Batalha Real - Matar ou Morrer! escrita por Stark


Capítulo 12
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Interferências climáticas são capazes de parar aqueles que buscam a vitória?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/372215/chapter/12

5 horas e 48 minutos de jogo...

Maiara estava no quadrante F-4, armada com uma pistola quando escutou barulhos de tiro. Não era a primeira vez que escutara tiros na Arena, mas nenhuma das vezes os barulhos foram tão próximos como agora. Ela sabia que alguém havia acabado de morrer a alguns metros de onde ela estava, e que o assassino poderia estar se aproximando agora mesmo. Pingos de chuva começaram a cair e ela começou a correr.

Em sua frente ela avistou um Mercado, seria um ótimo lugar para se esconder da chuva e do assassino. Mas quantas outras pessoas, assim como ela, cogitaram em entrar no Mercado? Ela observou aquele lugar, quantos outros alunos iriam entrar ali? E será que alguém já estava ali dentro, esperando alguém desprevenido entrar? É, aquele era um lugar que ela certamente deveria evitar. “Não agora... É muito cedo...” Ela pensou.

Continuou correndo, a chuva engrossando, até chegar no quadrante F-5. Corria mais rápido, quando avistou no cruzamento, em frente à Farmácia, Eduardo. Ele segurava uma balestra, e parecia mirar com cuidado, antes de ter qualquer reação, uma flecha acertou o ombro direito de Maiara. Ela tentou erguer o braço, mas seu ombro doía demais. Enquanto Eduardo carregava a a balestra, Maiara passou a pistola para a mão esquerda e atirou contra Eduardo. O tiro não acertou o garoto, que ao olhar para a sua direção, começou a correr, desaparecendo na esquina.

Maiara pensava aliviado “Haha! Botei aquele desgraçado pra correr. Meu ombro tá doendo... Eu só espero que essa flecha aqui não...” Seus pensamentos se interromperam quando escutou um barulho de tiro. De onde tinha vindo? Ela olhou para o seu peito, agora sua camisa estava manchada de sangue, mas não havia sido causado por uma flecha. “Não...Não...” Ela pensava, enquanto caía de joelhos “Muito cedo, muito cedo...”, as lágrimas caindo dos seus olhos em seu rosto já molhado pela chuva. Caiu no asfalto sem forças, enquanto ainda de olhos abertos, a vida abandonava seu corpo. “Muito cedo... Muito cedo...”.

***

Gustavo estava no quadrante F-5, acabara de acertar Maiara com um único tiro certeiro, bem no coração. Ela não o viu chegando, estava de costas, mas Eduardo o vira, e saiu correndo. A chuva caía forte agora. Gustavo se aproximou do corpo já sem vida de Maiara e avistou a pistola na mão esquerda da garota. “Finalmente uma arma que preste!” Ele pensava, enquanto guardava a pistola no bolso.

***

Daniel estava dentro da Farmárcia no quadrante F-5, e observava do lado de fora Gustavo ao lado do corpo de Maiara, sob uma forte chuva. “Só espero que ele não entre aqui...” Daniel torcia. Ele viu Gustavo virar a esquina em frente a Farmárcia e ir em direção a Avenida da cidade, provavelmente estava indo atrás de Eduardo. Aliviado, ele repassava tudo o que havia acabado de acontecer em sua cabeça “Eduardo... Ele está jogando, e recebeu uma arma boa, ataca a distância... O que era aquilo? Uma besta? É, uma besta. Eduardo recebeu uma besta, e a usou pra tentar matar a Maiara, só que não conseguiu, eu acho, ele saiu correndo. Acho que foi porque viu o Gustavo... A Maiara não viu ele, não soube nem quem a acertou... Uma morte tão triste...” Ele pensava enquanto observava a chuva cair do lado de fora sobre o corpo de Maiara.

“Ela recebeu uma pistola, que agora está com o Gustavo, que já tem um fuzil, e está jogando... Preciso ter cuidado com esses dois... Gustavo e Eduardo...” Daniel pensava, bebendo um gole de uma garrafa de suco que pegara no Mercado.

***

Vinícius estava em um bosque no quadrante H-4, tinha conseguido dormir um pouco, mas foi acordado pela chuva que caía forte. Cogitou em sair do bosque, mas abandonou essa ideia em seguida. Iria aguentar o máximo possível ali e só sairia quando restassem ele e outro aluno.

