Você Sabia Que Eu Te Amei? (Hiatus) escrita por Vick Pimentel


Capítulo 3
Capítulo 3- Eu queria voltar no tempo.


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem galera. Estou tentando não demorar muito a postar, por isso não sei se esta muito bom, mas ta ai *u*



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Nós mau entramos e o trem começa a se mover em uma velocidade de 400 quilômetros por hora. Eu particularmente acho incrível, apesar de sentir certas náuseas no começo.

Glitts se senta em uma confortável poltrona, Clove e eu de frente para ela. Confesso que não ouvi nada do que ela disse, ficava olhando pela janela, era incrivelmente rápido, eu só via borrões passando. Era fascinante. Só volto para a realidade quando nossos mentores entram. Já os havia visto em outras edições dos jogos. Brutus e Enobaria.

–Então ai estão nossos jovens sortudos desse ano.- Diz Brutus me estendendo sua mão para cumprimentar a mim e a Clove.

Enobaria por sua vez, nos cumprimenta apenas com um sorrisinho, não tenta esconder de nenhuma forma, que não queria estar aqui. Conversamos um bom tempo, e assistimos as colheitas dos outros distritos. Percebo a implicância de Enobaria com relação a Clove, ela ignora seus comentários, e ri de qualquer sugestão que faça. Clove já esta vermelha, mais irritada do que de costume. Acho que Brutus percebe isso. 

–Não gosto da magrela do 12. –Comenta Clove e faz uma pausa.- A que se ofereceu, por algum motivo, é de longe a que menos gosto. Será a primeira que matarei.

–Isso se você sobreviver a cornucópia.- Diz Enobaria em um tom surpreendentemente debochado.- Você já se olhou no espelho? Quantos anos você tem? 12?

–Ela tem 15.- Digo já irritado com tanta implicância.- E você não tem noção do que ela pode fazer com uma faca na mão.

–Olha só, você ganhou um protetor. Quem sabe, você sobreviva ao primeiro dia. –Enobaria termina de dizer e imagino uma faca zunindo em sua direção, mas nada acontece. Clove olha para mim com um olhar, digamos, quase fatal, e um sorriso maligno no rosto. Sei o que isso significa. Ela vai deixar que pensem como bem entenderem, e na hora certa, mostrara do que é capaz. Fará com que qualquer coisa que Enobaria pense a seu respeito caia por terra. E eu a admiro isso. Na verdade, a quem estou tentando enganar? A mim mesmo? Por que no fundo, sei que admiro quase tudo em Clove.

Enobaria se irrita diante do sorriso de Clove e Brutus a retira do vagão. Acho até melhor, não queria ver as duas se estapeando, não no primeiro dia. Quando me dou conta, Clove eu já estamos a sós em meio ao silêncio.

–Ela realmente te odeia.- Comento.

–Oh, jura? Nem tinha percebido!- Ela diz ironicamente.- Não sei quem é mais louca, ela ou Glitts.

–Você!- Digo sorrindo feito um babaca. Um babaca muito lindo, claro.

–Ah idiota!- Clove avança em cima de mim. Sei a força que aquelas pequenas mãos tem. Por isso seguro seus punhos. Mas seu impulso e brutalidade são suficientes para que a poltrona vire, e caíamos rolando no chão. Fico por cima de clove.

–Você é pesado de mais. - Ela se esforça para dizer.

–Não seja por isso. -Rolo para o lado mais uma vez e Clove fica por cima de mim. Ofegante. Sinto seu coração acelerado. E só então percebo que o meu também esta. Seus olhos mortíferos me encaram, enquanto a admiro. As sardas no rosto, aquele olhar que me consome, os cabelos escuros presos no rabo de cavalo, e por fim, sua boca, não havia percebido que ela estava de batom até aquele momento. Imagino que ela deve estar desejando subitamente, poder ir logo para o seu quarto e arrancar logo aquilo, o vestido, os sapatos e o batom, ela detesta esse tipo de coisa feminina de mais. Quer dizer, seria um favor não seria? Se eu tirasse aquele batom para ela? Então, antes que eu mesmo me de conta, os meus lábios já foram de encontro aos de Clove. Nenhum batom jamais encobrira aquele gosto doce que tanto adoro. Desejo com todas as minhas forças que ninguém nos interrompa, mas é exatamente o que acontece. Glitts, entra falando freneticamente. Clove da um pulo e eu me levanto rapidamente.

–Mas que caras são essas?- Seu sotaque da capital, parece ainda mais ridículo.

Nos entreolhamos. E só então percebemos que nossas bocas estão totalmente manchadas de batom rosa. Clove esfrega o braço no rosto com brutalidade.

–O batom. –Digo, enquanto tento livrar minha boca da coloração rosada. –Estava horrível nela... –Percebo que Glitts ficou sem ter o que dizer, e Clove esta vermelha feito um tomate, tudo que posso fazer é me segurar para não ter um ataque de riso.

–Vão para os seus quartos, por favor. Temos horários a cumprir pela manha. O trem estará na Capital logo cedo... E tentem não se agarrar pelos corredores. – Ela diz enquanto saímos do vagão principal.

Vamos em silêncio até nossos quartos. Sei que tenho deixado Clove cada vez mais confusa. Assim como eu, ela também não sabe lidar com seus sentimentos. Pois é, temos sentimentos. E como nesse momento eu queria não ter, mas tenho.

Paro na porta do quarto de Clove, estou pronto para lhe dar boa noite quando ela diz:

–Glitts deve estar pensando que eu sou uma tarada! Uma assassina tarada! Que perfeito, era tudo o que eu queria, não?! – Sou obrigado a sorrir. –E você ainda esta rindo! Você realmente não tem salvação.- Ela tenta passar mas não deixo.- Sai da frente! Eu quero dormir!

–E eu não ganho nem um beijinho de boa noite?- Digo sedutoramente. Clove fica na ponta dos pés e se aproxima de mim.

E não é que ela vai realmente me beijar. Penso.

E quando ela chega perto, tudo que ganho, são dois belos tapas no rosto, e sinto a porta atrás de mim se abrindo.

–É óbvio que não. –Ela diz me empurrando e batendo a porta em seguida.

Vou para o meu quarto, e quando me deito, me pego sorrindo ao lembrar de nós dois caídos no chão do vagão principal. Queria voltar no tempo e poder pausar aquele momento. Sem Jogos Vorazes. Sem um futuro, que nunca chegara. Um futuro que nunca teremos. E sei que esse futuro, a cada instante se aproxima mais. Sei que a cada minuto, fica mais perto do fim. O fim de qualquer coisa que possa ter havido, ou estar havendo entre Clove e eu. Por que a cada instante, me forço a lembrar que só um sai vivo. E sei que Clove também pensa nisso. E será que ela seria capaz de me matar na arena? Forço minha mente a encontrar uma resposta, mas tudo que consigo é uma forte de dor de cabeça. Mas não quero tomar nenhuma pilula. A verdade é que estou começando a ter raiva de qualquer coisa que venha da Capital. Mas quem sou eu para culpa-los? O povo da Capital? Esse não fora sempre o meu objetivo? Ir para os Jogos? E ganhar. Já não sei mais se esse continua sendo meu objetivo. Já não sei mais nada afinal. E por fim, em meios as dores que latejam em minha cabeça, e os pensamentos que perturbam minha mente, prefiro dormir, e torço para que nenhum sonho ruim assombre o meu sono.


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Notas finais do capítulo

E então gente bunita.. Gostarão do capitulo? Então comentem. Lembrando que os comentários deixaram a autora que vos fala, muiitoo feliz >,