Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 22
O nascer de um novo dia


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas leitoras. Bem, trago até vocês o ultimo capitulo deste ano.
Espero que agrade todas vocês
Boa leitura.



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James havia permanecido com a família nos corredores desertos do St. Mungus aguardando por noticias sobre o estado em que se encontrava sua prima após os fatos que ocorreram na batalha do Chalé das Conchas como os membros da Ordem estavam se referindo a noite que havia passado. Ele não queria se lembrar do que ocorrera ali só que como o que ocorrera no final de Julho em território búlgaro o mesmo haveria de ocorrer no que havia acontecido nas areias da praia do litoral de Tinworth, Cornwall.

Ambas as noites haviam sido sombrias e trariam lembranças dolorosas, a primeira fora a perda de vários bruxos inocentes e para James em especial a morte de sua honra e dignidade pelas mãos dos comensais da morte agora poderia ser pior porque envolveria uma perda de alguém que mesmo ainda não nascido já era muito querido por todos.

Lá no fundo, o coração do ruivo apertava com a falta de noticias que atingia a todos. O som que o relógio fazia conforme o tempo passava não era nada comparada a tensão que o corroía por inteiro. Porque se algo acontecesse ao bebê de sua prima, nunca poderia se perdoar porque ele fora um dos culpados o que certamente poderia ter evitado tudo. A batalha na praia que resultou com o prisioneiro de guerra que James levara para dentro da casa dos tios, o que mais tarde numa busca insana por fora o causador de tudo aquilo.

James sentia que poderia ter evitado, se tivesse tido coragem de mata-lo quando teve a chance em suas mãos só que o que sentia lá no fundo o deteve talvez fosse sua ética ou seu valor pessoal que gritasse dentro de si para não tirar a vida de alguém ou mesmo falta de coragem e sangue frio para matar que não possuía.

Salazar Salvatore não uma das pessoas mais sensatas, o modo como simplesmente executara o prisioneiro alegando que era perigoso demais para estar vivo ainda o abalava porque aquilo o fazia tão cruel em sem coração que os comensais da morte. O que o deixava assustado era que ele próprio, James, estava começando a entender o ponto de vista do ex-professor que resumindo em palavras o discurso que fizera para justificar suas ações apenas fez o que tinha de ser feito.

James encarava as pessoas espalhadas nas cadeiras da sala de espera da maternidade uma espécie de cômodo amplo o suficiente para abrigar a todos ali sem dificuldade e com aspectos de corredor com suas poltronas encostadas nas paredes brancas gelo com detalhes em verde-oliva.

Após cerca de uma hora de uma vigília por sua prima com o resto da família no hospital mesmo com os medibruxos que disseram que era desnecessário a todos que ficassem ali sendo que seriam avisados assim que os processos realizados para tentar estabilizar o caso de Victoire. A loira sofrera uma lesão que causara um sangramento interno que poderia ser uma indicação de que o bebê corria perigo então ali estavam eles aguardando pelo melhor acontecesse.

Os olhos de James fitaram quando por uma das portas entrou seus avós que pareciam ter vindo as pressas para aquele lugar já que haviam vestido por sobre os pijamas somente seus roupões. Ao verem os pais Bill se erguera sendo abraçado por sua mãe fortemente se permitindo derramar lagrimas de preocupação o mesmo fez Fleur ao abraçar o sogro com a simples diferença de quem momento algum o choro havia lhe dado um tempo.

_ tem tido noticias querido? – perguntou vovô Arthur para o filho quando este conseguira abrandar o choro e agora se sentava novamente na poltrona ao lado da esposa.

_ não apenas de que estão na sala de cirurgia parece que foi mais grave do que pensávamos que tinha sido – respondeu Bill parecendo cansado – Teddy esta lá dentro já teria vindo caso tivesse tido algo resolvido.

_ oh, meu filho não seu preocupe que tudo acabara bem no final – falou vovó Molly com a voz compadecida pela preocupação que afligia os membros de sua família – tenha fé de que tudo irá sair como desejamos - os olhos dela estavam marejados aquela altura.

_ não precisavam ter tido o incomodo de terem vindo – disse Bill sendo gentil aos pais ao que a mãe lhe passou as mãos pelo rosto cheio de cicatrizes e lhe deu um beijo na testa com ternura.

_ não há incomodo nenhum querido – respondeu vovó Molly abraçando o marido pela cintura - ainda mais quando estamos no lado das pessoas que amamos quando mais precisam de nosso apoio.

James desviara o olhar para encarar as pessoas que entravam pela porta naquele instante podendo ver que se tratavam de seu pai acompanhado da avó de Teddy Lupin. Andrômeda Tonks era certamente uma mulher que no passado deveria ter sido muito bonita, mesmo na idade em que encontrava podia se ver um pouco de beleza apesar de que agora se tratava de uma respeitável senhora de cabelos grisalhos presos em um coque de cabelo e linhas de expressões marcadas em seu rosto que naquele momento se encontrava serio e desafiador quando encarava o padrinho de seu neto.

_ eu quero informações sobre o que aconteceu Harry, por favor, estou pedindo para que não esconda nada de mim – falou Andrômeda seriamente num tom de voz que certamente faria James confessar tudo que ela quisesse saber se estivesse no lugar do pai – Teddy me informou que viria ao hospital por conta de complicações que Victoire teve.

_ e ele lhe contou a verdade Andrômeda – respondeu Harry, mas a mulher ainda não parecia satisfeita – entendo que pense que esta sem ter muitas noticias sobre o que esta acontecendo mas todos nós estamos juntos nisto apenas aguardando pelo que estar por vir.

_ eu sei, torço para que meu neto não tenha um de seus maiores sonhos destruídos esta noite – respondeu Andrômeda – o que acontece é que sinto que não estejam sendo sinceros comigo sobre o que realmente aconteceu para chegarmos aqui.

_ não consigo compreender o que quer dizer com isto – disse Harry seriamente.

_ o que quero dizer, bem veja meu neto não estava em sua casa nesta noite porque me contou que iria visitar os sogros sendo que de repente sou acordada com a noticia de que sua esposa grávida se encontra com problemas com o bebê devido a um acidente que sofreu – falou Andromeda – me diga, Harry em meu lugar você não teria razões para desconfiar?

_ é normal ocorrerem acidentes domésticos como quedas – respondeu Harry seriamente.

_ sim, isto é verdade a questão é que meu neto é atencioso demais com Victoire e não permitiria que ela fizesse algo que julgasse arriscado – disse Andrômeda – por favor, não minta mais para mim sobre o que aconteceu porque eu sinto que tudo que me diz é mentira.

_ eu deveria deixar que Teddy lhe contasse o que deseja saber – disse Harry suspirando – mas não gosto de vê-la neste estado apenas tente se acalmar que talvez possamos conversar sobre isto.

_ acredite não me mande ficar calma numa situação destas nunca ouviu bem? Aquela moça não é apenas sua sobrinha é como se fosse uma neta para mim e a criança que trás é uma nova parte que nasce da minha família que eu não quero perder – respondeu Andrômeda parecendo engasgar com os próprios soluços – por isto desejo saber a verdade porque não quero ficar no escuro sem saber o que os trouxe aqui.

