Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 12
Ultima Chamada para o Embarque no Ciumes 9 ¾


Notas iniciais do capítulo

Minhas queridas leitoras, espero que tenham ficado ansiosas por este capitulo. Finalmente estamos retornando para a escola. E isto no capitulo nas vésperas de 1 de setembro. Mas eu não vou, fiz dezoito anos hoje, então estou muito velho para Hogwarts.

Agradecimentos a minhas duas leitoras que deixaram recomendações: liany luna potter e CoraCaracol pelas recomendações. Vocês me deram um belo presente antecipado sabiam?
Bem, aproveitem o cap.
Boa Leitura



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Os dias foram se passando rapidamente desde que a carta havia chegado junto com as insígnias. Os gêmeos haviam se hospedado no pub por alguns dias, segundo Lorcan achava que talvez pudesse ter chance de encontrar Chloe quando ela fosse fazer as compras, o que infelizmente não aconteceu quando pelos dias que se seguiram ela não apareceu ali nem em qualquer das lojas no Beco Diagonal acabando por retornarem para casa após cinco dias de espera.

Fora bom ter os gêmeos, por mais que fosse interessante passar mais tempo com a namorada para Albus era meio estranho se ver de repente cercado de garotas o tempo todo então a presença dos dois amigos por lá ajudara se sentir mais confortável.

Naquele meio tempo, Ginny havia ido buscar seus filhos no Caldeirão Furado para que pudessem retornar para casa. Passaram poucos dias por lá, a maioria deles dentro de casa ao lado do irmão mais velho o ajudando a estudar para o teste ministerial para a Academia de Aurores, ambos os mais novos haviam certamente ficado surpresos com a noticia, mas acharam incrível a idéia pelo menos Albus. 

Lily falou que foi uma idiotice de James trocar o quadribol por uma profissão cheia de riscos como aquela, mas depois parando para refletir sobre a copa mundial percebeu que um jogador e um auror estranhamente haviam se igualado naquela situação.

Nos finais de semana Albus ia a Mansão dos Malfoys ensaiar com os amigos algumas musicas da banda bem como Lily e James também iam, sendo que o ultimo ia para poder encontrar a namorada quando esta ainda estava de passagem na casa dos pais pelo ano letivo da Academia ainda não ter começado.

Albus adorava estar nos ensaios da banda, era ótimo tentar esvaziar a mente dos problemas com as musicas que tocava junto com os amigos. Era bom fazer aquilo, a musica ajudava muito na maioria das vezes quando havia algum problema ou mesmo para relaxar. Num dia anterior ao embarque de volta para Hogwarts, a banda se reuniu para um ultimo ensaio e tiveram alguns convidados para o ensaio em especial as garotas estavam ali para ver os namorados com exceção de Chloe que não podia sair de casa por proibição da tia.

Quando o ensaio terminara com a ultima musica sendo cantada por Albus, o moreno foi surpreendido pelos amigos quando Scorpius começou a tocar “Happy Birthday to you” na guitarra para Albus enquanto Monstro aparatava na frente dos garotos trazendo um bolo de chocolate com cerca de quinze velas verdes acesas fazendo o moreno sorrir com a surpresa dos amigos. Depois de tudo que acontecera, ele pensara que seria melhor não ter nenhuma festa de aniversario, mas era lógico que seus amigos não iam lhe dá ouvidos.

O dia tão aguardado por muitos bruxos finalmente chegara, era primeiro de setembro e todos os jovens estudantes de Hogwarts voltariam para mais um ano letivo. Na casa dos Potters as coisas pareciam bastante agitadas.

Albus se arrumara rapidamente colocando suas melhores roupas trouxas enquanto descia as escadas ainda abotoando a camisa e ajeitando a gola dela enquanto ao pé da escada Monstro aparatava com os malões de seus dois senhores mais novos. O moreno agradecera ao elfo domestico e seguira para a sala de jantar se preparando para começar a comer se servindo de leite com alguns biscoitos de aveia com geléia, ao seu lado James já se encontrava comendo sua omelete de café da manhã parecia ter sido o primeiro a acordar.

_ onde estão os outros? – disse Albus quando escutara a voz do pai, descendo as escadas vinham Harry e Ginny conversando.

_ tem certeza de que acompanhar as crianças até a plataforma não vai te fazer se atrasar para a reunião no ministério? – disse Ginny enquanto o marido lutava para tentar colocar a gravata, com aquelas roupas Harry poderia facilmente passar por um executivo ou acionista da bolsa trouxa do que com um auror.

_ eu já lhe disse meu amor, não tem problema – disse Harry – todos sabem que neste dia é complicado para muitos funcionários do ministério que tem que levar os filhos para pegarem o expresso... E outra a reunião com Rockenfeld é duas horas depois do horário que deixamos as crianças na plataforma, será que pode me ajudar com isto? – ele apontara para a gravata.

_ não pode simplesmente usar magia para se vestir? – disse James rindo – deve existir algum feitiço para isto, não? – falou ele apontando com o garfo indicando a coisa que havia ao redor do pescoço do pai. 

_ não devemos desperdiçar magia com coisas tão simples James – disse Harry – onde está Lily? – falou o moreno se voltando para a esposa que terminava de fazer o nó na gravata.

Não demorara muito para que a resposta a pergunta do auror fosse dada, sua esposa o ajudava com a gravata quando escutaram e Lily no andar de cima berrava do alto da escada se alguém ali havia visto seu outro sapato.

Logo som de pezinhos correndo pela sala e subindo os degraus rapidamente indicaram que Monstro havia ido ao auxilio de sua jovem mestra murmurando coisas como “Monstro vai ajudar menina Potter, Monstro já está indo” mesmo para um elfo muito velho ele parecia bastante resistente e rápido.

A família tomou rapidamente o café da manhã, com Lily ainda colocando os brincos e o colar quando ainda comia um pedaço de torrada e bebia se chocolate como se fosse acabar o mundo. James começou a rir da cena da irmã fazendo a ruiva o olhar torto.

_ o que é? – disse Lily resmungando enquanto se encarava na chaleira para poder ajeitar a franja – o que há de tão engraçado?

_ dá próxima vez tente não dormir tanto, talvez desta forma dê para você poder se arrumar toda – disse James – alias, por que tudo isto ai? – ele apontara com o garfo para a irmã e seu visual – está querendo conquistar alguém por acaso?

_ vai se ferrar James – disse Lily fazendo Albus rir e Ginny olhar torto para a filha.

_ não fale desta forma com seu irmão – disse Ginny repreendendo-a.

_ é o Scorpius não é? – disse James provocador fazendo a ruiva grunhir de raiva.

_ dá para parar? – disse Lily irritada.

_ James para de provocar sua irmã – disse Harry antes de beber seu café.

_ papai, eu apenas me preocupo com a Lily – disse James – o senhor não deveria deixá-la ir assim para Hogwarts, os garotos de lá não vão a deixar em paz.

_ a minha roupa não está tão ruim, você é que tem que parar de ser idiota e parar de querer mandar em mim – disse Lily para James que soltara um sorriso maroto para cima da ruiva.

_ dá para irmos logo – disse Albus se levantando – a hora está passando, se não chegarmos cedo as cabines vão estar cheias, ou pior eu e a Lily perdemos o trem.

_ é está na hora de irmos – disse Harry consultando seu relógio de bolso – muito bem, vamos então... Tem certeza de que não quer vir James?

_ não vou a lugar nenhum em publico quando estiver usando esta bengala, até porque não quero causar tumultuo – disse James bebendo seu suco de abóbora.

_ pensasse isto antes de desistir do quadribol, papai teve que alertar os aurores do contrario ainda teria aquele bando de loucas fanáticas na nossa porta gritando por você e berrando para que você retornasse a jogar – disse Lily ainda irritada com o irmão pelo comentário que havia feito.

Aquilo era verdade, quando a noticia de que James Potter havia abandonado o quadribol vazou muitos fãs ficaram em completa devastação em especial as garotas que começaram a simplesmente a aparecer nos jogos por conta dele. Então após a matéria do Profeta Diário ter saído vários dos membros do seu fã-clube resolveram acampar na porta da casa de seus pais como meio de pressioná-lo a retornar.

