Tulipas Azuis escrita por Zora


Capítulo 6
Lótus Azul


Notas iniciais do capítulo

Pessoaaaaaaal, espero que comentem, comentem, comentem, COMENTEM, cometem e favoritem, sem medo de ser feliz!
RECOMENDAÇÕES são um sonho.
Ah! Por falar nisso, agradeço muitíssimo a Brigtter-chan. Eu amei a sua recomendação.
Uma já foi. Rumo aos miiiil!



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Mais parecia um andarilho, vagando por aí na noite gelada que se dava início. Chutando pedrinhas e cantarolando algo como 'como eu sou um imbecil' e outros adjetivos nada agradáveis.
Mesmo sem vontade alguma percebe que já é hora de voltar pra casa, mas em um surto, perde o raciocínio que mantinha desde o ocorrido e girando os calcanhares, vai até a agência atrás de notícias. Quando prestes a entrar, a porta se abre, tão lentamente que o irrita. Levy sai cabisbaixa do ambiente com um pequeno livro vináceo na mão. Quase trombando com Gray, ela ergue a cabeça e o encara melancólica.
"Ela está na enfermaria ainda?" Ele questiona sem tentar manter a compostura.
"Está" Ela responde se compadecendo do amigo notavelmente abatido.
" E ela está melhor?" Seus olhos pidões como o de um cãozinho fofo deixavam Levy com mais dó ainda.
"Nós ainda não sabemos. Parece que fisicamente sim, mas ela está estranha"
"É, está" Sussurra.
"Quer conversar, Gray"
"Não, mas obrigado mesmo assim".

Ela desvia do amigo e se prepara para seguir seu caminho. "Tudo bem, então"
"Não, Levy. Espera" Ele coça a cabeça constrangido "Eu acho que quero conversar, sim" Diz segurando-a pelo pulso impedindo-a de prosseguir.
"Vamos andar, pode ser?"
"Claro"
E caminhavam em silêncio pelas ruelas de Magnólia até que Levy decide quebrar o silêncio incômodo.
“Eu percebi que as coisas estão ruins entre vocês. Acho que todos notaram na verdade”
“Ficou tão óbvio assim?” Gray com as mãos nos bolsos a encara espantado. Seria mesmo possível?
“Acho que ela não acredita mais nos seus sentimentos” Eles já estavam na praça central da Cidade e Levy avista um banco de madeira “Algum problema em sentar?”
“Oh, não. Sente-se” Ele se senta também para não deixa-la desconfortável. “Pode continuar”
“No meu entender, Juvia acha que está com pena dela. Tente raciocinar comigo: Ela fica gravemente ferida. Você aparece todo romântico e príncipe cuidando dela como se fosse feita de vidro logo em seguida. Acho que é muito compreensível pensar assim. Ela não quer sua piedade, Gray”
Ele ouvia tudo com total atenção. E ela estava certa, mas...
“Ela podia pensar algo mais no estilo dela. Algo como ‘Gray ficou com medo de me perder e foi tão fofo’” Afinando a voz para imitá-la ele se sente um idiota. Levy revira os olhos se divertindo com a atuação.
“Talvez ela pensasse assim se tivesse visto você roendo as unhas” De repente os olhos de Levy brilham e ela dá alguns pulinhos no banco tentando falha parecer discreta “Ou.. ou quando você deu aquele ataque se ciúmes quando ela apareceu envolvida pelos braços fortes e musculosos de Jellal” Era claro que ela o estava provocando, principalmente pelo jeito que falava mas ele não gostava de lembrar da cena onde o cavalheiro Jellal carregava a dama desacordada.
“Isso incomoda muito, sabia?”
“Eu imagino que sim” Levy leva uma mecha de cabelo para trás e assume novamente um ar sério, pensativo
“Mas eu ainda acho que não é só isso” Ele se vê encarado por ela, um incentivo a continuar. “Ela parecia... Eu não sei”.
“ Misteriosa? ”
“Acho que um pouco pior” Levy assente de cabeça baixa. Ao erguê-la, Gray vê lágrimas em seus olhos, aos poucos um choro baixo se inicia e Gray fica sem saber o que fazer, se sentindo inútil.

Outra vez.

“O que é Levy?”