_ tudo bem – respondeu Harry colocando as mãos em seus ombros – me escute, não precisa ter medo porque tudo se resolvera – ela o abraçou pegando-o de surpresa inicialmente sendo que depois que se recuperou retribuiu o gesto - Teddy esta ao lado da esposa e logo teremos noticias deles sim? E seu neto odiaria que eu deixasse que a avó dele ficasse tão preocupada deste jeito, não quer que ele a veja chorando não é mesmo?

Eles ficaram uns tempos mais abraçados até que Andrômeda se moveu de vagar se desvencilhando dos braços do auror e o encarando da mesma forma de antes como se nada tivesse acontecido. Uma troca de olhares entre eles ocorreu talvez pudesse significar muito para os dois, mas para James que apenas observava era indecifrável.

No final ocorreu um sinal de assentimento e os dois seguiram para o lado de fora da sala de espera com James os seguindo pelas janelas grandes e compridas de vidro que havia em duas das paredes da sala. Seus olhos retornaram para o lugar onde estava após ver o vulto que se tornaram seu pai e Andrômeda Tonks desaparecerem quando os vidros esfumaçados tiveram seu fim.

James suspirou fundo encostando a parte de trás da cabeça contra a parede com força enquanto suspirava pela demora em ter respostas naquele lugar parecia que havia perdido sua noção de quanto tempo havia se passado. Ao reabrir os olhos pode ver Bill tentando dar apoio a sua esposa a abraçando e dizendo que tudo ia ficar bem ao mesmo ponto que do outro lado poderia ver uma cena semelhante com sua prima Dominique apoiando a cabeça sobre o ombro do namorado e Fred apertando sua mão fortemente enquanto com a outra brincava com seus cabelos entre os dedos. James poderia ver o moreno movendo os lábios em sussurros que certamente transmitiam palavras de esperança e apoio de que a garota precisaria naquele momento.

_ é culpa minha – uma voz soluçante pode ser escutada pelo ruivo a algum ponto dali – a culpa é minha... – o rapaz voltara seu rosto podendo ver quem era a dona daquele lamurio encontrando Molly sentada em um canto próximo da janela com Frank de frente para ela agachado a encarando.

_ não diga isto – falou Frank enquanto passava a mão frente o rosto da namorada enxugando as lágrimas que caiam por seu rosto um pouco inchado e vermelho - não tinha como vocês saberem o que iria acontecer.

_ não deveria ter permitido aquilo, mas ele nos enganou... – sussurrou Molly - ele nos enganou, não deveria ter dado ouvidos a ela – a garota abraçava as pernas que se encontrava junto de seu corpo longe do chão.

_ por favor, pare com isto... – falou Frank - olhe o que você esta dizendo querida não faz sentido e eu sei que é porque você esta em choque então tente se acalmar pode ser? – ele lhe deu um selinho – tudo vai ficar bem – ele então se levantou do chão e ela o pegou pelo pulso – o que foi?

_ não me deixe sozinha – pediu Molly – por favor, me prometa que não ira me abandonar nunca, não suportaria perde-lo.

_ não vou a lugar algum sem você, é o que posso prometer – disse Frank e estas palavras fizeram a ruiva sorrir fracamente – vem, nós vamos dar uma volta pode te fazer se acalmar – ela se levantou e o abraçou pela cintura fortemente enquanto davam alguns passos em direção a saída da sala.

James se levantara também após alguns minutos da partida do casal pela porta seguindo por um caminho que ele sabia que levaria até a sala onde se servia chá para os visitantes, pegando as escadas que ficavam no final do corredor e começando a subir em silencio podendo ser apenas escutado o choque de seus passos a cada degrau que alcançava.

Era uma escada em ziguezague cuja as paredes traziam quadros de curandeiros antigos do hospital que murmuravam conversas sobre fatos que haviam presenciado em sua profissão sendo que alguns apontavam para o ruivo parecendo bastante curiosos a respeito dele quando o viam.

Chegara a sala do chá localizado no quinto andar. Era ampla com grandes janelas tanto em altura quanto largura que cercavam três das quatro paredes de modo a dar uma bela visão para as pessoas que ali estavam. Ali haviam algumas pessoas sentadas em mesinhas redondas com algumas cadeiras apesar de serem poucos àquela hora da madrugada em sua maioria alguns parentes de pessoas internadas ali ou funcionários que aproveitavam o baixo movimento de suas alas. James se encaminhou para uma mesa onde havia incontáveis bules de todos os tipos e tamanhos sendo que todos exalavam vapores dos mais vastos aromas que penetravam calorosos pelas narinas do rapaz.

James buscou entre os conjuntos de xicaras por uma que lhe agradasse poderia ter levado um tempo para fazer a escolha devido a varias opções, mas acabou por escolher uma aleatória fazendo o mesmo com o chá que beberia o despejando contra o recipiente fazendo um vapor subir tênue em linhas desconexas principalmente quando inseriu um pouco de mel.

_ precisamos conversar – soou uma voz ao seu lado sendo que ao olhar pode identificar de quem se tratava vendo que era seu pai então tornando a voltar a atenção para o seu chá o pegando em suas mãos.

Após isto, James se encaminhou para uma das mesas localizadas em um canto próximo a uma das janelas. Do lado de fora podia ver a noite londrina com seus vários prédios e ao longe o relógio Big Ben parecia quase que feito de brinquedo quando comparado a toda a extensão daquela cidade. O ruivo suspirou cansado se curvando em seu lugar onde pode ver seu reflexo abatido no próprio chá quase não se reconhecendo após aquela noite tamanho era sua face cansada que lhe encarava de volta.

Harry logo tomou o lugar a frente do frio e o ruivo pode perceber no modo de agir a tensão que se estendia por seu corpo no modo como acertava os óculos ou levara a xicara aos lábios apesar de ter tomado apenas um curto gole. James odiava o silencio do pai como se esperasse que ele iniciasse perguntando qual seria o assunto da conversa quando isto não era necessário até porque o ruivo estava confuso para pensar no que Harry poderia querer tratar àquela hora.

_ Abaffiato – falou Harry movendo a varinha num gesto discreto debaixo da mesa e o filho lhe lançou um sorriso de canto de lábios ao ver o gesto do pai que indicava que não queria pessoas ouvindo o que iriam conversar.

_ a Sra. Tonks esta melhor? – perguntou James sem saber muito bem como iniciar uma conversa que não fosse diretamente ao assunto que seu pai esperava tratar.

_ eu tive de contar a Andrômeda sobre o ataque dos comensais da morte e o que ocorreu com Victoire – respondeu Harry – devo dizer que a reação dela foi bem surpreendente, não ficou zangada ao ponto de discutir comigo até porque deve ter compreendido que não foi nossa culpa no que aconteceu.

_ diga por você pai, aquele comensal da morte não estaria lá se eu não o tivesse capturado – falou James amargurado expondo o sentimento de culpa que sentia por aquela noite – eu não deveria tê-lo trazido para dentro de casa.