Cerca de cinqüenta bruxas talvez mais que sessenta simplesmente acamparam, montando suas barracas na frente da casa dos Potters na calçada, e ficaram ali durante dias gritando por ele até que o ruivo saísse para atendê-las o que fizera, mas não surtira o efeito afinal elas não o aceitavam ter abandonado desta forma o esporte. Além de que isto tudo se tornou um grande prato cheio para matérias do Profeta Diário sobre o modo como Potter havia abandonado seus fãs e se talvez tivesse sua lesão tenha sido grave o bastante para fazê-lo abandonar a profissão entre outras historias deslavadas que tentavam sujar a imagem do ruivo.

_ isso pelo menos funcionou – disse James – não suportaria muito tempo mais se elas continuassem lá fora, as noites aqui são muito frias. 

_ você criou grandes problemas com isto, por sorte você não recebemos intimações para alguma espécie de julgamento no ministério por conta daquelas doidas – disse Albus calmamente – elas realmente não tiveram muito senso usando magia em publico.

_ é eu sei – disse James - obliviadores tiveram que ser acionados para alterar a memória dos trouxas que viram algumas dela aparatando e voando de vassoura ao redor de casa em plena luz do dia.

_ sem falar nas varias cartas que você recebeu, esse lugar parecia tão cheio de corujas quanto o corujal de Hogwarts – disse Albus num tom brincalhão diferente do que a irmã usava.

_ crianças, por favor, estamos atrasados – disse Ginny vestindo seu casaco enquanto Harry já abria a porta que levava ao jardim dos fundos.

_ lembre-se que mais tarde você tem uma visita ao departamento de aurores no ministério para fazer a entrevista de avaliação inicial – disse Harry ao filho mais velho  que assentiu.

_ Fred vai estar aqui mais tarde, ele vai acompanhar Dominique até o ministério – disse James ao pai que sorriu, uma das poucas partes boas no fato do ruivo estar realizando o teste para os aurores é que aquilo meio que ajudara a controlar o temperamento de Fleur sobre o fato de sua filha do meio ter se inscrito também.

_ e Narcisa, não vai acompanhá-lo? – disse Ginny interessada, ela ainda não havia gostado muito da idéia do filho abandonar o quadribol para seguir pelo caminho dos aurores, mas respeitou a decisão de James não o criticando.

_ ela retornou mais cedo para a Academia para fazer um treinamento antes do período letivo se iniciar, o professor responsável pela turma dela parece ser bem exigente – disse James – mas ela iria se pudesse.

_ só espero que essa aproximação de vocês dois não me traga netos tão cedo – disse Ginny fazendo o filho sorrir levemente ficando um pouco corado com o comentário – se vão mesmo morar juntos, pelo menos tomem as devidas precauções...

_ por merlin, Ginny – disse Harry rindo – o James pode ser impulsivo, mas tem a cabeça no lugar, não iria querer ser pai tão cedo – ele olhou para o filho – não é mesmo filho?

_ claro que sim pai – disse James – e mãe, nós não vamos morar juntos apenas no mesmo campus e a senhora nunca se preocupou com isso quando eu estava em Hogwarts...

_ porque eu sabia que quando você esteve por lá, não possuía qualquer interesse realmente serio com uma garota – disse Ginny – essa sua relação com a Narcisa é o seu relacionamento mais serio... Então, entenda o que quero dizer quando me preocupo. 

_ mamãe, por favor... – disse Lily e James ao mesmo tempo.

A ruiva odiava aquelas conversas da mãe, ela meio que tivera a mesma conversa com Ginny nos dias anteriores, não algo tão drástico como ela estava tendo com o filho mais velho era algo mais leve para uma garota que estava começando a ter sua vida amorosa. Era a típica conversa que mãe e filha devem ter, e como Ginny havia começado muito cedo seus relacionamentos em Hogwarts era de se esperar que ela acreditasse que Lily fosse fazer algo parecido, mal sabendo que a corvina já possuía um namorado há algum tempo. Albus e James haviam tido a mesma conversa com o pai na mesma idade em que Lily se encontrava, e a mãe deles tornara a falar algo parecido para ambos quando seus filhos começaram a namorar serio, mas com o ruivo era como se ela batesse na mesma tecla por uma terceira vez pelo menos.

_ não deveriam estar a caminho da plataforma neste momento? – disse James erguendo a sobrancelha com ar questionador, certamente querendo por um fim naquele assunto logo.

_ devo concordar com o Jay – disse Albus cruzando os braços - para quem estavam com pressa, estamos perdendo bastante tempo aqui.

_ vocês estão certos rapazes – disse Harry enquanto Ginny se debruçava para abraçar o filho mais velho.

_ se cuida, logo estarei de volta – disse Ginny enquanto se separava de James.

_ até mais filho – disse Harry se dando leves tapinhas no ombro do filho e um sorriso leve em seguida se voltando para o elfo domestico – cuide das coisas por aqui Monstro, não deixe que James quebre a casa enquanto estamos fora.

_ claro senhor, Monstro ira cuidar das coisas da família – disse o elfo fazendo uma reverencia – também irei cuidar do jovem mestre Potter se assim o senhor desejar.

_ ótimo então – disse Harry então se voltando para James – nos vemos de noite filho, não se preocupe com a entrevista é apenas algo padrão da seleção, o mais simples se quer saber – saiu então acompanhado da esposa.  

_ como ele sabe se quando se tornou auror não precisou passar por qualquer espécie de teste ministerial – disse James para si mesmo, então se voltando para os irmãos para se despedir de ambos.  

Albus se despediu do irmão com um aperto de mão enquanto Lily somente dera um adeus seco por ainda estar chateada com o ruivo que ignorou isto e a abraçou fortemente. Os dois mais novos então caminharam apressadamente para onde o pai e a mãe estavam parados no mesmo instante que Monstro aparatara com os malões e corujas nas gaiolas que cada um dos adolescentes pegou os seus pertences. James acenava de uma das janelas para eles, enquanto o elfo domestico se afastava de seus senhores após fazer uma reverencia.

Albus tocou firmemente o braço da mãe enquanto via Lily fazer o mesmo com o pai então sentiu seu estomago o tradicional embrulho que era o da aparatação se vendo então num dos becos próximos de um estacionamento que ficava próximo da estação de King’s Cross.

Rose terminava de conferir pela terceira vez se não havia esquecido de colocar nada em seu malão, ela guardara Pichi em sua pequena gaiola onde a corujinha já piava querendo atenção da dona. Na outra cama a namorada de seu primo, Charlotte, arrumava suas malas para o retorno que a garota faria a França para poder concluir seus estudos em Beauxbatons cujas aulas retornariam em poucos dias. Enquanto terminava de arrumar suas coisas ambas conversavam sobre fatos que haviam acontecido durante o ano que a ruiva ficara na escola francesa por conta do intercambio.

_ lembra daquela vez que você brigou com o Louis porque aquelas garotas trouxas estavam se derretendo por ele? – disse Rose rindo enquanto a loira crispava a testa com a lembrava para então rir também – você bateu nele com uma baguete em meio aquele bistrô em Paris.

_ commê mêrr esquecê daquillê – disse Charlotte sorrindo – su primê i aquerre maldit don di veela, darria pará controlarr une pouq aquellê charrme.

_ deveria já estar acostumada com algo deste tipo – disse Rose – é da natureza dele.

_ uoi, je saberr dist – disse Charlotte – mãns Louis tev su troc quand soubê di qui o Petit estavê dand em cimê de mua...une poquine di ciúme dellê dest vezz.

_ é, pelo menos uma vez ele percebeu que não é o único que chama a atenção pela beleza – disse Rose fazendo a loira concordar rindo – e seus irmãos dando em cima de mim quando estivemos na sua casa? Todos aqueles sete loiros com aquele sotaque belíssimo dando uma de sedutores para cima de mim... Nem sei como resisti a tudo aquilo.

_ non poderr culparrôs – disse Charlotte fechando sua ultima mala e a depositando no chão ao lado das demais, todas elas eram escandalosamente rosa-choque – vous és bellissmê mi amie.

