Terror Ao Anoitecer escrita por Srta Winchester


Capítulo 13
Capítulo 13




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Já haviam se passado umas duas semanas que eu não ia ao trabalho e nem me dei conta disso, estava tão focada em expulsar o demônio que havia me esquecido completamente, fiquei apavorada pensando que iria ser demitida e sem nenhum direito por ter abandonado o emprego, mas como sempre Dean me tranquilizou, disse que havia levado um atestado dizendo que eu estava com virose e precisaria ficar afastada por um tempo. Ainda tinha alguns dias para ficar em casa, mas não teria paciência de ficar sozinha, já que Sam e Dean estavam atrás de um novo caso, então resolvi voltar mais cedo.

 Chegando lá, todos foram muito atenciosos, cuidando para que eu não fizesse muito esforço para que eu não passasse mal, coitados mal sabiam que estavam sendo enganados, mas a intenção era o que valia, na metade do dia minhas pernas latejavam e meus pés doíam, duas semanas em casa e já havia ficado preguiçosa. Lisa, minha chefe, com medo de que eu passasse mal, me liberou uma hora mais cedo, que diferença faria uma hora a mais ou a menos? Agradeci, tirei o uniforme e fui para casa ver Dean, estava com muita saudade dele.

 Ao abrir a porta vi Dean de costas colocando roupas dentro de uma mochila, paralisei assim que vi aquela cena, não era possível, depois de tudo o que passamos ele iria me abandonar?

 - O que é isso Dean? – perguntei com a voz fraca. Ele virou-se para mim, os olhos estavam cheios d’água, obviamente segurando as lágrimas.

 - Precisamos conversar Nina. – disse ele, passando as costas da mão no nariz. Aproximei-me dele. – Por mais que eu queira não podemos ficar juntos.

 Aquelas palavras me cortaram como uma navalha.

 - Por que não? – quis saber.

 - Porque o mal me persegue, não só a mim mais a meu irmão também e antes que qualquer coisa ruim aconteça com você, prefiro deixa-la a vê-la ferida ou morta.

 - Eu não vou me machucar e não vou morrer, sabe por quê? Por que eu mandei o demônio que me atormentava para o inferno novamente, sou mais forte do que você pensa. Mas se você esta querendo me deixar, tudo bem me deixe, agora não invente desculpas...

 Meu tom de voz era alterado, senti meu rosto queimar de raiva. Dean segurou meus braços com firmeza e disse:

 - Será que você não entende que eu gosto de verdade de você? Você realmente mexe comigo, é uma garota com quem eu adoraria passar meus dias, mas eu só quero te proteger.

 Seu tom de voz ficou mais alto enquanto dizia aquelas palavras e ele me segurava forte de mais, porém estava sentindo um dor no peito muito forte para me preocupar com a dor física.

 - Se quer me proteger, fique ao meu lado, não me deixe. – minha voz estava rouca e baixa, tentei apelar pelo lado sentimental usando todo minha lábia, qualquer coisa valia para que ele continuasse ao meu lado. – Já imaginou que demônios e outros seres sobrenaturais podem vir atrás de mim para saber onde você está? E como não irei saber onde, obviamente eles iram me torturar, o que é o de menos, eles poderão me matar e seu plano de ficar longe para me proteger terá ido pelo ralo.

 Ele me fitava, com um olhar que dizia não havia pensado nisso. Torcendo para que minhas palavras tivessem entrado naquela cabeça dura, completei num sussurro:

 - Não me deixe, vamos enfrentar tudo juntos, eu prometo ajuda-lo no que puder e quando você me mandar ficar longe eu ficarei, me ensine a como caçar, como atirar mais, por favor, não vá! – havia desespero em minha voz e não queria esconde-lo.

 Ele soltou meus braços e com o polegar, secou uma lágrima que escorria em meu rosto e me beijou. Aquele beijo não era comum, tinha desespero e pressa, fiquei com medo de que aquele fosse nosso ultimo beijo, envolvi minhas mãos em seus cabelos enquanto as suas estavam presas em minha cintura apertando-as bem forte, o beijo foi ficando mais calmo, nós dois abrimos os olhos ao mesmo tempo. De minha cintura, suas mãos foram para minha barriga, puxando minha camiseta que se encontrava por dentro de minha sai cintura alta e desabotoando cada botão lentamente enquanto seus olhos ainda estavam grudados nos meus, senti meu coração bater mais rápido, eu sabia bem suas intenções, um trauma de infância me dizia para que eu o parasse, mas meu desejo de tê-lo, mesmo que fosse a primeira e última vez, era maior. Tirei sua jaqueta e a camiseta azul marinho, ele jogou a mochila no chão e deitamos na cama.

