Tulipas Azuis escrita por Zora


Capítulo 7
Verônica


Notas iniciais do capítulo

Esse é GALEEEEEE pessoal.
Comentários seriam ótimos!



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Andavam sem o mínimo de pressa. Depois do surto de Gajeel, que ainda digeria tudo o que Levy o havia dito, eles andavam em direção à casa da moça, que olhava de soslaio para o rapaz a cada minuto, tentando decifrar o enigma na face daquele que a acompanhava. Este por vezes balançava a cabeça em negação e a menina não entendia a causa de sua atitude, contudo imaginava. Queria iniciar um abocamento, mas já não sabia como.
Reunindo o pouco de força e coragem que ainda possuía -visto que aquele dia havia sido bem tenso, no mínimo - Levy tenta pela primeira vez naquele curso iniciar a tal conversa.
"Gajeel?"
"O que é?" Responde distante, sem nem mesmo encará-la como faz de costume.
"Está tudo bem?" Questiona-o meio receosa
"Óbvio que não, Levy. Que droga!" Range mais que agressivo.
"Desculpe. Eu...Eu sou uma imbecil. Sinto muito" A menina cora de vergonha ao notar a besteira que acabara de falar.
"Que seja"
"Gajeel?"
"Hã?!"
"Vocês são tão íntimos assim?" Pergunta um pouco insegura
"De um jeito esquisito, admito." Responde com pouco interesse
"O que você acha que vai acontecer daqui pra frente?"
"Eu não sei, baixinha. A Juvia não vai querer comentar, ponto. Se você insistir em perguntar, ela vai negar e se, por algum milagre ela resolver te contar, vai te fazer prometer não contar pra mais ninguém."
Levy ouvia tudo com extrema atenção, sem deixar escapar uma mísera palavra. Descobrir que Gajeel podia ser um grande amigo a deixava orgulhosa e um esperançosa também.
"E como você sabe disso tudo?" Ela recebe um olhar fulminante do rapaz "Desculpa. Não precisa responder." Mas depois que a garota se retrata, o jovem suaviza sua expressão facial e inspira com força.
"Coisas de fantasma"
"Coisa de fantasma" A garota sussurra."Entendo" Ele a encara sorridente e ela percebe o que ele queria dizer. "É, não entendo" Chacoalha a cabeça exasperada.
"Acho que se ninguém reparasse nada" ele usa um tom acusador para com ela e depois sorri "Juvia daria uma desculpa bem convincente e no final de tudo o único a conhecer a verdade seria eu" E ele novamente sorri "Depois de fazer um juramento idiota e ouvir um discurso do quanto ela ficaria decepcionada se eu traísse sua confiança" Nesse momento Levy percebe que não é uma simples suposição, o olhar distante de Gajeel comprova que a lembrança está instalada vibrante em sua mente.
"Ela conta tudo pra você?" Assimilar aquilo tudo era um pouco -muito- complicado pra garota. Sua visão de Gajeel era muito diferente daquela que se apresentava gritante naquele momento.
"É. Não que me interessasse muito em saber dos sonhos dela e dos nomes dos filhos que ela e Gray vão ter." Levy leva a mão à boca tentando conter a risada. Imaginar Juvia tagarelando durante horas enquanto Gajeel revirava os olhos totalmente entediado. "Que foi?"
"Nada" Sem conseguir se segurar a menina se entrega aos pensamentos e se rende à gargalhada. "Continue"
"Então pare com isso" Diz apontando indicador para o rosto da garota e remexendo o dedo.
"Isso o quê?" Tomba a cabeça e pisca os olhos com a maior delicadeza possível e somente com isso não fazia ideia no efeito que causava no metaleiro, que logo saiu de seu transe, rápido o suficiente para rebatê-la.
"Sonsa!" Gajeel a empurra de leve, mas para o corpo franzino que estava ao seu lado, a força não havia sido tão ínfima assim e como consequência disso a jovem se encontrava sentada na rua deserta.
"Garota!" Gajeel corre e a puxa pelo pulso com sua delicadeza nata que quase a deixa sem sua amada mão. O desespero no seu olhar deixava Levy comovida e compadecida nas mesmas proporções, por um minuto ficou sem saber como reagir.
Por fim contornou a situação. Afinal, era Levy McGarden.
"Então quer dizer que vocês dois são confidentes, não?" Diz caminhando alguns passos a frente de Gajeel com um tom debochado nem um pouco recatado.
Gajeel ignora a gozação e decide responder a pergunta" Eu não gosto muito dessa palavra. É muito feminina"
"Você é muito machista" Diz se virando para trás "E sim, vocês são confidentes"
"eu prefiro dizer que não existem barreiras nos nossos diálogos"
"Isso confirma que você conta tudo a ela em contrapartida, certo?"
"É"
"Definitivamente, eu não esperava por isso"
"Sinceramente,eu nunca imaginei contar com alguém depois que meu pai foi embora, mas a Juvia me deu tudo o que eu tenho. Eu não faço ideia de onde eu estaria sem ela"
Levy se sentiu um pouco desconfortável com a declaração de Gajeel. Não esperava tanta informação num simples trajeto. Mesmo aquele cérebro brilhante não suportava tanto. Se bem que a razão não era a culpada nesse caso.
"Achei que o mestre havia te chamado a se juntar a nós"
"Foi ela que pediu"
"Oh, sim" Divagando em seus pensamentos, Levy não havia notado que estava se aproximando de seu destino. A grande mansão estava se tornando cada vez maior, deixando os dois desgostosos.
Talvez outra pessoa não notasse, mas Levy percebeu muito bem quando Gajeel se aproveitou de seu momento reclusa na própria mente para mudar a rota, o novo caminho duraria cerca de vinte minutos a mais, porém não era como se Levy não desejasse um sequestro momentâneo e, sendo assim, se permitiu 'inconscientemente' ser conduzida até a estrada extensa.
"Então vocês são bem próximos mesmo. Ficariam bem juntos."

