Estávamos na roda gigante, eu observando tudo ao nosso redor e percebi que Zayn estava tenso.

– Zayn? – ele me olhou assim que o chamei. – Você está bem? Parece que está nervoso com algo.

– Soph... Eu tenho que te contar uma coisa...

– Conte – disse sorrindo.

– Eu te conheço há anos e anos, sempre fui amigo seu, você vivia lá em casa e eu, você e Chelsea ficávamos juntos conversando e até fazendo brincadeiras, mas, o tempo passou, eu vi você ficando meninos, tendo namorados e eu namorando com outras garotas. Demorou pra eu abrir os olhos e ver a mulher que você é, linda, inteligente, carinhosa, amorosa, e mais coisas boas – a essa hora eu meu sorriso estava quase rasgando meu rosto. – Você é linda, e eu amo cada detalhe de sua perfeição...

– Zayn, eu não sou perfeita – o interrompi.

– Mas tem detalhes perfeitos que a tornam maravilhosa – ele sorriu e eu fiz o mesmo. – Você também tem seus defeitos, como todo mundo tem, mas eu os amo. Eu amo tudo em você, parece que foi feita pra mim, isso é muito clichê, mas é a pura verdade, eu não consigo passar um dia sem pensar em você e me dói a possibilidade de pensar que posso te perder ou que não posso te chamar de minha, que qualquer cara possa te ter e eu não. Quando você começou a namorar com o Brian, preciso admitir que fiquei com muito ódio – então foi por isso que ele não estava falando comigo e quando falava era seco e estranho. – ele podia te chamar de “minha”, de “namorada”, ele podia te beijar a hora que quisesse, ele podia fazer quase tudo com você, isso me deixou a flor da pele, posso até dizer que aquele foi o pior momento da minha vida. Mentira, não foi. O pior momento foi quando você estava no hospital. Você não tem noção do quando aquilo doía em mim, te ver com aparelhos, ver a minha princesa toda ferida, fraca, eu ia todo dia no hospital te visitar com a esperança de que você melhorasse, e olha onde estamos hoje – ele disse sorrindo. Como ele pode ser tão perfeito? – Graças a Deus você está aqui, e comigo. Eu passo mal em pensar que aquele canalha do Brian fez a minha princesa sofrer, eu fico pensando comigo até hoje como ele foi capaz de te magoar, de te trair, ao invés de ficar com você, te abraçando e te beijando quando mais precisava. Lembra quando eu terminei com a Carly? – fiz que sim com a cabeça. A essa hora eu estava chorando rios e mares. – Então, lembra que eu disse que estava afim de outra pessoa?

– Sim – respondi com a voz fraca.

– Desde aquele dia eu estava apaixonado por você.

– Por que não me contou antes, Zayn? – perguntei frustrada.

– Eu tinha medo de você me rejeitar e nossa amizade acabar por ali mesmo. O meu pior medo era e ainda é te perder. Eu não posso viver sem você, Soph. Eu te amo mais que tudo.

– Eu também te amo Zaza – disse chorando.

– Não chora princesa – Zayn enxugou minhas lagrimas. – Você é tão linda sorrindo – ele sorriu e eu fiz o mesmo.

– Mas eu estou chorando por um bom motivo.

– Prefiro você sorrindo.

Zayn se aproximou de mim e pude sentir seu hálito delicioso. O beijo era com paixão, carinho, necessidade.

– Soph – ele disse assim que nos separamos.

– Eu.

– Você aceita namorar comigo? Aceita ser chamada de minha, pra sempre? Aceita ser a minha princesa? Aceita ser a mulher dos meus filhos – ele riu e eu também.

– Vamos com calma, senhor Torrist.

– Claro.

– Eu aceito.

Nos beijamos mais uma vez.

[...]

Acordei com a puta, ops, Chelsea pulando em mim.

– Caralho Chelsea! Esse pique a essa hora?

– Sua puta! Você não me contou que está namorando meu irmão!

– Velho! Eu cheguei cansada, mal pisei aqui em casa e já me joguei na cama.

– Mas isso não é justificativa!

– É SIM! SAI DE CIMA DE MIM – gritei.

– ABAIXA O TOM DA TUA VOZ QUE EU NÃO SOU SUA NEGA – ela gritou também e começamos a rir.

– Sai cacete, ta doendo sua vadia.