_ vindo de você, me sinto lisonjeada – disse Rose sorrindo – vou sentir sua falta, sabe? Nunca pensei que fossemos nos tornar amigas depois de você ter declarado nas primeiras semanas guerra contra mim.

_ dessculpê porr aquillê – disse Charlotte – vous entendêrr mi sentiment non? Tu errás lá ex-namourrada di Louis, non estavê muit segurrá em terr vous por pertô.

_ eu não considero bem o que eu e Louis tivemos com namoro, foi mais uma aventura – disse Rose sem encarar a loira – eu nunca tive alguém que realmente se preocupava comigo, ou demonstrou aquela espécie de carinho...

_ je entenderr – disse Charlotte sorrindo levemente – mãns non errê ben assinê agorrá, non? Scorrpius Malfoy és tu verdaderrô amour – a ruiva sorriu com a menção do namorado – E... Rosie?

_ o que? – disse Rose então sentindo sendo abraçada pela loira de repente, a abrando também de volta.

_ vous és mui important parrá mi, mon cherry – disse Charlotte com a voz embasbacada pelas lagrimas – querria podêrr ficarr mãis tempê con vous, mãns sabêrr qui nun possô.

_ oh, Charly – disse Rose compadecida da amiga, fazendo um carinho em seus cabelos loiros – eu vou escrever para você, não se preocupe e sei que fará o mesmo – ela assentiu apertando mais o abraço, mesmo que a francesa fosse 1 ano mais velha a ruiva agia como uma grande influencia sobre ela – agora pare de chorar, se não daqui a pouco estaremos nós duas feito duas bobas derramando lagrimas.

_ non, nen pensê en chorrar – disse Charlotte limpando as lagrimas que ainda escorriam tentando controlar a voz – non precisê de mãis alguên tendô di retocarr a maquiagen.

_ certo – disse Rose rindo quando viu a loira se separando dela.

Charlotte foi se sentar em frente ao espelho para limpar o rimel que escorria por seus olhos, a ruiva então fora vasculhar suas gavetas para ver se não havia deixado mais nada para trás. Quando encontrou ali algo estranho de se encontrar em um quarto só de garotas, em uma das gavetas estava um blazer masculino preto quando o puxara para olhar melhor a grifinoria franziu a testa e olhou para a loira que ainda estava voltada para o espelho.

_ isto por acaso é do Louis e ele deixou com você? – disse Rose e Charlotte então encarara a peça que a amiga lhe mostrava pelo reflexo do espelho.

_ non, ist estav con vous quand estavarrmos no trein vindê parrá London – disse Charlotte então percebendo a cara de confusão da ruiva – vous possuie istê en su poltron, enton je recolhêrr parrá ti.

Rose não havia pensado muito nos últimos dias sobre seu encontro com Zabini no trem. Aquilo havia sim ficado em sua mente por um tempo, principalmente agora que era trazido novamente à tona com a lembrança daquele blazer que o sonserino usara para cobri-la enquanto dormia para que não passasse frio.

Então finalmente viera em seus pensamentos que teria de vê-lo novamente em Hogwarts, e realmente torcia para que o moreno não viesse perturbá-la ou quisesse contar algo da conversava que haviam tido para Scorpius que certamente ficaria enciumado.

“Não, aquilo era loucura” pensou Rose “Ele mais que todos iria querer esquecer o fato de um dia ter dado em cima de uma mestiça Weasley traidora do sangue.” Ela dobrara o blazer e metera em seu malão no espaço que sobrava, poderia deixar ali, mas seria pior caso seu pai encontrasse algo daquele tipo em seu quarto. Ela encontraria um modo de devolver aquilo ao moreno, pessoalmente ou não.

“Talvez, fosse bom falar com Zack para poder ter certeza de que ele não iria deixar escapar nada relacionado àquela conversa dos dois.” Por que ela estava se preocupando tanto com aquela conversa, Rose não conseguia entender afinal não houvera nada demais no que haviam dito um ao outro claro até na parte em que ele lhe convidara para tomar um café assim que chegassem à estação. No entanto, o que mais a surpreendia fora o modo como ele havia conversado com ela, sem toda aquela pose arrogante que geralmente mantinha.

_ papai mandou dizer para vocês duas se apressarem – disse Hugo abrindo a porta do quarto e despertando a irmã de seus pensamentos.

_ já estamos indo – disse Rose puxando seu malão de cima da cama.

_ o tio Bill e a tia Fleur já chegaram, eles querem ir com a gente para poderem se despedir da Charlotte e do Louis que também está lá embaixo já – disse Hugo olhando para a loira - temos que chegar mais cedo a estação para poder deixar-la na plataforma do trem que vai para a França antes.

_ magnifique – disse Charlotte se levantando da cadeira da penteadeira e encarando o ruivo com um sorriso – vamês?

_ você precisa de ajuda com as bagagens? – disse Hugo olhando para as pilhas de malas da francesa que riu com a pergunta.

_ non, je saberr mi virrar – disse Charlotte acenando a varinha para as malas que vibraram e então desapareceram, no andar de baixo pode se escutar um som de alguém resmungando e a loira correndo para fora do quarto para ver o que acontecera – dessculpê porr istê monsieur Weasley, je sintê muit... – sua voz desesperada e o som dos sapatos de salto alto descendo os degraus indicavam que ela estava descendo desesperada pelas escadas abaixo - non imaginavê que poderrias acontecêrr algo destê tipê.

Hugo rira da loira maneando a cabeça negativamente. Aquela garota era certamente a garota mais doida com quem seu primo Louis já havia namorado isto o ruivo não tinha duvida. Ele então se voltara para a irmã e se dirigira até ela para ajudá-la com o malão.

_ obrigada – disse Rose quando o ruivo pegara a bagagem de suas mãos.

_ não entendo porque a tia Fleur não gosta dela – disse Hugo se referindo a namorada do primo – ela até que é simpática, se formos tirar toda aquela fixação pela cor de rosa, por maquiagem, roupas e sapatos sem falar que é muito bonita.

_ sinto um pingo de interesse nela por acaso? – disse Rose brincalhona.

_ claro que não, sempre preferi outro tipo de garota – disse Hugo fechando a cara para a irmã – você sabe muito bem disso – e a ruiva suspirara pensando quando que o corvino iria desistir de Lily.

Chloe atravessara a coluna empurrando o carrinho onde se encontravam seu malão com a gaiola de seu gato alaranjado que ronronava infeliz por estar preso. Ao seu lado apertando fortemente seus ombros se encontrava sua tia Rita que resolvera traze-la pessoalmente o que para a loira era horrível já que tinha que encarar os olhares das outras pessoas sobre as duas.

Chamar atenção não estar entre as melhores coisas para Chloe, esta espécie de coisa a faz se sentir como quisesse desaparecer daqueles olhares presos a ela e a tia, com a cabeça baixa e o rosto queimando com aquilo.

A atenção se deve especialmente por se tratar da editora-chefe do Profeta Diário dirigindo a ela os mais diferentes olhares a maioria é claro de repulsa e desgosto por vê-la pessoalmente muitas pessoas ainda cochichavam entre si, certamente comentando sobre a bruxa de cabelos já brancos.

Tudo aquilo se devia a maldita matéria que fora publicada aquela manhã, em que Rita Skeeter anunciava o seu novo livro que em breve estaria às vendas, o assunto era o falecido ministro e se chamaria “O outro lado do Rei: a biografia de Kingsley Shacklebolt”.

Aquilo certamente havia causado tumultuo afinal, a maioria das pessoas estava interessados em ler sobre o que aquela mulher famosa pela língua e pena afiada tinha para falar de um dos mais queridos lideres da comunidade mágica britânica, o que todos sabiam era que certamente seria bastante acido a percepção e os fatos distorcidos que certamente poderiam manchar a memória de Kingsley.

Elas chegaram a entrada do trem finalmente, pois pareciam séculos para Chloe ter que atravessar aquele mar de pessoas que ainda naquele momento prendia os olhos nelas. Rita Skeeter sorrira mostrando todos os dentes da boca, extremamente brancos enquanto arrumava os cabelos da sobrinha que caiam sobre seus olhos ainda analisando o rosto belo da garota certamente pensando na época que possuía um parecido com aquele.

