Você Sabia Que Eu Te Amei? (Hiatus) escrita por Vick Pimentel


Capítulo 2
Capítulo 2- Eu também vou!


Notas iniciais do capítulo

Tai o segundo capitulo galera, ficou meio longo, mas acho, só acho, que vale a pensa ler *u*



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O som forte, de socos na porta, me faz estremecer, é cedo, mas meu pai já foi trabalhar. Levanto ainda zonzo de sono, o treinamento é daqui a duas horas, isso quer dizer que não voltarei a dormir, e isso me deixa furioso, quando chego a porta, estou pronto para uma bela discussão, mas tudo que vejo quando abro é Clove, com uma espantosa cara de preocupação.

–Pensei que ia derrubar a porta.- Digo a ela.

–E se demorasse mais ia mesmo, olha você ta ficando incrivelmente, mais lerdo a cada dia!- Não respondo. O sono esta realmente me deixando lerdo.- Vai me deixar entrar, ou vai ficar me olhando com essa cara amarrotada de paisagem?

–Vai dizer que não gosta da minha cara.- Digo convencidamente.

–Sai da frente Cato.- Ela entra e joga no sofá. Eu fecho a porta e me sento ao lado dela.

–Acho bom você ter um ótimo motivo para me acordar a essa hora da manha.

–Cato amanha é a colheita...- Eu venho tentando evitar de qualquer maneira, ter essa conversa com Clove, por que sei que chegou a minha vez de me oferecer como tributo.- Cato você sabe que eu tenho treinado muito, sabe que eu não quero mais esperar...- Sei o que ela quer dizer.

–Clove... Clove você vai...

–Vou, olha eu treinei muito, eu to preparada. Já até conversei com o treinador... Cato eu vou me voluntariar esse ano.

Tento me recompor enquanto suas ultimas palavras sondam minha cabeça.

Eu vou me voluntariar esse ano.

Eu sempre esperei esse momento, todos esses anos; O momento em que eu iria me voluntariar como tributo. Mas nunca passou pela minha cabeça, que Clove e eu iríamos nos voluntariar no mesmo ano. Eu sempre soube que quando a vez dela chegasse ia ser muito difícil para mim, sabia que ia sofrer, mas agora, que eu vou junto, parece ainda pior, porque só um volta para casa, e se eu quiser voltar, então Clove terá que morrer.

–Clove, eu tenho 17 anos lembra?- Tento dizer sem que minha voz falhe, mas é quase impossível.- Clove eu também vou esse ano.

É tão injusto. A única pessoa pela qual sinto algo. Por mais que eu não saiba o que é, eu sinto. E agora não me resta nada. Agora eu não tenho tempo de decidir o que sinto por ela. Me tiraram isso. Eu mesmo me tirei isso, por querer tanto ir para os jogos. Meus pensamentos são bruscamente interrompidos, quando vejo lagrimas rolando em seu rosto. Eu já cheguei a pensar que ela não chorasse. Somos amigos a 3 anos, mas eu a conheço a quase 10. E nunca vi Clove chorar.

–Que foi baixinha? Não chora.- Digo me virando pra ela no sofá e segurando sua mão.

–Cato... Até quando? Até quando eu vou perder todos os que amo?- Meus olhos se enchem de lagrimas enquanto entendo o que ela quer dizer. Ela me ama. Ela vai me perder. Como perdeu os pais, e o avô. Sei que já estou perdendo a menina das facas. Isso faz algo dentro de mim estremecer. Uma dor quase agonizante toma conta do meu ser. Sei que nunca poderei mata-la. Nem quero que ela morra. O que eu quero... O que eu quero é tê-la comigo. E agora é tarde de mais pra que eu perceba isso. Mas não é assim? O ser humano? Ele só da valor quando perde.

–Você não vai me perder.- Digo enquanto lagrimas molham meu rosto, e é quase estranho por que a ultima vez em que chorei foi quando minha mãe morreu. Faz 10 anos.

–Eu já te perdi Cato.- Sua voz agora rouca, me deixa sem chão. Tudo que consigo fazer é puxar Clove pra perto de mim. E abraça-la o mais forte que consigo. E é o seu calor, e seu cheiro doce, que me acalmam, e sinto minha respiração descontrolada se acalmando e voltando ao normal. E se todos tem um ponto fraco, então acabo de encontrar o meu. É ela. Ela é o meu ponto fraco. Clove vai levantando o rosto, que estava enterrado no meu peito, e fixa seus olhos nos meus. Olhos que conseguem ser incrivelmente mortíferos e doces ao mesmo tempo. Até que ponto Mortíferos? Ou doces? Não sei. Minha mão escorrega até seu rosto, limpando as lagrimas, depois acariciam seu rosto, e vão até seus cabelos, colocando um fio solto do rabo de cavalo para trás da orelha. E por fim puxando-a de encontro a mim. Seus lábios de encontro aos meus. Seu beijo é calmo e doce. Coisas que somente eu, posso ligar a ela. Já beijei muitas outras meninas, mas nunca quis nada mais que um beijo de nenhuma delas. Nunca senti nada com nenhum deles. Mas com Clove é diferente. Sinto algo dentro de mim pulsar, sinto meu coração querendo fugir. E não quero dela, apenas um único beijo, quero mais, e sei que é errado pedir. Por fim, Clove solta meus lábios ofegante, e me olha confusa, se levanta do sofá rapidamente, e sai porta a fora. Não sei mais o que pensar ou como agir. Vou ao centro de treinamento, mas Clove não aparece. Não a culpo. Nunca vi Clove com ninguém, e sei por que, ela tem medo, um relacionamento á tornaria frágil. Assim como tornou seus pais.

