Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 13
Alvorada


Notas iniciais do capítulo

A noite passou e os primeiros raios de sol iluminam a Arena, como os participantes começarão esse novo dia de massacre?



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9 horas de jogo...

Murilo acordou assustado na Construção no quadrante H-3, o hino nacional começara a tocar nos altos falantes da cidade, quanto tempo se passou desde que começou a dormir? A noite já havia terminado, e a chuva também, os primeiros raios de sol iluminavam a manhã. Ele olhou no relógio, eram 7 horas. Caiu no sono quase 5 horas da madrugada, estava feliz, conseguiu dormir pouco mais de 2 horas, e estava vivo.

O volume do hino nacional foi diminuindo, e em seu lugar ouviu-se a voz do General:

– Bom dia, meus jovens guerreiros! Passaram-se 6 horas desde o meu último comunicado, sei que vocês estão com os pensamentos a mil, então serei o mais breve possível. Vamos agora à lista de mortos, desde o último aviso, na ordem em que seus colegas, bem... Vocês sabem... : Garota nº 3 – Bruna, Garota nº 19 – Pamela, Garoto nº 5 – Diego, Garoto nº 9 – Geovani, e por fim, Garota nº 18 – Maiara! Um total de 5 baixas. Agora temos 11 garotos na competição, e 13 garotas. 24 alunos ainda, 23 precisam morrer, para apenas 1 de vocês sair vivo. Agora, eu quero que vocês prestem muita atenção, vamos lá... Caneta e mapa na mão, daqui a 5 minutos, as seguintes áreas serão consideradas Zonas de Perigo: G-1, H-4, D-7 e J-10. Espero que tenham prestado atenção, até o próximo comunicado... Para quem sobreviver.

Murilo parou um tempo para tentar recordar das Zonas de Perigo, será que ele estava em uma delas? Não, estava no quadrante H-3, isso significa que o quadrante ao seu lado, H-4, logo, logo se tornaria Zona de Perigo. Parou para se lembrar das mortes, apenas 5, mais outras 6 no aviso anterior, honestamente, ele esperava mais da primeira noite. Olhou para o bosque abaixo do morro da construção. Tinha alguém lá, sim, dava para ver claramente, alguém estava ali naquele bosque, no quadrante H-4. Murilo reconheceu, Vinícius estava ali, era ele quem estava ali à noite embaixo da chuva... Mas para onde ele estaria indo agora? Murilo precisava acompanhá-lo, não parecia estar armado. “Vai ser muito, muito fácil...” Murilo pensou.

***

Vinícius estava deixando o bosque do quadrante H-4, precisava sair o mais depressa dali. “Malditos organizadores... Sabiam que eu não ia sair dali, e agora querem me jogar aos leões...” Vinícius pensava, agora pisando no terreno lamacento. Olhou para a ponte, ninguém o estava observando. Teria que sair dali pelo mesmo caminho no qual havia escapado de alguém na noite anterior. Entrou pela janela e agora se encontrava no banheiro, no qual pretendia passar a noite. Estava com vontade de fazer xixi, aproveitou a oportunidade. Encheu a garrafa com a água da torneira e guardou-a na bolsa.

Saiu do banheiro, passou pelo corredor e subiu às escadas até o estacionamento da Igreja. Olhou admirado a alvorada. Estava um dia bonito, a luz do sol refletindo no orvalho das folhas das árvores, que dançavam no ritmo da brisa. Respirou fundo e deixou o estacionamento. Observou, em frente à praça, 3 carros estacionados, eles não estavam ali na noite anterior. Vinícius se aproximou, e percebeu, que o corpo de Fabíola não estava mais ali no meio da rua. "Os organizadores devem tê-lo tirado." Pensou. Será que eles também haviam deixado ali aqueles carros?

Vinícius se aproximou dos carros, eram Blazers. Carros utilizados por órgãos governamentais. Algo estava escrito no capô do carro, em letras pequenas, acima do logotipo do Programa. Vinícius conseguiu ler “Veículo disponível para uso dos participantes.” Isso significava que ele poderia usar aqueles carros? Ele entrou no carro, e sim, a chave estava ali. Ele poderia sim usar aquele carro. “A essa hora da manhã? Não... Vai fazer muito barulho... Não posso chamar a atenção.” Vinícius pensava com a mão no volante. Decidiu sair do carro.

***

Murilo estava no quadrante I-4, ao lado da Igreja, observando Vinícius. Sim, ele não portava nenhuma arma, apenas a bolsa. “Deve ter recebido uma caneta ou algo assim! Essa vai ser fácil.” Ele saiu do lado da Igreja e começou a correr em direção a Vinícius, que só percebeu a presença de Murilo segundos depois. Murilo ergueu a ripa cheia de pregos e desferiu um golpe contra Vinícius, que por pouco conseguiu desviar. Vinícius entrou no carro e trancou as portas. Murilo começou a acertar o vidro do carro com força, que parecia prestes a quebrar. Quando percebeu que Vinícius ligara o carro, Murilo subiu em cima do veículo, não ia deixar ele escapar. Começou a acertar golpes do vidro da frente, quando Vinícius acelerou. Murilo se segurou na parte de cima do carro enquanto Vinícius dirigia o carro, sem saber para onde ir, tentando arremessar o colega de cima do carro.