“Eu preciso dizer uma coisa, Gray” Ela esfrega os olhos carregando gotículas nos dedos
“Fala.” Pânico. Era isso que o descrevia no momento. “Fala, Levy!” Talvez ela se sentisse coagida em outra ocasião mas entendia e admirava a reação do amigo.
“É que... ” Respira fundo e continua “Hoje, depois que você saiu, Mira e eu fomos ajudar Juvia a se banhar e, os ferimentos dela estão muito piores do que possa imaginar, Gray” Vendo-o abaixar a mirada e coçar as costas da mão, ela percebe que é mais difícil para ele do que demonstra. “Mas ainda não é isso” Ela vira a cabeça pra cima e pisca o mais rápido que consegue.
“Então o que é Levy? Fala logo. Por tudo o que lhe é sagrado!” Gray com a mãos apertando forte o banco, quebrando sua ponta por acidente e segurando a madeira podre, fazendo Levy dar um salto rápido devido ao reflexo.
“Eu analisei tudo, Gray. Cada corte e até onde cada um escorria, nos mínimos detalhes. Eu, eu queria comprovar uma coisa”
“E...” Ele não estava entendendo muito bem o rumo da conversa, mas de certo estava sendo tomado pelo pavor.
“E eu não encontrei coesão nenhuma com um rastro em especial. ”
“Levy, eu não estou entendendo”
“Como já disse, eu tinha uma teoria pra esse comportamento dela e, eu resolvi investigar. Juvia não é daquelas que busca atenção. Exceto a sua, claro. O que quero dizer é que se aconteceu algo a mais que uma batalha, Juvia não vai querer dizer. Não vai querer que fiquemos preocupados, não vai querer se expor para que a vejamos como fraca ou coitada”
“Sim, e daí?”
“Daí que segui meus planos e fui ajuda-la a se banhar, certo?”
“Sim, você já disse, eu não são tão burro, já entendi. Só não entendi a parte de coesão e rastros e nada do que veio depois. ”
“Segundo minha teoria Juvia sofreu mais que aqueles golpes notáveis. O rastro se inicia...” A pequena soluça alto e Gray vê sua dificuldade em fala “Mais ou menos na altura do corte do vestido, na parte interna da coxa. Não existe nenhum ferimento ali, ou bem próximo. E sendo assim, eu... ” Levy continua chorando alto, a caixa torácica se movimentando abrupta, a face borrada pelo pouco de maquiagem que acompanhavam as diversas lágrimas que abraçavam o rosto infantil da jovem “Eu não encontro outra lógica. Não existe outro raciocínio” A garota se ajoelha no gramado e põe as mãos no rosto sem conseguir explicar melhor, afinal, não sabia se Gray havia entendido.

Mas ele entendia.


“O que quer dizer com isso, Levy?” Suas lágrimas dançavam escorrendo lentamente por seu rosto moreno. “Hein?!” Grita desesperado, chamando atenção dos cidadãos que passavam por ali.
“Quero dizer que...” Morde os lábios buscando forças “Que eu preciso estar errada”
“Levy?” A menina olha para trás de onde veio o som e fita Gajeel a olhando preocupado “Está tudo bem?”
“Comigo? Sim, obrigada” Ele lhe estica a mão, e agarrando-a é puxada para cima e logo o mesmo braço a envolve pela cintura. Agora ao lado do metaleiro ela pende sua cabeça em seu braço.
“Quanto a você, Gray. Mesmo nesse estado eu não admito que grite com ela, ouviu?” Agressivo ele aponta o dedo no rosto do mago.
“Claro, desculpe Levy” Gray se retrata envergonhado.
“Tudo bem, Gajeel” Ela acaricia seu braço “Tudo bem, Gray. Eu teria a mesma reação. Talvez pior. Só peço que não conte a ninguém”
“Não vou”
“Eu também não vou”
“Não vai contar o quê? ” Gajeel se intromete na diálogo.
“Se eu disse que não vou contar Gajeel. Que idiotice!”
“Acho que ele deve saber.” Gray pronuncia logo, antes que os dois começassem a brigar sem motivo como todas as outras vezes.
“Como é, Gray?” Levy parece confusa.
Eles não haviam acabado de combinar que ninguém saberia?
“Eles são grandes amigos. Do jeito deles.” Gray coça a cabeça “E no geral, confio nele”
“Ok. Vamos andar?” Gray acha graça da forma que ela o chama. Exatamente como fez há alguns minutos atrás.
“Claro. Para o dormitório das garotas”
“Hã?”
“Já está tarde pra uma baixinha ir andando sozinha por aí no escuro”
“Gajeel. Eu sou uma agente, eu sei me virar sozinha. E solta meu pulso, troglodita!"
"Mais parece uma adolescente de colegial. Vão te jogar em um carro e te traficar. Você vai virar uma escrava prostituta e eu vou ficar com peso na consciência."
Gray mesmo naquela situação se divertia. Talvez aquilo fosse o máximo de uma declaração que aquele cara conseguiria chegar. E pela coloração do rosto da menina. Ela parecia satisfeita.
"Que seja. Não há mesmo problemas pra você, Gray?” Ela, que já se virava para sair se vira para o rapaz e questiona.
“Nenhum. Boa volta pra casa e, obrigada por tudo, Le”
Após acenar, Gray imagina que a garota vá embora com o recém-chegado, mas ao invés disso, Levy corre em sua direção e o abraça, apertando tanto que já o arroxeava.
“Fique bem” Ela sussurra em seu ouvido.
“É meio difícil não é?” Ele reponde no mesmo tom.
“Eu sei. Mas não desista dela.”
“Eu não vou.”
“Tchau, Gray” Ela dá uma pequena corrida até Gajeel e segue até sua casa.

Gray, continua observando o casal se distanciar até que ouve ao longe um soluço feminino alto e um rugido pavoroso. Provavelmente Levy havia resumido bem a história para ele.

“Eu vou matar quem fez isso!” Gajeel berra. Já estava bem longe e Gray havia ouvido muito bem.


“Eu te ajudo, amigo.” Gray diz se levantando. “Ou faço sozinho.”
E o mago do gelo segue até sua casa, pisando em uma lótus azul,e jogando o pedaço de madeira no chão. Tendo a marca das farpas em sua mão como uma prova, de que aquele pesadelo... Era real.


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Notas finais do capítulo

Lótus Azul: sabedoria e conhecimento (Levy)
Espero que gostem e comentem.
Obrigada e, até a próxima!


É sério gente, acho que um comentário não mata, né?
Não precisa ser elogio. É só pra saber que tem alguém que leu.
E eu posso melhorar se não estiver boa. Mas preciso saber.



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