Ruby pega em meu braço e estala os dedos.
– Bem vinda ao inferno.
É um lugar sombrio, triste e arrepiante, gritos de agonia estão por toda parte, pessoas amarradas em postes são dilaceradas por demônios. A muitas arvores em volta, mas todas secas a também fogueiras em alguns lugares o barulho das carnes estalando é horrível.
– Então você é tão feia quanto o restante? – pergunto à vadia.
– Isso é o que somos por dentro, você não consegue ver como sou de verdade? Ah claro que não, não esta tão forte. Venha.
Ela me puxa e continuamos a andar. O cheiro de enxofre esta impregnado lá.
– Por favor me ajude! – grita um homem.
Ele esta com os pés e mãos amarrados com algemas feitas de arrame farpado, enquanto os cães pulam em cima dele e o devoram.
– Não sei como você conseguiu matar os bebes de Crowley. Cães do inferno são duros na queda.
– Eu sou mais.
– Ali está. – ela aponta.
– Um castelo?
– Achou que castelos eram coisas de contos de fadas? Bitch please. Mas preferimos chama-lo de Forte.
Entramos no tal Forte e alguns demônios nos esperavam. A decoração do locar realmente superou minhas expectativas, tudo limpo e organizado, sofás, lustre, mesa e cadeiras, quadros na parede.
– Então essa é a filha de Luci. Prazer Crowley, mas não gostei nada de você ter ferido minhas crianças.
Engulo em seco e fico quieta.
– Então, onde ele esta? – pergunta Ruby.
– Bem aqui. – diz alguém. Todos viramos para olha-lo descer as escadas ao lado de Lilith e de outros demônios. – Não vem dar um abraço no papai?
– Lúcifer. – sussurro e travo.
Minhas pernas tremem, respire Nina respire.
– Por favor, me chame de pai. Nosso ultimo encontro não vou muito bom, você mandou direto para a jaula e me trancou com isso. – ele mostra uma adaga. – Isso aqui é seu, sua adaga especialmente pra você. Naquele tempo você deveria me matar com isso, mas seu coração foi bom de mais e você usou isso aqui só para selar a porta e desde daquele tempo eu fico lá sozinho e deprimido. Alguns demônios poderosos foram parar lá também, mas como nada é perfeito ao longo do tempo a porta da jaula mostrou problemas e não foi uma tarefa fácil encontrar uma bruxa disposta a me ajudar então Nat apareceu depois de muitos anos e tudo ficou cor de rosa.
– Ótimo agora que já nos conhecemos eu quero sair daqui.
– Mas você acabou de chegar, tenho tanta coisa pra te contar. Mas antes lamento pelas suas perdas. – ele toca em minha barriga e eu me controlo para não gritar. – De verdade mesmo, eu só quero o melhor pra você filha.
– Suas perdas?
– Dean ele está...
– Sua vadia. – grito e vou pra cima de Ruby.
A empurro com toda força que tenho e ela bate na parede.
– Você vai pagar caro por isso. – digo socando ela. – Levante! Agora!
Viro de costas e ando até Lúcifer que segura à adaga em uma das mãos, ando de volta até a vadia que esta quase se levantando. Quando esta totalmente de pé, enfio a adaga na barriga dela e ela some. Todos estão me olhando estáticos.
– Sua vadiazinha. – diz Lilith vindo pra cima de mim.
– Não encoste um dedo na minha filha. – e ele a joga longe com um simples movimento do dedo. – Você se saiu muito bem meu anjinho negro, meus parabéns. Essa raiva e vontade de matar, a sede de vingança puxou a mim.
– Eu quero ver Dean, agora!
– Tudo bem, vou deixa-la perto do carro que roubou. Até a próxima.
E conforme prometido lá estou em frente à fazenda do lado do carro.
– Castiel! – chamo e ele aparece.
– Nina graças a Deus. – e me abraça. – Por onde andou?
– Por que não veio quando chamei? Onde esta Dean?
– Ele esta no hospital em estado grave Nina, eu e Jev fizemos de tudo para ajuda-lo mas não foi suficiente. Eu sinto muito por um longo tempo você saiu do meu radar e eu não conseguia te achar ou te ouvir me chamar. Mas agora me conte tudo o que aconteceu.
– Me leve até Dean, por favor.
– Mais é claro.
E em um piscar de olhos estou no quarto onde ele esta. Os tubos ligando ele a aparelhos, hematomas e curativos por todos os lugares, seus lábios estão roxos e sua pele pálida e fria.
– Amor. – choro. – Volta pra mim. Eu perdi nosso filho, mas não posso perder você, por favor.
– Nina o que...?
– Eu estava gravida Cass e nem sabia, tentei salva-lo mas não consegui, perdi meu bebe e agora parece que vou perde-lo também.
– Mãe do céu. – ele para. – Esse objeto é sua adaga, como a conseguiu?
– Lúcifer me deu.
– Lu-Lúcifer? Mas é claro o ritual de libertação, estive tão preocupado em recrutar soldados e treinar Trice que não percebi o padrão todas aquelas mortes, corpos sem sangue, e por fim o sangue de um homem guerreiro não a ninguém como Dean por isso ele esta nesse estado, por isso precisavam dele para completar o ritual.