_ bem como não deveríamos ter permitido que Victoire e Molly cuidassem dele sem a supervisão de uma pessoa dentro do porão com elas – respondeu Harry – acredite em mim filho tudo que houve esta noite foi uma serie de fatores causados por más decisões e mesmo que o pior aconteça isto não será sua culpa.

_ eu não sei ainda sobre isto – disse James afundando na cadeira – não quero que pessoas sofram por decisões erradas que tomei – ele pausou por um momento permanecendo em silencio antes de prosseguir - por não ter agido quando tive tempo.

_ e o que você iria fazer? – questionou Harry duramente – iria tomar a mesma decisão que Salazar Salvatore por acaso? A morte daquele jovem poderia ter sido evitada – o auror desviou um instante o olhar para além da janela antes de retornar para encarar o filho - ele estava desarmado e se tivesse vivido poderia ter nos dado informações importantes sendo que tudo o que temos agora é um corpo apenas.

_ isto não tiraria o fato do que aconteceu com Victoire – respondeu James.

_ o que aconteceu com sua prima afetou a todos nós acredite em mim, é uma mistura de sentimentos e estamos todos confusos sobre o que aconteceu e como lidar com isto – falou Harry - entendo o porquê de estar tendo pensamentos assim mas se quer saber agiu como um verdadeiro auror o mantendo vivo.

Eles se mantiveram em silencio por um tempo enquanto o ruivo dera um gole em seu chá e assoprara o vapor que trazia a suas narinas o odor doce da bebida antes de beber e senti-la descer quente por sua garganta como se queimasse para então outros pequenos goles até que se acostumara com a temperatura.

_ como esta minha mãe? – perguntou James roucamente ao se lembrar de que Ginny havia ficado em casa para se recuperar do ataque que haviam sofrido - Ela esta bem?

_ sim, esta se recuperando muito bem – respondeu Harry – graças a Astoria que prestou atendimento a ela sem que fosse necessário que fosse trazida ao hospital até porque, o que diríamos as pessoas quando soubessem que sua mãe havia sido atingida por uma maldição das trevas?

_ entendo, mas levando em conta o histórico da nossa família não seria surpresa alguma que acontecesse algo deste tipo – afirmou James dando um curto gole em seu chá em que sentiu o calor lhe aquecer por dentro – se lembrou de enviar uma carta a Hogwarts avisando o que aconteceu para Albus e Lily?

_ eu irei pessoalmente, preciso falar com eles pessoalmente sobre isto do contrario pode ser que fiquem mais preocupados além de que este tipo de coisa é algo que se deve contar diretamente – respondeu Harry – mas sabe que não estou aqui para falar sobre isto com você.

_ claro que não – disse James se encostando na cadeira e repousando a xicara na mesa – sempre tem algo por trás disto tudo, não é mesmo?

_ não é como se pudéssemos escolher isto – falou Harry – estas coisas simplesmente acontecem, não há como escapar do que nos aguarda filho – o auror levou a mão sem perceber a testa onde havia a cicatriz em forma de raio – e estava esperando que pudesse me ouvir e compreender.

_ precisa ser agora? – confessou James suspirando - Minha mente esta uma bagunça.

_ esta conversa não pode mais ser adiada – suspirou Harry – a tempos tenho adiado só que você precisa saber, mesmo eu desconheço mais parte do que esta por vir mas eu sei que será muito grande e a forma mais fácil de evitar é impedir que os comensais da morte ponham as mãos na ultima peça que eles buscam.

_ desculpe pai – falou James hesitante - mas não consigo compreender.

_ claro que não – sorriu sem jeito Harry – vamos tentar de outra forma, esta bem? Como sabe o conto das relíquias da morte não pode ser considerado apenas um conto para crianças, sendo uma historia real que ocorreu a muito tempo com três irmãos que muitos dizem terem sido os Peverell inventores de artefatos fantásticos que acabaram por se tornar lendas e muitos desconfiavam de sua existência.

_ eles são reais – respondeu James e o moreno concordou.

_ sim, elas são reais e nós sabemos o poder delas não é mesmo? E se você pensar mais um pouco saberá qual será o próximo passo que os comensais da morte planejam executar partir de agora – disse Harry com pesar podendo ver as mãos do filho se fecharem ao redor de sua xicara e seu cenho se franzir com a informação que acabara de ouvir – consegue me compreender? Eles querem completar as relíquias da morte, James e para isto falta a do terceiro irmão.

_ o ataque dos comensais da morte a minha mãe não foi algo aleatório não é mesmo? – perguntou James já sabendo a resposta que foi confirmada com um aceno de cabeça do pai que parecia ter a mesma expressão que ele no rosto.

_ sua mãe me contou que ela estava se preparando para ir a reunião que aconteceria no Chalé das Conchas quando foi abordada na rua por três comensais da morte que chegaram tentando rende-la e faze-la leva-los para dentro de casa – narrou Harry – claro, que nós a conhecemos muito bem para saber que Ginny não iria obedecer a ordens vindas de bruxos daquele tipo, então ela duelou com os três conseguindo se livrar de um o que não significou que estava sendo um duelo fácil até porque diferente dela os adversários tinham uma força tremenda e não se importaram em bater em uma mulher quando tiveram a chance então ela conseguiu aparatar só que eles a seguraram e pegaram carona até a praia e você sabe como o resto aconteceu.

_ eles estavam atrás da capa da invisibilidade – suspirou James ao ver como tudo parecia se encaixar em sua mente – eles queriam entrar em nossa casa em busca dela mas precisavam que alguém da nossa família desse a permissão para eles já que havia um feitiço que impedia que entrassem sem que fossem convidados.

_ meu cofre no escritório do ministério foi invadido – falou Harry – isto bem por debaixo dos olhos de centenas de aurores, não deveríamos ficar surpresos com os próximos passos que eles planejam como vir atrás de algum de meus filhos e isto inclui você.

_ eu sei me cuidar, provei isto esta noite se o senhor se esqueceu – disse James – e meus irmãos estão seguros em Hogwarts enquanto estiverem lá não há com o que se preocupar meu pai.

_ eu não estaria tão certo, diferente do que as pessoas gostam de afirmar as paredes de Hogwarts não impedem que o perigo e coisas ruins atingem a escola assim como seus alunos – respondeu Harry – mas o que ia dizendo, era que temos que proteger a capa da invisibilidade que é a ultima relíquia que falta para que eles consigam o que desejam.

_ algum poder especial ocorre quando elas são reunidas? – perguntou James intrigado.

_ além de tornar seu possuidor o senhor da morte não há muito que se possa dizer afirmativamente que possa ser considerado correto afinal há varias teorias que giram em torno destes objetos – disse Harry – o certo é que devemos fazer o que for necessário fazer para que eles não consigam – ele suspirou bebendo um pouco de chá ao mesmo tempo que o filho – sei que retirou a capa do cofre do meu escritório a tempos e o mesmo vale para o mapa do maroto.

_ a capa não esta comigo – falou James seriamente - o senhor sabe disto.

