Tulipas Azuis escrita por Zora


Capítulo 3
Jacinto Púrpura


Notas iniciais do capítulo

Prontinho, pessoal.
Espero favoritos e recomendações ansiosamente.
De presente de aniversário atrasado, ok?
Espero que gostem.



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O tempo corria de forma que nenhuma das quatro presentes notava, diferente do rapaz, que ainda estava posicionado atrás da pilastra, já com dores resultadas do longo tempo na mesma posição – outra vez – e de pé, já se cansava.
Erza e Lucy não mais se encontravam no local para distrair a enferma e sim, por estarem realmente apreciando a companhia da jovem. Conversavam sobre assuntos aleatórios, missões e moda. Wendy vez ou outra suspirava culposa, tendo Juvia a repreendendo milésimos de segundos após. Ameaçando puni-la com um dose muito bem elaborada de cócegas. A menina se desculpava e dizia que não iria se repetir – pela quarta vez – recebendo um “Aham” coletivo, já que todas as outras haviam concluído que em menos de dez minutos depois ela fungaria, suspiraria ou se mostraria inquieta outra vez.
Infalível.
Mais um suspiro pesado.
“Wendy! Já chega.” Juvia levanta a voz parecendo realmente irritada, para logo relaxar e mostrar o que realmente pretendia fazer. O sorriso perverso brota em seus finos lábios e, seus olhos anis cravam nos da menina antes avisada. “Eu disse que iria castigá-la, Wendy. Já me fiz de esquecida três vezes, mas só estava esperando o momento certo. Bem, é agora! – grita se virando até seu alvo –. Hora da punição!”
A Loxar utiliza de suas duas mãos passeando pelo delicado corpo de sua vítima, arrancando gargalhadas e pedidos desesperados para que parasse. Mas não o faria. Não tão cedo.
“Por favor, Juvia-san... Não suporto mais” Implorava entre risos.
“Isso é para que aprenda a nunca mais me desobedecer! Eu também posso ser muito má”
“Essa coisa de ‘Hora da punição’ fez-me lembrar de Virgo. Juvia definitivamente está estranha. E ainda não me ameaçou. Será que perdeu a memória?” Sussurra para Erza ao seu lado. Seus subordinados eram realmente esquisitos. Aquela serviçal só sabia perguntar se havia feito algo errado e pedir castigos. Louca. Só faltava pedir para ser colocada no tronco como os africanos no pretérito. Credo!
“É claro que não Lucy! Como ela se lembra de nós? Que burrice.”
“Também não é necessário ofender, não é?” Lucy projeta os lábios para frente em um bico medonho.
“Certo, certo. Que seja. Só acho que é melhor interferir. Wendy está mudando de cor”
“Ela parece estar se divertindo, Erza. Aliás, ambas estão. Não acho necessário que intervenhamos”
“Elas perecem se entender bem. Se não as conhecesse, diria que eram irmãs ou no mínimo, primas”
“Wendy me parece bem melhor também. Juvia faz bem a ela.”
“E pelo visto o contrário também acontece”
“Ah, estou cansada!” Admite respirando descompassadamente aquela que a dois segundos era a personificação da atrocidade. “Ai!” Gray já se preparava para correr até seu desígnio, parando abrupto ao lembrar das consequências. ‘Danem-se as penalidades!’ – Pensou .
“ Acho que me esforcei demais”
“Eu também acho” Ele se pôs a falar ofegante. Sentiu sua boca estranha por se manter calado por todo o tempo. Parecia ter acabado de acordar.
“Disse que ninguém poderia entrar, Gray” Erza aponta para ele sua inseparável espada “Não me agrada em nada ser desobedecida”
Gray mesmo com medo não recuou – como sempre fazia- , ainda temendo por sua vida decidiu que apanhar da Titânia não seria nada se comparado ao resto de seu dia.

“Sabe, não sou muito fã de obedecer, também.”
“O que disse, Gray?” Aquele tom de voz carregado de certo seria acompanhado de no mínimo um desmaio vergonhoso na frente de Juvia. No mínimo, deselegante.
“Desculpe, Erza. Não foi minha intenção desafiá-la ou postergar você, mas eu não pude evitar.” Pensou estar são com sua resposta rápida e bem elaborada, mais ainda quando viu a expressão da amiga aliviar, porém ainda com uma sobrancelha arqueada, dividida entre esmurrá-lo ou ceder. Por fim, felizmente para Gray, ela opta pela segunda alternativa.
“Faça algo errado e eu te quebro m doze. Já estou me segurando mesmo, não serei boazinha”
“Já não está sendo, querida amiga. Nem um pouco” Rebate zombeteiro
“Debochado?” Ela sorri “Bela novidade, Fullbuster. Mas não use desse artifício para comigo”
“Não irá se repetir, Titânia”
“É o que espero”
Então Erza saiu, levando Lucy consigo
“O que é que acabou de acontecer aqui?” Indaga numa mescla de curiosidade e susto
“Um diálogo civilizado entre Gray e eu? ” Responde perguntando
“Isso é interessante” Sussurra Heartfilia
“Concordo. Mas acho que eu não o deixaria impune se realmente não os quisesse a sós”
“Humm, entendo. Agora sim faz sentido”
“Queria saber o que eles estão fazendo”
“Eu também!”
“Sem escândalos, Lucy”
“Impossível! Gray é muito lento.”
“Eu sei, mas um dia eu tenho esperanças que ele cresça”
“Oportunidade perfeita essa não? A donzela ferida numa maca, onde o amor de sua vida se declara, fazendo com que seu amor a recupere mais rápido e...” Lucy arregala os olhos espantada “Wendy. Esquecemos a Wendy. Erza! Pare de rir”
“Não dá.” E seguia o som doce que não cabia a dona da melodiosa voz. “Lucy, eu não sou desatenta tal como você. Wendy está dormindo. Já estava sonolenta antes. Acho que nem mesmo terminou de ouvir minha conversa aristocrática com meu chefe de guarda favorito”
“Até porque o Lyon e você não se conhecem direito?” Lucy sorria quase formando uma gargalhada a se juntar com a da outra.
“Sendo irmão daquele lá, também não creio que seja muito interessante”
“Indiscutível!”
. .