O veículo dava voltas pela praça, quando Vinícius freou o carro em frente ao Palco da praça. Murilo caiu no chão, deixando escapar todo o ar dos pulmões. Vinícius deu ré e estava saindo da praça.

– Isso! Foge mesmo, covarde! – Murilo gritou com toda a força.

Murilo observou o carro dar meia volta e vir em sua direção.

***

Vinícius acelerou o carro em direção a Murilo, que tentou correr. Alguns segundos depois, o carro atingiu Murilo com toda a força e bateu contra a frente do Palco da praça. Com o choque da batida, o air-bag do carro foi acionado, quando se esvaziou, Vinícius conseguiu ver a sua frente, Murilo esmagado, seu tronco em cima do capô do carro. Estava feito, acabara de matar um colega, agora não havia mais volta. Entrara no jogo.

Ele saiu do carro com as pernas bambas, foi mais feio do que tinha imaginado, nunca iria conseguir esquecer tanto sangue. Agora haviam 2 carros à disposição. Um dos 3 estava destruído. Ele entrou no segundo carro, ligou-o e partiu em direção a Avenida da cidade.

***

Tainá estava em uma salinha atrás do Palco da praça, escutou um carro, alguém gritar alguma coisa e depois um barulho muito forte. Mas agora já não havia mais nenhum barulho. Decidiu sair da salinha, estava agora em cima do Palco, viu um carro ali na frente. “Alguém foi muito barbeiro...” Ela pensou, e ao se aproximar da borda do palco, viu, na frente do carro, esmagado contra à frente do palco, o corpo de Murilo. Não conseguiu se controlar, e vomitou ali mesmo no palco. Não tinha coragem para ver de novo. Entrou na salinha atrás do palco e começou a chorar, era tudo muito pior do que havia imaginado, e estava acontecendo, ela não estava assistindo pela televisão, aquilo estava realmente acontecendo, com ela e com seus colegas.

***

Helia estava no camarim do Teatro, no quadrante I-6, arrumando o s cabelos louros em frente ao espelho. Não teve uma noite muito tranquila, escapou da morte por muito pouco, dormiu no chão do banheiro do camarim em cima de algumas fantasias e teve inúmeros pesadelos, com diferente colegas, entrando no banheiro em que dormia e a matando de diferentes maneiras possíveis. Um medo incontrolável a dominava, e dizia para ela permanecer no Teatro. Mas ela já havia se decidido, iria aproveitar sua vida, enquanto ainda podia, e quando chegasse a hora, bom, ela saberia o que fazer.

Deixou o camarim e saiu pela porta lateral do Teatro, subiu o corredor e saiu pelo portão. Olhou na praça, alguém tinha batido um carro na frente do Palco. Será que alguém estava inconsciente ali dentro? Não, talvez fosse alguma armadilha. Não iria se aproximar. Foi em direção ao Supermercado.

Entrou no Supermercado, e logo na entrada, viu uma macha enorme de sangue. Ficou em estado de choque, e segundos depois, viu outra mancha de sangue no começo de um corredor de prateleiras. Havia sangue, muito sangue, mas nenhum corpo. “Os organizadores devem ter tirado os corpos... Meu Deus... Nem acredito que consegui sobreviver até agora...” Ela pensava.

***

Tainá deixou a salinha atrás do palco da praça e agora caminhava pela praça. Precisava tomar alguma atitude, a menos que quisesse terminar como o Murilo. Estava armada com um picador de gelo, mas não iria se deixar intimidar por isso. Chegou ao fim da praça e virou à direita, em direção ao Supermercado.

***

Helia estava na seção de doces do Supermercado, guardando diferentes barras de chocolate na bolsa “Quero mesmo que a minha dieta vá pra puta que pariu!” Ela pensava, sorrindo. Queria que seus amigos estivessem ali, o Vinícius daria risada com toda a certeza, o Daniel também... Felipão diria o seu típico “Ô, que bom!” e sorriria... E onde estaria a Izabela? E a Giane? Não tinha como saber, só torcia para que todos estivessem bem.

***

Tainá entrou no Supermercado, armada com seu picador de gelo, olhou para duas grandes manchas de sangue, uma logo na entrada e outra entre as prateleiras. Escutou um barulho, um zíper. Alguém estava ali? Sim, alguém estava ali. Provavelmente aproveitando a manhã, enquanto todos os outros participantes estão exaustos por causa da noite, para saquear o Supermercado.

Ela se aproximou de uma das prateleiras e viu em um corredor, Helia, fechando o zíper da bolsa. Helia viu Tainá, e a encarou com seus olhos azuis por um instante. Tainá empunhou o picador de gelo, determinada e assustada ao mesmo tempo. Se aproximou e viu Helia sacar a pistola.

– Você não vai querer fazer isso. – Helia disse, passando pela colega enquanto mantinha a mira na garota.

A coluna espinhal de Tainá gelou instantaneamente, não esperava uma pistola, justo uma arma de fogo. Olhou para Helia assustada, que caminhava de costas, mirando em Tainá. Em seguida, Helia deixou o Supermercado apressada.

Sobreviventes: 23 e contando...



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Notas finais do capítulo

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