_ sei que não se importa muito com mandar cartas, mas pode mandar-las se quiser ou precisar – disse Rita – mandarei Buggy responder-las caso não tenha tempo, e nem pense em ficar em Hogwarts para no natal ou tentar ir passá-los com aquele garoto na casa dele, se souber disso tenha certeza de que irei atrás de você aonde quer que esteja...

_ sei disso tia Rita – disse Chloe com infelicidade.

_ esteja no trem quando os outros alunos estiverem vindo passar o natal em casa, e na plataforma quando eu chegar para buscá-la – disse Rita – tente manter as notas na media, e não quero receber cartas de McGonagall ou Longbottom falando sobre alguma coisa que você aprontou então fique longe de confusão...

_ tentarei fazer isto – disse Chloe amargurada – caso eu... – ela começou tentando reunir suas esperanças na idéia que lhe surgira – caso eu... Consiga notas altas será que poderia assinar a petição para que eu possa ir para Hogsmeade?

Havia sido um choque para ela não ter a autorização assinada pela tia, segundo ela as visitas ao povoado bruxo não eram importantes como manter notas altas e a disciplina nos afazeres de escola. Isso certamente não era o que Chloe pensava, mesmo que não fosse uma garota brilhante nas aulas que a tia julgava importantes (tais como transfiguração e poções, por exemplo) era bastante esforçada e tirava notas boas nas outras matérias, não havia o porquê de puni-la daquela forma.

_ se você conseguir se destacar este ano, quem sabe não mude de idéia – disse Rita seriamente erguendo uma sobrancelha – não me refiro apenas às aulas sabe? Deveria tentar buscar se destacar na escola também, parar de deixar que os outros pisem em você ou te ignorem.

_ como se eu gostasse de ser pisada pelas pessoas – disse Chloe em um sussurro.

_ pois parece, sabia? Por merlin, bonequinha... Você é uma Skeeter deveria agir como uma e não como uma idiota invisível – disse Rita levemente irritada – por que você não pode ser parecida comigo?

_ talvez porque eu não queira ser do jeito que você é... – disse Chloe no mesmo tom de voz baixo, mas sua tia acabara ouvindo.

_ pois deveria começar a querer, pois é isto que todos esperam que você faça – disse Rita zangada – eu vou continuar sendo responsável por você querida, então gostaria que nos déssemos bem, talvez se você fizesse algo que eu aprovasse quem sabe as coisas não seriam diferentes.

_ eu não quero agir como alguém que não sou tia – disse Chloe encarando o chão, não conseguia manter muito tempo o contato visual com aquela mulher, mesmo que fosse difícil para ela manter com qualquer outra pessoa com Rita parecia quase insustentável.

_ às vezes, é difícil sermos nós mesmos em um mundo que não nos entende – disse Rita – é um mundo cruel docinho, você sabe disso mais do que ninguém.

_ sim, eu sei – disse Chloe suspirando, enquanto a bruxa tornava a acariciar seus cabelos e contornando seu rosto com as unhas.

_ aproveite enquanto ainda for jovem e bonita, pois tudo isto ira acabar um dia – disse Rita – agora você deve ir benzinho... E tenha um bom trimestre na escola, e não esqueça o que falei para você, estamos entendidas?

_ sim, estamos – disse Chloe fazendo a mulher sorrir.

_ boa viagem – disse Rita ainda sorrindo.

_ obrigada – disse Chloe quando a tia a abraçara e lhe depositara um beijo na bochecha em seguida limpando a marca de batom que ficara ali.

A sobrinha então se despedira da tia e ela ajudou a grifinoria a entrar no vagão e entregou a ela as bagagens esperando que a garota entrasse no trem e desaparecesse de vista antes de se afastar e aparatar novamente de volta para casa. Dentro do Expresso de Hogwarts havia poucos alunos naquela hora, a maioria certamente ainda estava se despedindo dos parentes ou reencontrando os amigos do lado de fora.

Ela então abriu uma das cabines e depositou ali seu malão no bagageiro, aproveitando para abrir a portinha da gaiola de onde saiu seu gato de pelo alaranjado e listrado. Sir Todd saira elegantemente limpando uma de suas patas da frente com a língua numa postura cheia de classe.

_ Sir Todd, será que você poderia fazer um favor para mim? – disse Chloe e o gato abrira um dos olhos verdes em sua direção e soltara um miado antes de parar de se lamber – será que daria para você encontrar o Lorcan e traze-lo aqui?

Poderia parecer que loucura conversar com um animal e esperar que ele compreende-se, mas não para aquela garota cujo um dos seus maiores companheiros nos momentos difíceis e alegres era aquele felino que possuía desde quando ele era um filhote. Sir Todd então saltara do banco onde estava e caminhou até a porta conseguindo por abri-la sem ajuda da dona que somente se levantara para fechar-la.

_ obrigada – disse Chloe para o felino laranja que já havia desaparecido pelo corredor do trem, ela então fechara a porta se sentando no banco começando a encarar do lado de fora, algumas famílias de verdade se despedindo.

Os olhos da loira encaravam tristes as belas imagens do lado de fora, era difícil para ela não ter mais aqueles simples momentos com os seus pais e sua irmã de quem não tinha noticias a muitos meses. Do lado de fora da janela de vidro, na plataforma ela encarava os pais dos estudantes que assim como ela iriam para Hogwarts, eles abraçavam ou então ajudavam os filhos a carregar seus malões ou dando conselhos alguns riam e se divertiam juntos naqueles últimos minutos antes do embarque.

Fazia já dois anos desde que acontecera, ela apenas tinha tido a experiência de ser levada pelos pais a plataforma apenas uma vez, pois depois isto fora tirado dela. Foi então que escutara algumas batidinhas na porta, sorriu na esperança de que fosse Lorcan e se levantou para abrir. Para sua surpresa não era o loiro, e sim outra pessoa que não conseguiu reconhecer de inicio.

_ não está me reconhecendo nanica? – disse o garoto fazendo os olhos azuis dela se arregalaram, ela sabia quem era, mas depois de tanto tempo não esperava vê-lo.

Os gêmeos Scamander haviam acabado de se despedir da mãe e estavam embarcando os malões para o trem com cuidado. Lorcan ainda olhava ao redor na plataforma como se esperasse encontrar Chloe por ali sendo que às vezes olhava em direção a coluna vendo se entre as pessoas que atravessavam não se encontraria a loira.

_ estou pensando em ir procurar por ela, o que você acha disto Andy? – disse Lorcan para o irmão enquanto entregava para ele o seu malão.

_ acho uma péssima idéia – disse Lysander puxando o irmão para dentro do vagão - já pensou se você acaba trombando com a tia dela por ai?

_ é, eu entendo – disse Lorcan suspirando.

_ onde foi a mamãe? Ela estava aqui agora mesmo – disse Lysander olhando ao redor.

_ ela foi atrás de uns heliopatas – disse Lorcan segurando seu sapo que havia saltado de seu bolso do casaco, o loiro pegara o anfíbio e o colocara cuidadosamente sobre seu ombro – voltou lá para tentar ver eram realmente, do contrario seria perigoso ter-los por perto.

_ sei... – disse Lysander revirando os olhos para a idéia de sua mãe ter ido atrás de coisas que não existem novamente.

 Foi quando o monitor da sonserina sentiu algo se prender as suas calças soltando um gemido ao sentir algo lhe perfurando a perna fazendo-o acabar por cair para trás aquilo chamou a atenção de seu irmão que estava distraído olhando para o céu em busca dos heliopatas também. Ao olhar para Lysander o viu tentando remover o gato de sua perna, mas acabou chutando os malões para fora do trem numa destas tentativas.

_ rápido Lorcan, tira essa coisa de cima de mim – disse Lysander se levantando novamente tentando chutar o gato alaranjado preso a sua perna para longe de si acabando para cair novamente.

_ mantenha a calma – disse Lorcan – ele é só um gato.

_ um gato que fincou suas garras na minha perna – disse Lysander irritado.