“Quer falar comigo, Gray?” A moça ajeitava pela centésima vez a criança em seu colo. Desistindo, a deita em seu travesseiro e senta ereta , pegando um bloco grande de papel e um objeto que Gray não pode identificar o que era, pondo-se a desenhar. Sem emoções, bochechas rosadas ou suspiros apaixonados.
“Eu, bem... Só vim saber se estava bem e...”
“Acho que esse não é o real motivo de ter se arriscado tanto” Responde cortando-o
‘Por que ela está tornando tudo mais difícil’ – Pensa
“Tem certeza que está tudo bem?”
“Sim. Obrigada pela preocupação” Ela não levantava o olhar do papel. Administrando com maestria ambos objetos utilizados. O que quer que estivesse fazendo, fazia com grande dedicação. O cenho franzido em sinal de concentração e mostrando assim, total desdém ao rapaz a sua frente.
“Como?” O alquimista perplexo esperava o fim de uma brincadeira que não ocorria
“Gray, se não se importa, Eu preciso descansar. Acho que Erza já havia dito isso.”
“Erm... Tudo bem. Deseja algo?”
“Hã?” Ela estranha a atitude do parceiro, entendendo que ele queria ser gentil, ou útil, ou menos imbecil, oferecendo tal favor e sussurra com timbre suficiente para ser ouvida “É estranho quando os papéis repentinamente se invertem”
“Desculpe, eu fui um idiota”
“É, foi sim. Mas, Juvia prefere que continue assim a ter você me agradando por piedade”
‘É isso que ela está pensando? Sério?' Se bem que parando para pensar, fazia bastante sentido.Principalmente depois de tudo o que a fez.
“Juvia, eu não fiz isso...” Ele não consegue terminar, já que novamente é interrompido por ela
“Mas já que se dispôs, Eu aceito um favor sim.” Vendo que ele não perguntaria o que era e lha aguardava seguir a fala assim ela fez “Te peço por gentileza avisar a todos que estou bem e que em breve esclarecerei o que lhes deixam curiosos ou aflitos”
“Só isso?”
“Só. Obrigada. Espero que veja como é ruim ser tratado de forma frívola. Deve ser curioso experimentar por um dia aquilo que fez alguém sentir durante tanto tempo, não? ” Aí sim ela o encara. Cravando seu olhar o dele sem um corar de maçãs, um sorriso tímido. Absolutamente nada. Ele ficou assustado. Não. Apavorado. Essa sim era a palavra perfeita para descrevê-lo no momento. “Sabe, Gray? Tive um ótimo professor” O alfineta.
“Eu vou fazer o que me pediu. Melhoras. Juvia”
“O agradeço. Ah, mais uma coisa. Pode levar a Wendy daqui. Prreciso muito desse travesseiro.”
“Ah, claro. Tchau.”
“Até logo” Gray depois de pegar Wendy com todo cuidado para não acordá-la segue para fora, desajeitado no momento de fechar a porta com a garotinha nos braços. Saiu. Olhou o rosto fino e delicado da criança.
“Continue assim por um bom tempo, Wendy. Não cresça tão cedo Conselho de amigo” Falava baixo para que ela não acordasse. A mesma se remexe no colo do jovem, resultado de sua excepcional audição. Ele lhe direciona um sorriso melancólico. Passa por Erza e dá Wendy a ela. Antes que Lucy –que se encontrava eufórica – e Erza o questionassem, ele se apressa.
“De certo não foi como vocês esperavam. Vale ressaltar que eu não tive culpa. Não dessa vez.”
Saiu da guilda. Deixando uma Erza cabisbaixa e uma Lucy confusa.
. .
Lutando contra si mesma para impedir as lágrimas, ela olhava o papel que há pouco utilizava. Lá estava um belo desenho. Havia esquecido de como gostava de desenhar. De como gostava de flores. Aliás havia esquecido de muitas coisas. Até daquelas que não podia e, na verdade, não fazia ideia de como conseguira.
A flor.
Um jacinto púrpura.
O significado da flor condizendo exatamente com seu estado de espírito.
Tentou dormir, mas sua mente resolveu lhe trazer as lembranças que ausentas a tinham deixado viver bem. Pelo visto -concluiu- as lágrimas iriam mesmo cair


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Notas finais do capítulo

Jacinto púrpura: Tristeza profunda



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