Tento treinar mas não consigo, então o treinador me dispensa. E tudo que faço é aguardar a colheita da manhã seguinte. E ela não demora a chegar.

Me levanto bem cedo. Me arrumo. Forço meu estomago a aceitar um pouco de comida e olho ao meu redor, mas obviamente, meu pai não esta em casa, deve estar arrumando as coisas na colheita. E é Claro que o famoso e maligno pacificador deve estar se exibindo, a essa altura todos devem saber que vou me oferecer como tributo.

Vou até a praça onde fica o edifício da justiça. Entro na fila, e recolhem meu sangue. Vou para onde estão os meninos da minha idade. E enquanto a chata cerimônia de sempre começa, procuro Clove com olhos, ouço o vídeo começando.

Guerra. Uma guerra terrível. Esse pensamento me faz sorrir, mas tento disfarçar.

Então, enfim, uma mulher com roupas e cabelos assustadoramente coloridos, sobe ao palco. Seu nome é Glitts, sei de outras edições dos jogos.

–Bem vindos! Sejam todos bem vindos. Feliz Jogos Vorazes e que a sorte esteja sempre a seu favor.- Diz ela com seu horrendo sotaque da capitol.- Como em todos os anos, as damas primeiro.- Ela remexe o globo, e tira o nome de uma pequena menina, nome o qual eu não escuto. Mas vejo a garotinha loira, andando bem devagar, esperando que enfim alguém se voluntarie em seu lugar.

–Eu me ofereço! Eu me ofereço com tributo feminino do distrito 2!- Procuro o lugar de onde vem a voz de Clove.

–Então venha cá querida. - Diz Glitts, com um sorriso quase ridículo no rosto.

Vejo as pessoas abrindo espaço, e Clove passando. Pela primeira vez de vestido. Pela primeira vez de rosa. Não combina com ela, mas de qualquer forma, esta linda. Qualquer pessoa que não a conheça, estaria rindo, da pequena e supostamente frágil, garotinha de rosa. Sem a noção do que ela é capaz de fazer. Clove sobe no palco e mulher pergunta seu nome.

–Clove. Clove kentwell.- Ela diz com uma enorme quantidade de segurança, enquanto todos a aplaudem.

–Agora, o rapaz.- Ela dirigi-se ao globo transparente e retira um papel. Então vou me preparando para me voluntariar. Mas não é preciso. Olha que coincidência, não precisei nem me dar ao trabalho de me voluntariar. O nome sorteado é o meu. Abro um sorriso, sorriso de campeão eu diria. E ando até onde se encontram Clove e a ridícula Glitts. Enquanto Glitts chega para traz, pedindo para que Clove e eu apertemos as mãos, olho em nos olhos de Clove e ela estende a mão, com um sorriso malicioso e sarcástico no rosto.

Acho que a Clove que eu conheço esta de volta. Penso.

Dois pacificadores, vem para nos levar para o local onde nossos parentes e amigos viriam se despedir de nós. O pacificador que me leva, é por acaso meu pai. Mas ele finge nem me conhecer. Até chegarmos ao local.

–Espero que você não faça feio na arena Cato!- Ele diz com a voz firme.

–Não vou fazer!- Digo, sem encara-lo nos olhos, coisa que não faço desde que minha mãe morreu. Eu nunca vou acreditar que ela simplesmente caiu da escada. Eu ouvi os gritos, foi ele que a jogou de la. Mas não tenho, e nunca terei como provar.

–Acho bom você não me envergonhar.

–já disse que não vou!- Minha voz esta alterada, mas ele não diz nada. Aperta minha mão e sai. Era obvio que não deixariam todos os meus amigos virem me ver, são muitos. Apenas um vem. De todos eles o que mais confio. É Bryan.

–Preparado campeão?- ele me pergunta sorrindo.

–Sempre estive. – Respondo.

–E Clove?- Ele olha para mim, um sorriso debochado surge em seu rosto.

–O que tem ela?- Pergunto.

–Também esta preparado? - Bryan faz uma pausa. - Com relação a ela?

–Por que não estaria?- Dou de ombros, ou pelo menos finjo.

–Por que você sabe que terá que mata-la.

–E por que isso seria um problema?- Digo, friamente.

– Oh, Cato não nega vai. A baixinha mexe contigo.- O Pacificador, que infelizmente chamo de pai, entra avisando que o tempo se esgotou, o que para mim é um alivio, não sei se aguentaria, negar que tenho sim algum tipo de sentimento por Clove. Pacificadores nos dirigem até um carro. E depois Glitts até o trêm. Nosso distrito é sim, o mais rico, acho. Mas nunca se comparara a qualquer coisa que vejo dentro daquele trem. Se eu voltar, poderei comprar tudo que tem aqui. Olho para o lado e vejo Clove, tão encantada quanto eu. E é ai que esta o problema. Clove. Como mata-la? Uma pergunta, sem resposta.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem please, me digam se preciso melhorar algo >



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