_ sim – respondeu Harry - eu suspeitava que você tivesse passado adiante de modo que eu realmente precisarei ter esta mesma conversa com seu irmão.

_ Albus é um garoto bastante maduro para a idade que tem – disse James – ele ira entender e entregara a capa sem questiona-lo.

_ não duvido da maturidade do seu irmão – falou Harry encarando a xicara em mãos - o que temo é ter que envolve-lo nisto tudo, tinha prometido a mim mesmo que meus filhos teriam uma vida calma e sem perigos com tudo que uma infância normal tem para oferecer e veja só o que tem feito nestes últimos anos não diferencia muito do que tive que passar quando estava em Hogwarts.

_ não somos crianças mais pai, estamos crescendo e temos que lidar com coisas horríveis, mas quem não tem? É um mundo horrível lá fora e temos que conviver com isto – disse James – Eu sinto muito se ainda pode ter alguma esperança de que há algo que possa ser normal em nossa vida, talvez haja mas eu simplesmente não consigo ver.

_ você esta preparado para o que esta por vir? – perguntou Harry e o ruivo não pode decifrar o que havia nos olhos do pai naquele momento.

_ não, mas quero estar quando chegar a hora – disse James – antes era apenas por vingança, agora quero apenas continuar vivo e para isto preciso saber lutar para isto.

Harry sorriu apenas e levou a xicara a boca bebendo seu chá, o mesmo fez seu filho imitando o gesto. Eles ficaram em silencio por um tempo apenas encarando um ao outro em alguns momentos desviando os olhos em direção à janela.

_ alguém sabe disto? – perguntou James quebrando o silencio que havia sido instaurado.

_ sobre o que se refere? – disse Harry com a voz densa como se esperasse que aquela pergunta não fosse feita.

_ O motivo pelo qual os comensais da morte atacaram – falou James seriamente – ou é algo que terei que manter em silencio de todos?

_ pela segurança deles e pela nossa terá de fazer isto – respondeu Harry - então iremos deixar em silêncio por serem assuntos de família.

_ como quiser meu pai – respondeu James então vendo o homem a sua frente se erguer de seu lugar e se encaminhando até onde seu filho estava sentado.

_ devo dizer que não esperava menos de você – falou Harry apertando fortemente o ombro do ruivo – nunca duvidei de suas ações porque sei que posso ver em você alguém em que aprendi a confiar, você amadureceu James e tem se tornado um adulto tão rapidamente que isto me surpreende com o que estar por vir.

_ vejo no senhor o homem que gostaria de ser – respondeu James enquanto via o auror se afastar e virando lentamente para encara-lo sobre o ombro antes que pudesse ultrapassar a porta.

James ficara sozinho ali até que tivesse terminado seu chá podendo ver o sol nascer por trás das nuvens do horizonte e iluminar as águas do Tâmisa no mesmo instante em que tingia o céu em tons vermelhos e alaranjados que se diferenciavam do resto do céu em seu tom cinza chumbo.

Ele massageou as têmporas, ele apoiara os cotovelos sobre a mesa e arqueara as costas podendo sentir a tensão lhe atingir os ombros como uma tonelada de blocos de pedra ao pensar que aquela havia sido a noite mais longa que já tivera e o dia que nascia ia ser um dos dias mais importantes de sua futura carreira que se iniciava com sua partida para iniciar seu treinamento de auror.

O ruivo resolvera descer as escadas novamente refazendo o caminho até a sala de espera. Tomara o lugar que anteriormente ocupava sendo que nada parecia ter mudado durante sua ausência de seu pai até que uma das portas se abriu e uma pessoa entrou chamando a atenção de todos ali presentes que voltaram seus olhares para o recém-chegado e com uma boa razão pois se tratava de Teddy que certamente trazia noticias sobre o estado de sua esposa.

O professor de transfiguração se encontrava vestindo uma das capas verdes do St. Mungus bem como uma toca e mascara que se apressou em tirar sem muita cerimonia quando entrara pela porta. Teddy estava com uma feição de felicidade contagiante com um sorriso que diziam as pessoas havia herdado do pai e os cabelos num azul marinho intenso.

_ nasceu – disse Teddy para as pessoas que comemoraram e soltaram exclamações aliviadas com a notícia – teve que ser um parto de emergência devido ao sangramento e ao rompimento da bolsa, mas os medibruxos fizeram um grande trabalho esta noite e tudo ocorreu bem no final.

_ e Victoire como esta? – perguntou Bill querendo saber sobre o estado da filha.

_ ótima na medida do possível – respondeu Teddy – um pouco cansada, mas muito feliz por não haver mais perigo algum com ela e o bebê.

_ que noticia maravilhosa – exclamou vovó Molly emocionada abraçando o marido ao seu lado que como ela possuía um grande sorriso no rosto.

_ Com quem ele se parece? — perguntou Dominique.

_ Eu o achei muito parecido com Victoire – falou Teddy sorridente - mas ela diz que se parece mais comigo – ele riu levemente - Possui pouco cabelo, quando nasceu era loiro como o da mãe só que algum tempinho depois já estava escurecendo ficando num ruivo em tom de cenoura e provavelmente vai estar negro ou castanho quando o vir novamente.

_ metamorfomagia se manifesta nos primeiros dias de vida mesmo – disse Andrômeda – sua mãe foi assim e você também, era natural que se seu filho puxasse a você também iria acontecer isto.

_ quando poderemos vê-los? – perguntou Dominique ao cunhado.

_ agora se quiserem – respondeu Teddy – só não poderemos entrar no quarto, mas há uma janela por onde podem vê-los, acho que as curandeiras já lhe banharam e o levaram para a mãe – ele começou a dar alguns passos para trás cruzando a porta e ao ver que não estava sendo seguido retornou – vocês não veem? Vamos, quero que vejam meu filho... – pode-se ver um grande sorriso bobo em seu rosto cujos olhos brilhavam radiantes ao que boca saboreou as palavras ditas.

As pessoas seguiram Teddy pelo corredor até que o viram parar enfrente a uma espécie de janela que dava vista para o interior de um dos quarto de hospital e sentada em uma cama se encontrava Victoire que havia acabado de receber um embrulho da curandeira em seus braços.

Victoire pegara o filho nos braços pela primeira vez em sua vida. Ela poderia estar cansada e com feições abatidas além de seus cabelos estavam desalinhados e soltos só que nada daquilo importava para ela que sorria incapaz de conter a felicidade apenas para ela.

Teddy deu algumas batidinhas no vidro chamando a atenção da esposa para si e indicando as pessoas ali do seu lado. A loira então voltara seu olhar para o filho e o voltara em direção da janela arrumando o tecido que o envolvia para que a família pudesse vê-lo.

_ é um menino – disse Teddy – nós sabíamos desde o inicio da gravidez, mas decidimos que deveriam apenas saber no dia do nascimento dele.

_ já decidiram como vão chama-lo? – perguntou Fred abraçando a namorada por trás – se não, eu tenho umas sugestões ótimas de nomes que vocês poderiam dar a ele.

