Vamos Falar De Amor escrita por ed


Capítulo 5
Vamos falar de covardia


Notas iniciais do capítulo

O cap ficou meio grande, porém eu gostei bastante dele. Espero que gostem também. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371690/chapter/5

Mesmo depois de acordar as 4:00 da manhã, dormir de novo e por fim acordar, eu ainda não acreditava no que estava acontecendo.Mariana...minha melhor amiga.

Depois do nosso beijo eu cheguei a achar que as coisas mudariam entre nós, que não seria a mesma coisa, que ficaria um clima...diferente. Mas não aconteceu nada disso,e bom, eu estava gostando de tudo o que estava acontecendo.

(...)

Não conseguia parar de sorrir. Depois de ontem parece que tudo mudou. Inclusive á mim. Eu sentia uma imensa alegria quando relembrava o beijo, não conseguia tirar o pensamento dele. Nós vamos sair hoje. E pela primeira vez, não só como melhores amigos.

(...)

Caminhei com Zeus como sempre fazia de manhã. Quando voltamos não havia nada para fazer em casa, queria falar com ela, mas não iria ligar apenas porque queria ouvir a voz dela, não. O que ela pensaria? Que eu sou um louco e apaixonado que não consigo ficar sequer sem falar com ela? Bom, tudo isso era verdade, exceto a parte do louco. Depois de muito pensar,liguei.

Ninguém atendeu o telefone. - Ah,ótimo. Ela está com uma companhia melhor e não quer me atender-Foi a primeira coisa que pensei. Depois de deixar uma sms, resolvi jogar sozinho.

Quando saí do banho, havia três ligações perdidas e onze mensagens de Bernardo. Dez das mensagens dizendo.

‘ Me atende’

Era bem o jeito dele mesmo...e também havia uma outra mensagem que dizia.

‘ Venho jogar comigo,eu to jogando Injustice,o jogo é ótimo. Sabe que odeio jogar sozinho e odeio ainda mais ficar longe... ‘

Legal, a mensagem tinha chegado completa. Teria que perguntar há ele para saber o que estava escrito. Me arrumei, coloquei um simples casaco rosa e uma calça calça. Coloquei também uma roupinha na Tsuki, não era justo deixar ela sozinha em casa. Por isso, ela iria comigo.

(...)

O Bernardo nunca me ligou, nunca sequer me respondeu uma mensagem e quando eu ligo dificilmente ele me atende. Hoje eu vou levar a minha irmã ao parque, e seria super divertido se ele fosse comigo. Bom, não custa tentar chamar ele, né?

Não demorou muito até ele atender.

– Sophie. – Disse ele animado.

– Oi, esqueceu de mim não é? – Ela falava num tom de brincadeira, mas esperava a resposta dele.

– Hm, é. Da onde eu te conheço mesmo? – Disfarçou Bernardo brincando.

Sim, eu havia esquecido completamente dela. Não do problema dela ou necessariamente dela. Mas esquecido de procurar ela, e até mesmo da rápida paixonite que eu tive por ela.

– Nossa, então não se lembra das meninas que conhece? – Perguntou ela.

– Claro que não, como poderia? São tantas que não tem como eu gravar todas, não é? – Falei num tom de ironia.

– Eu vou sair com a minha irmã hoje, você não gostaria de vir conosco? –Perguntou ela com aquela voz doce.

Não queria dizer não há ela, muito menos falar que estou namorando a minha melhor amiga. Mesmo não gostando, eu tive que mentir.

– Hoje? Ah, sinto muito Sophie, hoje eu já havia planejado de ficar em casa,assistindo uns filmes,sinto muito.

– Ah... – Disse ela desapontada.

– Como está sua...visão? –Perguntei com cautela.

– Bom, não houve mudanças. Eu ainda vou precisar fazer um transplante se eu quiser recuperar completamente minha visão. –Disse ela triste.

Era difícil de acreditar, ela ligou toda animada para falar comigo e eu consegui fazer ela ficar triste em tão pouco tempo? Que idiota que eu sou.

– Você não me contou que tinha uma irmã. – Falei tentando mudar de assunto.

– São muitas coisas para se contar a alguém que não me liga. – Disse ela brincando novamente.

– Haha, é sério. Quando você menos esperar eu vou te ligar, você vai ver.

– Ela tem apenas sete anos, adora jogar videogame, acredita? É uma criança linda.

– É sério isso? Jogar videogame? Porque não trás ela para jogar comigo? Odeio jogar sozinho. –Disse por fim.