 Eu não pensava em mais nada além de ama-lo muito naquela noite, pude ouvir que alguém na rua escutava a musica da Rihanna Stay, nunca tinha prestado muita atenção, mas para aquele momento uma parte dela foi perfeita.

 - “I want you to stay” – “Quero que você fique” disse em seu ouvido.

 - I stay! – "eu fico!" Respondeu.

 Meu coração soltou ainda mais de alegria, nós dois sorrimos e naquela noite, não precisamos pensar em mais nada.

 De manhã, acordei com uma fresta de sol em meu rosto, olhei para o relógio no criado mudo de Sam eram dez horas e eu teria de ir para o trabalho onze horas para atender na hora do almoço. Olhei para Sam, dormia tão profundamente que ressonava levemente, enquanto Dean estava com suas pernas prendendo as minhas e seu braço em minha barriga.

 Levantei cuidadosamente para não acordar nenhum dos dois, coloquei a camisa de Dean e fui até o banheiro, tentando não pisar nos obstáculos que encontrava pelo caminho, como minhas roupas e sapatos, algumas mochilas que Sam havia levado para dentro naquela noite enquanto Dean e eu dormíamos, deduzi, e mais roupas e sapatos pelo caminho.

Deixei um recado para quando Dean acordasse, dizendo que tinha ido trabalhar. No caminho, uma onda de constrangimento surgiu, enquanto eu e Dean dormíamos sem roupa, Sam havia chego em algum momento da noite e visto nossas roupas jogadas no chão do quarto e ao olhar para a cama onde estávamos ele já sabia o que havia acontecido.

 Na hora do almoço, o movimento estava grande, uma mesa para dez executivos, outros um almoço romântico, ou entre amigos, mais a melhor mesa foi a de executivos me deram uma ótima gorjeta, as outras nem tanto, contudo ao final do expediente estava com uma grana boa, poderia adiantar uma parte do pagamento de Pet pelo concerto da moto.

 - Alô? – disse Carol do outro lado da linha.

 - Pet, por favor. – disse sem querer prolongar nosso assunto.

 - Ele não está, Nina.

 - Que pena, sabe se vai demorar?

 - Não sei, olha estou ocupada agora.

 - Ocupada em esconder o roxo do pescoço? – perguntei ironicamente com uma gargalhada leve e ela desligou.

 Eu sabia que ela estava mentindo, pois ele ainda estava se recuperando e ela não o deixaria sair e se fosse preciso amarra-lo na cama ela faria. Depois de andar alguns quarteirões cheguei à oficina e como previsto lá estava ele e Conrad.

 - Sabia que o encontraria aqui. – disse com um sorriso e depois o abraçando – Como está?

 - Melhor agora que estou me movimentando, mamãe queria que eu ficasse trancado em casa comendo sopa.

 - Ela só quer seu bem. – disse Conrad. – Ela exagera, mas só quer seu bem.

 - Como vai Conrad? – perguntei apertando sua mão.

 - Vou bem. Vou deixa-los sozinhos, qualquer coisa Nina puxe a orelha dele.

 - Pode deixar.

 - Nossa, a noite de ontem foi sinistra.

 - Qual parte? A que eu matei um demônio ou a que você quase vomitou seu estômago?

 - Há,há muito engraçada você e pare de rir.

 - Desculpe tenho que aprender a respeitar seu lado fraco. – e ri mais ainda.

 - Quer saber noticias de sua moto? – disse ele tentando parecer serio.

 - Sim, claro. – disse enquanto enxugava uma lágrima que caiu de tanto que ri.

 - Amanha ela está pronta.

 - Ufa, ainda bem, não aguentava mais andar a pé.

 - Mas faz bem.

 - Claro que faz, mas eu estou cansada minhas pernas latejam e meus pés também, para sua informação voltei a trabalhar, estou exausta. E aqui está uma parte do concerto, a próxima eu dou amanha.

 - Relaxa, com a gente não tem essa.

 - Preciso te contar uma coisa. – disse num tom mais baixo. – Dean e eu, nós...

 - Serio? Vocês dois...

 - Shhh, fale mais baixo. – disse dando um soco leve em seu braço.

 - Desculpe, mas me conte como foi?

 - Não vou entrar em detalhes com você Pet, mas foi maravilhoso.

 - Conseguiu superar aquilo?

 - Acho que sim, ou talvez, não... Não sei direito, às vezes me pego pensando naquele dia, os gritos ensurdecedores...

 - Sh, calma. – disse ele me abraçando, enquanto um arrepio tomava conta de todo meu corpo. – O importante agora é que tudo isso já passou e que você está com um homem que te ama.

 Eu assenti e o abracei ainda mais forte, tentando fazer com que as lembranças daquela tarde chuvosa, desaparecessem de minha mente.


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