_ não irei dar o nome seu para meu filho – respondeu Teddy rindo levemente porque nada parecia que poderia irrita-lo naquele momento.

_ sempre tem que estragar o momento não é? – respondeu Dominique revirando os olhos para o comentário do namorado então se voltando para Teddy – então, como irá se chamar?

_ Victoire e eu entramos em acordo quando eu sugeri o nome – disse Teddy sorrindo levemente enquanto o metamorfomago era abraçado pela avó – seu nome será Remus em homenagem a meu pai.

_ não tinha como ser diferente – disse Harry sorrindo para o afilhado lhe pondo uma mão sobre seu ombro – seu pai foi um grande homem e teria orgulho de vê-lo aqui neste momento recebendo um dos maiores presentes que se pode ganhar na vida que é um filho.

_ eu sei – sorriu Teddy encarando o padrinho havia lagrimas em seus olhos, mas era da felicidade que possuía naquele momento – também irá se chamar Harry.

_ Teddy, eu... – falou Harry parecendo surpreso com aquela noticia – eu não esperava por isto... – o metamorfomago então se desvencilhou do abraço com a avó e andara até o padrinho lhe colocando as mãos em seus ombros.

_ não deveria estar surpreso por isto Harry, porque eu escolhi para meu filho o nome de dois dos homens que mais admiro em minha vida- respondeu Teddy – meu pai que infelizmente não tive o prazer de passar muito tempo com ele, pois foi tirado de mim cedo e você.

_ Teddy... – Harry tentou se impor.

_ não Harry, quero que me escute – interrompeu Teddy - você foi o mais próximo de um que tive, sei que não goste que eu diga estas coisas porque pensa que pode estar tirando o lugar do meu pai, mas não esta porque sei que ele não o teria escolhido para meu padrinho se não gostasse de você e esperasse que cuidasse de mim que foi o que fez... Porque você é o exemplo de figura paterna que quero ser para meu filho.

_ obrigado – disse Harry sorrindo fracamente.

_ vou trazê-lo para próximo do vidro para que possam vê-lo melhor – disse Teddy então se voltando para o quarto e entrou.

Teddy entrou no quarto e se encaminhou até a cama, tomou um lugar numa das beiras onde pode ficar ao lado da esposa e do seu filho sendo que se inclinou para beijar Victoire e trocou com ela algumas palavras que as pessoas que os observaram não puderam escutar. Então o pai pegou o bebê nos braços com uma naturalidade e calma de quem já o houvesse feito outras vezes e andou até próximo do vidro onde os parentes se juntavam para poder olhar o mais novo membro da família.

Era um lindo bebê quase como se não pudesse ser de verdade. O bebê grande e gorduchinho com mãozinhas pequenas que pareciam brincar com o dedo do pai, sua pele era branca e o rosto possuia sinais fraquinhos do que deveriam ser sardas que salpicavam em seu nariz nas bochechas. Os olhos ainda não haviam se aberto, mas os cabelos como havia sido dito não eram muitos apenas uma camada ralinha sobre a cabeça só que chamava a atenção por continuarem a mudar de cor como se não se decidissem na qual ficaria melhor o que era curioso já que todas pareciam se encaixar com o pequeno lobinho.

Teddy pegara uma das mãozinhas do filho e fizera um pequeno movimento de tchau para as pessoas enquanto retornava para entrega-lo aos braços da mãe. Victoire o recebeu e colocara mais confortavelmente em seu colo enquanto o colocava para mamar pela primeira vez.

Os olhos da loira se encontravam vermelhos como um ultimo sinal do choro desesperador que tivera naquela longa noite sendo que nada parecia importar mais naquele momento em que um sorriso se encontrava em seus lábios.

James sorriu pelo primeiro momento naquelas ultimas horas. Um sorriso de verdade por algo que valia apena porque ele podia sentir a felicidade e a esperança que haviam chegado com aquele bebê. Remus Harry Lupin era pequeno demais para entender o que acontecia, mas certamente conseguia sentir a felicidade que havia trazido a seus pais e a outras pessoas assim como sentiria o amor que todos tinham por ele daquele momento em diante.

...

James encarava o vidro da maternidade onde se encontrava entre os vários bebês o filho de Teddy que se destacava em meio aos outros por conta dos dons de metamorfomagia que herdara do pai. Todos haviam se retirado apenas sobrando ele por mais um tempo a encarar o recém-nascido quando decidira que já era hora de ir embora sendo que quando então notou que não estava sozinho e sentiu alguém se colocando ao seu lado pelo reflexo do vidro pode ver que se tratava de Teddy que havia vindo olhar o filho.

_ é incrível não? Não consigo ficar longe dele sem ter certeza de que esta bem – disse Teddy – eu acho que é isto que chamam de instinto paterno querer sempre ter certeza que seu filho não se encontra em perigo e pode-lo proteger quando existir algum.

_ você será um grande pai – falou James com sinceridade fazendo o professor sorrir com aquele comentário.

_ espero que esteja certo – confessou Teddy – ele é nosso primeiro filho, queremos fazer tudo certo e se cometermos alguns erros, nós iremos tentar não repetir com os que estão por vir.

_ dê um tempo para minha prima descansar Lupin – brincou James - ela deu a luz a seu filho a pouco mais de uma hora e já faz planos para aumentar sua matilha?

_ o que posso dizer? Adorei a sensação de vê-lo vir ao mundo – falou Teddy – segura-lo em meus braços é uma sensação sem palavras para descrever, saberá o que digo quando for pai pela primeira vez – ele dera uns tapinhas nas costas do ruivo – e também sua prima me falou que queria ter um casal o que diz que daqui uns tempos podemos tentar novamente.

_ é bom saber que vocês estão felizes e o nascimento de seu filho foi como uma luz em meio as trevas que foi esta noite que passou – falou James e o metamorfomago concordou.

_ tem algo que eu gostaria de te dizer – disse Teddy – bem, na verdade é uma pergunta e espero que não recuse porque isto realmente não seria muito agradável.

_ que foi? – riu James levemente - Vai me chamar para ser padrinho do filho de vocês por acaso? – Teddy acenou a cabeça levemente e o riso do ruivo morreu.

_ você aceita? – perguntou Teddy – qual é... – ele rira ao ver a expressão do rapaz - não faça esta cara ou vai me dizer que não esperava por este pedido meu.

_ claro, é uma grande honra só que eu pensei que fosse chamar o Fred e a Dominique já que ela é irmã da sua esposa – disse James – mas sim, eu adoraria ser o padrinho do Remmy.

_ Remmy? – riu Teddy do apelido.

_ Fred que deu – falou James – e eu gostei – ele passara a mão na nuca - porque Remus é um nome muito forte para uma criança tão nova assim.

_ é, devo concordar com isto – confessou Teddy olhando para o filho que dormia calmamente no berçário – então tente não fugir do dia do batizado estamos combinados? Eu te mandarei uma carta avisando.

_ pode deixar – disse James colocando as mãos nos bolsos – devo comprar algum presente para ele por ter sido escolhido para padrinho?

