Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 11
Compras no Beco Diagonal


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas leitoras, como estão vocês?
Então estamos aqui para mais um novo capitulo.
Espero que o aproveitem.
Aqui nesse capitulo teremos a aparição de personagens novos...
gostaria de saber a opinião de vocês sobre eles.
Nos vemos lá embaixo.



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Eles brindaram e conversavam enquanto bebiam as cervejas amanteigadas com gosto. Albus degustava a sua bebida enquanto via conversas se iniciarem entre Alice e sua mãe sobre algo relacionado a vestes novas e Augusta se aproximando do pai para lhe entregar a autorização para visitar Hogsmeade.

_ eu vou lá em cima, no meu quarto – disse Lily se levantando da mesa e se dirigindo a escada – vou mandar a autorização para meus pais assinarem.

_ claro, sem problemas querida – disse Hannah – nós retiramos a mesa sem a sua ajuda, não se preocupe – a ruiva sorriu antes de tornar a prosseguir subindo os degraus sem antes lançar um sorriso para certo loiro ainda sentado a mesa que não havia desgrudado os olhos dela.

_ sabe, papai iria gostar de saber que você se tornou um monitor – disse Lorcan ainda mexendo no distintivo do irmão – afinal ele foi um durante a época de escola, agora é algo que vocês dois tem em comum.

_ que maravilha como se eu quisesse ter algo em comum com o Rolf – disse Lysander sarcasticamente antes de dar um gole na bebida – mas infelizmente ele já partiu como sempre faz.

_ mesmo assim acho que ele iria gostar de ter noticias suas, sabe? Eu nem me lembro da vez que você escreveu para ele, ia deixar-lo muito feliz caso recebe-se uma carta sua – disse Lorcan meio triste com o que o irmão dissera, não era como se seu pai não se importasse com eles, apenas era bastante ocupado para estar perto da família.

_ para onde ele foi desta vez? – disse Albus.

_ quem se importa – disse Lysander seriamente – deve ter ido para qualquer desses lugares idiotas com criaturas mágicas mortais para que ele possa continuar a estudar-los, como sempre é.

_ ele foi para a Austrália – disse Lorcan olhando com infelicidade para o irmão – foi tentar encontrar os pookas – ao ver a face de confusão do moreno explicou – eles são coelhos com poderes mágicos, entre eles de ficarem invisíveis, recentemente foram visualizados depois de mais de cinqüenta anos em que todos os consideravam extintos, elas são a origem da lenda dos coelhos da Páscoa – ele então se virou para Lysander – você poderia enviar uma carta para o papai, ele ia gostar... Mesmo que não saiba onde ele está talvez uma coruja o encontre.

_ por que perderia meu tempo fazendo isto? – disse Lysander amargamente – ele vai estar ocupado demais metido no deserto australiano não mandaria a pobre coruja para lá sendo que ela pode muito bem ser atacada por um dos dragões da reserva ecológica.

Um silêncio se instaurou entre os gêmeos e Albus não ousava quebra-lo. Não era bem uma discussão, afinal ambos ainda mantinham a calma, era apenas um embate de opiniões diferentes sobre o mesmo assunto: o pai deles. Albus aprendera a respeitar aquilo assim como Scorpius também, os dois sabiam que a relação de Lysander com os pais não era a dos melhores. Então o silencio foi quebrado finalmente depois de algum tempo.    

_ será que eu posso usar sua coruja para mandar uma carta para minha mãe Albus? – disse Lysander se voltando para o amigo moreno, ao seu lado o outro gêmeo brincava com o distintivo do irmão – ela nunca foi uma monitora, mas creio que ficara feliz por mim.

_ claro, sinta-se a vontade – disse Albus antes de levar a garrafa novamente à boca.

Lysander se levantara e fora subindo as escadas. Lorcan então levantara os olhos para as costas de seu irmão quando ele subia os degraus ainda encarava-o ainda com um olhar infeliz como se não conseguisse compreender.

