- Não, Soph, eu vim aqui para falar com você.

- Mas eu não quero falar com você – continuei de cabeça baixa.

- Mas eu quero, Soph, por favor...

- Cara, você não a escutou? Ela disse que não quer falar com você – Zayn entrou em minha frente com seus braços pra trás me “protegendo”, sem pensar duas vezes, agarrei-os.

- Sai da minha frente mano! Eu quero falar com ela! Me deixa em paz!

- NÃO! ELA NÃO QUER FALAR COM VOCÊ – começou a gritaria.

- FODA-SE! VOCÊ NÃO MANDA NELA! VOCÊ É UM MERDINHA NESSA PORRA QUE VOCÊ CHAMA DE VIDA! NEM SEI POR QUE VOCÊ VIVE! AH, E ACHA QUE EU NÃO PERCEBIA OS OLHARES QUE VOCÊ DAVA PRA SOPHIE QUANDO ESTÁVAMOS NAMORANDO? – a praga continuou a gritaria.

- O quê? – sussurrei olhando para cima, mas Zayn não me veria, pois estava de costas.

- SIM, E VOCÊ AINDA É UM COVARDE, NÃO FAZ PORRA NENHUMA PRA MOSTRAR PRA GAROTA QUE TU TA AFIM DELA, VELHO, VOCÊ DAVA EM CIMA DA MINHA NAMORADA – e aquele barraco continuava.

- EX NAMORADA – Zayn corrigiu-o gritando.

- FODA-SE ELA ESTAVA COMIGO NAQUELA ÉPOCA, ELA ERA MINHA, MINHA E NÃO SUA.

Nesse momento eu só vi Zayn voar para cima de Brian.

- Senhor Torrist, o senhor já está liberado, mas, não se meta em mais nenhuma encrenca – disse o medico chegando na sala de curativos.

Sim, eles brigaram. Sim, foi de socos. E, sim também, o Zayn está no hospital e Brian, em outro em estado mais grave, vamos dizer que a briga foi meio longa e Zaza é forte. Por isso o estado mais grave.

- Eu tenho que tomar algum remédio?

- Toma esse se no caso doer alguma coisa – o médico entregou a ele uma receita com obviamente o nome do remédio. – E também tome um anti inflamatório, que já está escrito na receita.

- Ok, obrigado, doutor.

- De nada. Tchau.

Saímos do hospital e fomos direto ao carro de Zayn. Zaza estava entrando no banco do motorista quando o interrompi.

- Nananinanão! Você não pode dirigir senhor Zayn Torrist!

- Qual é Soph? – ele disse fazendo careta.

- Não, você está todo machucado, vamos, entre logo do outro lado do carro – disse praticamente chispando-o.

Assim que entramos no carro, senti-me na liberdade de ligar o radio, que estava tocando fall. Em frações de milésimos de segundos, Zaza começou a cantar.

- Não faça muito esforço, você pode passar mal – disse sem tirar os olhos da estrada.

- Sophie, eu só estou machucado, ok? Não estou à beira da morte. Pare de exagerar.

- Af, fazer o que então, né? – fiz uma careta, fazendo-o rir e como sua risada é contagiante, comecei a rir também.

- Soph...

- Fale.

- Eu preciso falar contigo...

- Ok, pode falar, estou escutando.

- Não vou falar agora.

- Por que não?

- Porque não está bem no clima.

- Como assim?

- Vamos marcar um horário para sairmos.

- Ok, que horas, quando e em que lugar?

- Às 19:30 hs, hoje, no Starbucks perto da Estátua da Liberdade.

- Ok, estarei lá.

Depois disso cheguei em casa e sim, Zayn foi dirigindo até sua casa. Eu tive vontade de socá-lo, mas vou deixar o coitado em paz. Assim que pisei em casa, vi algumas malas já prontas na sala. Aliás, muitas... Deviam ser as minhas com as de Philip. Mesmo assim, estranhei, quem teria feito as minhas malas e por quê? Phillip não faria isso, apenas com dinheiro de recompensa e James... Bom... James até faria, mas ele não sabe da guarda.

- Soube que sua mãe ficou com a guarda – disse uma voz grave tirando-me dos meus pensamentos.

- Sim... Com a minha e a de Phillip.

- Então quer dizer que você vai me deixar sozinho nessa casa? – meu pai continuava de costas para mim.

