Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 13
Principios


Notas iniciais do capítulo

Como estão minhas leitoras?
Obrigado pelos reviews. Não tenho mais nada para falar aqui, nos vemos lá embaixo.


Capitulo totalmente sobre o James.



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James havia se arrumado, em poucos instantes estaria tendo entrevista no ministério da magia. Pouco instantes depois que seus pais haviam partido junto com seus irmãos para o embargue na plataforma, ele subira as escadas até o quarto se aventurando em busca de vestes que fossem ser adequadas para a ocasião. Algo não tão formal, mas mesmo assim apresentável pelo que sabia a pessoa que o avaliaria seria um auror que manteria os olhos atentos a cada um de seus detalhes mesmo os movimentos mais simples.


Após alguns minutos estava pronto, tendo sido avisado pelo elfo domestico que seus primos o aguardavam no andar debaixo. Dominique e Fred aguardavam bebendo uma jarra de suco de abóbora que certamente fora oferecido por Monstro enquanto o casal aguardava o primo a terminar de se arrumar.



_ olha só para ele, espero que o auror que for te entrevistar não se sinta atraído por toda essa sua elegância – disse Fred sorrindo enquanto cumprimentava o primo.



_ assim acabo ficando encabulado – disse James rindo fazendo uma falsa cara de quem estava se sentindo envergonhado – mas não acha que deveria elogiar sua namorada no meu lugar Fred?



_ eu já fiz isto – disse Fred – até falei algo parecido para ela, apenas com uma pequena alteração de que caso isto acontecesse era bom ela arranjar uns galeões para minha fiança, pois eu iria para Azkaban por atacar um auror.



_ rapazes, será que poderíamos ir então? – disse Dominique se levantando andando até o namorado e o primo e depositando os braços ao redor dos ombros de ambos.



_ não sei o porquê de estarmos perdendo tempo por aqui ainda – disse James – só gostaria de me despedir da mamãe antes se não for muito.



James e os primos se encaminharam até o escritório da casa dos Potters, anteriormente usado apenas pelo pai da família, mas atualmente também era utilizado por Ginny como local em que poderia realizar seu novo trabalho desde que abandonara o antigo cargo que possuía no Profeta Diário. Agora a ruiva se dedicava à escrita de um livro contando a historia do quadribol dentro dos terrenos de Hogwarts, a proposta de trabalho fora feita para McGonagall que aceitara em ceder os arquivos escolares para que pudessem servir de base bem como uma lista dos jogadores das quatro casas.



_ estamos indo mãe – disse James se despedindo da mãe que erguera os olhos do pergaminho que lia para se levantar da mesa e poder abraçar o filho.



_ boa sorte querido – disse Ginny então se virando para a sobrinha – para você também Dommy, tenho certeza de que vocês dois irão se dar muito bem.



_ obrigado tia – disse Dominique.



Os três primos saíram da casa pela porta dos fundos dando para o quintal secreto que a família mantinha para poderem aparatar e jogarem quadribol (depois do anoitecer, por precaução) sem a necessidade de correrem algum risco ao chamarem a atenção dos trouxas que moravam em Godric’s Hollow. Dominique agarrou a mão de Fred e James e com um estalo no ar, eles haviam desaparecido reaparecendo num banheiro de uma estação de metro. Eles saíram pela porta do boxe, sem se importarem com os olhares de algumas senhoras que entraram ao ver uma garota acompanhada de dois rapazes saindo do banheiro feminino.



_ vamos pegar um dos trens por acaso? – disse Fred ao olhar as pessoas entrando nos vagões do metro que havia acabado de chegar.



_ não, estamos a poucos minutos da entrada do ministério, basta caminharmos um pouco – disse Dominique pulando as catracas do metro sendo acompanhada por Fred e por ultimo James.



O ruivo dera uma olhada ao redor antes de saltar (que o fizera com um pouco de dificuldade por conta da perna debilitada), mas ao que pode ver ninguém realmente parecia se importar com três jovens desrespeitando regras ao que parecia os trouxas estavam muito ocupados. Ele então se apressou ao acompanhar o casal que já subia as escadas.



_ por que não aparatamos num lugar mais próximo? – disse James atrás dos primos que olharam por sobre o ombro para vê-lo.



_ arriscado, não poderíamos correr o risco de sermos vistos por trouxas aparatando no meio de uma rua movimentada – disse Dominique – deve começar a pensar como um auror antes de se tornar um primo, pensar nos riscos antes de executar alguma ação.



_ se soubéssemos de algum beco próximo da entrada, quem sabe não poderíamos fazê-lo, no entanto como não conhecemos, não podemos fazer isto – disse Fred sendo o primeiro a sair para a superfície encontrando do lado de fora um belo dia claro e ensolarado muito raro em Londres, o que fez com que o moreno tirasse um par de óculos escuros do bolso e os colocou – é por aqui o caminho, venham.



Eles saíram em uma rua larga, de edifícios imponentes onde o trafego de carros e pessoas já era intenso àquela hora do dia. Eles tomaram uma rua lateral, se misturando facilmente na multidão de pessoas que passavam pelas calçadas. De um lado para o outro os trouxas iam para o trabalho em ternos ou roupas casuais algumas assim como Fred usavam óculos escuros, outras estavam carregando suas pastas ou maletas e falando no celular ainda havia aquelas tomavam cafés fumegantes em copos descartáveis de isopor ou simplesmente consultavam o relógio ou chamavam um táxi na frente dos prédios ou liam os jornais em pontos de ônibus.



Conforme andavam, cada vez mais os primos podiam reparar que o fluxo de pessoas diminuía bem como o tamanho dos prédios que ficavam menores e mais modestos, prédios de escritórios de mau aspecto de fachada envelhecida um bar fechado pela vigilância sanitária e uma caçamba de lixo onde alguns gatos vira-latas fuçavam os sacos atrás de comida. Certamente que os bruxos sabiam escolher seus locais importantes como o ministério da magia quem afinal imaginaria que um lugar como aquele pudesse conter o centro mais importante da comunidade mágica.



_ primeiro as damas – disse Fred abrindo a porta da cabine telefônica vermelha sangue, em que faltavam vários vidros e se localizava de frente para uma parede grafitada.



_ por que não vai primeiro? – disse Dominique receosa olhando para a cabine com uma expressão que dizia não estar gostando do que via.



_ tudo bem – disse Fred entrando e depois dele veio a ruiva.



_ os ingleses são discretos, a entrada do ministério da magia da França é a pirâmide de vidro do Louvre – disse Dominique quando a porta atrás de si se fechou após James ser o ultimo a entrar – já a de visitantes é no armário de utensílios de limpeza do zelador do museu.



Quase que não dera os três, o lugar era realmente apertado demais o que fez com que o ruivo imaginasse como seu pai, tios e amigos haviam dado naquele cubículo no quinto ano deles em houvera a batalha do departamento de mistérios. James sentira o cotovelo de Fred em seu rosto quando o primo erguera o braço para alcançar o aparelho de telefone que parecia ter sido arrancado por algum vândalo e ao puxar o fone do gancho pode ver que o fio estava cortado (talvez arrancado), pois saiu em sua mão.



_ isso vai funcionar, não é? – disse Dominique ao ver o fone sem fio na mão do namorado.



_ claro, isto aqui é proposital, fizeram após um trouxa entregador de pizza conseguir chegar ao ministério em 1999 – disse James – foi um choque e tanto para os bruxos, tiveram que obliviar o coitado por ter visto demais... E dá para discar logo os números Fred?