_ calma já tirei ele, está vendo? – disse Lorcan já com o felino em seu colo, fazendo um carinho em sua cabeça fazendo-o ronronar pelo carinho – parece que a Chloe já está no trem – ele começara a coçar a barriginha do gato o fazendo se espreguiçar em seu colo - não é Sir Todd? Acha que ele pode me levar até ela?

_ oh, claro... Claro que pode... – disse Lysander sarcasticamente enquanto via as novas marcas em sua perna bem como a calça que havia sido rasgada pelo gato – por que não fala para ele te levar até ela?

_ é uma boa idéia, você pode fazer isto – disse Lorcan se voltando para o gato – não pode Sir Todd? Levar-me até a Chloe? – ele miara em resposta e o loiro sorrira como se tivesse sido uma confirmação.

_ ótimo, vá até onde ela está e vê se leva esta coisa com você – disse Lysander bufando enquanto se colocava de pé novamente.

Lorcan pulou para dentro do vagão após seu irmão ter descido para levantar e arrumar as coisas que haviam caído quando o malão se abrira com a queda. O gêmeo depositara o gato no chão e o seguira pelo corredor até que encontrou no meio de um dos outros vagões, na frente de uma cabine aberta uma cena que fez com que seu queixo caísse, e sua boca se abrisse mais de uma vez mesmo que som algum saísse.

Ele havia encontrado Chloe, só não esperava ter a encontrado abraçado um outro garoto. Um abraço aconchegante com o rapaz a erguendo do chão e dando uma pequena volta com ela no ar, ambos riam parecendo bastante felizes de estar juntos. Felicidade que fez com que o gêmeo sentisse algo dentro de si brotando, um sentimento que nunca havia sentido antes. Seria que ele finalmente havia sentido pela primeira vez o gosto do ciúme.

_ Lorcan? – disse Chloe ao notar o namorado ali próximo deles – não percebi que estava ai – ela ajeitou os cabelos atrás da orelha.

_ é, eu percebi que você estava meio ocupada – disse Lorcan de uma forma estranhamente seria para então voltar a se virar em direção ao rapaz que estivera abraçando sua garota a momentos atrás – acho que não nos conhecêssemos. 

_ é, acredito que não – disse o rapaz então se encaminhando até Lorcan.

Lorcan notou o rapaz, ele era de altura mediana alta, cabelos negros penteados de um modo que parecia ter acabado de se levantar, rosto com algumas poucas sardas e olhos castanhos, boca de finos e um pouco rosados além de um queixo forte e meio quadrado. Possuía ombros largos, e era bem formado fisicamente com um porte robusto e de braços fortes e grossos podendo facilmente derrubar alguém se necessário. A sua proximidade com Chloe naquele momento destacava a completa diferença de um para o outro, perto dele ela parecia ainda mais frágil.

_ prazer em conhecê-lo, me chamo Sean Finnigan – disse o rapaz com um leve sotaque irlandês erguendo a mão para o gêmeo na intenção de cumprimentá-lo.

_ eu sou Lorcan, Lorcan Scamander – disse o gêmeo não tirando os olhos do rapaz que estava abraçado com a sua namorada.

_ Chloe me falou de você algumas vezes – disse Sean olhando para a loira e ajeitando melhor o braço sobre os ombros dela.

_ engraçado, ela nunca falou de você para mim – disse Lorcan e a loira corou um pouco de desvencilhando do abraço do amigo.

_ então, Sir Todd te achou não foi? – disse Chloe timidamente encarando seu gato no colo do loiro, ele soltou um miado como se confirmasse a pergunta.

_ sim, ele nos encontrou – disse Lorcan ainda sem tirar os olhos de Sean que parecia então notar o gato nos braços do sonserino.

_ está brincando que este é o Todd? – disse Sean impressionado se aproximando do felino e fazendo um chamego em sua barriga – ele cresceu muito, se lembra de quando o encontramos em nanica?

_ como poderia esquecer, você encontrou ele ainda filhotinho na adega do pub do seu pai e o trouxe para que eu cuidasse dele – disse Chloe sorrindo levemente com a lembrança.

_ ele não teria vingado se não fosse por você cuidar dele – disse Sean – você sempre foi muito carinhosa até com os menores e mais frágeis criaturas – o loiro pode perceber a garota corando levemente e ficando sem jeito com o elogio, e aquilo o incomodou apenas ele poderia fazê-la ficar daquela forma. Quem aquele cara pensava que era para fazer isto?

_ nanica? – disse Lorcan olhando para a namorada.

_ é o apelido que dei para ela quando éramos crianças – disse Sean rindo – ela sempre foi nessa estatura, para dizer a verdade ela até que cresceu um pouco desde a ultima vez que nos vimos – ele a abraçara novamente, desta vez com a mão na cintura dela.

_ então, Sean não é? – disse Lorcan tentando controlar o tom de voz - Como eu não me lembro de ter te visto em Hogwarts antes? – o sorriso no rosto do irlandês desaparecera.

_ é que eu fiquei muito doente durante as férias de natal do meu primeiro ano – disse Sean – meus pais tiveram medo que eu pudesse infectar as outras crianças então resolveram que eu ficasse em casa, há uns quatro anos meus pais me mandaram para um hospital especializado nisto na Alemanha, eles estavam desenvolvendo um medicamento mais eficiente e bem...

_ e você foi usado como cobaia? – disse Lorcan interrompendo-o.

_ Lorcan – disse Chloe chocada com a forma como ele colocara as palavras.

_ é, exatamente – disse Sean – de qualquer forma, eu não abandonei meus estudos – ele passou as mãos na nuca – tenho estudado com professores particulares enquanto eu era tratado deste meu problema... Mas tive que retornar para Hogwarts, meus pais disseram que deveria prestar meus Nom’s na escola...poderia fazer-los no ministério, no entanto é muito caro o preço a se pagar enquanto na escola é de graça.  

_ você tem quantos anos? – disse Lorcan, o rapaz parecia ser muito velho para ter a mesma idade que a garota loira ao seu lado ou mesmo dele próprio, pelo menos um ano mais velho que ele o rapaz tinha que ser.

_ quinto ano – disse Sean – eu me lembro de você na seleção das casas, não deve se lembrar de mim, acho que devo ter mudado um pouco desde meu primeiro ano, meio que desenvolvi um pouco meu físico entende? 

_ e a que casa pertence? – disse Lorcan.

_ eu pertenço a grifinoria – disse Sean então encarando Chloe – você é desta casa também não é? Parece que me contou isto numa das cartas que você me enviou, isso é ótimo não? Poderemos passar mais tempo juntos.   

Chloe olhava para o namorado de esguelha podendo perceber que o loiro estava muito incomodado com a presença de Sean mesmo que tentasse não demonstrar. No entanto, era difícil para ela tentar fingir que não estava feliz com o retorno de seu velho amigo de infância, o único que gostara e fora sua companhia durante o período anterior a Hogwarts e ela sabia muito bem o quanto ficou triste quando soube que ele teria que se mudar para a Alemanha para poder se tratar de sua doença.

_ é, podemos – disse Chloe sorrindo timidamente.

_ então, você tem com quem ficar durante a viagem? Nós te convidaríamos, mas realmente não vai ter espaço na nossa cabine – disse Lorcan para o grifinorio que ergueu a sobrancelha um pouco confuso com o tom de voz que o loiro usava.

_ bem, sim... Eu tenho – disse Sean – meus antigos colegas de dormitório devem estar por ai, acredito que vão ficar bastante surpresos em me ter de volta – então se voltou para a garota – nos vemos na mesa da grifinoria, foi bom revê-la nanica, e foi realmente um prazer conhece-lo Lorcan – o gêmeo sorrira fracamente o vendo sair, seu sorriso desapareceu depois que ele já havia saído de perto.

_ você o odiou não é? – disse Chloe tensamente, ela conseguia ler aquilo na expressão do namorado.

_ ele gosta de você, sabe disto – disse Lorcan – eu percebi isso.

_ ele é meu amigo, é lógico que tem que gostar de mim – disse Chloe.

_ não é a isto que estou me referindo – disse Lorcan colocando o gato novamente no chão – sabe que não é desta forma que ele gosta de você.

_ não, você está enganado – disse Chloe – está vendo coisas.