- E o que importa? Você não me odeia? Nunca se deu bem comigo, nem sei o motivo de eu ainda estar aqui.

- Sophie, isso é mentira.

- Não! Não é! Olhe nos meus olhos e fale que é mentira – ele virou-se para mim. Sua aparência estava horrível, estava como o rosto inchado e vermelho, principalmente os olhos que estavam muito vermelhos por sinal, deduzi que ele tinha chorado. Mas o que ficava rodeando a minha cabeça era o motivo de ele ter chorado.

- Soph... Por favor, não me abandona – vi lagrimas formando em seu rosto.

- O quê? Eu não te abandonar? Qual ou quais seriam os motivos da minha permanência?

- Você é a minha filha, aqui é a sua casa.

Dei uma risada sínica.

- Aqui? Minha casa? Nem aqui nem na china! O meu lugar é longe de você!

- Eu sou o seu pai! É lógico que aqui é a sua casa!

- Você? Meu pai? Próxima piada, por favor. Você me trata que nem um lixo, você é uma réplica daquela vadia que você colocou aqui dentro de casa, só que em versão masculina.

- Olha como você fala comigo

- Nossa, finalmente você reclama do jeito que eu falo com VOCÊ! Aliás, depois de ter visto que tudo aquilo era falso. Sabe... Isso é um prova de que você não confia em mim. Você sempre defendeu aquela vagabunda, sempre fez tudo pra ela e por ela, FINALMENTE eu estou saindo dessa casa!

Depois de minha ultima frase meu pai ficou lamentando e me chamando. O que eu fiz? Continuei andando em direção ao meu quarto. Assim que cheguei no mesmo, tomei um banho e me arrumei (1). Vi meu celular tocando e atendi o mesmo.

- Alô?

- Sophie e Zayn, Sophie e Zayn, Sophie e Zayn! – Chel começou a cantarolar.

- Han? Chelsea, você andou bebendo o quê? Querosene?

- E você pensa que eu não fiquei sabendo que você e o meu irmão vão sair?

- Como você soube?

- Minha querida, eu sei de tudo.

- Nossa, agora você tem uma bola de cristal?

- Sim minha querida.

- Que nada, você é uma bruxa, isso sim.

- Nossa, que amor pela minha pessoa, magoou sua feia.

- Eu sou linda, e jajá sara.

- Ha ha ha, você é hilária!

- Eu sou muito legal.

- Sim, demais, mas escuta aqui, sem brincadeiras com o meu maninho.

- Chelsea! Você fala como se eu fosse A pegadora.

- Hehehe, desculpe, mas sério, não machuque o bichinho ele está apai... – escutei um strondo do outro lado.

- O que houve aí? – teve uma pausa.

- Nada não... Er... Voltando.

- Chel, eu não vou machucar o teu irmão, e o que eu faria com ele para machucá-lo, hein?

- Er... Hum... Eu não... Posso falar...

- Chelsea! Pare de foguice, fala logo.

- Se eu pudesse eu falava né, minha querida.

- Você pode, eu deixo, agora fala.

- Você deixa, eu também deixo, mas tm um ser que não deixa.

- Que ser é esse?

- Um ser extraterrestre.

- Ha ha ha, sua engraçadinha.

- Tomei o seu lugar.

- FALA LOGO PUTA QUE PARIU! – gritei já nervosa.

- EU NÃO POSSO CASSETE – Chel gritou de volta.

- Então vai se fuder, que saco.

- Não, vai você.

- Af, pelo menos do que é o assunto?

- Sobre o meu irmão... Ai! Para Zayn – ela disse mais afastada do celular.

- Ok né, depois eu quero saber.

- Um dia você saberá, agora vai se arrumando que o meu irmão está saindo de casa.

- Já estou pronta meu amor.

- Nossa, que chique. Agora tchau.

- Tchau pessoa que me ama – dito isso desliguei o celular.

Desci as escadas e ninguém estava lá. Ufa. Fui até a garagem e procurei o meu carro, que, por sinal, não estava lá.

- Will, onde está o meu carro? – perguntei já no portão.

- Ah, ele está lá fora.

- Ok, muito obrigada – peguei as chaves e saí de casa. Passei pelo portão tranquilamente pensando no que Zayn queria falar comigo.

- Se você ficar quietinha nada de mal te acontecerá – disse uma pessoa no meu ouvido, no momento, fiquei paralisada.