_ Vejamos... Seis... — disse Fred discando no velho disco do telefone como se lembrava — dois... Quatro... E mais um quatro... E mais um dois... – o disco retornou para sua posição inicial e uns toques de que estava se fazendo à chamada foi escutado e então uma voz feminina tranqüila soou de algum lugar.



— Bem-vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita.



_ Frederick Weasley – disse o moreno falando ao bocal do fone por segurança de que seria ouvido – estou acompanhando James Potter e Dominique Weasley, que vieram para comparecer a entrevista no departamento de aurores.



— Obrigada — disse a voz tranqüila de mulher. — Visitantes, por favor, apanhem os crachás e prenda-os ao peito de suas vestes – um barulho foi escutado e da rachadura de onde saem às moedas vieram três quadrados prateados em que se liam seus nomes e o que haviam feito fazer ali, Fred os pegou e distribuiu aos outros dois então desceram para a surpresa deles que não entenderam muito bem, algo que a primeira vista pareciam fichas de telefone.



_ o que diabos é isto? – disse Fred pegando as duas fichas de telefone na palma da mão.



_ por favor, candidatos a aurores peguem as fichas e as mantenham consigo a sua função será explicada antes da entrevista ser iniciada – disse a voz tranqüila, enquanto o moreno estendia aos primos aqueles pequenos discos de prata.



— Todos os visitantes devem se submeter a uma revista e apresentar sua varinha, para registro, à mesa da segurança, localizada ao fundo do Átrio – disse a voz feminina.



O piso da cabine telefônica estremeceu e eles começaram a afundar lentamente. James observou com a face mais comum de todas as vezes que usou aquela passagem para visitar o pai ou então nas vezes em que teve que comparecer as suas sessões de julgamento pelo assassinato de Eduard Zabini de que fora acusado a cerca de um ano e meio sendo que foi felizmente nomeado inocente daquela ocasião.



Os olhos de Dominique olhavam apreensivos conforme a calçada ia subindo pelas vidraças da cabine e, por fim, a escuridão se fechar sobre suas cabeças. Ela odiava locais abafados e fechados, mas nunca admitira a ninguém isso. Lugares como cabines telefônicas, elevadores e outros lugares em que se via trancada era algo realmente horrível para ela. Era como se pudessem ver as paredes se afinando ao seu redor, a deixando cada vez mais apertada como se fosse ser esmagada. Certamente a cena de desaparecer através do chão como estavam fazendo também era muito desagradável.



Então não conseguiram ver mais nada. ouviu apenas um ruído abafado de trituração, enquanto a cabine continuava a entrar pela terra. Decorrido mais ou menos um minuto, embora parecesse para Dominique muito mais do que um século em que ela passara todo o momento estando abraçada a Fred, uma claridade dourada banhou-lhe os pés e foi se ampliando, subindo pelo seu corpo até bater em cheio no rosto e James precisou piscar para os olhos não lacrimejarem.



— O Ministério da Magia deseja um dia muito agradável — disse a voz feminina quando Fred colocara novamente o fone de fio cortado no gancho e a porta da cabine se abriu mais uma vez e Dominique empurrou James para que saísse do caminho, pois queria sair logo daquela cabine telefônica.



_ o que houve com ela? – disse James quando Fred o ajudava a se levantar.



_ não faço a mínima – disse Fred olhando para a namorada que já estava um pouco distante de onde os dois rapazes se encontravam – vamos, temos que alcança-la.



Os dois primos estavam parados a um extremo de um saguão muito longo e suntuoso, com um soalho de madeira escuro e extremamente polido quando tornaram a andar tentando acompanhar os passos de Dominique. James pode perceber que o local continuava o mesmo desde a ultima vez em que estivera ali.



O teto azul-pavão era entalhado com símbolos dourados que se moviam e se alternavam como um enorme quadro celeste de avisos. As paredes de cada lado eram forradas de painéis de madeira escura e lustrosa, e nelas havia algumas lareiras douradas engastadas. Em intervalos de segundos, bruxos e bruxas emergiam de uma das lareiras a esquerda com um suave ruído de deslocamento de ar. Na parede da direita, iam se formando diante de cada lareira pequenas filas de gente que aguardava o momento da partida.



A entrevista anterior aos testes teóricos é uma forma de analise por parte do departamento de aurores para ver se os candidatos ao cargo estão aptos para poder exercer a função e se encaixam no perfil profissional. Algo bem simples, mas que segundo dizia tio Ron era naquela fase em que havia a maior parte dos cortes daqueles que não se encaixavam. Claro que aquilo não ajudara muito, afinal mesmo que por fora o ruivo parecesse estar calmo por dentro estava ansioso querendo que o horário logo chegasse.



No meio do saguão havia uma fonte. Duas estatuas de granito, maiores que o tamanho natural, elas estavam localizadas no centro de um espelho de água circular. A primeira era um bruxo ali representado era alto com cabelos longos e um rosto bastante bonito coberto por uma barba, usava vestes bruxas bastante elegantes enquanto a segunda estatua era a de um animal certamente um cachorro de focinho longo e em posição de alerta, ele enorme maior que um lobo comum certamente quase do tamanho de um cavalo. Da boca do cão e da ponta da varinha do bruxo brotavam jorros de água cristalina. Abaixo do monumento se lia os dizeres:



Em memória de Sirius Black


Que fora injustamente condenado e que morrera lutando por seus ideais

27 de outubro de 1959 – 4 de Junho de 1996



Na fonte podia se ver reluzindo ao fundo sicles de prata e nuques bronze espalhados no fundo da água. Um pequeno cartaz ao lado da fonte informava que o dinheiro que fosse arrecado seria doado ao Orfanato Baltida Bagshot para órfãos e crianças desamparadas.




James prometeu a si mesmo caso ocorresse tudo bem na entrevista ele iria lançar um saco de galeões na fonte. Ele então se apressara para alcançar os primos que estavam já fora de sua vista.



Ele se juntou à multidão e continuou a caminhar entre os funcionários do Ministério, alguns dos quais carregavam pilhas instáveis de pergaminhos, outros, maletas surradas; e, outros ainda liam o Profeta Diário enquanto andavam. Não eram tão diferentes dos trouxas que haviam visto em Londres por mais que os bruxos puricionistas insistiam em ver diferenças eram apenas pessoas como quaisquer outras tendo uma manhã agitada, pensou o ruivo.



_ hei, Jay – disse Fred acenando para o melhor amigo indicando onde estavam em uma pequena fila de frente a mesa de segurança.



Quando chegaram próximos da mesa abaixo da placa que dizia segurança, o ruivo já encontrara sua prima terminando de passar pela revista feita por um bruxo de sobrancelhas grossas e cabeça meio calva vestido em vestes azul-pavão. Em seguida foi à vez de Fred, o bruxo da segurança passara uma fina varinha dourada ao redor do corpo do moreno.



James foi o próximo, o bruxo de sobrancelhas grossas começou a fazer o mesmo processamento que anteriormente havia feito com o outro rapaz. A varinha mais parecia uma espécie de antena de carro, o homem mandou que o ruivo mantivessse as pernas e braços separados do corpo e assim foi feito. O aparelho não detectou nada.



_ sua varinha, sim? – disse o bruxo azul-pavão enquanto Fred removia a varinha das vestes e entregava a um outro colega com o mesmo tipo de uniforme, este era muito magro e possuía um bigode e a cabeça calva assim como o primeiro.



O bruxo de bigode a depositou em cima de um estranho instrumento de latão, que lembrava uma balança de um único prato. A coisa começou a vibrar. Uma tira fina de pergaminho foi saindo instantaneamente de uma ranhura na base. O bruxo destacou-a e leu o que estava escrito.



