– Bom... Acho que isso é um adeus – disse meu pai.

– Af, sem dramas Bernardo – disse pegando minhas malas.

– Vou sentir sua falta.

– Não vai não – comecei a andar em direção ao portão da minha ex-casa.

Olhei para o mesmo e Philip estava colocando suas malas no carro de minha mãe.

– É claro que eu vou. Olhe para mim Sophie – parei de andar e fiz o que ele pediu. – Me de um abraço.

– Nunca.

– Filha, pare de ser assim.

– Assim como? Você está de palhaçada comigo, não é possível.

– Por que eu estaria?

– Porque você me odeia.

– Eu te amo Sophie. Você é louca de falar que eu te odeio!

– Ai Bernardo, sem essas coisas falsas, por favor.

– Mas eu não estou mentindo!

– É claro que está! Que pai que não acredita na filha e acredita em uma vagabunda qualquer que coloca na sua casa? Que pai que maltrata a filha por causa de uma vagabunda? Eu não sei, mas tenho uma leve impressão que você não é meu pai, ou não me ama – ele apenas ficou quieto. – Agora me diga se isso é mentira!?

– Você tem razão Sophie...

– Mas é claro que eu tenho razão.

– Olha... Me desculpe por tudo que eu te fiz de ruim, eu só queria o seu melhor...

– Mentira! Nunca fale que isso foi para o meu bem ou que você queria o melhor para mim, pois não queria, se você quisesse teria me tratado de outro jeito completamente diferente do que foi feito. Agora não adianta mais pedir desculpas pelo erro que já foi cometido.

Bernardo ficou em silencio e eu comecei a caminhar até o portão. Sem olhar pra trás, lógico.

– Me liga se tiver saudades – disse meu pai. Depois de uma pausa ele continuou – Eu posso te ligar quando tiver saudades?

Parei de caminhar e abaixei a cabeça. Cadê o seu orgulho a essas horas, hein, Sophie? Levantei a cabeça e continuei andando, deixando meu pai sem resposta.

[...]

–Finalmente em casa! – disse minha mãe saindo do carro. Fiz o mesmo que ela. Espera. Eu conheço essa rua. É onde Zayn e Chel moram.

– Mãe, você mora nessa casa? – sim, eu nunca fui à casa da minha mãe.

– Sim. Por quê?

– Porque a casa ao lado é onde Zayn e Chelsea moram.

– Eu sei! Isso não é legal?

– Claro!

– O quê? Sua mãe mora aqui e eu nunca a vi entrando ou saindo da casa dela? – perguntou Chel pasma com Zaza ao seu lado.

– É o que parece né.

– Vou ter minha melhor amiga agora como minha vizinha! – Chel pulou em mim, que não deu muito sucesso, pois caímos no chão. Ficamos rindo que nem umas retardadas.

– Ok né Chelsea, agora eu preciso arrumar minhas coisas – disse tentando tirá-la de cima de mim.

– Vejo que o pequeno veio junto.

– Chels, eu não sou mas pequeno, eu já tenho 13 anos.

– Pra mim você sempre será.

– Mas eu não sou.

– Gente, agora nós precisamos guardar nossas coisas.

– Você está nos expulsando, é isso mesmo, dona Sophie?

– É, xô! Sai fora! – disse empurrando-os.

– Ah não, eu vou ficar aqui.

– Mas eu preciso arrumar minhas coisas.

– Você arruma rápido que eu sei.

– Chelsea, você está parecendo uma criança querendo um doce.

– E se eu for uma criança? E se você for o doce?

– Aí eu é que quero o doce – disse Zayn. As duas olharam com cara de “o que?”. Depois de uns 5 segundos ele percebeu o que tinha dito. – Er... O q... O que f-foi? Eu sou homem, hetero de preferência, eu gosto de mulher.

– Ah vá! Não me diga que homem hetero gosta de mulher! Pensei que gostasse de homem!

– Ha ha ha, você é muito engraçada Chel, já pensou em ir a um circo? Você ganharia bem lá, acho que seria a mais assalariada.

– Af Zayn, se aposenta.

– Não sou tão velho assim.

– Verdade Chel, ele é novo – disse abraçando o Zaza.

– Está vendo, tenho todas ao meu pé.

– Credo Zayn, não gostei do seu comentário – disse me afastando.

– Eu estou brincando Soph – ele me puxou abraçando-me.

– Acho bom.

– Eu também não quero virar titia cedo hein.

– Te bato agora ou depois? – perguntei fuzilando Chel.

– Eu sei que você me ama Soph.

– Ok, agora eu preciso arrumar minhas coisas.

– Você não nos quer mais aqui né? Entendi, vamos Zayn.

– Isso mesmo, eu não quero mais vocês aqui, tchau.

– Calma Chelsea, preciso falar um negocio com a Sophie – disse Zaza.

– Fala logo.

– Vai indo pra casa, eu te encontro lá.

– Fala logo Zayn, ela não quer que nós fiquemos aqui.

– Cala a boca Chelsea, vai pra casa logo – ele foi respondido com o dedo do meio da minha querida melhor amiga.

Quando ela entrou pela porta, Zaza começou a falar.

– Então Soph, eu estava pensando da gente sair hoje a noite... Que tal?

– Sim – sorri. – Que horas?