_ sim é claro – riu levemente Teddy - isto me lembra de que esperamos que você venha no dia com uma madrinha para meu filho – o ruivo ficou em silencio já que uma única pessoa viera a sua mente e sabia que era quem o professor se referia.

_ claro – respondeu James tentando disfarçar o incomodo - quem vai ser?

_ você sabe a quem me refiro – disse Teddy – você esta indo hoje para a Academia de Aurores, eu creio que será fácil fazer as pazes com ela até porque vocês dois se amam de verdade e não vão deixar uma simples briga acabar com tudo.

_ espero que esteja certo – respondeu James – agora eu tenho que ir Teddy – ele estende a mão para o metamorfomago que aceita a apertando firmemente – nos vemos em breve, novamente parabéns pelo filho e espero que sejam muito felizes nesta vida de pais de primeira viagem.

_ obrigado, eu e a Vic estávamos tentando nos preparar durante a gestação dela para não cometemos erros bobos – disse Teddy – lemos vários livros sobre o assunto, alias estamos pensando em batiza-lo durante as férias da pascoa qualquer coisa lhe mando uma carta confirmando a data correta.

_ eu acho que estarei livre mas tenho que ver os horários corretos quando chegar lá – disse James – e obrigado por me escolher prometo cuidar dele como se fosse meu.

_ é bom saber disto – respondeu Teddy – boa sorte em seu treinamento para auror James – o ruivo assentira e ambos se despediram novamente quando ele virou as costas deixando o amigo para trás a encarar ainda o filho através do vidro.

James se encaminhou até o fim do corredor e aguardava pelo elevador que descia finalmente se abrindo no andar em que ele se encontrava e dentro dele pode encarar os rostos de um casal de amigos. Sorriu ao cumprimenta-los e quando eles saíram do elevador sendo, no entanto impedido de entrar.

_ você esta melhor Molly? – perguntou James a prima.

_ sim, bem melhor o Frank e eu fomos dar uma volta porque ele falou que eu estava bastante transtornada e precisava esfriar um pouco a cabeça – respondeu Molly – perdemos a noção de tempo e quando fomos para a sala de espera não havia mais ninguém lá.

_ ficamos felizes quando soubemos que o filho de Teddy e Victoire nasceu e viemos vê-lo – disse Frank com o braço ao redor dos ombros da namorada – você já deve tê-lo visto.

_ sim – falou James colocando as mãos nos bolsos - acabei de passar pela maternidade, vai ser fácil reconhece-lo já que é o único bebê metamorfomago em exposição.

_ é, nós soubemos disto – disse Molly sorrindo - já estivemos com vovó e vovô que estão radiantes com o primeiro bisneto – o ruivo sorriu levemente junto com a prima - os encontramos na sala do chá e foram eles que nos contaram sobre o nascimento dele.

_ legal – disse James sorrindo fracamente olhando para as portas do elevador que já haviam se fechado sem ninguém ter entrado nele.

_ James – disse Frank parecendo confuso – já esta indo embora? – notou o moreno certamente adivinhando que era aquilo que o rapaz estava fazendo.

_ preciso ir – respondeu James – tenho que passar em casa para pegar minhas coisas para então poder partir para a Academia de Aurores.

_ entendo – respondeu Frank – bem, então esta é uma despedida? – ele estendeu a mão para o ruivo que retribuiu com um aperto firme – cuide-se em quanto estiver por lá e tente não se meter em encrencas.

_ pode deixar mamãe – respondeu James então se voltando para a prima e a abraçando.

_ tenho certeza de que se saira bem – falou Molly – boa sorte.

_ prometa que não chorara de saudades de mim prima – brincou James – seu namorado pode não gostar muito disto – eles riram daquele comentário trocando olhares entre si – alguma coisa que deveria saber?

_ apenas uma pequena correção na sua frase – falou Molly então erguendo a mão direita e exibindo um belo anel ali no dedo anelar – não somos mais namorados.

_ nossa – falou James sorrindo pela surpresa olhando da prima para o amigo - meus parabéns, é mais uma ótima noticia hoje... – ele abraçara os dois novamente - espero que sejam muito felizes mais do que já são.

_ obrigado – disse Frank abraçando a noiva – tenho certeza de que seremos muito felizes – ele deu beijo nos lábios dela – Molly, querida por que não vai ver o bebê? Quero conversar com seu primo antes que ele vá embora.

A ruiva assentira enquanto se afastava seguindo o único caminho que havia. E os dois amigos trocaram olhares cumplices e sorrisos antes que um deles pudesse proferir alguma palavra.

_ você finalmente teve coragem para fazer o pedido – falou James – estou orgulhoso de você, percebeu que não precisava se planeja tanto quanto estava fazendo não é?

_ na verdade, eu encontrei o momento – disse Frank – tive esta conversa com a sua prima enquanto estávamos lá em cima no terraço e consegui acalma-la – sorriu levemente pelo canto dos lábios - ficamos um tempo a mais lá juntos e quando o sol estava nascendo eu senti que era aquele o momento e fiz o pedido, ainda bem que nos últimos meses tenho trazido o anel no bolso do contrario ela podia não levar muito a sério.

_ duvido muito que ela risse do seu pedido afinal não é um anel que importa e sim você esta disposto a ter um compromisso mais sério – falou James - alguém mais sabe?

_ não ainda – respondeu Frank - e olha que estivemos com seus avós só que eles estavam tão abalados pelo bebê que nem notaram o anel na mão da Molly, o que foi bom porque acho que tenho que fazer o pedido formal para seu tio primeiro não é?

_ verdade, tio Percy curte este tipo de coisa bem careta – disse James – bem, agora tenho que ir então até mais – ele apertara o botão do elevador - não se esqueça de mandar cartas para mim contando como estão as coisas por aqui.

_ claro, não se preocupe – falou Frank – e você trate de fazer as pazes com a Narcisa do contrario – ele fez uma pausa pequena - vou ter que levar o Fred como meu padrinho no seu lugar.

_ eu chamaria o Fred – disse James – vai ajuda-lo a superar o fato de que serei o padrinho do filho do Teddy até porque acho que ele poderá se dedicar mais no planejamento do que eu.

_ entendo – falou Frank – só espero que a Molly goste da sua ideia – ele começou a andar enquanto James entrava no elevador - ela esta com medo de que eu chamasse Fred para ser padrinho e ele pudesse fazer algum discurso embaraçoso na festa de casamento.

As portas do elevador fizeram um som anunciando que se fechariam e os amigos trocaram um ultimo aceno de despedida antes delas se encerrarem. James desceu os andares até a recepção então as portas se abriram e ele cruzou o hall rapidamente saindo pela porta e então pela passagem que dava para a Londres trouxa. Ele caminhou pelas ruas até encontrar um beco discreto de onde pode aparatar para casa.

...

James havia tomado um banho frio e mudado as vestes por outras em melhor estado então pegando sua mochila e a pendurando em um dos ombros enquanto dava um ultimo olhar em seu quarto antes de fechar a porta. Passara pelo quarto dos pais e vira a mãe adormecida se aproximou de mansinho e se ajoelhara do lado da cama para lhe dar um beijo em uma das bochechas enquanto sussurrava um adeus.