_ vinte sete centímetros e meia polegada, núcleo de pelo de unicórnio em uso por nove anos – disse o bruxo de bigode – esta correto?



_ sim – disse Fred normalmente.



_ Ficaremos com ela - disse o bruxo, enfiando a tira de pergaminho em um pequeno espeto de latão – a devolveremos depois, pode ficar tranqüilo com isto... – ele então se voltara para o ruivo parando parecendo surpreso, o rapaz já reconhecia aquela reação de tempos sabendo muito bem o que estava para acontecer – você é James Potter? – o outro bruxo de sobrancelhas grossas voltara à cara para o amigo e o ruivo, então encarando o crachá no peito do rapaz.



_ meu merlin, é ele mesmo – disse o bruxo de sobrancelhas que agora se assemelhavam a duas lagartas peludas arrepiadas no meio de sua testa por conta da expressão de espanto.



_ sim sou eu – disse James sem jeito, o homem a sua frente nem pegara sua varinha agachando no balcão e procurando nas gavetas algo até achar um pedaço de pergaminho em branco.



_ será que o senhor poderia? – disse o bruxo de bigode – é para meus filhos, eles adoram o senhor... – o ruivo assentira pegando a pena e o tinteiro que já estavam sobre a mesa e rabiscando seu nome – o nome deles é Joseph e Mary.



_ certo – disse o ruivo então lendo o que estava escrevendo – um grande abraço, com carinho de James S. Potter para Joseph e Mary.



_ será que o senhor poderia dar um destes também para mim, senhor Potter? – disse o bruxo de sobrancelhas grossas que aparecera ao lado do ruivo - meu neto caçula diz que quer ser apanhador quando crescer feito James Potter – ele fez um gesto para o colega que pegou um pedaço de pergaminho semelhante ao que o ruivo havia escrito anteriormente.



_ sim, eu posso – disse James tentando ser gentil, não se importava em dar autógrafos, mas às vezes aquilo meio que atrapalhava quando ele tinha algo serio para fazer como a sua entrevista com os aurores – qual é o nome dele?



_ Martin – disse o bruxo enquanto o ruivo começava a escrever – meu neto queria ir ver a final da copa, mas minha filha não teve dinheiro para isto... Ainda bem, graças à merlin, já pensou um garotinho de quatro anos ficar no meio de toda aquela desgraça.



_ é seria terrível – disse James – veja se está bom – ele entregou ao bruxo.



_ para o pequeno Martin, que você seja um grande apanhador um dia – disse o bruxo – com carinho, James S. Potter...



_ agora se vocês não se importam – disse James – eu preciso ir – ele estendera a varinha para o bruxo de bigode que a colocou na balança.



_ ah, claro... Nós também precisamos retornar ao trabalho – disse o bruxo que franziu as sobrancelhas grossas ao perceber a fila que se acumulava atrás dele – você veio fazer o teste para auror senhor Potter? Aparentemente mais da maioria dos visitantes do ministério estão aqui para isto.



_ é estou – disse James sem jeito, ainda não tinha dado a noticia ao publico – mas é um segredo ainda, não conte a ninguém.



_ claro, pode deixar – disse o bruxo retornando para a fila e continuando sua função com a varinha dourada.



_ trinta e um centímetros, núcleo de corda cardíaca de fênix, uso há oito anos isto confere? – disse o bruxo de bigode estranhando o cerne da varinha do ex-apanhador, era algo que realmente era raro de se ver.



_ sim, está correto – disse James enquanto via o bruxo pendurar a varinha pela alça num pequeno cabide de bronze ao lado da de Fred.



Eles atravessaram o hall, passando por uma porta que dava em um salão circular menor onde se encontravam cerca de vinte elevadores com portas de grades ornamentadas em dourado. Os três aguardaram pouco tempo até que o elevador chegasse, ao lado deles havia funcionários do ministério. Eles encontraram Arthur Weasley aguardando o elevador enquanto conversava com alguns colegas de trabalho até que percebeu a presença dos netos, ali próximo e se aproximou deles.



_ então, é hoje que estão marcadas as entrevistas com os aurores? – disse vovô Arthur sorrindo para eles que acenaram afirmativamente – que maravilha, espero que estejam preparados.



_ é, nos estamos – disse James dando de ombros – pelo menos, acredito que não haja nada a temer não é mesmo? É apenas uma entrevista – ele se voltara para os primos que assentiram.



_ oh, sei... Só tentem ficar calmos e tudo ocorrera bem – disse vovô Arthur – vocês são capazes de passar por esta fase, acredite é a mais fácil dos que as outras duas que estão por vir.



_ obrigado vovô – disse Dominique.



_ Ah, Fred – ele se voltara para o neto de cabelos negros – você está muito ocupado na loja de seu pai por acaso? – ele negara – seria bom se desse uma passada lá em casa para me ajudar com alguns projetos, eu encontrei uma torradeira no ferro velho e queria saber se poderia me ajudar a consertá-la.



_ claro, eu adoraria fazer isto vovô – disse Fred sorrindo - mas o que é uma torradeira?



_ oh, é um aparelho fabuloso que serve para torrar pão – disse vovô Arthur, mas foi interrompido por um ruído e todos os bruxos olharam para o lado.



Com uma barulheira de ferragens, um elevador desceu diante deles, a grade dourada se recolheu, os três primos entraram no elevador com os demais. Vários bruxos e bruxas o olharam com curiosidade; ele encarava os próprios pés e alisava a franja para evitar encontrar o olhar das pessoas. As grades tornaram a fechar com estrondo e o elevador subiu lentamente, as correntes se entrechocando, enquanto a mesma voz tranqüila de mulher que ouviram na cabine telefônica tornava a falar:



"Nível sete, Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, que inclui a Sede das Ligas Britânica e Irlandesa de Quadribol, o Clube de Bexiga Oficial e a Seção de Patentes Absurdas."


As portas do elevador se abriram. James deu uma olhada rápida no corredor de aspecto sujo, onde havia vários cartazes de times de quadribol pregados tortos nas paredes. Então seria ali que ele trabalharia caso acertasse a proposta do ministro de ele assumir a chefia daquele departamento todo. Um homem gorducho de cabelos brancos penteados para trás vestindo vestes escandalosamente amarelas com ornamentos negros saira, desvencilhou-se com dificuldade das outras pessoas e desapareceu pelo corredor.


_ sabe quem era aquele não? – disse Fred num sussurro para o primo – aquele era Ludo Bagman, caso você tivesse aceitado a proposta do ministro aquele cara teria perdido o emprego.



James ficara em silencio, ele já ouvira falar daquele homem por seu sobrinho que jogara como batedor pela seleção nacional perdendo a vida durante o massacre, aquilo o fez sentir um calafrio por se lembrar de seu antigo colega que morrera. As portas se fecharam, o elevador retomou sua subida acidentada e a voz feminina anunciou:



"Nível seis, Departamento de Transportes Mágicos, que inclui a Autoridade da Rede de Flu, o Controle de Aferição de Vassouras, a Seção de Chaves de Portais e o Centro de Testes de Aparatação."


Mais uma vez as portas do elevador se abriram e três bruxos desembarcaram ao mesmo tempo, vários aviõezinhos de papel entraram voando no elevador. Dominique ficou olhando os aviões planarem preguiçosamente acima de sua cabeça; eram violeta-claro, e ele leu as palavras Ministério da Magia estampadas no bordo das asas. “Memorandos interdepartamentais” Fred sussurrou para a namorada que então compreendera do que se tratavam aqueles aviõezinhos que começaram a voar em círculos ao redor da fonte de luz do elevador preso no teto. Quando recomeçaram a subir, os memorandos ficaram flutuando em torno da lâmpada do elevador.


