A voz de Freddie ecoara alta e clara. Sam abriu os olhos no mesmo instante em que voz de Freddie penetrara seus ouvidos e viu sua vida com um futuro novamente. Nicholas curvou os lábios em um meio sorriso e ergueu as mãos em sinal de rendimento. A espada descansava em seu colo.

– Sabe, ela costumava ser minha mulher.

–É mais agora não é mais. - Freddie estava com a espada apontada para a cabeça de Nicholas. Sam estava sem palavras.

– Mas vai se tornar!

– Freddie! - Sam gritara tarde demais.

Nicholas empunhara a espada e de pronto, um embate começara. Freddie apenas investia enquanto Nicholas resistia bravamente. O tinir do choque das espadas ressoavam altamente, enquanto Sam apenas assistia. Num momento de descuido, Nicholas passara a espada de raspão pela cabeça de Freddie. O coração de Sam faltou uma batida.O sangue escorria, mas Freddie continuara incessantemete.

A luta se desenrolava como uma dança. Tudo parecia coreografado. Os passos e maneira de como as espadas se encontravam, pareciam um show. Que não durou muito. Nicholas tinha Freddie preso numa parede, contudo, Freddie num golpe, lançara a espada de Nicholas ao centro do quarto. Quando este se virou para apanhar sua arma, Freddie o golpeou na cabeça, levando o diretamente ao chão e posiciou-se sobre ele, imobilizando os braços. Freddie agarrara com força os cabelos da cabeça de Nicholas, erguendo o seu rosto do chão. Precisava-se controlar para não mata-lo ali e naquele momento, tamanho era seu ódio. Poderiam atentar contra qualquer um mas não contra a sua mulher, sua vida.

– Escute bem seu bastardo infeliz - Freddie sussurrara ameaçadoramente em seu ouvido. Suor e sangue escorriam de seu rosto, mas ele não se importava. - Na minha mulher, só eu toco. Guarde bem estas palavras, por que eu não mataria você. - Freddie puxou com mais força - Seria rebaixamento demais para um rei como eu. Você apenas perderia seu amiguinho dái debaixo. Entenda de uma vez por todas - sussurou cada silaba - Ela é minha.

Sam acordara em algum ponto da luta e esgueirara-se pela porta, para descobrir seus dois guardas desacordados. Apressou-se em chamar ajuda mas quando chegara ao quarto já não era mais necessário.

Freddie ordenara aos guardas que levassem-o para a masmorra e que cuidassem de suas feridas. Ainda era humano, mesmo diante de todo o ódio que sentia. Depois dissera algo em um espanhol baixo demais para que Sam pudesse entender e os guardas se foram.

– Você está bem? - Sam perguntou, abraçando Freddie o mais apertado que sua gravidez permitia.

– Estou, agora que tenho você em meus braços.

– Meu bem, isto dói?- Sam passou a mão pelo corte de Freddie. A ferida estancara mas o sangue seco ainda estava ali, evidenciando a luta. Sam limpou todo o sangue com cuidado com um pano úmidi, já chorando. Ainda estava em choque, enquanto Freddie, o injuriado, tivera que confortá-la.

Os dois andaram até a cama, onde Freddie envolveu Sam em seus braços. O cheiro familiar de seu corpo só acarretou-lhe mais lágrimas.

– Eu tive tanto medo Freddie.- falou entre soluços, enterrando o rosto no peito do marido - Eu pensei que nunca mais ia ver-te ou compartilhar dos teus braços. Que eu...

–Já passou, meu amor. Eu estou aqui e nunca deixaria que alguém te levasse de mim. Sem você, eu não seria eu, Sam. Você faz parte de mim. - Sam enxugou as lágrimas e ergueu a cabeça para encará-lo - Eu te amo, Sam. - Freddie completou.

– Eu sei. - Sam falou com um sorriso travesso. Já sentia-se melhor apenas por respirar o mesmo ar que ele.

– Ora, diga, não é tão dificil - Freddie percebeu que estava tremendo. O susto e o medo tomaram conta de seu raciocinio. Esteve por um triz de perdê-la. Abraçou-a mais forte.

– Que queres que eu te diga?

–Você sabe muito bem o que eu quero ouvir.

– Talvez.

– Ora, por favor.

– Está certo, não precisa implorar. - Freddie dera uma sonora gargalhada - Eu...

–Você...

–Te...

–Me....

– Você é tão egocêntrico, Freddie! Só pensa em si mesmo.

– Apenas diga logo de uma vez, mulher. - Freddie não conseguia deixar de encarar as grandes orbes azuis que sorriam. Não sabia se era apenas um reflexo de seu sorriso.

– Só se disseres primeiro.

–Mas eu já disse!

– Diga de novo, então.

– Que seja. Diria, ou melhor gritaria um ilhão de vezes aos sete ventos a única certeza que carrego comigo. EU TE AMO, SAM! - Gritou, erguendo os braços.

– EU TAMBÉM TE AMO, FREDDIE - Sam retornou, no mesmo tom, caindo em gargalhadas logo depois.

–Não foi tão dificil.

– Quero dormir,Freddie.

– Pode dizer mais uma vez?

– Ma eu acabei de dizer!

– É que eu amo ouvir-te dizendo essas palavras, Sam.

–Eu te amo, Freddie. - falou já fechando os olhos.

– Eutambém te amo, Sam.

–Nunca me deixes, sim?

–Nunca.