_ acha que é muito caro uma coruja para Canberra? – disse Lorcan encarando o moreno – tenho alguns galeões, mesmo que ele não responda rapidamente, acho que ele ficaria feliz pelo Andy.

_ não sei, não utilizo muito as corujas de aluguel, eu tenho a minha própria – disse Albus – mas deve ser um preço um pouquinho salgado mesmo.

_ é, eu imaginei – disse Lorcan – de qualquer forma vou ver se mando uma carta para o papai, poderia usar uma do corujal de Hogwarts, mas ainda faltam alguns dias para retornarmos. 

_ não acha que talvez seu irmão não goste de saber que você vai mandar a carta mesmo ele dizendo para que você não o fizesse? – disse Albus e o loiro dera de ombros.

_ ele é nosso pai, não importa onde esteja é muito bom receber noticia de casa – disse Lorcan bebendo sua bebida – Andy acha que é fácil para o papai ficar longe da família, mas não é – ele fizera um gesto apontando para o moreno com a mão que ainda segurava o distintivo - nunca foi... É tão se não mais difícil para ele ficar sem a gente do que o contrario – ele bebera mais um gole – papai é um homem muito solitário Al, é difícil para ele ficar longe da família.

Lysander sentara em uma escrivaninha puxando uma das gavetas um pedaço de pergaminho e molhando a pena no tinteiro começou a riscar a carta para sua mãe, ao seu lado Edwin, a coruja das neves observava ao loiro escrevendo com um olhar curioso em seus grandes olhos amarelos. O loiro sorrira passando os dedos sobre a cabeça da coruja que fechou os olhos com o carinho.

Ele havia desenvolvido uma afeição por aquelas espécies de aves, desde que sua forma de animago era uma delas. Ele então abrira a janela, enquanto amarrava a carta em uma das patas da coruja que levantara vôo e ele ficara ali o vendo desaparecer por entre as nuvens.

Quando já se retirava se retirou do quarto passando pelo corredor onde havia varias portas de ambos os lados. Ao passar próximo de um sentiu alguém lhe puxando para dentro dele e antes que pudesse notar se encontrava no interior de outro quarto com a garota ruiva ainda o segurando pelo colarinho da camisa com um sorrisinho nos lábios.

_ eu vi você subindo e esperei – disse Lily sorrindo então envolvendo seus braços ao redor do pescoço dele.

_ vim mandar uma carta para minha mãe, informando sobre... Você sabe, sobre o distintivo – disse Lysander a envolvendo pela cintura com os braços.

_ estou muito feliz por você – disse Lily sorrindo – agora ficara mais fácil nos encontrarmos, com você monitor será mais fácil para darmos alguns passeios noturnos...

_ não é tão fácil, se formos pegos pode ser que eu perca o meu cargo – disse Lysander – já pensou nisto por acaso? – ela revirara os olhos.

_ não, eu só estava pensando em nós dois – disse Lily – e me diz que não sente a adrenalina de fazer algo arriscado? Regras às vezes devem ser quebradas sabia?

_ você é doida – disse Lysander sorrindo fracamente.

_ mas mesmo assim você ainda está comigo – disse Lily – agora sua recompensa por ter sido escolhido como monitor – ela o beijou e ele correspondeu se sentindo ser encostado pela ruiva contra a porta fechada, o contato de ambos durou por alguns minutos em que ambos se entregaram imensamente ao beijo.

_ obrigado – disse Lysander sorrindo fracamente quando os dois se separaram.  

_ você não parece tão feliz quanto eu esperava que fosse estar – disse Lily estranhando.

_ eu e Lorcan, meio que tivemos um pequeno embate de opiniões – disse Lysander e ela o encarou como se já soubesse o que havia acontecido – é sobre o nosso pai, ele queria que eu mandasse uma carta para ele avisando.

_ e por que não fez? – disse Lily erguendo a sobrancelha e o loiro ficou calado – ainda acho que deveria tentar se dar bem com o Rolf, afinal ele é seu pai mesmo que não esteja sempre perto de você... Ele continua sendo.