"Nível cinco, Departamento de Cooperação Internacional em Magia, incorporando o Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional, Comissão de Interação e Convívio com Trouxas, o Escritório Internacional de Direito em Magia e a Confederação Internacional de Bruxos, sede britânica."


_ até mais, espero que ocorra tudo bem para vocês dois – disse vovô Arthur saindo do elevador seguido por dois bruxos saindo quando as portas se abriram – e Fred, espero que possa ir mais tarde lá para casa, sua avó está preparando torta de maçã para a sobremesa.



_ legal – disse Fred sorrindo levemente para o avô antes da porta se fechar e o elevador tornar a funcionar.



_ queridinho do vovô – disse James num tom brincalhão apenas para o primo escutar.



_ que se dane, me chame do que quiser pelo menos eu vou comer torta da vovó esta noite – disse Fred fazendo-se de emburrado como se tivesse ficado ofendido.



_ o que está havendo Dommy? – disse James ao notar que a ruiva havia ficado extremamente quieta, para não falar que estava muito mais pálida do que o normal - Você está muito quieta hoje, alguma coisa errada?



_ o que? Eu... Estou bem, não há nada de mais estar um pouco calada de vez em quando – disse Dominique dava para ver por seu tom de voz que ela estava muito tensa, que o ruivo acreditou que fosse por conta da aproximação da entrevista - Por que iria de haver alguma coisa errada?



_ por nada, apenas estava um pouco preocupado – disse James fazendo um gesto de redenção para a ruiva até que eles sentiram o elevador parando novamente.



"Nível quatro, Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, que inclui as Divisões das Feras, Seres e Espíritos, Seção de Ligação com os Duendes, Escritório de Orientação sobre Pragas."


Quando as portas se abriram, seis memorandos saíram voando ao mesmo tempo em que mais bruxos e bruxas desembarcavam, mas outros tantos memorandos entraram voando, de modo que a luz piscou e lampejou com o movimento dos aviõezinhos ao seu redor. As portas fecharam mais uma vez com estrépito.



"Nível três, Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas, incluindo o Esquadrão de Reversão de Mágicas Acidentais, Central de Obliviação e Comissão de Justificativas Dignas de Trouxas."


Todos desembarcaram do elevador nesse andar, exceto os três primos e mais um casal de bruxos que James supôs estarem indo para o mesmo lugar que eles. Os memorandos restantes continuaram a flutuar em torno da lâmpada, e o elevador continuou sua agitada subida, então as portas abriram e a voz anunciou:


"Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia, que inclui a Seção de Controle do Uso Indevido da Magia, o Quartel-General dos Aurores e os Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos."


_ é aqui que descemos – disse James tomando a frente ao lado dos primos, logo se viam seguindo pelo corredor de um hall de tamanho mediano quando comparado com o dos elevadores.



Atrás deles, o elevador fechara magicamente suas grades e continuara seu trajeto desta vez com ninguém afinal os seus cinco ocupantes haviam desembarcado. O lugar onde estavam se encontrava bastante iluminado pelo teto de vidro que deixava a luz do dia entrando, o ruivo sabia que se tratava de um encanto lançado sobre as janelas.



Dobraram uma curva no corredor dando de frente para uma serie de pessoas pelo que James supôs deveria haver cerca de quarenta bruxos naquele lugar espalhados entre bancos ou então conversando em círculos ou mesmo encostado em paredes de frente de pesadas portas de carvalho onde o ruivo sabia que se encontravam os escritórios dos aurores. Era uma grande variedade entre os bruxos ali presentes, a maioria era de jovens com a aparência de serem recentemente saídos de Hogwarts, pelo menos era o que o ex-apanhador sentia ao perceber a presença de pais no lugar, estes pareciam dar conselhos e tentar acalmar alguns candidatos. Alguns se encontravam em rodinhas de amigos conversando, rindo e fazendo piadas que nem ao menos pareciam tensos, era como se estivessem em algum encontro em algum pub com o circulo de amizades.



Os mais velhos, assim como eles de aparência de estarem com seus vinte anos ou mais que pareciam estar mais calmos por fora apesar de que muitos não paravam de andar de um lado para o outro ou simplesmente ficar em silencio, apesar de disfarçarem bem, mesmo alguns se encontravam mais distantes fumando cigarros atrás de algumas colunas ali próximas enquanto aguardavam serem chamados.



Alguns pareciam ensaiar as respostas que dariam para perguntas feitas, em geral eram aqueles que aparentavam ter passado dos quarenta, uma faixa etária que segundo Harry é uma raridade, quase que impossível de uma pessoa com essa idade ser escolhida, mas que eles não podem proibir as inscrições de pessoas deste tipo por algo tão banal.



Dominique e James se sentaram em um banco um pouco afastado da porta, Fred permaneceu em pé encostado na parede próximo deles. Agora, ali naquele momento o ruivo podia sentir o inicio de a ansiedade vir para si ao notar que estava tão próximo de acontecer à entrevista, nunca fora o tipo de pessoa em ficar daquela forma. Ele se encurvara para frente e cruzara os dedos das mãos enquanto encarava pensativo o chão, sua respiração era quase que uma tentativa de manter o controle e esvaziar a mente talvez, o que sem duvida alguma era uma tarefa difícil.



No geral ele não ficava ansioso, nem mesmo em testes ou mesmo nas vezes em que enfrentou as provas do torneio tribruxo, mas o estava fazendo com certa freqüência naqueles últimos dois anos. Duas delas haviam sido quando prestara o teste para o Chudley Cannons como apanhador do time ou nas audiências finais do julgamento dele sobre a morte de Zabini, naquela ocasião inclusive se viu com seus primeiros fios brancos nascendo o que o deixou realmente chocado afinal ser grisalho aos dezenove anos é horrível para qualquer homem com um pingo de vaidade.



Aquelas foram às únicas vezes que ele se encontrava em quase um completo estado de pânico interno, aquela era a terceira somada as outras duas ocasiões. Ele sempre fora bastante imperativo, mas nunca se deixava abalar tão facilmente pela ansiedade como estava sendo naqueles últimos tempos era como se estivesse travando uma corrida enquanto carregava o peso do mundo nas costas e quisesse logo se livrar daquilo cruzando a linha de chegada.



Talvez fosse o peso da responsabilidade da vida adulta, como dizia seu pai, quando começamos a nos preocupar com o futuro e não com o presente é porque já estamos preparados para entender que tudo que fazemos no mundo tem conseqüências. E as conseqüências dele se deviam ao fato das decisões que tomara naquele momento a decisão de buscar o treinamento de que precisava para poder cumprir aquilo que queria desde o massacre na copa de quadribol. E ali estava a sua bengala para não deixar esquece-lo do que teria que ser feito e dos obstáculos que teria que passar para alcançá-lo.



Então aconteceu o que todos ali presentes aguardavam, as portas pesadas de carvalho se abriram de delas surgiu um homem que mesmo a distancia os três poderiam reconhecê-lo por seus vastos cabelos ruivos e sua altura e porte atlético. Naquele momento a multidão de pessoas que haviam se candidatado para serem aurores se aproximaram mantendo certa distancia do auror que possuía uma prancheta nas mãos e na outra uma varinha que apontara para a garganta e murmurara sonorus.