_ espero que esteja – disse Lorcan suspirando abrindo a porta da cabine para o gato entrar e depois os dois fizeram o mesmo.

Albus e a família atravessaram a coluna e finalmente chegaram à plataforma 9 ¾. Como de costume estavam lotadas com famílias bruxas se despedindo de seus filhos que retornavam para os estudos.

_ hei Harry – disse uma voz fazendo com que ele se virasse e começasse a olhar ao redor em busca de quem chamava até encontrar um homem acenando para ele não muito longe de onde estavam.

O bruxo franzira a testa em confusão, tentando reconhece-lo enquanto se aproximava de quem o chamava com o restante da família. Quando já estava próximo o suficiente acabou por reconhecer o estranho abrindo um sorriso e cumprimentando-o com um aperto de mão.

_ Dudley – disse Harry cumprimentando o primo, fazendo os filhos até então não muito interessados na conversa prestarem atenção no homem que apertava firmemente a mão do pai – não o esperava vê-lo por aqui.

_ pois eu sim, você veio trazer as crianças não é? – disse Dudley encarando os filhos do primo e os cumprimentando com acenos de cabeça – o garoto é a sua cara Harry e a garota puxou a beleza da mãe... Mas vocês não possuíam um terceiro?

_ sim, James nosso mais velho – disse Harry esfregando a cabeça sem jeito ao se lembrar do que James aprontara a ultima vez em que haviam visitado o primo – mas ele já se formou a dois anos em Hogwarts.

_ é o tempo passa depressa – disse Dudley então erguendo seu olhar para a ruiva ao lado do auror – como vai Ginny? 

_ muito bem Dudley – disse Ginny gentilmente.

Dudley Dursley era um homem na faixa dos quarenta anos apesar de parecer um pouco mais velho, possuía o rosto redondo e os cabelos cinzentos com algumas entradas bastante vigorosas era grande em altura possuindo ombros largos e estava com um pouco de sobrepeso, mas nada que realmente atrapalhasse.

Albus havia conhecido o primo de seu pai em uma ou duas ocasiões em que sua família visitou os Estados Unidos, mas isto havia sido há muito tempo que Lily nem deveria se recordar da época por ser bastante jovem. Ele era inteiramente trouxa sendo um dos mais próximos com quem o pequeno bruxo que era o sonserino na época convivera (fora os pais de sua tia Hermione) afinal sua família não tinha tanto contato com as pessoas não-mágicas.

_ quando que você retornou para a Inglaterra? – disse Harry.

_ faz alguns meses, estava querendo retornar para casa – disse Dudley – você sabe que papai morreu, não é? - ele pareceu levemente triste com o que dissera, o primo negara com um aceno de cabeça surpreso com a noticia.

_ como aconteceu? – disse Harry tentando ser delicado.

_ infarto, você sabe como era meu pai sempre tão estressado – disse Dudley – numa dessas acabou por seu coração não agüentar e ele faleceu.

_ sinto muito – disse Harry – a ultima vez que o vi foi no seu casamento Dudley, quero dizer o seu primeiro pelo menos.

_ até o fim da vida ele sempre me dissera que foi um erro eu abandonar uma garota perfeita que era a minha ex para me casar com uma aberração anormal – disse Dudley – mas eu nunca realmente liguei para o que ele pensasse... Uma bruxa me fez mais feliz do que qualquer trouxa poderia fazer.

_ quem te conhecesse anos atrás, não acreditaria no que estamos ouvindo – disse Harry – logo você que morria de medo quando eu dizia algumas palavras diferentes pensando que eu ia usar algum feitiço contra você.

_ eu era meio ignorante naquela época, papai e mamãe me fizeram assim – disse Dudley – mas graças ao tempo que passei escondido com aqueles bruxos da Ordem da Fênix que eu aprendi a não ter medo de magia...

_ sendo também naquela época que você conheceu a sua esposa atual – disse Ginny.

_ exatamente – disse Dudley – eu ainda meio que me sinto mal por meu pai ter morrido sem conhecer os netos, mas foi a escolha dele afinal...

_ tio Vernon sempre foi um cabeça dura – disse Harry.

_ eu não queria que fosse assim sabe? Não queria que ele tivesse rompido comigo pelo simples fato de ter feito uma escolha destas – disse Dudley – mas foi ele que tomou sua decisão – ele suspirou - eu e papai tivemos meio que uma briga quando ele soube que eu havia me casado com uma bruxa... acredite, nós tentamos esconder dele nosso relacionamento até que não deu mais... Nós sabíamos que isto iria afeta-lo.

_ e onde está Megan? – disse Ginny.

_ logo ali com as crianças – disse Dudley apontando para um local onde uma mulher ajeitava as vestes de uma garota – querida, olha só que está por aqui?

Megan desviou seus olhos para o marido encarando com um belo sorriso as faces da família Potter enquanto caminhava na direção deles com os filhos em seu encalço. Ela era uma mulher bonita, com cabelos cacheados e volumosos, pele morena com lábios grossos e olhos claros. 

_ olá Ginny, como está querida? – disse Megan se aproximando e abraçando a ruiva lhe dando um beijo na bochecha – quanto tempo, oi Harry como tem passado? - ela falou se virando para o auror e fazendo o mesmo que fizera com a sua mulher o que de certa forma o incomodou um pouco bem como sua esposa.

_ desculpe, me esqueci que os Ingleses não são muito fãs de abraços, tanto tempo longe de Londres faz isto com a gente – disse Megan com seu sotaque americano – esses são seus filhos? Por Morgana eles são adoráveis.  

_ obrigado, eu acho – disse Albus sentindo seu rosto esquentar, ele odiava como as pessoas falavam deles como se fossem crianças pequenas.

_ os seus também são – disse Ginny – acho que vocês não estão lembrados deles queridos – ela se voltara para os filhos – até porque eram muito novos a ultima vez que se viram.

_ prazer em conhecê-lo primo – disse a garota, ela era extremamente parecida com a mãe como uma versão mais nova – meu nome é Camélia, Camélia Dursley, mas pode me chamar de Lia se quiser.

_ Albus – disse o moreno – Al se você preferir. 

_ Lily – disse a ruiva apertando a mão da morena.

Camélia encara então o irmão como se esperasse que ele se apresentasse, o garoto deveria ter uns nove ou dez anos e se parecia um pouco com o pai talvez um pouco mais moreno e com os cabelos mais escuros caídos numa franja sobre o rosto cujos olhos pareciam bastante entretidos em algum aparelho trouxa em suas mãos que soltava sonzinhos de pequenas explosões.

_ Dexter? Dá para ao menos fingir que é alguém normal e cumprimentar nossos primos? – disse Camélia, mas o garoto não lhe dera atenção – idiota... – ela dera um chute leve em sua canela que fez a garota reprimir um xingamento entre dentes.

_ sabe o que você me fez fazer? – disse Dexter sem tirar os olhos da tela do aparelho, pela sua voz dava para ver que estava descontente - Eu estava quase acabando com aquela nave jupteriana, estava quase passando de faze indo para Saturno.

_ Dexter, por favor, dá para tentar ser educado – disse Camélia fazendo o garoto tirar os olhos do vídeo-game e encarar o casal de irmãos a sua frente, seus olhos acabaram por pousar em Lily para quem ficara olhando por alguns segundos até que sorrira e estendera a mão.

_ Dexter Dursley – disse o garoto – estou encantado em conhecê-la.

_ Lily, Lily Potter – disse a ruiva um pouco incomodada com o sorriso bobo no rosto do garoto a sua frente – você está bem?

_ melhor impossível – disse Dexter ainda sorrindo – Lily é um nome muito bonito, combina com você – Camélia revirou os olhos com o comentário do irmão.

Albus teve que se controlar para não rir, aquele garoto parecia ter se apaixonado por sua irmã a primeira vista pelo modo como a encarava. Ele cumprimentou Dexter enquanto continuava a ouvir a conversa dos seus pais, ao que acabou por descobrir Megan havia estudado com eles durante a época de Hogwarts.  Sendo do mesmo ano que Ginny só que pela Lufa-Lufa a casa para qual Camélia havia sido selecionada pelo que indicava suas vestes, segundo o pai da garota ela havia sido selecionada pelo chapéu durante as férias e cursaria o quarto ano vindo transferida do Instituto das Bruxas de Salém, a escola americana. 