– Hoje nós vamos sair, um programa só de irmãs. Mas outro dia,quem sabe. Tenho que desligar, até outro dia, beijos. –Disse ela se despedindo.

– Até. Foi bom falar com você de novo.

Depois disso, ambos desligamos.

Já havia desistido de jogar quando Zeus começa a me lamber e latir em direção a porta. Quando eu abri, Mariana se preparava para tocar a campainha.

– Pensei que não iria vir. – Disse eu sorrindo.

– Oi! – Ela me deu um rápido beijo e depois sorriu.

Jogamos, jogamos e jogamos. Eu juro que tentei derrotar ela com todos os personagens que jogo bem, Superman, Flash, Aquaman, mas nada foi o suficiente. Depois de ganhar no máximo três vezes dela. Eu parei de jogar.

– Ei, que tal irmos no cinema e depois no parque? – Perguntei olhando para ela.

– Agora? Mas eu nem estou com roupa de sair. – Questionou ela.

– Não se preocupe, você está linda assim. Só vou tomar banho e trocar de roupa e nós vamos.

– Tá bom seu fraco. – Brincou ela.

– Fraco? Eu deixei você ganhar, mesmo num jogo é errado bater em mulher. – É sério que essa foi a melhor desculpa que inventei? – Pensava ele.

(...)

– Foi melhor filme de comédia que eu já vi em toda minha vida. – Disse eu animado

– Para de ser bobo, nem era tão engraçado assim. – Afirmou ela.

Quando chegamos ao parque era como se a cidade toda estivesse nele. O primeiro brinquedo que fomos foi o trem fantasma.

– Se ficar com medo pode se abraçar em mim. – Disse eu com um ar protetor.

– Até parece que preciso me abraçar em você, é apenas um brinquedo. – Tentei passar confiança ao disser isso, mas no fundo, estava com medo.

A entrada para o brinquedo era uma porta de madeira, como se fosse há entrada para um porão.

Assim que entramos a porta deu um forte rangido seguido por uma batida. Precisamos caminhar um pouco até chegar o trem. Estava escuro, muito escuro. Caminhamos, caminhamos e não chegamos até onde queríamos. Achei que estivesse perdido. Parecia que eu estava imerso nas trevas e sozinho lá, até Mariana segurar a minha mão. Era para eu passar segurança e proteger ela. De fato, aquele lugar completamente escuro, e com movimentos de vultos me dava medo.

Quando chegamos no trem continuava aquela escuridão absurda, só que agora além de vultos que se moviam, existia também olhos vermelhos por toda a parte. O trem era feito de madeira, e as rodas eram desiguais, fazendo ele ficar inclinado.

O trem se movia cada vez mais rápido e cada vez se aproximava mais daqueles olhos vermelhos. Eu estava assustado, Mariana também. Já havia me preparado para o pior quando chegamos naqueles olhos vermelhos, mas...eram coelhos?!

– Você estava com medo de coelhinhos? Que bonitinho. –Ironizava Mariana.

– Nunca estive com me... – Eu fui interrompido por um grito, em seguidas começaram vários a gritar.

Eram zumbis. Zumbis no estilo Left for Dead, rápidos, que corriam atrás de nós. Em meio aqueles gritos eu ainda pude ouvir o grito de Mariana. O trem estava parado sabe lá porquê. O trem finalmente voltou a andar quando os zumbis estavam chegando...deixamos eles para trás.

O resto da passeio foi assustador,surgiram baratas e larvas dentro do nosso trem, morcegos atacando a gente, um mulher ‘morta’ que veio seguindo nosso trem até o fim. E que fim, os trilhos eram feitos no formato de uma serpente, parecendo que nunca chegaríamos ao fim.

(...)

Havíamos ido comprar algodão doce. Estava com um enorme fila, talvez nem desse para todos. Quando Mariana olhou para o lado para que ela tinha visto alguém conhecido...quando eu olhei para trás,também havia alguém conhecido.

– Bernardo! – Exclamou Sophie.

– Scarllet. – Disse eu.

– Sophie? – Perguntou Mariana.

– Mariana. – Falou Scarllet.

– Wallace. – Exclamou ele. - Wallace era forte e o braço dele era coberto por tatuagens, ele era careca e possuía barba em torno do rosto, deixando-o estranho. Usava uma jaqueta preta e jeans rasgados, estilo bad boy americano.

Fomos todos para uma lanchonete conversar. Eu havia sido o único que tinha comprado o algodão doce.