– Já estou saindo meu amorzinho – disse ela se levantando.

– Agora, se me der licença, vou me arrumar.

– Não dou licença não, e aí?

– Foda-se, vou me arrumar mesmo assim.

– Ok, ficarei aqui.

– SAI LOGO CARALHO! – gritei impaciente.

– Meu Deus, que revolta, vou chamar o Zayn pra aquietar o seu fogo.

– Isso, chame-o, tchau – empurrei Chel pra fora do meu quarto.

Abri meu closet, peguei minhas roupas e fui ao banheiro, onde tomei banho e fiz minha higiene. Me troquei (1) e desci pra sala, onde estavam todos, minha mãe, James, Philip, Zayn e Chelsea. Pulei no colo do Zayn assim que o vi.

– Bom dia amor – dei um selinho no mesmo.

– Bom dia princesa – disse ele sorrindo.

– Nossa, acho que perdi alguma coisa aqui – James protestou.

– Nem eu sabia disso até hoje.

– Cala a boca, Chelsea! – disse olhando-a. – Então, só a mamãe sabe.

– Eu disse – peguei uma almofada e joguei na puta que se chama Chelsea.

– Cacete, cala a porra dessa boca! – disse encarando-a. – Posso continuar? – todos assentiram com a cabeça. – Então, eu e Zayn estamos namorando – disse sorrindo.

– Mas que coisa é essa? – disseram Philip e James juntos.

– O que? – perguntei confusa.

– Sem autorização? – continuou James.

– Você não é o meu pai!

– Mas sou seu irmão mais velho.

– Foda-se, continua não sendo meu pai – vi que Zayn estava tenso.

– Escuta aqui Zayn – James disse serio e Zaza o encarou com medo. – Você pode tratar a minha irmã SUPER bem, não quero que ela namore um cara que esculache ela. Trate-a com MUITO carinho, e se você machucá-la, era uma vez uma pessoa chamada Zayn Torrist. Entendeu bem? – meu Deus, James estava parecendo meu pai falando essas coisas pro coitado do Zayn.

– Sim, claro, não farei nada de mal a ela, eu a amo muito, não seria capaz de fazer nada de ruim.

– Bom garoto.

– E se mesmo assim machucar a minha irmã, eu ajudo James a te matar – disse Philip.

– Cala a boca pirralho, você só tem 13 anos – disse rindo.

– E daí? Eu ajudo oué.

– E quando será o pedido formal? – James interrompeu minha discussão com Philip.

– Não sei – eu e Zayn dissemos juntos.

– Então trate de ser logo. Um jantar com a sua família e a nossa. Que dia pode ser mãe?

– Qualquer dia, o melhor para os pais do Zayn e da Chel – disse minha mãe, como sempre, simpática a sorrindo.

– Ok. Falarei com os pais dele.

– Mas meu Deus, você virou meu pai, James?

– Sim.

– Falando em pai, como ele vai? – perguntou Philip. Menino inocente.

– Ele ontem ficou muito bêbado e quase foi preso...

– O que? – minha mãe e Philip perguntaram ao mesmo tempo com os olhos arregalados.

– Bem feito – disse baixo.

– Isso não é bem feito Sophie! Nosso pai podia ser preso, isso não é legal.

– Sabe o que eu quero? QUERO MAIS QUE ELE SE FODA! – gritei a última parte com raiva. – Por tudo que ele me fez, por tudo que eu sofri, por tudo o que ele fez, principalmente não ter acreditado em mim, ter me agredido e ter ficado com a Belinda. James, se você estivesse no meu lugar, você concordaria comigo.

– Sophie, eu sei que ele não fez coisas boas, mas ele não merece isso...

– É claro que merece! E ainda foi pouco! Ele devia apodrecer na cadeia, eu odeio aquele homem, eu não consigo nem chamá-lo de pai, me da um desgosto total pensar que eu vim dele. Eu odeio tê-lo como pai, isso é horrível.

– Não fala assim do nosso pai Sophie! Ele está se metendo em drogas também! Não fale mal! Você não sabe o que ele está passando.

– O QUE ELE ESTÁ PASSANDO? E O QUE EU PASSEI? NÃO TEM IMPORTANCIA PRA VOCÊ? ACHO QUE NÃO NÉ, PORQUE NOSSO PAI VEM EM PRIMEIRO LUGAR, CLARO, NÃO IMPORTA O QUE ELE FAÇA, ELE SEMPRE FICARÁ EM PRIMEIRO LUGAR – cuspi as palavras na cara daquele panaca.