A única coisa que o incomodava nesse instante eram os seus óculos. Eles eram uma desvantagem, sem sombra de dúvida, não poderia perdê-los, ou estaria condenado à morte. Mas os óculos escorregavam do seu rosto com frequência “Merda de miopia... E esses óculos não estão ajudando... Fica escorregando o tempo inteiro. Se eu ao menos pudesse colá-los ou alguma coisa parecida... Isso! Colar! Quando eu sair daqui, vou procurar fita adesiva e colar as pontas da armação atrás da orelha, aí essa porcaria não vai mais ficar escorregando!” Ele pensava determinado, escutando o barulho da chuva bater nas folhas das árvores. Quando tempo demoraria até que restasse apenas ele e mais outro aluno? Ele se perguntava, enquanto bebia um pouco mais de água da chuva.

***

Juliana estava na cozinha de uma casa no quadrante G-1, a salvo da chuva enquanto esquentava uma água na chaleira para preparar um chá e conferia de tempo em tempo, o seu detector portátil em cima da mesa. O que estariam fazendo os seus colegas nesse momento? Quantos deles estariam fugindo assustados, assim como ela, e quantos outros, estariam agora, embaixo da chuva, caçando seus colegas? Como cada uma estaria lidando com aquela situação? Não haveria como escapar, só um sobreviveria no final. Não poderia confiar em ninguém, absolutamente ninguém. Sabia o que aconteceria caso confiasse em alguém, acabaria sendo morta enquanto dormia. Não, ela não queria isso. Iria continuar com a sua estratégia, e com um pouco de sorte, poderia se tornar campeão.

***

Kézia chegara ao limite da Arena, estava em uma ponte no quadrante J-10 e contemplava o rio que passava. Pensara seriamente em se jogar dali de cima, mas desistiu da ideia. A ponte não era alta o suficiente, e provavelmente acabaria sendo arrastada pela correnteza até além da Arena, onde seria morta pelos soldados do Governo, exatamente como ela assistiu na edição anterior do Programa, onde um grupo de estudantes, aterrorizados pela situação, pularam as cercas e tentaram fugir, onde foram chacinados cruelmente por soldados fortemente armados.

Abandonou a ponte, com sua pistola em mãos, e entrou em uma Padaria no mesmo quadrante. Ali era um excelente local, isolado, poucos alunos passariam por ali, talvez ninguém passasse, e tinha água e comida a disposição. Um ótimo lugar para se esconder, até decidir o que faria dali em diante.

***

Eloise estava em um dos quartos no Hospital, estava muito cansada. Sentia-se sozinha, mas levemente esperançosa, já que havia encontrado água e refúgio. Mas ela precisava descansar. Arrumava alguns lençóis em uma maca, contemplando a solidão do local “Vai ser muito difícil alguém vir aqui... E se alguém entrar no Hospital, vai ser muito difícil me encontrar justo aqui nesse quarto...”. Ela pensava. Deitou-se na maca, relaxada, e depois de algum tempo, caiu no sono.

***

Murilo estava no segundo andar de uma Construção no quadrante H-3, olhando para a chuva que agora caía forte, acompanhada de alguns trovões. Ele estava armado com uma ripa cheia de pregos e observava abaixo do morro onde estava a construção, um bosque. Olhava a água batendo nas folhas das árvores com força, e imaginava onde estariam seus colegas.

Um relâmpago caiu, e a luz que se propagou por uma fração de segundos iluminou aquele bosque. Murilo avistara alguém entre as árvores. Será que era realmente uma pessoa? Até que ponto ele poderia confiar em sua mente aterrorizada? Deveria ir até lá, conferir, e eliminar um concorrente? Ele se perguntava “Não... Ninguém estaria ali embaixo dessa chuva, deve ter sido só uma árvore com um formato semelhante... Só isso.” Ele pensou. Não iria sair por aí à noite, esperaria até o amanhecer, onde tudo estaria às claras. Ele sentou-se no chão, apoiando as costas na parede, e dormiu.

Sobreviventes: 24 e contando...


 



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estão gostando da história? Comentem! Acharam legal as fichas dos participantes no final? Coloquei uma em cada capítulo a partir do capítulo 3 - O Começo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Batalha Real - Matar ou Morrer!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.