– Cass eu não quero falar sobre isso agora, só quero ficar com ele.
– Certo vou deixa-los sozinhos, mas antes.
Ele tocou em minha perna e os arranhões do cão do inferno sumiram.
– Obrigada.
Fiquei um longo tempo ao lado de Dean até o medico o levar para fazer mais exames.
– Esse garoto levou muita pancada o cérebro dele esta muito inchado vamos trata-lo com remédios e esperar para que desinche, a ultima opção é a cirurgia.
Estavam todos ali, John, Bobby, Trice e os anjos só faltava...
– Sammy. – digo quando o vejo. – Graças a Deus por onde você andou?
– É uma longa historia, mas estou bem, estou aqui. – diz ele me abraçando. – Como esta meu irmão?
– Mau muito mau. – choro novamente.
– Ele é forte vai sair dessa.
Enquanto Sammy vai ver o irmão conto a todos o que aconteceu nas ultimas horas, o desaparecimento de Dean, o aborto, a falta de contato.
– Minha irmã é muito poderosa, como Castiel disse ela estava fazendo o ritual para libertar satã e é obvio que a falta de contato foi devido a um feitiço de bloqueio ela nos impediu de encontrar você e Dean e impediu que vocês nos encontrassem. Quando estava fazendo o feitiço de libertação usou muito poder e teve que se concentrar, foi então que consegui furar o bloqueio e te localizei e os anjos foram voando atrás de vocês.
– O que foi aquilo que Ruby fez? – pergunto.
– Existem vários símbolos para nos bloquear foi isso que ela fez usou um desses símbolos e nos mandou de volta para céu. – disse Jev.
– Mas Cass não pode mais entrar no céu.
– O discurso de Rafael foi; “Sou um Deus muito misericordioso por isso perdoarei suas falhas”, mas ele está na cola de Cass qualquer passo em falso Rafael vai arrancar as asas dele pessoalmente.
Sammy sai correndo do quarto e pega pelos ombros a primeira enfermeira que encontra.
– Meu irmão esta tendo uma parada cardíaca, rápido.
Todos nós levantamos e vamos correndo até o quarto, a uma grande correria no local.
– 3,2,1... – nada o coração não volta a bater. – De novo.
– Tudo pronto. – grita a enfermeira.
– 3,2,1... – nada.
Abraço Sammy e volto a chorar.
– De novo.
– Tudo pronto.
– 3,2,1... – e volta a bater. – Graças a Deus, muito bem pessoal fizeram um ótimo trabalho.
– Doutor por que isso aconteceu? – pergunta John.
– Primeiro vamos lá pra fora, não podem ficar todos aqui. – saímos. – Isso aconteceu porque embora ele tenha um perfil de atleta, ele come muita besteira, colesterol, níveis de açúcar e de sódio estão todos altos, a muita gordura acumulada também infelizmente essa é a hora em que todos os problemas aparecem. Qualquer coisa me chamem, vou me dedicar especialmente ao caso dele.
– Obrigado. – dizemos em coro.
– Nina você passou por muita coisa nas ultimas horas, vá para onde vocês estavam hospedados Sammy vai com você, descanse um pouco eu vou passar a noite aqui. – fala meu sogro.
– Não eu quero ficar.
– Nina qualquer coisa eu mando te chamar, por favor, cuide de você mesma Dean vai precisar que esteja inteira quando sair daqui.
Mesmo hesitante eu vou, chegando lá tomo um banho quente e me jogo na cama.
– Carro legal aquele que você roubou. – diz Sammy.
– Obrigada. – forço um sorriso.
– E eu sinto muito pelo bebe.
Isso me chama atenção.
– Como você sabe do bebe? Você estava metros de distancia e a portas trancadas.
– É eu sei é que... eu ouvi os anjos comentando, me desculpe.
– Não tem problema. Mas então encontrou Jessica?
– Sim e encontrei um caso também.
– Se acertaram?
– Com certeza. – sorri.
– E onde ela esta?
– Em um lugar seguro.
– Ótimo, boa noite.
– Boa noite.
Quando as luzes se apagam e o silencio domina o quarto, olho para meu polegar e sorrio lembrando daquela noite maravilhosa e não consigo conter as lagrimas. Meu amor por favor fique bem logo, não consigo viver sem você, por favor. E o bebe que você nem chegou a saber que existia... Eu não posso viver em um mundo onde você não exista.
Toco minha barriga e lembro da emoção e do desespero que passei no estacionamento quando escutei as batidas de seu coraçãozinho, no fundo bem no fundo eu sabia que as chances de perdê-lo eram grandes e eu teria conseguido salvar pai e filho se aquelas vadias não tivessem aparecido, elas vão pagar caro por tudo que fizeram com Dean e com meu bebe. E naquela noite tenho um sonho colorido e feliz, eu, Dean e uma bela garotinha de olhos verdes e cachos negros, fazendo um piquenique perto de um lago em uma linda tarde de verão.