Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 14
Traição


Notas iniciais do capítulo

Você já matou o seu melhor amigo hoje?



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9 horas e 22 minutos de jogo...

Vinícius chegou ao limite da Arena no quadrante A-6, havia uma grande grade bloqueando a rua e impedindo sua continuidade. Ele desligou o carro, pegou sua bolsa, saiu do veículo com pressa e olhou ao redor. Não havia ninguém por perto. Ele pensou em entrar em uma das casas próximas, mas o carro estava parado ali no meio da rua, seria um dos primeiros lugares em que um caçador o procuraria. Ele poderia ter ficado ali bolando uma estratégia ou um plano, como faria de praxe, mas seus pensamentos estavam a mil, a imagem de Murilo morto no capô do carro não saía de sua cabeça. Vinícius então abandonou o carro ali mesmo no meio da rua, e seguiu seu trajeto a pé.

***

Cezar acordou assustado no sofá de um apartamento no quadrante J-8, escutou um barulho muito alto que estava vindo do telhado do prédio. O que seria aquilo? Precisava verificar. Colocou a faca de trincheira em um bolso e a arma de choque em outro, na mão, segurava seu revólver Smith & Wessom. Saiu do apartamento e foi até o último andar, abriu a porta do terraço e para sua surpresa, em cima do prédio havia um helicóptero. O helicóptero estava sendo pilotado, planando acima do prédio, e dentro ele reconheceu alguns colegas, junto com vários soldados. Kézia, Lucas, Helia e Giane estavam dentro do helicóptero. Helia fez sinal para ele se aproximar e começou a falar, gritando, devido ao barulho forte que a hélice do helicóptero fazia:

– Vem Cezar! Entra!! – Ela disse.

– O quê? Mas como... – Cezar estava confuso.

– Não dá tempo pra explicar, estão tirando todos os alunos da Arena! – Helia gritava.

– Eles estão cancelando o Programa! –Giane tentava explicar para Cezar, que parecia atordoado.

– Mas... E os colares? – Ele perguntou.

– Eles sabem um jeito de tirá-los! – Helia disse, fazendo um sinal e no mesmo instante uma soldada saiu do helicóptero com uma caixa de ferramentas. A soldada colocou a caixa no chão e tirou algumas ferramentas.

– Vire-se! – Ela pediu, e Cezar se virou no mesmo instante. Ele sentiu a mulher mexer no colar e de repente, crac, o colar se desprendeu do seu pescoço. Ele mal conseguia acreditar, o Programa tinha sido cancelado. Agora ninguém mais precisava morrer. “Morrer...” Cezar pensou.

– Mas eu já matei! Agora não tenho mais esperança... Quem vai querer confiar em um assassino? – Ele disse para seus colegas no helicóptero.

– Ninguém morreu Cezar! – Lucas gritou – Você acha que o Governo ia deixar nós morrermos assim? Alguns ficaram feridos, mas ninguém morreu. Eles reanimaram os alunos.

Cezar começou a sorrir, era tudo tão perfeito, finalmente, tudo aquilo havia acabado. Estavam a salvo, todo mundo. A soldada entrou no helicóptero, seguida de Cezar, que foi ajudado pelos colegas.

– O Anacleto está no Hospital agora... – Kézia disse – A Andressa e a Daiane também.

– Eu estou... Muito contente, de verdade. – Cezar disse aos colegas, enquanto uma grande alegria preenchia seu peito. Ele observou o helicóptero ganhar altitude, estavam agora deixando o prédio para trás.

Blam! Cezar escutou. O que teria sido aquilo? Algo bateu no helicóptero? Estavam sendo atacados? Blam! Ele ouviu novamente. O que estava acontecendo? BLAM! BLAM! BLAM!

Cezar acordou assustado no sofá do apartamento no quadrante J-8. Um pombo batia no vidro da porta da varanda. BLAM! Ele se levantou, abriu a porta da varanda e expulsou o pássaro. Cezar se sentou no sofá da sala, frustrado, pensando no seu sonho.

***

Giane estava no quarto de hotel no quadrante F-6, acabara de tomar um banho e penteava seus cabelos pretos com as mãos em frente ao espelho. “Vou ter que encontrar alguma maquiagem nessa cidade” ela pensava, enquanto encara seus olhos azuis no reflexo do espelho. Olhou pela janela, tinha uma visão privilegiada da cidade ali de cima. Admirava a manhã tranquila ao mesmo tempo em que olhava para o seu revólver Colt Phyton na mão. Precisava começar sua caçada, alguém já havia começado, e ela não iria ficar ali esperando para ser morta por algum colega. “Esses homens... Acham que são melhores que as mulheres em tudo... Na edição passada eu lembro perfeitamente... A maioria das garotas não quis jogar... Vitória de um garoto... Bom, eu vou mostrar pra eles... Uma garota pode sim ganhar esse jogo, e ela se chama Giane!”