_ atenção, iremos começar as entrevistas em poucos minutos – disse Ron – iremos chamar de doze para doze pessoas, mas isso só será possível se houver ordem por este motivo cada candidato possui uma ficha com um numero que foi pré-determinado pela ordem de chegada, as portas são encantadas para se abrirem e permitirem a entrada apenas daqueles que possui as fichas seguintes quando um dos candidatos já tiver terminado a sua entrevista a do próximo vai brilhar, e nela vai aparecer o nome do auror responsável pela de vocês.



James pode reparar que seu tio havia vestido o traje de auror que geralmente se usava nas ocasiões especiais ou formais, uma espécie de farda muito parecida com a dos tenentes do exercito trouxa só que numa coloração verde-azulada e o símbolo do ministério bordado do lado esquerdo. As cores das vestes variavam de acordo com o grau em que o auror se encontrava, o de Harry era azul marinho que era um dos níveis mais altos segundo o ruivo havia ouvido do tio uma vez.



_ agora, por gentileza àqueles que possuírem os doze primeiros números me acompanhe – disse Ron entrando enquanto alguns bruxos se moviam na direção da porta passando pelo espaço da abertura entre elas, quando o ultimo daqueles primeiros escolhidos passou a passagem se fechou novamente com um pequeno estrondo.



Os primos retornaram para onde estavam sentados e aguardaram, vendo aos poucos o lugar ir esvaziando conforme as pessoas eram chamadas, eles nem ao menos sabiam quanto tempo estava passando entre uma entrevista ou outra, no geral eles estavam bastante distraídos conversando sobre assuntos banais.



Então o interior do bolso da ruiva brilhou e foi então que chegou a vez de Dominique que se levantou, recebendo um beijo de boa sorte do namorado e caminhou até a porta desaparecendo em seu interior. Não se passou muito tempo, talvez apenas alguns minutos para que o rapaz fosse também chamado.


Ao passar pela porta pode notar um letreiro na parte detrás que informava: Quartel-General dos Aurores, ela se fechou atrás de si e então o ruivo se viu em uma área aberta subdividida em cubículos, pode ver pessoas sentadas em cadeiras de frente para os aurores apesar da proximidade conforme passava entre eles.


James não podia escutar qualquer espécie de palavra vindo deles eram mais como zumbidos o que denunciou que eles haviam usado o feitiço da privacidade. Ele pode ver penas de repetição automática fazendo as anotações das entrevistas, flutuando sobre a cabeça dos aurores e dos candidatos.



As anotações se alto dobravam em aviõezinhos após as entrevistas iam acabando, levantando vôo dos cubículos como foguetes em miniatura. Voando e entrando em uma porta aos fundos do salão que o ruivo sabia que se tratava do escritório do chefe dos aurores, afinal era seu pai que ocupava aquele cargo.



Os aurores haviam coberto as paredes de seus cubículos com tudo que se pode imaginar, desde retratos de bruxos procurados e fotos de suas famílias a pôsteres dos seus times de quadribol preferidos e artigos do Profeta Diário.


Um homem loiro de aspecto musculoso vestido em vestes cinzentas, parecia animado na entrevista que estava fazendo com o rapaz de cabelos cor de palha ao que parecia este estava se saindo bem na entrevista, pois houve um momento que os dois soltaram risadas que com o feitiço abafado soou como um par de mosquitos impertinentes estivesse por ali. O auror apertou a mão do garoto e agradeceu certamente pela presença, o dispensando fazendo com que saísse no momento seguinte o pergaminho caiu sobre sua mesa e ele o revisou enquanto o rapaz saia e sem querer esbarrou em James.



_ desculpe – disse o rapaz.



_ não foi nada – disse James seguindo seu caminho.



Ele seguiu por entre os cubículos em busca do auror que a ficha indicava ser o responsável por sua entrevista, nela estava o numero do tablado e a coluna em que se encontrava. Enquanto seguia pode ver mais adiante Dominique de costas para si, com os cabelos ruivos caídos em ondas de fogo sendo entrevistada por uma bruxa de cabelos presos em um coque firme e com um tampa olho.



James então encontrou em meio aos cubículos aquele cujo numero estava marcado na ficha, pode reconhecer sentado atrás da mesa um homem de cabelos negros e físico magro que vestia uma pesada capa escura sobre suas vestes. O rapaz o conhecia de vista pelo fato das varias vezes que falara ou encontrara com o pai e aquela mesma pessoa estava por perto, apesar de desconhecer o seu nome ou simplesmente ter o esquecido podia se notar por sua postura que era alguém importante.



_ me desculpe – disse James ao perceber o homem concentrado lendo alguns arquivos, talvez fossem pelo par de óculos que o auror usava, mas o ruivo imediatamente se sentiu mais confortável (talvez até um pouco espantado) pelo modo como ele lhe lembrava de seu pai.



_ seja bem vindo senhor Potter – disse o auror se levantando e lhe apertando a mão firmemente – queira se sentar, para iniciarmos nossa conversa... – ele removera os óculos, agora sem eles a sua semelhança com chefe diminuía muito, ele esfregou um dos olhos parecendo cansado – estou fazendo chá, se por acaso você aceitaria uma xícara por acaso?



James então notara para seu espanto atrás da escrivaninha um bule que flutuava sobre uma chama azul a poucos metros de um espaço onde havia um arquivo baixo de madeira. O rapaz não esperava por algo daquele tipo, mas achou que fosse melhor concordar lançando um aceno positivo de cabeça.



O auror fez com um simples gesto de mão que uma das gavetas do arquivo se abrisse e duas xicaras se porcelana saíram enquanto o bule saia de sobre a chama flutuante e servia o chá. James decidiu desviar o olhar novamente para o moreno que o encarava.



_ Abaffiato – disse o auror fazendo um gesto de varinha – acredito que não devemos ter sido formalmente apresentados senhor Potter, mas eu me chamo Theodore Nott e creio que seu pai já tenha tocado em meu nome pelo menos uma vez em sua casa...



O ruivo então automaticamente ligou o nome do sujeito as coisas que seu pai ou na maioria das vezes seu tio Ron comentavam a respeito dos aurores do ministério. Theodore Nott que tinha sido filho de um comensal da morte que decidira ir pelo caminho oposto do pai e seguir pelo caminho da lei, era um dos aurores mais valorosos e importantes sendo conhecido pelo seu dom de ler mentes sendo conhecido por sua incrível habilidade de legismencia que tanto ajudava nos interrogatórios. Aquilo fez com que James pensasse em tamanha a sua sorte ao cair tendo como entrevistador um dos poucos legismentes do escritório.



_ sim senhor, eu já o conheço – disse James seriamente.



_ não fique tão tenso, sei o que esta pensando garoto – disse Nott – você acredita que eu vá usar os meus dons, e sondar o que há em sua mente... Acredite se quiser, mas isto não esta na lista de coisas permitidas em se fazer na seleção, apesar de que não posso evitar em ler suas expressões – ele pegara as xícaras, virando momentaneamente as costas para o rapaz – por isso devo dizer, para que tente relaxar e não cometer os mesmos erros que as pessoas costumam fazer.



_ claro senhor – disse James automaticamente.



_ espero que goste de chá verde – disse Nott estendendo a xícara ao ruivo que a aceitou – então vamos começar... – ele pousara a porcelana que possuía na mão sobre a mesa e puxara uma pasta amarela de uma das gavetas do arquivo, retirando dali uma serie de pergaminhos com anotações e documentos antigos.



_ o que são estas coisas? – disse James confuso olhando para a foto sua em preto e branco em que o ruivo piscava e sorria marotamente para a câmera, que estava presa a pasta por um clipe.