_ você não entende como é – disse Lysander fazendo a ruiva bufar.

_ é, realmente não entendo – disse Lily sarcasticamente – meu pai é um auror, sabe o que isto significa Lysander? Que às vezes, a maioria das vezes, nós não o temos em casa por ele estar em missões pelo ministério, mas sempre que ele retorna estamos felizes por ter-lo por perto e por ele ter sobrevivido... Por que não pode se sentir assim pelo seu?

Lysander ficara em silencio parecia refletir sobre o que ouvira, a ruiva sabia que era difícil mudar as opiniões de alguém depois de tanto tempo em que a pessoa as mantinha. O loiro então a encarou nos olhos cor de chocolate ainda um pouco sério com o rumo daquela conversa.

_ não quero falar sobre isto – disse Lysander então se aproximando dela e depositando seus lábios novamente nos dela e a beijando mais uma vez.

_ só pense nisto, ok? – disse Lily se separando rapidamente dele então retornando a beija-lo ficando ali com ele por mais algum tempo até que escutaram alguem batendo na porta do quarto.

_ hei vocês dois – disse uma voz que ambos reconheceram como sendo a de Albus, eles abriram a porta encarando o rosto do moreno ainda, os dois ficaram um pouco encabulados por terem sido interrompidos mesmo que o rapaz parecesse não se importar muito com o casal que era formado por sua irmã e o amigo – tiveram sorte que eu tivesse me oferecido para vir chamá-los, do contrario...

_ o que você quer Albus? – disse Lily ajeitando os cabelos.

_ seria bom que descessem – disse Albus já se afastando – temos que retirar a mesa antes de irmos às compras.

_ pensei que a Sra. Longbottom tivesse dito que fariam isto sem mim – disse Lily erguendo a sobrancelha confusa.

_ certo, a verdade é que eles meio que estranharam a demora de vocês dois – disse Albus se voltando para eles – daí me mandaram vir atrás – ele começara a descer a escada.

_ vamos – disse Lysander passando pela porta.

_ você acha que o que ele disse era verdade? – disse Lily e o loiro a olhou com cara de ponto de interrogação – sobre os outros suspeitarem.

_ bem, é isto ou seu irmão estava com medo do que a gente podia aprontar – disse Lysander rindo fazer a ruiva rir também – venha – ele estendeu a mão para a ruiva que aceitou.

O casal seguiu pelo corredor de mãos dadas, só as soltando quando já estavam próximos do ultimo degrau. Os adolescentes retiravam a mesa após terem terminado o café da manhã.

Hannah havia dito as filhas e a seus amigos que poderiam ir as compras, a dona do Caldeirão Furado parecia ainda bastante feliz sobre a nomeação de Alice como monitora, pois sempre estava comentando sobre ela ser a quarta da família a possuir este cargo.

Os Potters assim como os Scamanders fizeram uma breve visita ao Gringotes para descontar alguns galeões para fazer as compras. Por sorte, Albus possuía uma copia da chave do cofre de sua família dada por sua mãe para que ele utilizasse durante a estadia dele e da irmã ali do contrario seria um pouco mais complicado para ambos comprarem seus materiais escolares.

_ eu e Augusta temos de ir ao empório de corujas, mamãe nos pediu para fazemos a encomenda de algumas bebidas que estão começando a ficar em falta na adega – disse Alice aos outros quando tinham acabado de chegar próximos do banco – nos encontramos daqui a pouco.

_ nos encontraremos aqui com vocês quando terminarmos – disse Augusta e as duas irmãs partiram deixando os amigos em frente ao Gringotes.

O banco mágico dos bruxos continuava o mesmo desde a ultima vez que Albus estivera lá. Desde o desastre com o dragão ucraniano em maio de 98, o lugar havia sido reconstruído, mas mantendo o mesmo aspecto de antes talvez um pouco mais moderno como Bill Weasley gostava de dizer.

