– Chel, acorda – disse minha mãe.

– Que horas são? – perguntei coçando os olhos.

– São 17:00 hs.

– Ai meu Deus, mãe. O que deu com a Soph? – disse me levantando depressa da cama, o que me fez ter uma leve dor na cabeça.

– Filha... ela...

– Ela morreu mãe? – lagrimas já brotavam pelo meus olhos.

– Não filha, mas ela está internada em estado grave. Os pais dela já souberam da noticia.

– E como eles reagiram?

– Eles ficaram chocados né Chel. Ela está em coma.

– Mãe, eu quero vê-la.

– Filha...

– Mãe! Por favor. Eu necessito ver minha melhor amiga.

– Ok, eu te levo lá, mas ela está na UTI.

– Que horas é o horário de visitas?

– Das 17:30 até às 18:30.

– Ok, vou tomar um banho e depois nós vamos.

– Ta bom filha, estou te esperando lá em baixo – ela disse sorrindo torto.

– Onde o Zayn está?

– Lá no hospital.

– Fazendo?

– Ele estava acompanhando-a.

– Ta bom – minha mãe deu um beijo em minha testa e fui tomar banho.

Meu Deus, isso não pode estar acontecendo. E se a Sophie morrer? Não, ela não pode. Não pode me deixar aqui. Mas, mesmo assim, preciso vê-la. Sinto essa necessidade. Saí do banho e me troquei (1). Chego na sala e vejo minha mãe sentada na mesa de vidro, com um óculos, lendo um livro.

– Vamos? – perguntei descendo as escadas.

– Claro – ela veio até mim.

Fomos à garagem pegar o carro e logo após 10 minutos estávamos no hospital. Assim que vi Zayn corri até ele, que me abraçou.

– Zayn! – disse com lagrimas nos olhos.

– Não chore Chel.

– O que aconteceu com ela?

– O doutor já vem nos dar noticias.

Sentamos nas cadeiras e ficamos uns 2 minutos esperando por informações, que pareciam 2 séculos. Assim que o medico chegou todo mundo foi para cima dele.

– Por favor, só os pais – disse ele.

– Mas, eu preciso saber dela – disse aflita.

– Por favor doutor, será que a melhor amiga dela não pode saber de seu estado conosco? – diz tia Melinda. Adoro ela! Hehe.

– Vocês permitem que ela saiba?

– Sim – disseram os pais de Soph juntos. Li o nome no medico cracházinho dele. Yuri.

– Ok, me sigam – ele nos puxou para uma sala.

– O que está acontecendo com Sophie? – pergunto curiosa.

– A sua amiga está em estado muito grave, por ter perdido muito sangue.

– Ai meu Deus – disse Melinda colocando as mãos em seu rosto. Apenas a abracei, chorando, lógico.

– E se ela reagir bem no tratamento, pode ficar aqui poucos meses.

– Meses? – perguntei assustada.

– Sim. Pelo menos dois meses. E é essa noticia que eu tenho para dar pra vocês.

– Obrigado doutor – disse Bernardo.

Nós saímos da sala e depois o medico foi comunicar os outros.

– Doutor – disse quando ele estava longe do povoado.

– Sim?

– Eu posso pelo menos ver minha melhor amiga?

– Ela é a sua melhor amiga?

– Sim.

– E você está preocupada com ela desse jeito? – ele sorriu.

– Sim, nós nos conhecemos desde de sempre praticamente. Nós nascemos “juntas” – disse juntas com aspas.

– Ela está muito machucada.

– Doutor, eu necessito ver ela, por favor! É para o meu bem.

– Posso te contar uma historia?

Achei estranho mas aceitei.

– Quando eu era jovem – ele continuou -, eu tinha um melhor amigo, assim mesmo como você aparenta ser com a minha paciente, um dia nós brigamos feio por causa de uma menina que eu estava namorando e eu flagrei ela me traindo.

– Com ele? – o interrompi.

– Sim – ele disse abaixando a cabeça. – Ele saiu estressado de casa e logo após eu fiquei sabendo que meu amigo sofreu um acidente grave. Peguei o meu carro e fui até o lugar onde ele estava. Ver ele ali era tão... Agonizante... E então o meu amigo... infelizmente faleceu. E foi aí que eu comecei a fazer medicina, não quero nunca mais ver gente morrendo na minha frente e faço o possível e o impossível para salvá-las. Então, vou fazer de tudo para que sua amiga se recupere o mais rápido possível.

– Muito obrigada doutor – sorri com lagrimas escorrendo.

– E faça o possível e o impossível para não perder a amizade dela. Eu sei como é essa dor e não quero que você sinta.

– Obrigada – o abracei. – Agora eu posso vê-la?

– Pode – ele sorriu. – Me acompanhe – então, me levou até uma sala com um monte de gente em camas. Fui até a de Sophie e segurei sua mão com “tubos”. Comecei a chorar.

– Sophie, eu não sei se você me escuta, provavelmente não, mas eu quero que saiba que sempre estarei ao seu lado, pro que der e vier e isso é uma prova do que eu estou falando. Você está em estado grave, mas eu sei que você é forte e agüenta isso! Amiga, eu te amo demais! – depois disso estava chorando litros. – Não me deixe, por favor – sussurrei em seu ouvido e beijei sua mão. Deixei o local chorando litros e litros.

– Não se preocupe, ela ficará bem! – disse o médico.

Depois disso fui embora para minha casa.

1 mês depois

Sophie tinha melhorado, mas não muito, não o bastante para sair de lá. Todos os dias eu ia visitá-la. Um dia ela teve uma parada cardíaca e eu quase tive outra quando fiquei sabendo. Brian só veio umas 3 ou 4 vezes na visita.

Eu estava indo visitá-la com Zayn.

– Chegamos – disse ele interrompendo meus pensamentos e estacionando o carro.

Sorri. – Vamos rápido Zayn, quero vê-la – disse saindo depressa do carro. Corri até a recepção. Peguei o crachá e quando deu o horário de visitas fui até lá.

Vi minha anjinha com os olhos fechados. Parecia que estava dormindo. Ah, que me dera ela estivesse dormindo. Fui até ela e lhe dei um beijo na testa, como sempre.

– Sophie, eu não sei se você ainda não me escuta, mas se estiver escutando, eu quero que saiba que já se passou um mês desde o seu acidente. Venho aqui todos os dias. Não vejo a hora de você sair dessa cama – disse chorando e sorrindo.