– Não sei, eu te aviso. Não saia da sua casa antes de eu estar aqui na frente, ok?

– Ok, senhor Zayn – ele deu aquele sorriso encantador que tinha, fazendo-me sorrir. Não sei o porquê, mas fique hipnotizada naquele sorriso lindo por uns cinco minutos.

– Sophie? – Zaza disse me tirando do transe.

– Ah... Oi – disse chacoalhando minha cabeça.

– Vá arrumar as suas coisas que daqui a pouco eu passo aqui te pegar – ele sorriu de novo, e pra variar, fiquei hipnotizada naquele sorriso. Ai meu Deus Sophie, acorda.

– Ta bom então, até daqui a pouco Zaza.

– Até Soph – ele deu um beijo na minha bochecha.

Peguei a última caixa de objetos do meu quarto que tinha no carro e adentrei minha casa.

[...]

Estava na sala assistindo TV com a minha querida família, quando escutei a campainha.

– Tchau meu amores – disse levantando-me do sofá.

– Huum, onde vai e com quem? – perguntou minha mãe.

– Tchau mãe! – disse rindo e fui abrir a porta. Deparei-me com um deus grego a porta. Zayn estava lindo aquela noite, aliás, não só aquela noite, mas como todas as noites e os dias. Ele sorriu e eu fiz o mesmo.

– Você está linda Soph! (1)

– Obrigada Zaza, você também está lindo.

– Vamos? – perguntou ele dando espaço para eu passar.

– Claro.

Fomos até o carro dele e eu liguei o som.Estava tocando neon lights, e como eu amo essa musica, comecei a cantá-la e logo Zayn estava cantando junto comigo. A musica durou o caminho todo até chegarmos ao lugar destinado. Era um parque grande, lindo, todo iluminado, todos os brinquedos estavam a vista e eu já sabia em qual ir. Abri um sorriso enorme e fiquei analisando o local.

– Gostou? – perguntou Zayn olhando meu sorriso.

– Você ainda pergunta? – continuei sorrindo e ele fez o mesmo.

– Vamos? – ele levantou sua mão com a palma para cima, e eu a segurei.

– Vamos.

Entramos no parque e começamos a andar analisando tudo.

– Aonde você quer ir primeiro?

– Montanha russa.

– Ok, eu vou comprar algo pra nós comermos, você quer algo?

– Eu quero pipoca – sorri.

– Já volto.

Sorri e Zaza saiu.Continuei olhando mais detalhadamente cada brinquedo. Estava olhando bem um barco viking, quando vi Brian saindo de lá sozinho. Ele continuava bonito, mas eu continuava odiando-o. Assim que me viu, deu um sorriso grande. Tentei desviar meu olhar e fingir que não o vi e que não houve nada.

– Olá Soph! – ele disse sorrindo e vindo dar um beijo na minha bochecha. Parece que nada aconteceu pelo tom que usou comigo.

– Oi – disse seca.

– Tudo bem com você?

– Tudo.

– Que bom... Alguma novidade?

– Não. E como vai sua filha, ou seu filho? Está bem?

– É uma menina, e ela está linda – ele disse com um sorriso enorme no rosto, parecia que ia explodir de felicidade, então, dei um sorriso simpático.

– Qual o nome dela?

– Alice.

– Que nome lindo. Quem escolheu?

– Eu e a Lisa.

– Ah ta – sorri. – E você continua com a Lisa?

– Não muito.

– Como assim, não muito?

– Eu vou à casa dela visitar a Lice.

– Só visitar?

– É...

– Sei...

– Ta bom, às vezes a gente fica.

– Sabia – disse rindo e ele riu junto.

– Sabe Soph... Eu sinto saudades de você...

– Brian, o que você fez não foi certo, eu te amava muito e nós estávamos namorando, aquilo não podia ter acontecido nunca.

– Eu sei, também sei que não mereço o seu perdão, mas mesmo assim, eu queria que você soubesse.

– Entendi... Quem sabe não viremos amigos?

– Ótimo! – ele disse sorrindo.

– Mas sem gracinhas, e vamos recomeçar do zero.

– Claro. Olá, eu sou Brian, e você? – ele disse pegando minha mão e balançando-a.

– Sou Sophie, você é daqui?

– Sou sim, e você?

– Também – rimos juntos

– Você está acompanhada?

– Sim, o Zayn me trouxe aqui.

– Ah ta. Felicidades para vocês.

– Hã? – perguntei confusa.

– Depois você perceberá isso, agora tenho que ir, tchau.

– Tchau, felicidades pra você, pra Lisa e pra sua filha – disse dando um beijo na bochecha dele.

– Obrigado, até a próxima Sophie.

– Até – disse e ele foi sumindo do meu campo de vista.

Estava com saudades dele e também estava feliz por voltarmos a ser amigos. Vi se tinha alguma notificação do meu celular quando Zayn chegou. Sabia que era ele pelas suas mãos em meus ombros massageando-os.

– Vi Brian aqui – ele disse sério assim que o olhei.

– Está tudo bem, eu e ele conversamos como amigos.

– Amigos? Sei...

– Zayn, para com isso, foi como amigos sim, agora vamos em um brinquedo.

– Ok, mas primeiro vamos na roda gigante, preciso te mostrar uma coisa.

– Então, vamos na roda gigante.