 Um belo prédio maior que qualquer loja do Beco Diagonal, possuía praticamente toda a sua estrutura feita de mármore sustentada por colunas brancas meio tortas que faziam de alguma forma que o lugar tivesse um charme especial.  Havia uma bela escadaria e ao alto dela se encontrava dois conjuntos de portas de bronze onde um duende vestindo roupas vermelhas que pareciam com as de um porteiro abria a porta para quem quisesse entrar.

Depois delas havia mais um par de portas onde havia dois bruxos de vestes e chapéus azuis claros com varinhas no coldre do cinto, eles eram os seguranças do local e teriam que passar por eles para entrar no hall principal.

_ parados – disse um dos bruxos de azul para o grupo, então entregando algo para Albus que segurou, parecia um cetro de vidro com uma poção em cor de rosa em seu interior que subiu e desceu pelo cano voltando novamente para o fundo arredondado do objeto – você está limpo, agora você...

O segurança entregou para Lysander que estava ao lado do moreno e logo o cetro havia passado pelas mãos de cada um dos adolescentes acontecendo à mesma coisa da primeira vez que fora pego pelo Potter.

_ Obrigado – disse o bruxo azul - tenham um bom dia.

Os Potters sabiam o que era aquilo, aqueles cetros de vidro eram capazes de perceber os sentimentos da pessoa, caso a cor ficasse mais escura e transbordasse até o topo do objeto não era um bom sinal. Aquilo havia conseguido impedir vários imprevistos afinal, podia se descobrir por aqueles leitores de emoção se as pessoas poderiam ou não estar planejando algo ruim.

Eles atravessaram as portas encontrando do outro lado um grande saguão de mármore. Havia dois longos balcões de ambos os lados onde existiam mais de cem duendes sentados em bancos altos, alguns escreviam em grandes livros-caixas, outros pesavam moedas em balanças de latão, e havia ainda aqueles que examinavam pedras preciosas com óculos de joalheiro.

_ eles me deixam nervosos – Albus pode ouvir Lorcan sussurrando atrás deles – mamãe diz que a anos os duendes estão conspirando para tomar o poder dos bruxos, não é muito bom dar acesso a tanto dinheiro a eles... Eles praticamente controlam toda nossa economia.

_ Lorcan, por favor, é apenas uma lenda – disse Lysander para o irmão – não existe nenhuma chance de acontecer, temos vivido em paz com os duendes por anos.

_ mas mesmo assim... – disse Lorcan não terminando a frase.

No alto do teto havia um belo lustre de cristais que iluminava o local, o banco estava um pouco movimentado por ainda ser de manhã com os adolescentes seguindo para um dos duendes desocupados que escrevia algumas anotações em alguns pergaminhos estendidos por sua mesa.

_ com licença – disse Albus – mas eu gostaria de ver meu cofre – o duende continuava anotando sem nem se preocupar com eles – por favor, será que poderia nos ajudar? – ele pigarreara e o pequeno ser desgrudou seu nariz anormalmente grande do pergaminho e repousou a pena.

_ senhor Potter – disse o duende – creio que esteja com sua chave, não é mesmo?

_ claro que estou – disse Albus puxando das vestes a chave e a entregando ao duende que as pegou com seus grandes e finos dedos – creio que esteja tudo certo.

_ de fato, está – disse o duende entregando a chave a Albus então se virando para os gêmeos – gostariam de fazer um saque também presumo senhores Scamander.

_ sim, gostaríamos – disse Lysander entregando a chave de sua família.

Era uma chave muito parecida com a que o moreno entregara momentos atrás se não fosse pelos vários chaveiros pendurados, entre eles haviam: pinhas com purpurina, bolas de vidro decoradas e rolhas de cerveja amanteigada com bijuterias coladas, o dente de algum animal estranho e ameixas varejeiras.