Ele descera as escadas rapidamente e atravessou a sala de jantar e a de visitas. Pegou as chaves da moto e um moletom seu de quando era apanhador pela grifinoria já que certamente sentiria frio enquanto estivesse voando. Quando estava prestes a sair pela porta da frente uma voz meio rouca e asmática lhe chamou e o rapaz se conteve então se voltou para encarar aquela pequena criatura velha e enrugada em trapos.

_ o que quer Monstro? – falou James tentando não soar aborrecido.

_ Monstro ouviu os senhores dizendo que o jovem senhor Potter irá passar uns tempos afastado de casa – respondeu o elfo domestico meio encurvado como se quisesse esconder algo contra seu corpo – disseram que o jovem senhor deseja ser um auror como seu pai, isto é verdade?

_ sim é verdade – disse James – não irá me ver por meses porque não poderei vir para casa sempre enquanto estiver sobre treinamento.

_ Monstro quer dizer que deseja ao seu jovem senhor boa sorte – disse o elfo domestico surpreendendo o ruivo talvez porque aquilo soasse sincero – Monstro quer dizer que vai sentir falta do seu jovem senhor em casa.

_ vai sentir minha falta? – falou James surpreso e rindo levemente – eu te tratei de um jeito tão desprezível durante a maior parte da minha vida e eu que sempre achei que você não gostasse de mim por conta disto.

_ Monstro sempre gostou de vossos senhores – falou o elfo domestico como se tentasse soar sincero o que não estava sendo claramente.

_ diga a verdade – pediu James e o elfo resmungou alguma coisa antes de obedecer.

_ Monstro não gostava tanto do jovem senhor quanto das outras crianças – respondeu Monstro, mas aquilo parecia ser difícil para ele mentir, não por ter sido uma ordem e sim porque era imperdoável falar mal de um de seus senhores daquele jeito - porque o jovem senhor de Monstro costumava ser mal e cruel com ele e isto não agradava Monstro que sempre quis fazer o jovem senhor feliz sem a necessidade de que tratasse daquela forma, só que nos últimos anos o jovem senhor de Monstro mudou e isto fez com que... – ele parou e engoliu em seco então começou a tremer como estivesse próximo de se punir.

_ não se puna, por favor, não quero que se machuque por estar me contando à verdade – disse James - fez com que? – ele fez um gesto o incentivando a continuar.

_ fez com que Monstro aprendesse a amar o jovem senhor de Monstro como ama todos da família Potter – confessou o elfo domestico - Monstro preparou um presente para seu jovem senhor e espera que seja de seu agrado – ele tirara então o embrulho que escondia e entregara a James.

James então pegou o embrulho em uma espécie de saco de papel e o olhou dele para o elfo sem acreditar no gesto que havia acabado de presenciar. Era inegável a surpresa que tivera naquele momento ao saber que seu criado poderia ser gentil e fazer algo por ele que não fosse porque era obrigado a isto. O ruivo sorriu enquanto abria e guardava o embrulho na mochila novamente a jogando por cima do ombro então encarando o elfo domestico que permanecia a sua frente ainda.

_ obrigado Monstro – falou James ao seu criado enquanto levava à mão a maçaneta - isto foi bastante gentil de sua parte – quando já se virava para sair voltou a encara-lo - será que antes de ir posso pedir uma coisa?

_ o que meu jovem senhor desejar – disse Monstro.

_ me mantenha informado do que acontece por aqui e cuide de todos como sempre fez – pediu James e o elfo assentiu com um aceno de cabeça.

_ Monstro irá cumprir – disse Monstro se curvando em uma reverencia então voltando a encarar seu amo – isto é tudo?

_ sim – respondeu James antes que o criado se teletransportasse para outra parte da casa.

James abrira a porta e por ela passara então a fechando e descendo os degraus da pequena varanda então seguindo para a garagem onde foi buscar sua motocicleta. Ele vestiu o moletom vermelho e colocou o capacete o afivelando no queixo para então montar e dar partida sentido o som do motor. O ruivo saboreou o som que fazia quando a acelerava algumas vezes antes de finalmente partir de garagem e antes que chegasse ao portão aparatou.

Ele reaparecera enfrente ao Chalé das Conchas onde era aguardado por Fred que aguardava já preparado sobre sua moto enquanto sua namorada se encontrava encostava contra o veiculo ainda checando coisas que havia em sua mochila então desviando o olhar rapidamente para o primo quando ele chegara para retorna-lo e fechar o zíper em seguida a colocando nas costas.

_ podemos ir – disse Dominique montando na moto e passando as mãos ao redor da cintura do namorado – meus pais estão ainda no hospital zelando pela recuperação da Victoire.

_ eles sabem que hoje é o dia de sua partida não? – perguntou James para a prima que riu levemente – qual é? Eles podem ter esquecido agora que tem algo a mais para ocupar suas mentes.

_ acredite, se eles tivessem esquecido... Você poderia ter certeza de que eu os lembraria – respondeu Dominique – o que me lembra de que foi um pouco falta de educação sua sair sem se despedir da família.

_ eu odeio despedidas – confessou James suspirando pesadamente – parece tornar as coisas mais difíceis para todos e não queria estragar o momento.

_ oh, claro como se sua partida fosse algo que fosse abalar tanto a felicidade dos outros – falou Fred sarcasticamente – o que me lembra de perguntar: você esta sabendo que Frank pediu a mão da Molly não é?

_ sim – respondeu James – estou feliz pelos dois.

_ eu e Fred fomos convidados para sermos os padrinhos – falou Dominique – dá para acreditar? Eu madrinha do casamento da Molly depois de toda aquela inimizade que tínhamos na infância, é nestes momentos que realmente vejo o quando o mundo dá voltas.

_ é muitas voltas agora coloque o capacete – falou Fred para a namorada enquanto estendia objeto para ela por sobre o ombro – não sei o porquê de os usamos afinal se viermos a ter um acidente aéreo enquanto voamos não sei se podem fazer muita diferença.

_ isto é o que você diz – disse James enquanto via os primos colocarem os capacetes - mas se tem tanta certeza do que fala por que você ainda usa o seu?

_ porque eu me sinto com muito mais estilo quando o uso – falou Fred enquanto abaixava os óculos protetores nos olhos – ou vai me dizer que não fico sexy?

_ Merlin esta de prova que se um dia eu achar você sexy é para me mandarem para a ala psiquiátrica do St. Mungus – respondeu James então começando a acelerar a moto – vamos nesta – e pode escutar o som de Fred dando a partida - já perdemos muito tempo aqui.

Eles saíram pela praia dirigindo por meio a areia na encosta com o mar então erguendo voo quando já não mais podiam ver o Chalé das Conchas pelos espelhos laterais. E em meio às nuvens seguiram lado a lado no que seria uma viagem de algumas horas podendo ver abaixo deles as paisagens mudando conforme ganhavam distancia e velocidade.

...