Após se despedir dos primos paternos, continuaram a caminhar por entre as pessoas com Albus encarando a ruiva com um olhar divertido no rosto ao que a irmã caçula retribuía com um olhar frio. Seus pais estavam longe o suficiente para não ouvir a conversa dos dois filhos.

_ nem comente nada – disse Lily seriamente.

_ nem vou, pode deixar que se for depender de mim,  o Lysander não ficara sabendo de seu novo admirador – disse Albus sussurrando para que os pais não ouvissem apenas que ainda estava rindo – você tem sorte que ele só vai estar na escola no ano que vem.

_ dá para acreditar que o James ainda acha que eu sou afim do Scorpius? – disse Lily rindo levemente – ah, se ele soubesse quem é a pessoa que eu estou namorando...

_ Lysander vai ter que saber lidar com o ciúme de irmão mais velho logo mais, eu não quero continuar escondendo isto de nossos pais – disse Albus e a ruiva concordou.

Eles acabaram por encontrar os tios no meio daquelas pessoas, eles passaram por Percy que conversava com algum conhecido do ministério sobre algum fato realmente tedioso sobre as novas leis referente aos meios de transportes mágicos.  Enquanto Audrey se preocupava em se despedir da filha com um abraço mesmo que ela soubesse que Lucy não era muito fã de demonstração de carinho em publico e lhe davam conselhos dizendo para que ela fosse uma boa garota.

Harry fora cumprimentado por seus colegas aurores e outros conhecidos, Albus acabara então por ser chamado por alguém e ao olhar para o lado viu que se tratava de Rose que vinha em sua direção alegremente o cumprimentando logo atrás da ruiva podia se ver não muito longe os pais dela.

_ vamos Albus, temos que encontrar os outros para pegarmos uma cabine vaga – disse Rose vindo em sua direção – o Hugo já desapareceu dizendo que tinha negócios há tratar com algumas pessoas, eu nem tive a oportunidade de falar com ele simplesmente desapareceu quando viu a Augusta.

_ hei pessoal – disse Lysander surgindo próximo a eles, o loiro saltara da entrada de um dos vagões e dera alguns passos até onde os amigos estavam – estava procurando por vocês, Chloe e Lorcan estão nos aguardando na cabine 7 por que não entramos e guardamos nossas coisas lá?

_ problema da cabine foi resolvido – disse Lily sorrindo para a prima.

Rose olhara para os lados e pode encontrar a observando encostado em uma coluna Scorpius que sorrira para ela fazendo um sinal discreto com a cabeça para que ela viesse até onde ele estava. A ruiva encarou o rapaz e depois o local onde os pais estavam como se estivesse se perguntando se talvez fossem sentir sua falta.

_ pode ir, eu te dou cobertura – disse Albus e a ruiva sorriu agradecida.

_ levem meu malão para mim, pode ser? – disse Rose estendendo para os amigos.

_ claro, sem problemas – disse Lily pegando a gaiola de Pichi enquanto Lysander pegava o malão da grifinoria.

_ nos vemos daqui a pouco – disse Rose já indo até onde o namorado estava.

A ruiva desaparecera por entre as varias pessoas da multidão que parecia um pouco como vultos por causa da fumaça que escapava pela chaminé da locomotiva vermelha. Quando chegara ao ponto em que o namorado estivera a alguns momentos atrás acabara por não encontra-lo, ao olhar melhor ao redor pode notar que Scorpius estava a poucos metros dali, conversando em um canto da plataforma com uma outra garota que Rose nunca havia visto antes.

Eles pareciam ser muito próximos um do outro, a garota e ele riam juntos lado a lado acabando por no final a garota prender o loiro em uma chave de braço e descabela-lo o que fez com o sonserino reclamasse muito daquilo, mas ainda assim não parasse de rir.

Rose nunca pensara exatamente sobre como era para Scorpius permanecer em Hogwarts sem ela, tentava imagina-lo como alguém fiel a ela mesmo que pudesse passar meses sem vê-lo e sabia que aquilo era verdade, mas nunca pensara que o rapaz pudesse ser tentado por outras garotas. E aquela garota sem duvida, era uma bela tentação pelo que podia notar mesmo de longe o quanto ela era incrivelmente atraente.

Ao notar a garota a poucos metros de onde estava com sua prima Dakota e rezara para que antes que ela fizesse qualquer coisa o escutasse afinal o que estava havendo ali era apenas uma velha brincadeira entre primos que certamente a ruiva deveria entender.

O loiro pode notar na face de sua namorada que ela estava parecendo extremamente confusa para não dizer no estranho olhar que ela lançava para morena que ainda não havia notado a presença da grifinoria. Antes que algo indesejável acontecesse, como o fato de sua namorada poder tirar conclusões precipitadas o que certamente com a velocidade com que o cérebro de Rose trabalhava já tinha acontecido.

_ oi – disse Scorpius parecendo meio desconfortável ao notar o modo estranhamente serio com que ela os encarava.

_ desculpem-me, eu não queria interrompê-lo Malfoy – disse Rose seriamente, e o loiro tentou ter esperanças de assim como havia sido varias vezes o fato de ela chama-lo pelo sobrenome e parecer extremamente irritada era uma atuação para manter as aparências, mas era tão realista o modo que dissera que duvidara que fosse.

_ é, você tem razão sobre ela – disse Dakota sorrindo para o primo fazendo a ruiva a sua frente extremamente confusa – ela é linda, você é um cara de muita sorte Scorp – fazendo a face da garota ficar com cara de ponto de interrogação, sem entender nada do que se passava ali.

_ acho que você ainda não teve a oportunidade de conhecê-la, não é mesmo? – disse Scorpius para a ruiva, naquele momento o garoto já parecia um pouco relaxado pelo fato de o primeiro passo ter sido dado sem que ele precisasse dizer nada.

_ eu deveria conhecê-la? – disse Rose exaltada - espere um instante quem é você e porque o Scorpius contou para você que eu e ele...

 _ simplesmente porque eu sou a melhor amiga dele – disse Dakota sorrindo – e também foi fácil notar que alguém estava mexendo com o coração dele, dá para se notar que ele está um pouco diferente.

_ melhor amiga? – disse Rose olhando para o loiro em busca de respostas então retornando para a morena – você ainda não me respondeu qual é o seu nome? De onde conhece o Scorpius, pois pelo que me lembre ele nunca me falou de uma melhor amiga antes.

_ esta é a Dakota Greengrass – disse Scorpius interrompendo a ruiva antes que ela tivesse oportunidade de dizer mais alguma coisa  – ela é minha prima, filha da minha tia Daphne...Você deve se lembrar de que eu falei para você dela uma vez.

Rose parou de falar, ele realmente havia lhe contado de uma prima que a muito tempo não se viam por ela e a tia haviam se mudado para outro pais. Aquilo fora tudo, ele nunca lhe contara à idade que a tal prima possuía o mesmo o fato de que ambos eram assim tão próximos e isto realmente era muito estranho levando em consideração que ela se dizia melhor amiga do sonserino e se isto fosse verdade era para Scorpius ter dito mais sobre ela outras vezes.

_ ah, bem... Prazer em conhecê-la então – disse Rose sentindo suas orelhas queimando, ela estendera a mão para a morena que aceitara – eu acho realmente meio que desnecessário que eu me apresente não é mesmo? – a morena riu levemente.

_ desculpe-me – disse Dakota - se eu realmente causei alguma espécie de mal entendido entre você e o meu primo.

_ não tudo bem, eu é que interpretei errado e deveria estar pedindo desculpas pela minha atitude – disse Rose perdendo um pouco a tensão que possuía a momentos atrás, talvez realmente fosse tudo da sua cabeça e um ciúmes desnecessário.

Fora então que o apito do trem soara, anunciando que eles estavam próximos de partir. Rose se afastou indo até próximo dos pais e tios para que pudesse se despedir, enquanto o casal de primos ia para o lugar onde sua família aguardava pelos dois.