O duende pareceu não estar surpreso com o tanto de adornos que havia na chave do cofre da família Scamander certamente já havia os atendido anteriormente, diferente de Albus e Lily que encararam os loiros com olhares surpresos. Lorcan ignorara enquanto Lysander sorriu tímido para o casal de irmãos.

_ mandarei um duende leva-lo aos seus cofres – disse o duende que estendeu a chave novamente para o gêmeo mais velho aceitou – fiquem perto daquelas pessoas em poucos instantes o próximo bondinho vai chegar para vocês – então tornara a sua atenção novamente para suas anotações os chaveiros fizeram um barulho parecido com um chacoalho antes que o loiro pudesse guardá-lo no bolso. 

Os quatro adolescentes foram então para o fundo do hall em que havia duas portas em ambas as paredes laterais ainda havendo no chão um conjunto de trilhos. O grupo então parara próximos dos trilhos onde pelo menos umas quatro pessoas aguardavam pelo bondinho.

Na parede em frente a eles haviam uma bela placa de bronze de baixo de um pedestal em que havia uma pela estatua de mármore de um pequeno duende de barba imensa e bengala, sentado em uma grande arca de tesouro. A placa de bronze possuía alguns versos escritos em uma grafia muito legível.

“Entrem estranhos, mas prestem atenção

Ao que espera o pecado da ambição,

Porque os que tiram o que não ganharam

Terão é que pagar muito caro,

Assim, se procuram sob o nosso chão.

Um tesouro que nunca enterraram,

Ladrão, você foi avisado, cuidado,

Pois vai encontrar mais do que procurou”.

_ eu adoro este poema – disse uma voz ao lado de Albus, viu que tratava de uma garota de cabelos negros e pele muito branca que encarava o poema atentamente na estatua – alguns falam que é uma maldição que os duendes lançaram para proteger o banco, para mim soa mais como um aviso... Você não acha?

Antes que o moreno pudesse responder, no entanto, as paredes se abriram e logo surgiu a frente deles um bondinho verde escuro que parou o grupo que aguardava teve que esperar alguns bruxos descerem antes de subirem e se acomodarem nos bancos de madeira laterais. O duende que pilotava o bondinho tocou uma sineta presa no teto do transporte antes de a porta se abrir e eles começassem a se movimentar.

O bondinho corria pelos trilhos velozmente, fazendo curvas acirradas e tudo o que se via do lado de fora eram imagens de vultos fantasmagóricos das esferas de vidro cujo interior queimava fogo verde. Era curva e mais curvas violentas que faziam o transporte sacolejar de um lado para o outro, os faróis do bondinho iluminavam o caminho mostrando a escuridão que parecia não haver fim naquele imenso túnel cheio de cavernas com suas estalactites e estalagmites.

Albus sentara de frente para a garota que lera o poema, ele não conseguia vê-la muito bem mas podia ter certeza de que era bonita pelo belo par de olhos que brilhavam de um jeito felino quando iluminados pela meia-luz dos faróis do veiculo.

Ao seu lado havia uma mulher que se supôs ser sua mãe, não dera muito bem para ver seu rosto devido ao chapéu que usava, no entanto a luz colaborara mais com a visão de Albus sobre ela. Assim como a filha possuía belos cabelos negros presos e com algumas mechas caíam em um jeito cacheado bastante charmoso possuindo belos lábios vermelhos e um queixo fino e feminino.

O bondinho fizera a primeira parada, e um casal de bruxos descera e eles seguiram o caminho novamente. Então a próxima parada foi no cofre dos Scamanders para que os gêmeos pudessem descer, e finalmente chegou a vez dos Potters que desceram e o bondinho partiu com o duende e as duas ultimas passageiras.

Antes de descer, Albus aproveitou para dar uma ultima olhada para a garota morena agora melhor iluminada pelas esferas luminosas que flutuavam em frente ao cofre de sua família, mas antes que pudesse olhá-la o bondinho já havia partido com ele tendo uma ultima visão de seus olhos felinos desaparecendo rapidamente na escuridão.