– Maninha, maninha. – Ela falava num tom de voz tão baixo que quase não se ouvia.

– Eu também quero algodão doce. – Dizia ela.

Com todo aquele encontro eu nem sequer tinha notado que a Sophie estava com a irmã dela.

– Qual é o seu nome? – Perguntei carinhosamente.

– Ca..Catarina. – Ela falava de um jeito fofo, e se escondia atrás de Sophie para falar comigo.

Ela era uma criança fofa e bem tímida, tinha olhos azuis claros e os cabelos dela eram loiros e lisos.

– Olá Catarina. – Sorri ao falar com ela.

Catarina não falou nada, apenas apontou um dedo para o meu algodão doce, era certeza o que ela queria.

– Sabe, esse algodão doce está muito gostoso. Mas para ganhar ele você precisa falar comigo.

– Eu não quero falar com estranhos eu quero o algodão doce. – Falou ela fazendo careta.

– Não sou um estranho, sou o Bernardo. – Entreguei o algodão para ela. Parecia que os olhos dela brilhavam de felicidade.

– Há, prazer Bernardo. – Falou ela animada.

– Fiquei sabendo que você gosta de videogames? – Perguntei eu sorrindo.

– Adoro videogames, eu poderia jogar o dia todo. Mas minha irmã não joga comigo. – Disse ela com uma voz triste.

– Pede para a sua irmã te levar lá em casa, assim a gente joga o dia todo, a hora e sempre que quiser.

– É sério?! – Disse ela animada.

Assenti com a cabeça.

Wallace ao que tudo indicava era namorado da Scarllet. O que me surpreendia era Scarllet namorar e mais do que isso, era que Wallace não parava de olhar para Mariana, isso estava me incomodando um pouco. Passei meus braços em volta dela, só para ver o que ele faria.

– Nós vamos comprar refrigerante, querem algo? – Perguntou Scarllet.

– É claro que eu quero, o refrigerante não vai vir até aqui sozinho. – Disse ele num tom de voz grosso.

Após Scarllet passar por ele, Wallace deu um tapa em seu bumbum.

– Você quer algo? – Perguntou carinhosamente Mariana.

– Hm, não quero não. – Respondi eu erguendo a cabeça para ela que já estava em pé.

Mariana me deu um leve beijo nos lábios e saiu.

Na mesa restaram apenas, eu, Sophie, Catarina e Wallace.

– Pensei que iria assistir filmes em casa. – Falou Sophie.

– É... na verdade. Eu vou assistir sim...desculpe ter mentido para você, sério. – Disse eu com voz arrependida.

Sophie riu.

– Tudo bem, mas você está me devendo um passei. Está na hora de irmos Catarina. – Disse por fim Sophie.

– Mas o Bernardo ainda ta aqui. – Questionou ela.

– Se despeça dele e vamos.

– Até mais Bernardo. – Disse ela num tom de voz triste.

– Não esqueci, perturbe sua irmã para te levar para jogar comigo. – Sorri e abracei ela.

– Moço, tchau. – Falou ela se despedindo de Wallace.

– Tsc, criança irritante. – Cuspiu ele.

Catarina ficou com cara de choro e me deu um beijo no rosto antes de ir embora cabisbaixa, triste.

– Precisava ser tão mal com ela? – Questionei eu.

– Ah qualé, vai atrás dela e pega ela para criar então. – Respondeu em tom de ironia.

– Ela é uma criança, não precisa ouvir o que você ta falando só porque está revoltado. Tentei falar com uma voz tranqüila.

– Não gosto de crianças. Não gosto também de pessoas que questionam o que eu faço,como você. – Respondeu com agressividade Wallace.

– Ah, é. Quando você não gosta de uma pessoa, você se revolta também? – Agora foi a minha vez de falar com ironia na voz.

– Não, ai você vai descobrir o que eu faço. Quer saber mais o que eu faço? Eu pego meninas loiras e ainda mais aquelas que namoram e acabo com elas, faço de tudo com elas, elas querendo ou não. – Ele falava com um tom debochado e com um sorriso de psicopata no rosto.

Senti a fúria crescer dentro de mim, tinha certeza que era de Mariana que ela falava. Sem pensar muito no que fazer levantei com tudo da mesa, colocando toda minha força, minha raiva no meu punho.

Pela Catarina e por tudo o que ele disse. – Foi a única coisa que pensei.

Na hora que acertei o rosto dele senti os dentes dele cortarem levemente a minha mão. Mas não foi o suficiente para fazer eu parar, fiz mais pressão no meu punho o empurrando para trás, derrubando ele.

