite e toda a água de sua garrafa, mas não era o suficiente. Precisava de água, ou morreria de sede. Estava saindo do bosque e indo em direção à estrada, quando avistou à frente, do outro lado da rua, alguém saindo do meio das árvores, no bosque do outro lado da estrada.

Voltou para o meio do bosque, torcendo para não ter sido vista “Quem foi o louco de ter se escondido no mato igual a mim?” Gabriela pensava, escondida no meio das árvores, observando a outra pessoa caminhar pela rua com passos apressados e entrar pelo portão de uma grande residência ali perto. Reconhecera Vinícius, um adolescente com aquela altura era inconfundível. “Será que eu consigo matar ele? ... Nossa, que porra que eu tô pensando? Merda!” Ela bateu com o punho na cabeça “Matar meu próprio colega... Será? Entrar no jogo? É, no final todos entram nessa merda de jogo. É a única maneira de vencer. Mas eu não conseguiria matá-lo com essa faquinha, nem ao menos consegui ver que arma ele carregava... Vou precisar tomar mais cuidado, e tentar encontrar alguma arma melhor.”

***

Vinícius adentrara em uma grande residência no quadrante C-8, caminhara por entre as árvores de um bosque para encontrar aquela casa. Estava muito cansado e suado. Não sentia sede, mas para garantir, bebeu um pouco mais de água da torneira da cozinha, sabia que precisava se hidratar. Precisava trocar de roupa, suas calças estavam sujas de barro do bosque em que passara a noite. Estava muito suado e com vontade de tomar banho, olhou para uma câmera do Programa no canto do teto da cozinha e se perguntou, se teria uma daquelas no banheiro.

***

Gabriel perambulava pelas ruas no quadrante C-3, armado com um revólver. Estava disposto a ganhar, era tudo o que mais desejava. Estava muito cansado, passou a noite inteira acordado vagando pela cidade e não encontrou ninguém, e a esse ponto pensava com um pouco de dificuldade e falta de clareza. Para ganhar precisava matar, a ideia lhe incomodou no início, mas agora não se importava mais. Se encontrasse alguém em seu caminho, atiraria sem pensar duas vezes. Iria jogar, e iria jogar para vencer.

***

Felipe continuava no depósito da loja de materiais de construção no quadrante H-5, sendo que entrada da loja estava no quadrante G-5. A picareta que encontrou em sua bolsa e a pistola de pregos que achou no depósito estavam cima de uma das caixas. Será que os organizadores do programa sabiam que ele estava se escondendo e pretendia ficar ali o máximo de tempo possível? Ele se perguntava. Sabiam, claro que sabiam. Mas por quê não transformaram seu quadrante em Zona de Perigo? Não sabia a resposta. Mas iria aproveitar o máximo que pudesse o seu esconderijo. Um galão de água estava à sua disposição dentro da loja e não via necessidade de abandonar o local.

***

Juliana se encontrava na cozinha de uma casa no quadrante F-1, passara a noite em uma casa no quadrante G-1, mas ao amanhecer teve que abandoná-la porque o quadrante virou Zona de Perigo. Com o seu detector portátil ela precisava se preocupar apenas por onde iria escapar caso alguém se aproximasse, mas felizmente, ninguém estava próximo. Estava ciente, de que poderia estar deixando os organizadores do Programa furiosos com a sua estratégia, e aquilo apenas a deixava mais eufórica.

Nunca foi o tipo de pessoa que arruma brigas, mas saber que poderia estar deixando o General furioso lhe dava uma espécie de prazer recompensador, ainda mais com uma estratégia tão simples e primitiva quanto fugir. Sabia que pouquíssimas pessoas estariam apostando nela, e isso não a aborrecia, pelo contrário, saber que não estava produzindo qualquer tipo de conteúdo interessante para o Programa lhe deixa imensamente feliz. Estava batendo de frente contra toda a manipulação dos organizadores, e tudo isso dentro das regras do Programa.

***

–Senhor... – O soldado interrompeu o General, que estava lendo um jornal.

– O que foi? – O General disse, parecendo incomodado com a interrupção.

– A Garota nº 14 se escondeu de novo, no quadrante do lado.

– Isso já era de se esperar... – O General respondeu, parecendo despreocupado.

– E... Senhor, o Garoto nº 4 e o Garoto nº 7 ainda estão no mesmo quadrante de ontem à noite. Por que não transformou os quadrantes deles em Zona de Perigo? - Ele perguntou ao General.

– Eu já reparei neles, soldado. – Respondeu o General rispidamente. – Mas como você deve ter percebido, eles estão em quadrantes onde se encontram ruas de grande importância na movimentação dos alunos... Em especial, dos nossos queridos caçadores. Bloquear esses quadrantes iria atrasar o número de mortes, a audiência iria começar a achar o Programa uma chatice.

– Tem razão. – Falou o soldado.

– Mas você deve estar se perguntando... – Disse o General, em um tom superior – “E o que vai acontecer se eles ficarem ali até o término do jogo?”

– Eu estava realmente pensando nisso General. – O soldado respondeu.

– Digamos que eu já tenho um plano, e quando ele entrar em ação, bom... Todos os coelhos vão precisar sair de suas tocas.

Sobreviventes: 22 e contando...




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Notas finais do capítulo

Qual será o plano do General? Quando ele será revelado? Aguardem os próximos capítulos.



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