Albus então se voltou para o cofre de sua família, o numero 687 estava gravado em uma pequena placa de bronze sobre a porta. O sonserino pegou a chave e colocou na fechadura, a girando a porta se destrancou e fumaça verde escapou pelas frestas da porta de latão que se abrira. Eles então pegaram o dinheiro de que precisaram e trancaram o cofre novamente.

Não precisaram aguardar muito que logo o bondinho retornou para buscá-los, desta vez fazendo o caminho inverso nos trilhos. Os dois irmãos notaram a ausência da mãe e da filha que haviam permanecido no bondinho após eles descerem, mas os dois não perguntaram ao duende o porquê delas não estarem ali com ele.

...

Eles saíram do banco encontrando as Longbottons que as aguardavam do lado de fora do prédio, Alice estava em pé, havia se encostado no corrimão enquanto Augusta havia se sentado nos degraus da escada.

_ resolveram os problemas de dinheiro? – disse Augusta para os quatro que assentiram.

_ então aonde vamos primeiro? – disse Lorcan ao grupo.

Albus e Alice seguiram até a loja favorita da prima do sonserino que era a Floreios e Borrões para comprar os livros que seriam utilizados no próximo ano.

Lorcan fora dar uma volta dizendo que iria passar na loja de animais para comprar um remédio para seu sapo, mesmo que o moreno soubesse que ele fosse para o empório de corujas que ficava ao lado deste estabelecimento. Augusta fora comprar um caldeirão novo dizendo que o seu havia derretido no final do ultimo ano e ela tinha que devolver o que havia emprestado de Hugo.  

Lysander e Lily foram a loja da Madame Malkin para acertar o comprimento de algumas vestes que a mãe da corvina havia deixado ali há algum tempo antes de irem para a loja de penas e tinteiros que o loiro disse que precisava comprar. O grupo havia combinado de se encontrar na sorveteria antes de retornarem para o Caldeirão Furado.

Em frente a Floreios e Borrões havia para estranhamento de Albus, uma pequena banca onde estavam expostos alguns livros em uma pilha um tanto mal construída que parecia ter sido feita e refeita um monte de vezes. Ao lado dela estava seu dono, um homem de estatura mediana de corpo roliço de rosto redondo escondido atrás de uma densa barba castanha e com cabelos ondulados da mesma cor, sobrancelhas grossas e olhos azuis bastante atentos a todos ao seu redor. Vestido em vestes leves de linho que pareciam ter remendos em algumas partes, aquelas roupas deveriam ter sido brancas algum dia a muito tempo já que atualmente se encontravam amareladas e encardidas.

 _ ah, o amor uma coisa muito linda não é mesmo – disse o homem ao olhar para o casal mais especificamente para o braço de Albus que estava ao redor da cintura de Alice – sua garota parece uma garota inteligente meu rapaz, e você também que tal então obter este belo exemplar...

_ desculpe, mas eles não estão interessados – disse uma voz, e ao olharem em direção a porta o casal encontrou o rosto do gerente da loja de livros que fuzilava o vendedor com o olhar – Alice entre, enquanto você Slinkhard vou dizer pela ultima vez: saia de frente da minha loja ou irei dizer ao ministério que você está vendendo sem licença no Beco Diagonal.

_ se você tivesse aceitado vender meus livros na sua loja eu não estaria fazendo isso – disse Slinkhard grosseiramente para o gerente, nem parecendo o mesmo tom brincalhão que usara agora pouco com os adolescentes – eu sou um autor, por merlin, o que custa você expor minha obra na sua vitrine?

_ por que ninguém está interessado em lê-la, talvez? – disse o gerente – entenda de uma vez, você não tem chance, as pessoas não estão interessadas no que você escreve.

Alice e Albus seguiram em direção a entrada da loja. Então aconteceu do tal Slinkhard se jogar aos seus pés segurando suas vestes e o sonserino sentiu pena em ter-lo daquela forma como se implorasse para que ele ficasse o que era realmente verdade.

