Uma semana depois.

Estava me analisando (1) no espelho do meu quarto, quando escuto meu celular tocar. Era a vaca.

– Fale Chelsea – disse assim que atendi.

– Está pronta?

– Eu nasci pronta, meu bem.

– Ui, é assim que eu gosto de ver – pude escutar sua risada do outro lado da linha, e eu ri também. – Ansiosa?

– Não sei, estou sentindo um negocio na minha barriga.

– Existe uma coisa que se chama fome. E aposto que o cheiro aí deve estar uma delicia, pois eu sinto rastros.

– Mas eu não estou com muita fome assim. É um negocio estranho.

– Também existe uma coisa chamada cólica.

– Não é cólica.

– Como você sabe? Tem pós, sabia?

– Cacete, eu sei como cólica é, isso não é cólica. Eu to sentindo algo estranho, não se explicar.

– Deve ser nervosismo, calma.

– Pode ser... Espero que seja – fizemos uma pausa. – E você, está ansiosa?

– Estou sim! Acho que será legal esse jantar, a minha família e a sua reunida... – fizemos outra pausa. – Soph?

– Oi.

– O seu pai vai no jantar?

– Eu espero que não, pelo amor, acho que se ele aparecer eu tenho um treco no meio do jantar.

– Eu quero minha melhor amiga, e agora cunhada, viva no jantar.

– Para me manter viva, mantenha Bernardo longe de mim. Que horas vocês vêm?

– Acho que daqui a cinco minutos, só estamos esperando o seu namoradinho – ela disse com uma voz engraçada e eu ri.

– Eu quero ele lindão hoje.

– Sei, pelo jeito ele vai ficar o homem mais perfeito do mundo, porque né, com essa demora.

– Pare de reclamar Chelsea!

– Aleluia a princesa desceu! Tchau Soph.

– Tchau Chel – disse rindo e desliguei a ligação.

Saí do meu quarto e desci as escadas encontrando meus irmãos e minha mãe na sala. Assim que comecei a descer os degraus, todos me olharam.

– Que linda! – disse James.

– Uh lalá hein.

– Não fale isso Philip, soa gay – disse assim que pisei na sala.

– Teu toba que é gay – mandei um beijo pra ele.

– Você está maravilhosa, minha filha! – minha mãe disse com os olhos brilhando.

– Obrigada mãe – sorri e abracei-a.

Assim que escutamos o interfone tocar, fomos todos à porta. Meus irmãos e minha mãe ficaram atrás de mim, e logicamente, eu abri a porta revelando um Deus grego e sua família. Sorri assim que os vi e eles fizeram o mesmo.

– Oi – disse os cumprimentando dando beijinho na bochecha na seguinte ordem: os pais de Zayn, seu irmão caçula, Chelsea e dei um selinho em Zaza.

– Olá! – escutei vozes atrás de mim e cada um se cumprimentou.

– Entrem – disse minha mãe dando passagem.

– Nós não sabíamos que você morava aqui, Melinda – disse a mãe de Zayn analisando a casa. – E que casa linda hein! – ela sorriu.

– Obrigada Laura – minha mãe sorriu.

– Bom... Eu já volto – disse James.

– Onde você vai? – perguntei curiosa.

– Em um lugar, já volto.

– Aonde, James?

– Já volto com uma surpresa.

– Espero que não seja ruim – disse em tom baixo.

– Tchau, já volto – disse James saindo da sala.

– Bom... O que podemos fazer enquanto James não está aqui? – perguntou minha mãe.

– Vamos conversar! – disse Laura animada.

– Claro – minha mãe e os pais de Chel foram à mesa de jantar conversar.

E os vagabundos, vulgo eu, Philip, Chel e Zayn, sentamos no sofá assistir TV.

– Eu tinha até esquecido dessa tal surpresa do James – disse encostando minha cabeça no ombro de Zayn.

– O que será que é? – perguntou Philip ansioso.

– Não sei. Já pensou, ele traz algo bem top.

