– Fica quietinha.

– O quê? Eu? Ficar quieta? Tomou o que? Querosene? Qual o seu problema? Me solta agora! – tentei soltar-me de seus braços.

– Cala a boca mini vadia.

– Vai se fuder velho, vadia é o seu cú! – disse irritada.

– Olha como você fala comigo – o velho me deu um tapa na cara.

– Qual é meu irmão? Ta tirando comigo? Aqui pra você – mostrei meu dedo do meio para ele.

– Eu vou cortar o seu dedo fora – o monstro me ameaçou.

– E eu corto o teu bilau. Eae, quem ganha? Aposto que quem sentirá mais dor será você!

– Abaixa a bola aí replica de vadia.

– Sophie, Sophie, Sophie, você não desiste, não é mesmo? – Belinda apareceu do inferno, não é possível.

– Belinda? O que você faz aqui? – perguntei surpresa, mas depois, tudo fazia sentido. Aquele cara que estava me segurando era o seu capanga, ela estaria fazendo isso porque eu estraguei o seu lindo e mal bolado plano.

– O que você acha? Você estragou a minha vida sua vadiazinha de segunda.

– Cara, você é uma vadia de terceira, deve ter dado tanto pra essa coisa – apontei para o homem que estava lá. – Que ficou toda arrombada.

– Bem que eu gostaria – respondeu o homem com um sorriso no rosto.

– Cala a boca seus idiotas.

– Idiota é você – retruquei-a.

– Garota, você não entendeu não? Eu já te disse que eu tenho armas em minhas mangas – não disse nada, então, ela apenas continuou a falar. – Já que eu não consegui fazer a cabeça de seu pai até você parar de existir, eu mesma posso fazer isso.

– O quê? – perguntei assim que vi ela pegar uma faca de seu bolso. Essa é uma vadia de terceira mesmo. – Belinda, joga isso ou sei lá, faz algo pra ela sumir. Você está louca?

– Agora está com medo, é? – ela disse rindo sinicamente.

– Belinda, larga isso – disse quando ela já estava perto mais do que o suficiente de mim.

– Não, eu não paro até você parar de existir.

– Sério, o que eu te fiz para você me odiar tanto?

– Você estragou os meus planos de roubar o dinheiro do seu pais – disse ela raivosa cortando do meu pulso até a dobra do meu cotovelo.

– Sai daqui sua vadia – gritei bem alto para que alguém pudesse escutar.

– Cala a boca idiota! – ela cortou-me outra vez, só que dessa vez no pescoço. – Eu quero que você tenha uma morte longa e a pior que eu já vi na minha vida.

– Belinda, para! Agora! – estava gritando de dor.

Ela já estava com a faca posicionada em meu coração para me matar. Mas aquela vadia não desiste nunca, é? Como eu estava perdendo muito sangue, estava ficando inconsciente. Só escutei alguns sussurros.

– Vamos Frad, tem alguém vindo aqui – Belinda disse apressada

– Mas você não vai matá-la?

– Não temos tempo, vamos logo.

Nesse momento o meu corpo caiu no chão e escutei passos apressados se distanciando. Depois de segundos escuto outros passos se aproximando de mim, mas não conseguia ver direito quem era.

– Soph! Soph! O que houve com você? – era a voz de Zayn. Tentei sorrir por ele estar ali comigo, por praticamente ter me salvado.

– Zayn – disse em um sussurro.

– O que fizeram com você Soph?

– Zayn...

– Ai meu Deus, vou te levar pro hospital agora.

Senti ele me carregando e levando-me pro carro.

[...]

Acordei em um local todo branco que deduzi como uma sala do hospital. Abri meus olhos e vi Zayn dormindo na “cama” ao lado da minha. Sorri em vê-lo. Ele parecia um anjo dormindo, sei que isso parece clichê, mas era a pura verdade.

– Zayn... – sussurrei ainda sorrido. O mesmo abriu os olhos e veio ao meu encontro.

– Soph – ele sorriu. – Você está bem?

– Sim.

– Eu quero que você me conte a verdade, quem fez isso com você?

A resposta estava na ponta da minha da minha língua, mas, de repente eu não lembrava mais de nada. Não lembrava o que tinha acontecido comigo, não lembrava o porquê de eu estar ali, não lembrava que dia era hoje, não lembrava de ontem, enfim, não lembrava.

– Zayn...

– O quê?

– Eu... eu...

– Você o que Soph?

– Eu não me lembro o que houve – disse derrotada.

– Como assim?

– Eu... eu... eu não sei...

Nesse instante o medico entrou na sala. Apenas o olhamos e vice versa.

– Bom dia Sophie – ele sorriu simpático se aproximando de mim.

– Bom dia...

– Está melhor?

– Sim, obrigada – sorri. – Mas... eu estou com uma duvida.

– Pode falar.

– Por que... eu não lembro o que aconteceu ontem comigo?

– Quando te soltaram, você bateu a cabeça forte em uma arvore que tinha lá, deixando-a com uma lesão cerebral.

– Mas isso é grave? – perguntou Zayn.

– Não. Até onde você lembra, Sophie? – o medico direcionou-se a mim.

– A ultima lembrança que eu tenho é de quando estava saindo de casa e uma coisa me puxou, não me lembro quem.

– Doutor, a memória vai voltar? – perguntou Zaza curioso.

– Não sei, isso varia de cada pessoa – respondeu o doutor... olhei para eu crachá... Yuri.

– Amiga! Você não vai parar com essa coisa de hospital não? – disse Chel entrando no quarto e correndo em minha direção.

– E você acha que eu gosto? – perguntei parecendo obvio.

– Sei lá né, vive aqui. Pare de viver aventuras! Isso sempre te machuca. Qual foi agora? – perguntou ela à Yuri. Os dois sorriram. Huuuummmm... rolou um climinha lá. Comecei a rir, o que fez todos me olharem.

– O que houve? – perguntou Yuri.

– Nada não – olhei para frente e continuei rindo.

– Eu hein – disse Chel.