Eles haviam chegado a Amsterdam, na Holanda quando o sol já se encontrava no céu do meio dia. As motocicletas pousaram em uma rua nos subúrbios da cidade transitando por ela até o que parecia ser um velho moinho abandonado e foram de encontro a ele passando por sua passagem e ao saírem se encontravam de frente para os terrenos do campus da maior academia preparatória de aurores sendo a melhor do continente europeu.

Era um grande lugar como uma espécie de pequena Amsterdã com seus prédios e áreas verdes espalhadas pelo trajeto que eles agora faziam de moto sendo que tentavam serem cuidadosos já que ao que pareciam por ali as pessoas preferiam transitar a pé ou então em bicicletas (o que realmente fora uma grande surpresa por se tratar de meios de locomoção trouxas) apesar de que ao olhar para o alto eles puderam ver vassouras sendo usadas.

Eles seguiram até o endereço que segundo a ruiva era do seu prédio em que ficaria. E logo pararam em frente ao lugar sendo que Fred estacionou e subiu ao lado da namorada para ver o apartamento que a garota ficaria a partir daquele dia deixando primo para trás. James tirara o capacete e decidiria transitar de vagar com a moto para tentar conhecer o lugar em que iria passar (se tudo desce certo como queria) os próximos três anos de sua vida.

Ele passara próximo das áreas verdes do campus, espécies de grandes parques a céu aberto onde podiam se ver vários jovens correndo e praticando exercícios em corridas ou competições ciclísticas nas estradinhas próprias que infelizmente ele não poderia usar com sua moto. Enquanto outros simplesmente se sentavam na grama para curtir o intervalo antes do almoço sendo que alguns ainda aproveitavam para ler, jogar partidas de xadrez de bruxo ou mesmo simplesmente conversar com os amigos.

Fora quando ele a vira sentada na grama com um livro em mãos a pessoa que ele esperava ver mais cedo ou mais tarde naquele lugar. Seu estomago revirara ao ver a alguns metros de distancia dele e institivamente desceu de sua motocicleta e começou a caminhar pela grama em direção da garota que ainda não o havia notado.

James ia de vagar em seus passos mesmo que seu coração martelasse contra o peito e gritasse para que se apressasse. Ele queria aproveitar a visão dela ali a cada segundo caso o que estivesse para fazer fosse ser inútil ou não recebesse a resposta que desejasse.

Ela estava tão calma e concentrada em sua leitura. Vestia-se em vestes trouxas nada que lhe denunciasse a origem puro sangue e possuía os cabelos presos num coque desalinhado, mas mesmo assim com algumas mechas loiras caindo sobre seu rosto que ela insistia em tentar arrumar enquanto o sol refletia em sua pele pálida nos cabelos platinados os fazendo brilhar feito ouro.

Quando em fim se viu enfrente a ela fazendo sombra sobre a loira e interrompendo sua leitura o que a fez desviar os olhos do livro para encara-lo. Inicialmente sua expressão facial possuía o cenho franzido para então ir se alterando assim que o viu para uma face de surpresa.

_ James? – questionou Narcisa apesar de sua voz tenha saído falha talvez pela surpresa inesperada que tivera.

_ será que posso me sentar? – perguntou James já se ajoelhando para ficar frente a frente com a garota que tossiu levemente antes de responder.

_ claro – respondeu Narcisa – sinta-se a vontade – ele se sentara então na grama ainda a encarando e assim ambos permaneceram por algum tempo simplesmente.

_ eu gostaria de me desculpar – disse James – sinto muito pelas palavras que usei – ele suspirou pesadamente - sei que não deveria ter sido tão grosseiro e desrespeitoso com você porque é uma das pessoas mais importantes para mim e não consigo aguentar mais um instante sabendo que a feri e de que esta magoada comigo.

_ você foi um idiota – falou Narcisa fechando a cara – agiu com grosseria e estupidez comigo quando eu simplesmente estava preocupada com você sendo que você nem mesmo isto valorizou achando que estava me metendo demais na sua vida quando na verdade fazia minha obrigação de namorada.

_ eu sei disto – falou James – entenda eu queria ter ido atrás de você logo no primeiro dia e dizer o quanto eu sentia muito por tudo que lhe falei.

_ então por que não foi? – perguntou Narcisa deixando o livro de lado e se ajeitando melhor para que ficasse mais próximo e pudesse encara-lo – eu quis que você fosse atrás de mim e pedisse desculpa, mas você simplesmente deixou que eu fosse.

_ eu tentei – disse James – te procurei na casa de seus pais só que não estava mais por lá e mandei cartas que sei que você não abriu pois voltavam lacradas para mim – ele encarou as próprias mãos – agora estou aqui na sua frente me desculpando depois de semanas sem te ver e me contendo para não avançar sobre você e beija-la tudo por conta de uma briga sendo que eu nem lembro mais o que foi que falei apenas sei que agi feito um idiota e sou o único culpado.

_ pois eu me lembro de suas palavras sim – disse Narcisa suspirando fundo – você falou que eu temia por minha irmã, isto foi muita crueldade da sua parte James e me fez pensar se ainda era a pessoa que eu me apaixonei.

_ ele ainda esta aqui – falou James – deixe-me provar isto a você novamente não quero que o que há entre nós se acabe por causa de uma coisa tão idiota quanto este que provoquei. Tudo bem? Deixe-me provar que ainda vale apena dar uma chance para mim que posso sim continuar a ser o mesmo de antes de tudo isto.

Narcisa ficara em silencio o encarando como se conseguisse decifrar em seus olhos se o que dizia era sincero e todo aquele tempo o ruivo mantivera o olhar firme no dela podendo ver sua expressão facial se aliviando e um sorriso tomando conta de seus lábios. Ela erguera os dedos e tocara a face do rapaz que sorrira com o carinho que recebera então pegando a mão dela e levando aos lábios onde começou a beija-la lenta e carinhosamente.

James então diminuiu o espaço entre os dois avançando aos poucos enquanto deslizava sua boca pela extensão do braço dela o que a fez rir pendido que parasse com aquilo até que finalmente estavam enfrente um do outro e ele uniu os lábios de ambos e iniciando o tão esperado beijo de reconciliação e podendo sentir o cheiro da garota de que lhe tanto fazia falta.

Ela então o empurrara contra a grama ainda o beijando e o rapaz sentiu as costas arderem no local que noite que se passara o comensal da morte o havia ferido. Descolara os lábios dos dela e soltara um gemido abafado de dor o que a fez sorrir achando que fosse graça da parte dele então o puxando novamente para beija-la.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham tido um ótimo natal e tenham um ano novo que se a próxima muito melhor do que este que passou para todos nós em nossas vidas escolares, profissionais e pessoais.

E espero que todas vocês minhas leitoras ( e leitores caso haja algum) continuem a ler, acompanhar e comentar a fic. Obrigado a todas as pessoas que vem lendo desde a primeira temporada.

Enfim, como puderam ver o capitulo foi bem momento feliz depois de tanta tragedia.
Então, espero os comentários de vocês sobre ele com as opiniões e o que mais gostaram.
Beijos.