_ creio que saiba o que são - disse Nott distraído, correndo os dedos pelos pedaços de pergaminho - esta pasta contem os seus dados mais relevantes para a entrevista.


_ como, por exemplo... – disse James interessado, mas tentando disfarçar isto.



_ aqui possuímos o seu histórico de progressos escolares – disse Nott recolhendo os óculos e os colocando – você possui boas notas, mas foi classificado como instável de atitudes perigosas para terceiros conforme podemos observar por sua extensa lista de detenções... Que devo mencionar é certamente impressionante.



James engolira em seco, não esperava que fosse passar por aquilo afinal ele não poderia ser julgado por atos que fizera em sua época de Hogwarts até porque quem em sã consciência havia passado por aquela escola sem qualquer espécie de punição pela mínima coisa que havia feito errado. Certo, ele não era qualquer espécie de santo, mas não esperava que fosse ser sentenciado por uma época em que era pouco mais de um idiota completo. Afinal de contas ele mudara, não era mais o mesmo daquela época porque procurara melhorar e conseguira, ao ponto que suas detenções diminuíram drasticamente nos seus sextos e sétimos anos.



_ a lista de fato é bastante extensa então apenas grifei algumas que achei interessante – disse Nott – em seu primeiro ano, você e seu primo Fred pegaram detenções por danificar as estufas com um pântano instantâneo portátil – disse Nott lendo a lista.



_ foi um acidente, simplesmente caiu do meu bolso – disse James se defendendo.



_ no mesmo ano – disse Nott sem fazer qualquer comentário sobre a justificativa - foram responsáveis por mandar chocolates recheados de vomitilhas para o time da Slytherin por eles terem tirado a Gryffindor do campeonato... – ele lhe deu um olhar com a sobrancelha erguida como se esperasse uma explicação.



_ foi um jogo injusto, o apanhador deles roubou – disse James seriamente.



_ e só por isso mereceram uma punição destas¿ - disse Nott seriamente – continuando – ele voltou seus olhos para o pergaminho - também foram pegos roubando o estoque de poções, duelos nos corredores, perambulando por Hogsmeade sem permissão e contrabandeando objetos suspeitos para a escola... deixe-me adivinhar, logros da Gemialidades Weasley.



_ sim – disse James, não podia ser julgado por aquilo eram coisas de crianças.



_ é uma lista bastante extensa para um primarista – disse Nott suspirando – segundo ano – mudou de pergaminho – você e seu primo roubaram uma gaiola de diabretes que seria usado nas aulas do segundo ano de DCAT e os soltaram dentro do dormitório feminino das sextanistas da Hufflepuff.



O ruivo teve que se conter para não rir, aquela certamente era uma das suas melhores pegadinhas ao lado de Fred, a cena de quatro garotas só de roupas intimas correndo e gritando desesperadas enquanto ele e o primo estavam escondidos debaixo da capa da invisibilidade que ele havia conseguido do pai.



_ como vocês conseguiram entrar nos dormitórios femininos em especial, como fizeram isto sem que fosse de uma casa que não era a de vocês¿ - disse Nott pensativo, mas certamente admirado com a atitude dos dois segudanistas na época - vocês seriam bloqueados pelo sistema de segurança da entrada de Hufflepuff.



_ tivemos sorte, eu acho... – disse James dando de ombros, ele sabia que não havia sido bem assim que tudo fora um plano de sua prima Victoire para poder se vingar de uma garota que estava se insinuando para Teddy.



_ três das quatro garotas tiveram reações alérgicas leves, uma delas teve de ficar internada no St. Mungus por ter uma reação bastante grave as mordidas – disse Nott lhe lançando um olhar serio – você e seu primo foram pegos e pagaram detenção por dois meses – ele fez uma pausa enquanto seus olhos corriam pelo pergaminho - você e seus amigos, pois aqui esta incluído o Longbottom e sua outra prima Roxanne foram identificados como mandando caramelos incha-língua para Filch em nome da Madame Pince e se aproveitando da situação para saquear os arquivos confidenciais do zelador – ele acertara nos óculos no nariz, um ato que pareceu ao ruivo muito familiar - pregando peças um pobre squib, mesmo que ele seja desprezível não vejo motivo para isto...



O ex-grifinorio ficara calado, ele se lembrara daquela ocasião em que Filch confiscara o Mapa do Maroto durante uma das suas revistas a Fred que desde o natal do primeiro ano passou a ser revistado cada vez que retornava dos pequenos períodos em que ficara em casa nos feriados. Em destes, o zelador encontrara o Mapa e o julgou suspeito talvez por estar brilhantemente escondido num fundo falso do malão.



_ você e Fred – continuou Nott - foram expulsos do clube de duelos, por serem extremamente perigosos e por estarem colocando não apenas suas vidas como de terceiros em perigo... Detenção de três semanas e um numero bastante vergonhoso de pontos perdidos para sua casa, além é claro de sua varinha ter sido destruída e precisar de uma nova, de alguma forma vocês explodiram um banheiro que acabou por provocar a morte da gata do Filch.



_ não foi nossa intenção, acredite senhor Nott – disse James enquanto o auror apenas suspirou mudando de pergaminho.



_ terceiro ano – disse Nott – você e seus primos distribuíram doces que transfiguraram a cabeça de primeiranistas ainda no Expresso, deram acesso a bombas de bosta ao Pirraça além de trocarem as xicaras do professor Slughorn por xicaras morde-nariz antes de um dos jantares do clube do Slugue e provocaram greve dos elfos domésticos em Hogwarts e tudo isto no primeiro mês de aulas.



_ recebemos berradores por conta disto – disse James lembrando-se amargamente dos belos bilhetinhos que ele, Fred e Roxanne receberam de suas mães.



_ quarto ano – disse Nott – você e seus primos soltaram estalinhos que assustaram a Lula Gigante fazendo com que ela derrubasse os primeiranistas que chegavam naquela ocasião de barco – o ruivo teve que admitir que naquela ocasião parecera divertido, mas que agora via o quanto era cruel - você e seu primo colaram a cabeça do monitor Gibbon no vaso sanitário, comercializaram poções do amor ilegais para garotas durante as visitas a Hogsmeade além de terem inundado a biblioteca e ter sido pego no armário de vassouras, torre de astronomia e no banheiro dos monitores com garotas diferentes em todas as ocasiões.



_ sei que pode parecer ruim – disse James – mas acredite senhor Nott, nada destas minhas atitudes podem ser levadas em consideração atualmente...eu amadureci muito desde aquela época.



_ mesmo que seja verdade isto, Potter não sei se deveria tentar se justificar – disse Nott pousando os pergaminhos e os acertando sobre a mesa – o senhor tem uma das fichas mais extensas do seu ano e isto creio que não podemos ignorar, mesmo que como o senhor mencionou tenha mudado ainda assim são evidencias muito fortes bem como isto que temos aqui – ele puxara da pasta uma ficha com o selo timbrado do ministério da magia que James já sabia do que poderia se tratar e sentiu um frio na nuca – reconhece pelo visto o que tenho em mãos, suponho¿ Está é sua ficha criminal senhor Potter...




O ruivo conseguiu segurar nos pensamentos os piores palavrões que poderia pensar ao respeito de alguém enquanto via a sua frente o auror que acertou os óculos e começou a ler letra por letra.




_ “James Sirius Potter, nascido em 6 de abril de 2002, sendo filho de Ginevra e Harry Potter – disse Nott – Atual apanhador pelo time de quadribol Chudley Cannons responde perante a suprema corte dos bruxos sobre a acusação de assassinato de Eduard Alexander Zabini – ele fez uma pausa antes de prosseguir - A vitima durante os últimos eventos do Torneio Tribruxo ocorrido nos terrenos de Beauxbatons onde ambos serviam como campeões pela escola em que estudavam...”