– É CLARO QUE ELE VEM EM PRIMEIRO LUGAR, SEM ELE VOCÊ, NEM EU, NEM PHILIP EXISTIRÍAMOS! – ele respondeu no mesmo tom, gritando, que eu.

– EU SERIA MUITO MAIS FELIZ SE ME FALASSEM QUE NÃO SOU FILHA DAQUELE CAPETA QUE SE CHAMA BERNARDO – e aquela gritaria continuava.

– ABAIXA O TOM PRA FALAR DO MEU PAI! – ele apertou meu braço exaltado.

– VAI! DA UM DE COVARDE QUE NEM ELE QUE ME BATEU, VAI, PODE DAR, QUE EU DENUNCIO VOCÊ E AQUELE LIXOSO, VOCÊS DOIS VÃO PRESOS, ALIÁS, VOU DENUNCIAR ELE AGORA! E SE VOCÊ ENCOSTAR MAIS UM DEDO EM MIM, VOCÊ ESTARÁ ATRÁS DAS GRADES, JUNTO COM ELE! – subi para o meu quarto, peguei minha bolsa e puxei Zayn comigo. – Vem, amor.

Caminhamos até o carro sem falar nada. Assim que adentrei no veiculo, desabei, comecei a chorar e não parava mais.

– Calma minha princesa, não passa esse estresse atoa – Zayn disse me puxando para ele com um abraço.

– Zayn, eles não me entendem, eles não entendem que o meu próprio pai me agrediu, eu só queria ter um pai normal, que acreditasse em mim, que me tratasse como uma filha, não como um capacho, ele nem se importa comigo, isso é muito difícil para mim – disse entre o choro. Isso é muito pra minha cabeça, eles defendendo alguém que me agrediu, principalmente alguém que tem o mesmo sangue que eu, meu pai.

– O Bernardo te ama, Soph, ele só estava muito apaixonado pela Belinda e quando descobriu que tudo aquilo era uma mentira, ele explodiu – ele depositou um beijo em minha testa.

– Mas isso não explica a agressão.

– Ele estava sendo pressionado com as verdades, aposto que não fez isso por que quis – após Zaza dizer isso, olhei-o e sorri, ele fez o mesmo enxugando minhas lágrimas.

– Obrigada por me ajudar.

– Eu estarei aqui pra qualquer coisa, princesa.

– Obrigada meu amor – dei um beijo nele.

– Aonde nós vamos?

– Não sei. Alguma idéia?

– Vamos andar por Nova York.

– Eu ainda não tomei café da manhã, estou com fome.

– Vamos ao Starbucks.

– Sim – liguei meu carro e fomos à loja.

– Fiquei com medo do seu irmão dando uma lista de “regras”, na sua casa – disse Zayn enquanto comia seu mufin.

– Nem me fale, hoje a chita dele atacou feio. Mas eu até que gostei da idéia dele do jantar, seria legal os seus pais e a Chel reunido com meus irmãos e meus pais... Ai meu Deus, Zayn! – arregalei os olhos para um ponto fixo.

– O que? – ele seguiu meu olhar.

– E se o Bernardo foi ao jantar? – perguntei desesperada.

– O que tem? Ele é o seu pai.

– Eu não quero que ele vá no jantar, será o pior dia da minha vida se ele for.

– Soph, não pense isso, por mais que você o odeie, ele é seu pai, querendo você, ou não.

– Infelizmente. Zayn, se ele for o clima vai ficar estranho, eu não quero isso de jeito nenhum.

– Calma, não sofra antecipadamente.

– Eu preciso falar com o James para não convidá-lo.

– Mas nós nem marcamos a data.

– Eu conheço meu irmão, Zayn, aposto que ele vai falar com seus pais ainda hoje. Ele gosta das coisas arrumadas, ajeitadas, tudo certinho... – escuto meu celular tocar e vejo o nome no visor. – Falando nele, a praga aparece.

– Fala, James.

– Soph, eu preciso de você, urgentemente – a voz dele estava estranha, ele estava preocupado.

– O que houve? Onde você está?

– Na casa do papai – lá vem.