Foi possível de se ver pessoas acenando e trocando abraços com seus filhos que estavam para partir, famílias se despedindo além das mães de alguns primeiranistas pedindo para que as crianças se cuidassem e mandassem cartas e alguns estudantes mais velhos se despedindo dos pais das janelas dos vagões.

O grupo de adolescentes já se encontrava então no interior do trem chegando à cabine onde haviam deixado suas coisas, cada qual tomando seu devido lugar nos bancos com Albus conseguindo um lugar próximo a janela para que assim pudesse mirar o horizonte. Fazia poucos minutos que haviam partido, mas mesmo assim era possível ver ao longe as silhuetas dos familiares que aos poucos iam se perdendo conforme eles iam se distanciando da plataforma.

A cabine possuía os mesmos rostos que tanto conhecia, mas podia se notar de que algo não estava realmente bem pelo que se podia ver entre Lorcan e Chloe que pareciam muito calados, o que era muito estranho levando-se em consideração que o casal fora o que menos haviam se visto durante as férias e era de se esperar maior animação da parte deles para com o reencontro.

O sonserino desaparecera atrás de um dos exemplares d’O Pasquim enquanto a loira fazia um carinho distraidamente sobre a cabeça de seu gato que havia adormecido em seu colo enquanto ela fitava com os olhos azuis o horizonte distante. A paisagem do lado de fora mudava conforme o trem avançava, naquele momento pareciam estar em algum lugar do interior britânico.

O que realmente incomodara Albus fora a ausência de Alice que até aquele momento não havia aparecido na cabine, bem como Scorpius que quando perguntou para a ruiva ao seu lado sobre seu namorado ela lhe deu uma resposta que realmente lhe surpreendeu.

_ ele está por ai com a prima – disse Rose, fazendo não apenas o moreno como o casal a frente dela parecer realmente surpreso com o que ela acabara de falar.

_ que prima? Nós saberíamos se o Scorpius tivesse alguma prima – disse Albus muito confuso, olhando para Lysander que assentira.

_ ela é uma primeiranista por acaso? – disse Lysander.

_ não, ela tem a nossa idade – disse Rose – quando sai de perto de vocês e fui atrás deles, os encontrei juntos... – a ruiva soltou um pequeno risinho como se achasse graça daquilo.

_ ela é bonita? – disse Lily em um tom maroto.

_ Lily, por favor... – disse Lysander como se pudesse imaginar o que a namorada estava para começar a aprontar uma das suas.

_ o que tem haver isto? – disse Albus sem entender.

_ por merlin, Albus você é muito lerdo – disse Lily revirando os olhos para então para a grifinoria ruiva – então ela é bonita?

_ ah, não reparei muito bem nela – disse Rose sem muita convicção o que fez com que a corvina abrisse ainda mais o sorriso debochado.

_ você é uma péssima mentirosa sabia disso Rose? – disse Lily num tom leve de quem diz algo casual – por que não fala mais desta garota misteriosa, como por exemplo, o que sabe sobre ela.

_ basicamente? Que ela se chama Dakota e é prima pela parte materna da família dele – disse Rose – nada, além disso, ainda tem o fato é claro de que os dois parecem se dar muito bem um com o outro.

_ deveria se informar mais sobre ela – disse Lily.

_ por quê? Não é como se ela quisesse me roubar o Scorpius – disse Rose rindo secamente – quero dizer, é doido demais afinal os dois são primos.

_ isto não impediu Fred e Dominique de estarem juntos, e se você se lembrar prima – disse Lily – você e Louis tiveram um convívio especial um com o outro também.

_ você esta indo longe demais – disse Lysander num sussurro para a ruiva que estava deitada em seu colo – pega leve, sei que não gostaria que fizessem isto com você.

_ não é a mesma coisa, está bem? Eu confio em Scorpius e sei que ele não faria algo assim comigo – disse Rose começando a ficar irritada.

_ calma ai Rose, somente estou dizendo para ter cuidado e se manter sempre alerta se quiser manter o seu namorado – disse Lily erguendo as mãos em rendição – é apenas um aviso de amiga, afinal eu me importo muito com você.

_ eu te falei Lily, que tudo tinha um limite – disse Lysander para a namorada que suspirou então se voltando novamente para a prima com uma feição de desculpas.

_ foi mal, eu não fiz como se quisesse provocá-la com algo prima – disse Lily sem jeito – você me entende, não é?

_ claro – disse Rose sorrindo levemente.

_ então... – disse Lily se levantando para então encarar os amigos na cabine, seu olhar parou no casal que ainda permanecia calado.

Lily optou por não perguntar o que acontecera afinal deveria ser algo serio para que os dois ficassem daquele jeito, talvez a primeira briga. Ela não queria ser indelicada novamente como fora a segundos atrás.

_ o que acham de jogarmos algum jogo? – disse Lily.

Albus e os outros então iniciaram uma partida de snap explosivo por sugestão de Lily que percebeu que a maioria ali não estava com vontade de falar um com o outro, certamente a corvina havia meio que notado o clima que estava havendo entre Chloe e Lorcan.

Não se soube o tempo certo que levou, mas ao que parecia já havia se passado algumas horas pelo modo que o dia parecia mudar do lado de fora da janela. Fora então que alguém batera na porta da cabine, e ao se abri-la pode se notar a presença de uma garota já com as vestes escolares da sonserina e com uma insígnia de monitora no peito.   

Albus a reconheceu bem como as outras pessoas que voltaram seus olhares para ela assim que abrira a porta, a garota era sem duvida alguma uma das duas gêmeas Carrow que assim como maioria dos adolescentes daquele vagão se encontrava no quinto ano. Ela possuía os cabelos castanhos caramelo presos em um coque de cabelo com uma franja jogada de lado que destacava seus belos olhos de origem oriental e dona de um bonito rosto de traços delicados, nariz pequeno e reto e de lábios finos. Ambas as gêmeas eram idênticas então não havia muita diferença de identificá-las a não ser pelo fato de que assim como eram os gêmeos Scamanders as duas possuíam personalidades completamente diferentes uma da outra.

_ oi Lysander, que bom que eu te encontrei – disse a Carrow – nós temos que ir para a orientação com os monitores-chefes, seria bom que você viesse comigo.

_ claro, mas não acha que deveria trocar minhas roupas pelas vestes da escola? – disse Lysander se levantando do lugar onde estava sentado.

_ não tem necessidade, você pode fazer isto depois – disse Carrow sorrindo levemente – você pode levar as vestes e se trocar no nosso vagão – ela então se voltara para os outros na cabine – os monitores tem um inteiro apenas para eles, acreditam nisso?

_ eu já sabia disso – disse Lily azedamente para a garota.

_ oh, sim... Apenas quis dizer que, bem... Eu fiquei um pouco impressionada – disse Carrow um pouco sem jeito com a grosseria de Lily enquanto Lysander fitava a ruiva com um olhar serio.

_ claro, é algo bem impressionante – disse Lysander – você já esteve lá?

_ não, eu vim te procurar primeiro – disse a Carrow – encontrei com a Longbottom no meio do caminho e ela me mandou vim chamá-lo.

_ a Alice está lá nesse vagão então? – disse Albus estando um pouco menos preocupado ao saber daquilo, a oriental fez um aceno positivo com a cabeça.

_ bem, eu acho que seria bom que nós dois chegássemos juntos – disse a Carrow um pouco hesitante olhando para Lysander – se vamos ter de dividir a responsabilidade da monitoria seria bom que começássemos a nos acostumar com a companhia um do outro.

Lysander se despedira dos amigos e da namorada (a ruiva fez questão de dar um belo beijo nos lábios dele como se quisesse deixar algo bem claro para aquela garota) antes de sair da cabine estando acompanhado pela outra monitora da sonserina. Pela primeira vez naqueles dias, a ruiva estava começando a achar que seria melhor que o rapaz não tivesse recebido aquela insígnia.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam do capitulo?
E dos personagens novos que apareceram?
Algo me diz ( na verdade, eu sei) que as coisas vão ficar muito interessantes este ano.
Enfim, estou contente com o retorno que recebi do ultimo capitulo com os reviews.
Então, me deixem de presentes de aniversario grandes reviews para mim ou/e recomendações.