_ tudo foi tirado contra mim – disse James num murmúrio mirando qualquer lugar que não fosse o rosto do auror eu fui inocentado – eu fui inocentado.



James odiava aquela historia, queria tanto poder esquecer aquilo. Ele queria esquecer seu ultimo ano em Hogwarts, ele fora o pior de sua vida em todos os aspectos e as coisas que fizera bem com os fatos que ocorreram vieram a trazer graves problemas para seu inicio de carreira no quadribol.



Primeiramente, as pessoas ainda o viam como um assassino em potencial afinal a analise do corpo de Eduard comprovara que ele fora esfaqueado por uma lamina envenenada e como não havia qualquer indicio de o que provasse que o ruivo não era culpado, seu testemunho foi bastante criticado. Albus e os outros que haviam lutado durante os fatos na câmara secreta acabaram por testemunhar a seu favor, mas aquilo se mostrou falho afinal não poderiam revelar que dos cinco adolescentes que entraram no labirinto para salvar o ruivo, todos os rapazes eram animagos ilegais.



O promotor o acusava fervorosamente sobre as acusações bem como a imagem abalada que a família Zabini passou durante aqueles meses assim como o fato de que algumas testemunhas que revelaram que James Potter era um dependente químico devido a muitos deles terem o visto em algumas ocasiões bêbado ou de ressaca pelos corredores e jardins durante a época dos eventos do Torneio Tribruxo. O ex-grifinorio teve que admitir isto para a imprensa, e foi afastado de sua atuação pelo time nos jogos.



Sua imagem havia desmoronado, em um momento era o filho de Harry Potter, o herdeiro de uma família de heróis, conhecido por seu humor e marotagens na época de Hogwarts, por ser o popular apanhador da grifinoria que levara a casa a vitória quatro vezes em seus sete anos e aquele que estava destinado a ser um dos maiores jogadores de quadribol onde seguiria uma brilhante carreira e um dia quem sabe finalmente ocupar o cargo que tanto almejava jogando pela seleção.



Para se tornar um garoto problemático de temperamento estourado, alcoólatra com tendências suicidas e homicidas que muitos viam como o quase certo assassino de um colega de classe por um motivo fútil que era a inveja por ele estar amando a garota de seus sonhos ou pior, como alguns gostava de dizer, o assassinato ocorrera porque James Potter simplesmente não pudera dividir a vitória com alguém.



No final das reuniões, ele já estava aceitando a idéia de ter sua vida destruída por um crime que não foi responsável. Tudo indicava que ele acabaria sendo mandado para Azkaban para acalmar a imprensa e a família do garoto morto que fizera uma grande propaganda negativa para tentar destruir a imagem de James perante a sociedade.



No entanto, ele não fora, no final das contas, eles acabaram o inocentando o que muitos ainda criticavam dizendo que havia sido alguma espécie de corrupção ou suborno da parte da família Potter para com o ministério da magia.



_ sim, foi – disse Nott – mas devo alerta-lo meu jovem que mesmo sendo inocentado da acusação ainda persiste em sua ficha, é claro que ela em nada impede o fato de você servir como auror.



_ mas então porque o senhor a citou como um empecilho contra mim? - disse James – isto não faz sentido algum.



_ apenas quero que saiba que você pode sofrer problemas dentro da Academia, caso seja aceito mesmo por conta disto – disse Nott – os professores podem pensar assim como muitos que você não é completamente inocente ou mesmo merecedor.



_ então, terei de provar a eles que estão enganados – disse James seriamente e brutalmente, um pouco que se debruçando sobre a mesa.



_ exatamente – disse Nott sorrindo levemente – a algo a mais, que pode ser um problema para você garoto – ele puxou da pasta outro conjunto de pergaminhos presos por um clipe em que havia outra foto sua ao lado de um carimbo do St. Mungus – seu histórico hospitalar, tem varias fraturas, ossos recompostos por conta do quadribol e azarações que recebia de duelos em Hogwarts... Mas tem dois pontos realmente interessantes de se citar no caso o fato de você ter problemas com álcool.



_ eu estou em tratamento a mais de um ano, não coloco uma gota sequer de alguma bebida alcoólica na boca, nem mesmo cerveja amanteigada eu bebo mais – disse James tentando controlar o tom de voz – foi uma das condições para que eu pudesse jogar quadribol.



_ entendo – disse Nott – e sobre isto – ele indicou com a cabeça a bengala do rapaz – sua perna foi lesionada, pelo que diz aqui, no histórico tiveram que transfigurar cada nervo de seu joelho... O que certamente me faz pensar se vai estar em condições para prestar a prova física.



_ eu vou estar, acredite senhor Nott – disse James seriamente com a xicara de chá quente em suas mãos – é algo apenas temporário.



_ muito bem, então vamos deixar de lado isto e começar com a entrevista – disse Nott - me diga os motivos que o levaram a procurar a carreira de auror.



_ eu não estava inteiramente feliz na antiga carreira que estava seguindo – disse James – então, decidi experimentar algo novo, sempre achei bastante interessante o trabalho de vocês e poderia ser algo que eu estaria disposto a tentar.



_ não entendo, realmente o que levaria uma pessoa a abandonar uma carreira de tanto sucesso pela frente, sem contarmos os benefícios não apenas salariais como sociais que um jogador de quadribol possui – disse Nott bebendo seu chá, uma fina camada de vapor levantava em um caminho lento e vertiginoso pelo ar – existe algo mais que queira me dizer, que ainda não me contou sobre esta questão senhor Potter?



_ não, de maneira alguma – disse James seriamente, lógico que havia e certamente o moreno percebera isto, pois soltara um sorriso de canto dos lábios.



_ o senhor entende as verdadeiras obrigações que existe em ser um auror – disse Nott – muitos nos procuram pelo glamour que a profissão trás, ou mesmo pelos benefícios que possuímos ou até alguns vêem a carreira como uma chance de terem aventuras e conhecerem o mundo.



_ creio que este não seja meu caso senhor – disse James – eu conheço muito bem a profissão bem de perto, meu pai serve ao ministério como auror há mais de duas décadas então acredito que não possa ser incluído entre estas pessoas que o senhor citou...



_ oh, sim – disse Nott – seu pai, você não demorou em citá-lo, não é mesmo? Odeio dizer, no entanto meu caro James que não dou a mínima para quem seja o responsável por você estar neste mundo ou acredita mesmo que um simples nome me deixaria me abalar tão facilmente como faria com outros aurores por ai? – ele fez uma pausa como se esperasse uma resposta que não veio - É por isto que estou aqui, eles querem que você seja julgado de forma clara por alguém justo...



_ isto não posso duvidar, senhor – disse James tentando manter-se calmo – não sou do tipo de pessoa que imagina que eu seja, não vivo sobre o peso que o meu nome pode ter...



_ sei que não, mas algumas pessoas simplesmente facilitam as coisas para você – disse Nott rindo levemente – e claro... Que não devemos aceitar tal coisa deste tipo dentro de nossa organização.



O ruivo suspirou fortemente, tentando controlar a grande raiva que lhe estava crescendo conforme cada palavra era dita. Se não fosse por tudo que ocorrera, se não fosse pela promessa que fizera a si mesmo já teria estourado e colocado tudo a perder.



James odiava o modo como às pessoas agiam daquela forma como se tudo fosse fácil para ele por conta de seu pai simplesmente ser o maior bruxo da historia dos últimos séculos, era como se as pessoas o julgassem sem talento algum para fazer algo sem que fosse por mérito próprio.