***

Eloise havia abandonado o Hospital do quadrante D-7, pois havia se tornado uma Zona de Perigo, e agora vagava pelas ruas da cidade. Honestamente, ela não sabia o que iria fazer. Desde o início ela decidiu que não queria jogar, aquilo tudo era insuportável para ela. Sentia-se abençoada por ter recebido um colete à prova de balas, mas sabia que apenas isso não a levaria à vitória. Estava se sentindo sozinha, completamente sozinha. Onde estariam seus amigos? A Giane? O Felipão? A Gabriela? Para onde eles teriam ido? Será que algum deles já teria morrido desde o último aviso? Sim, era possível.

Eloise caminhava, lágrimas escorriam dos seus olhos. Ela se sentou no meio-fio e começou a chorar desesperadamente. “Foda-se se tiver alguém olhando! FODA-SE TUDO!! Essa bosta de Programa idiota! Governo idiota! Eles assistem nós morrermos na televisão, e ninguém faz nada!” Ela pensava desesperada, era tudo muito insuportável. Levantou-se e continuou caminhando, precisava encontrar algum amigo, qualquer pessoa que a fizesse se sentir melhor, alguém leal, de confiança.

***

Amanda, Delhidiani, Heloísa e Luciano estavam na Confeitaria no quadrante H-7. Nenhum deles conseguiu dormir, apesar de bolarem planos de vigília. O clima era de tensão extrema, e volta e meia, algum deles conferia para ver se o cianeto de potássio de Amanda estava exatamente no mesmo lugar e na mesma quantidade, apesar de nenhum deles comentar que estivesse realmente fazendo isso. Ninguém queria parecer desconfiado ou com dúvida da lealdade de cada um. Mas todos já tinham assistido ao Programa, e traição era algo que acontecia com frequência. Eles até se lembravam do slogan de divulgação do Programa “Você já matou o seu melhor amigo hoje?”, que ficava espalhado por todos os cantos, em panfletos e cartazes, outdoors e anúncios de televisão e revista.

Amanda entrou na cozinha da Confeitaria com um saco de papel

– Até que nós escolhemos bem nosso esconderijo. – Ela disse, colocando o saco em cima da mesa. – Vejam só, temos pão de queijo à vontade!

Delhidiani, Heloísa e Luciano não estavam contentes de maneira nenhuma, mas fingiram entusiasmo enquanto apanhavam um pão de queijo cada um. O que fariam se restasse apenas os quatro no final? Iriam permanecer unidos até às ultimas consequências e o colar de todos explodir, ou alguém se renderia ao medo e cederia à pressão, liquidando seus próprios amigos? Eram questões que todos tinham na cabeça, mas preferiam não expô-las.

***

Eloise caminhava no quadrante F-6, estava se sentindo muito triste. De repente, ela avistou, saindo do Hotel, Giane. Mal conseguia acreditar, depois de tanto tempo sozinha, finalmente encontrou sua grande amiga. Seu peito se encheu de uma grande felicidade. Agora elas ficariam juntas, formariam uma aliança e se manteriam unidas até o fim, para o que der e vier. 

– Giane! – Eloise chamou, estava muito contente de ter encontrado sua amiga. “Agora nós vamos ficar juntas, passar por tudo isso unidas!” Eloise pensava, enquanto corria para a amiga, que a avistara.

Eloise se aproximou de Giane, e antes que pudesse dizer alguma coisa, recebeu um tiro na barriga. Giane esperou Eloise cair no chão, mas Eloise permaneceu de pé, olhando perplexa para a amiga. O colete à prova de balas a protegeu. Giane disparou, mais duas vezes contra o peito da colega, que permaneceu de pé, em estado de choque. Eloise começou a correr, e alguns metros depois, Giane disparou novamente, acertando na cabeça de Eloise, que caiu no chão, morta.

Sobreviventes: 22 e contando...




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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Odiaram? Comentem! Eu removi as fichas dos participantes no final dos capítulos, acho que só serviu para confundir os leitores. O próximo sai em breve.



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