(...)

Scarllet estava com manchas roxas em seu corpo, no seu braço, no pescoço e uma leve marca vermelha em seu rosto. Mesmo com o cachecol e com o casaco dela havia como perceber certas marcas.

– Scarllet... que marcas são essas no seu corpo? – Perguntei apreensiva.

– Ah... não... não são nada. – Mentiu ela.

Já havíamos comprado os refrigerantes e estávamos voltando quando Scarllet decidiu falar.

– É ele, é o Wallace prima. Eu cheguei a gostar dele no inicio, mais depois... ele mudou comigo. E na primeira briga, ele me bateu. Perdoei ele, pois ele disse que havia se arrependido e que não se repetiria. Porém começou a acontecer com mais freqüência, quando dei as costas há ele, ele me deu um tapa com tanta força no meu rosto que chegou a sangrar. – A cada palavra que ela dava parecia que ela sentia toda a dor novamente.

– Que... que horror Scar. Por que você continua com ele então? Você não merece isso. – Mariana falava com uma certa insegurança, como se não soubesse o que falar, de fato não sabia.

– Não acabou por ai... ele me obrigou a fazer... você sabe, a ter relações com ele. Claro, eu me neguei. Mas negar as coisas há ele não adianta. Ele me obrigou, me pegou a força pelo o braço me obrigando a fazer o que ele queria. E depois, o pior de tudo, ele... ele me pegou pelo pescoço fazendo eu... me forçando a engolir todo o pê... – Scarllet chorou como eu nunca havia visto antes, mas se conteve e enxugou suas lágrimas pois tínhamos chegado onde os meninos estavam.

Quando chegamos, Wallace já se encontrava no chão. Bernardo estava com muita raiva, eu via o canalha no chão e ele sangrava. Fiquei feliz por isso. Mas não estava entendo o que acontecia.

Ele se levantou do chão, limpou o sangue, tirou a poeira de sua jaqueta preta e agarrou o braço de Scarllet, arrastando ela.

– Vamos mulher, não quero mais ficar aqui. – Cuspiu sangue no chão.

– Solta ela, ela não quer ir com você. – Dizia Mariana.

– Parece que ela está chorando? Irei cuidar muito bem dela.

– CUIDAR COMO BATENDO NELA? – Disparou Mariana.

Na mesma hora ele soltou Scarllet e pegou Mariana pelo rosto, apertando ela.

– Quem é você para disser o que eu faço ou não sua cadelinha loira? – Sussurou ele ao ouvido dela.

Bernardo empurrou ele para longe, ficando na frente das duas garotas para protegê-las. Wallace se virou do empurrão com um soco no rosto de Bernardo, na mesma hora ele caiu no chão e ficou com a mão onde tinha sido golpeado, ele não chorava, mais sentia muito dor, era claro. Não foi só um soco, Wallace fez um corte no rosto de Bernardo com uma mini chave de fenda escondida entre os dedos.

Depois disso, por alguma razão, ele foi embora do local. Por nossa sorte, ou azar. O local estava vazio, e como estávamos na parte 'escondida' da lanchonete, ninguém percebeu nada.

(...)

Após levarmos Scarllet em casa, nós finalmente chegamos em casa.

Zeus e Tsuki parece que se divertiram a beça, pois assim que fizemos carinho neles, os dois voltaram a dormir.

Nem eu e nem Mariana conseguíamos dormir, por isso, como eu disse para a Sophie, fomos assistir um filme. Me sentei no chão, apoiando minha cabeça no sofá enquanto Mariana estava deitada nele.

– Foi muito legal o que você fez pela Scar hoje. – Disse ela numa voz cansada.

– Não foi só pela Scar, foi pela Catarina, e por você também. – Respondi para ela.

– Huhu, você parece um príncipe defendendo crianças indefesas e me defendendo. – Brincou ela.

Mariana acariciava os meus cabelos.

– Se eu sou um príncipe, quem é a minha princesa? – Perguntei há ela.

Alguns minutos se passaram, ela havia parado de acariciar meus cabelos e não me respondia também. Quando olhei para cima, Mariana dormia profundamente. Peguei ela no colo, e a levei até o meu quarto. Deitei-a na cama.

– É você minha princesa. – Sussurei para ela, mesmo sabendo que ela não poderia ouvir.

Beijei a testa dela e apaguei as luzes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram ou foi só eu mesmo? hahaha, até o próximo capitulo pessoal.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Vamos Falar De Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.