Ele sabia muito bem como era afinal o Profeta Diário publicara varias matérias a seu respeito em varias ocasiões fosse para dizer que ele havia conseguido subir muito facilmente na carreira no quadribol em pouco tempo de maneira suspeita (como se todo o seu esforço e talento fosse em vão) ou insinuando coisa parecida quanto ele foi escolhido para campeão no Torneio Tribruxo que ele nem ao menos se inscreveu.



No entanto, certamente o que mais lhe chateou foi quando disseram que os Potters usaram de suas influencias (algumas edições ainda mencionavam suborno) para que ele fosse inocentado da acusação de assassinato.



Quando mais novo, desde criança até a metade de sua adolescência era imaturo o suficiente para gostar de se exibir por conta de seu nome. Era muito fácil se aproveitar de algo apenas pela a fama de sua família, garotas eram bastante fáceis de arranjar, todas elas simplesmente queriam sair com o filho daquele que havia colocado fim a segunda guerra bruxa.



Quantas portas se abriam como o fato de simplesmente ter sido lhe oferecido o cargo de apanhador, sem qualquer necessidade de teste ou coisa do gênero enquanto seus amigos tiveram de batalhar por suas posições, para ele fora somente tempo de o antigo apanhador se formar para que ele já estivesse vestindo a camiseta do time. Mesmo que as pessoas dissessem mais tarde que ele tinha talento, foi estranho receber o convite de Wood sem ao menos haver algo que lhe fizesse provar que merecia a posição.



As vezes se livrara de problemas graças a posição que o pai possuía, aquelas pegadinhas que as vezes iam longe demais eram com toda a certeza a maior parte das vezes em que Harry se via sendo chamado pelo filho para que ele livrasse sua cara. Agora olhando para trás, o ruivo imagina o quanto foi tolo naquela época ainda por cima, sentia vergonha conforme percebia o tamanho de cada estupidez que fazia.



_ não sou meu pai, senhor Nott – disse James pesadamente – se estou fazendo isto é por motivos meus, não porque quero copiar os caminhos dele... Não sou nem quero ser como ele, mesmo que o admire muito entendo que somos pessoas completamente diferentes.



_ de fato, são – disse Nott bebendo seu chá – agora, retornando a entrevista, creio que o senhor esteja ciente de o nosso porque de existirmos – ele fez uma pausa para um curto gole - a nossa verdadeira razão pela qual somos necessários?



_ proteger pessoas dos bruxos das trevas – disse James - coloca-los em Azkaban atrás das grades, tem um extremo compromisso para com o dever e suas obrigações... – ele fez uma pausa como se não houvesse mais o que dizer então o auror a sua frente lhe lançou um sorriso leve como se a resposta fosse esperada.



_ esqueceu o mais importante meu caro – disse Nott enquanto o outro levava a xícara à boca, tentando ignorar o olhar do moreno – sacrifício – ele fez uma pequena pausa para então prosseguir - espero que esteja disposto a se sacrificar... caso passe nos testes – sorriu levemente enquanto o ruivo bebia seu chá – o treinamento para auror é bastante puxado, não apenas no nível físico como você deve estar preparado para se dedicar aos estudos teóricos e mágicos o que me levanta a questão de como foi a ultima vez em que você duelou verdadeiramente contra alguém?



_ foi no massacre da copa de quadribol – disse James seriamente após vários segundos em silencio, sua xícara havia pousado na mesa e suas mãos apertavam fortemente seu jeans.



_ e qual foi sua espécie de atuação neste duelo? – disse Nott - Obteve sucesso contra seus adversários... – o ruivo suspirou inclinando-se na frente para poder vê-lo melhor.



_ inicialmente sim – disse James se encostando cadeira - mas então fui desarmado e bem, você pode perceber o que me aconteceu – ele indicara a bengala.



_ não pensou eu fugir naquela ocasião, ou gritar por ajuda? – disse Nott num tom serio.



_ não, não pude fazê-lo e não tentei fugir porque queria mantê-los ocupados – disse James, podia se sentir a tensão em sua voz - eu fiz isto para proteger e dar tempo de minha namorada escapar, senhor Nott.



_ e por que fez isto? – disse Nott.



_ porque eu não queria vê-la ferida, não suportaria ver isto – disse James – tinha que fazer algo para protegê-la de qualquer coisa que pudesse vir a acontecer...



_ e por que fez isto? – disse Nott repetindo a pergunta – por que não suportaria que qualquer coisa pudesse vir a acontecer?



_ porque eu a amo droga – disse James - é isso que se faz quando se ama de verdade alguém nós não nos preocupamos com as pessoas e queremos protege-las.



_ isso me soa como sacrifício – disse Nott repousando sua xícara na mesa – sabe James, este é o principio para se ser um auror, estar preparado para se sacrificar para proteger as pessoas... Pensar mais nas conseqüências de algo do que em sua própria segurança, e eu creio que o senhor esteja muito preparado para isto meu caro pelo simples fato de ter feito o que fez naquela ocasião.



_ o que quer dizer? - disse James confuso sobre o que acabara de ouvir.



_ James, eu vim a te provocando desde que chegou pelo simples fato de que queria testar sua paciência, sua persistência e o controle que possui acima de tudo – disse Nott – a partir do momento que você me falou que seria capaz de se sacrificar por alguém sem pensar em si, fez parecer que eu percebesse que está devidamente preparado.


_ espera, está falando serio mesmo? - disse James sem acreditar.


_ Sim, estou – disse Nott então puxando um porta-retrato da parede do cubículo e o mostrando, nele havia o moreno acompanhado de sua família que consistia da esposa e de seu filho – estas pessoas, são o motivo de eu ser o que sou hoje...eu me tornei um auror porque sabia que assim poderia proteger-los e mesmo tendo falhado, porque minha mulher foi assassinada por bruxos das trevas que queriam me atingir por vingança.



_ sinto muito – disse James fazendo o moreno sorrir.



_ tudo bem, eu posso ainda sentir falta dela – disse Nott – mas ainda tenho meu filho, e ele é o motivo de eu continuar em frente, muito mais do que estar disposto a se sacrificar, você precisa de um motivo que o faça querer seguir em frente.



_ entendo – disse James pensativo.



_ isto é tudo por hoje, senhor Potter – disse Nott puxando um pequeno cartão e entregando-a James – a próxima etapa da seleção é a prova teórica e pratica que será realizada daqui a duas semanas, espero que esteja preparado.



_ obrigado senhor – disse James sorrindo enquanto se levantava apertando a mão do auror a sua frente com firmeza se despedindo dele.



Quanto se levantou e caminhava para longe daquela mesa, o ruivo sentia algo queimar dentro de si como se sentisse renovado. Aquilo era o que ele precisava ouvir. Era um passo a mais que fora dado, e o que sentia naquele momento o ruivo sabia que se tratava: era Esperança. Ele estava cada vez mais próximo da Academia de Aurores.



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Notas finais do capítulo

Eu não sei quando vou tornar a postar, então espero que tenham gostado deste capitulo. Motivo da minha possivel demora? Faculdade, quero me dedicar mais aos estudos. Espero que entendam.

As leituras que favoritaram a fic recentemente, gostaria que deixassem reviews. Pode ser?
Bem, é isto.
Beijos e não sei quando vamos tornar a nos ver.

Ah, e adoraria que vocês lessem o meu novo projeto. Pode ser?

http://fanfiction.com.br/historia/414063/The_Marauders_Era_All_Have_Dirty_Secrets/