Nossa... Ela não imaginava que seria tão difícil dizer isso.
"Juvia só consegue enxergar Gray Fullbuster nesse mundo" Responde regularmente
"Então se Gray não existisse vocês poderiam ser um par"
"Mas Gray existe. Por que viver do que poderia ter sido, nanica?" Responde de forma enigmática deixando Levy atordoada.
"Não é como se eu não tivesse ninguém em mente"
"Hmmm..."
"O que foi? Não vai mais fazer perguntas?" Ao vê-la dissentir, termina "Acho que devia deixar de ser agente e se tornar uma repórter investigativa"
"Desculpe" Diz recolhida
Talvez Gajeel fosse lento para compreender muitos assuntos, mas o que Levy estava fazendo era manifesto. Ele gostava de ver que tinha uma considerável eficácia em relação a jovem e, era o máximo que ele se permitiria. Afinal, ele nunca aceitaria possuí-la. Por mais que sua vontade fosse de tê-la em seus braços e proteger aquele ser minúsculo com sua vida se preciso, não era o suficiente. Não depois de tudo o que fez. Lembrar das marcas, todos os cortes e o maldito símbolo que ele desenhou caprichosamente da Shadow Gear. Não se iludiria. Mesmo vendo que o desejava, mesmo notando que tudo aquilo era mútuo. Não era capaz de passar seus dias ao lado de quem tanto fez sofrer. As implicâncias eram o máximo que se deixava. O ponto mais próximo da linha imaginária criada por ele mesmo para impedir a felicidade. Um castigo de mesmo réu e juíz. Sua doce punição.
Mas para um bom conhecedor do que é amar, não havia mistério algum ali.
Chegaram a meta, uma hora não daria para desviar mais. Parados agora na entrada da Fairy Hills, se olhavam de mesmo forma, as mesmas frases formadas pelo olhar e jamais proferidas. Um silêncio que já se tornara incômodo, uma resposta jamais dada. Naquele futuro incerto. Naquele coração deserto. Que queria e precisava florescer.
"Obrigada pela escolta. Foi muita gentileza" Com o olhar novamente apto ao foco ela o encara com o rosto levantado e o abraça pela cintura.
"Entre logo. Já está tarde" E ele a observa abrir o portão e se virar novamente para ele, tendo a grade a os separar. Fecha o portão lentamente e o sorri sutil. O silêncio reinando naquele portão, nenhum dos dois olhando pra nada e ao mesmo tempo para tudo. Exceto para o desabrochar daquela flor de verônica.
Cada um vivendo sua própria tortura, ele sem se perdoar, não se achando digno de ter alguém tão terna quanto ela. Já a doce menina, já aceitando os comentários alheios maldosos, se via vacilante, se via um estorvo que sempre necessitaria da proteção do grande dragão. Ao seu ver, ele merecia alguém mais forte. E nesse dilema, conflito nas mentes, entre anjo e aberração, decidindo ali entre a felicidade ou a dor.

Ela dá as costas e sai a passos ágeis. Enquanto a flor concluía seu nascimento.


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Notas finais do capítulo

Verônica: Martírio (sofrimento)



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