– Acho que não, hein, Chel.

– Oué, você sabe o que ele vai trazer, pirralho?

– Não, mas não acho que será uma coisa tão chamativa.

– Ok então, senhor Philip.

– Ok então, senhora Chelsea.

– Eu não estou com uma sensação boa – disse colocando a mão no meu estômago.

– O que você tem? – Zaza perguntou fazendo cafuné no meu cabelo.

– To com ânsia.

– Amiga, quando foi a sua ultima menstruação?

– Eu não estou grávida, Chelsea.

– Acho bom não estar mesmo, porque eu não seria o pai, e isso não é legal, eu quero ter meus próprios filhos com você – disse Zayn.

– Muita calma aí senhor Torrist.

– Eu estou calmo, apenas comentei.

– Mais pra frente, quem sabe.

– Como assim quem sabe? – ele me encarou.

– Ai, nada, eu to com um negocio na barriga, isso me faz pensar menos.

– Menos do que você já pensa? Meu Deus, ta difícil hein – apenas dei o meu olhar mortal à Chelsea.

– Ah é?

– AI MEU DEUS – Philip gritou do nada, fazendo todo voltarem suas atenções a ele, que se encontrava de olhos arregalados em direção à TV da sala.

– O que houve? – perguntei assustada.

– NICKI MINAJ NA TV! – ele gritou empolgado. – CADÊ O CONTROLE? CADÊ? CADÊ? – Philip vasculhava todos os cantos da sala e a procura do bendito controle da TV.

– Philip! – gritei assim que ele aumentou o volume da TV. – Nós temos visita em casa, abaixa esse volume! – tentei pegar o controle de sua mão, mas o menino era rápido.

– Eles já são de casa.

– Philip!

– Philip, meu querido, por favor, abaixe um pouco a TV – minha mãe apareceu na sala.

– Mas mãe...

– Por favor, querido – a doçura da minha mãe até me surpreende. Se eu fosse a mãe, não seria assim não.

– Ok – ele se rendeu olhando para o chão tristonho e abaixou o volume da televisão.

– Muito obrigada, meu amor.

– De nada – Philip continuou cabisbaixo.

– Não fique assim – ela deu sinal para os pais de Chel que já voltava. – Eu te levo à Time Square amanhã, terá um show da Nicki lá, ok? – eu juro que assim que ele levantou o olhar, seus olhos brilharam em uma densidade que eu nunca tinha visto.

– Obrigada mãe! – Philip pulou em seu pescoço dando um abraço super feliz. Nem parecia que tinha 13 anos.

– Por nada meu anjo, agora se comporte direitinho que eu vou lá com os pais do Zayn – ela deu um beijo em sua testa e saiu.

– Como minha mãe é carinhosa – disse voltando minha atenção à TV.

– Eu sei, se você fosse a mãe... Santo pai, tenho até dó dos seus futuros filhos.

– Que engraçadinha você, Chelsea.

– Eles iriam todo dia na minha casa só pra se livrar de você.

– E quem disse que eles aguentariam uma tia aloprada que nem você?

– Eles me amaria. Aliás, vão me amar, porque eu serei a melhor tia do mundo.

– Menos Chel, bem menos – disse Zayn.

Meu celular vibrou avisando que uma mensagem tinha chegado.

“Já estou com a sua surpresa, chego aí daqui a pouquinho. Se prepare.”

“Espero que seja boa, e para de suspense, James.” Respondi.

– Quem era? – perguntou Zaza.

– Meu irmão com a sua “surpresa” – fiz aspas na palavra “surpresa”.

Não deu nem cinco minutos, James tinha chegado com a tal “surpresa” dele.

– Família, cheguei – disse James entrando pela porta.

– E a surpresa? – perguntou Philip.

– Está aqui... Prontos? – todos assentiram positivamente com a cabeça, menos eu. Não estava pronta. – Essa é a minha surpresa... – James revelou sua tal “surpresa”.