_ por favor, jovem, compre um exemplar do meu livro, talvez dois quem sabe? – disse Slinkhard – eu preciso de dinheiro... Estou com tanta fome e preciso sustentar minha garotinha.

_ você tem uma filha? – disse Albus engasgando, não estava muito convencido inicialmente, mas a idéia de uma criança estar passando fome o fazia repensar se deveria abrir mão de uns galeões por caridade.

Então o som de chorinhos caninos pode ser escutado, e debaixo da mesa surgira um cão de pelagem malhada de branco e marrom com o rosto enrugado e carrancudo, focinho achatado, patas arqueadas e um corpo roliço. Vendo melhor aquele cachorro se assemelhava muito ao dono.

_ não é bem uma filha, se me entende... Mas é como se fosse – disse Slinkhard se agachando ao lado da fêmea de buldogue inglês e fazendo um cafuné e sua pelagem enquanto ela lambia seu queixo quase chegando aos lábios, o que fez com que Alice fizesse uma feição de nojo para o beijo canino – essa gracinha se chama Ginger.  

_ bem, nós realmente precisamos comprar nossos livros – disse Albus – se sobrar algum dinheiro, eu retorno e conversamos sobre eu comprar um exemplar.

Aquelas palavras pareceram fazer os olhos de Slinkhard marejarem de felicidade, talvez pelo simples ato de alguém falar que compraria uma obra sua o que fez com que o moreno pensasse como seria caso ele realmente fosse comprar o livro. O que estava quase fazendo por ter a droga de um coração mole.

O gerente da Floreios e Borrões os colocaram para dentro da loja. Fechando a porta atrás de si, pelas vitrines podia ainda se ver o vendedor de livros andando de um lado para o outro abordando pessoas que passavam pela rua para oferecer seu trabalho, mas poucos realmente paravam para ouvi-lo.

_ pobre homem – disse Alice podia se ver que também ficara sentida.

_ por que você não pode dar a ele uma oportunidade de que ele venda seus livros em sua loja? – disse Albus falando para o gerente, tentando ser calmo mas a imagem do bruxo pedindo que ele comprasse um de seus livros para que pudesse alimentar sua cadela ainda estava em sua mente e estava sendo difícil se manter tranqüilo frente a raiva que estava tentando sair.

_ mesmo se deixasse, seria inútil – disse o gerente – meus clientes não comprariam livros dele... – ele acabou por ser interrompido pela lufana.

_ nós compraríamos, e vamos comprar-lo – disse Alice então se virando para o namorado - vamos comprar um livro, não vamos? – o moreno sorriu com a pergunta, era notável que ela também havia ficado do mesmo jeito que ele.

_ claro – disse Albus automaticamente.

_ se soubessem o conteúdo deles não diriam isto – disse o gerente - eu sei, pois li quando ele fez a proposta para que eu os expusesse na minha loja... e devo dizer que é uma perda de tempo para qualquer um ler algo daquele tipo, teria uma fila de pessoas querendo devolver.

_ não podem ser tão ruins, e mesmo que sejam seria um ato de caridade o faze-lo – disse Albus – não posso ignorar o fato de que ele é alguém que precisa de ajuda.

_ eu sabia que vocês cairiam no truque dele – disse o gerente - não posso impedi-los de cobrar os livros dele, podem fazer isto se quiserem, mas deveria alertar-los de quem realmente é Slinkhard – o bruxo então retornara para o balcão – ele pode parecer um pobre coitado que não teve sorte na vida, mas não é bem assim.

_ o que quer dizer? – disse Albus se aproximando do balcão com a morena ao seu lado.

_ vocês devem não devem ter ouvido falar de Wilbert Slinkhard não? – disse o gerente e ambos os adolescentes balançaram a cabeça negativamente – ele foi o autor de a Teoria da Magia Defensiva, um livro teórico que ficou famoso e bastante polemico na época que foi lançado.

_ eles são a mesma pessoa? – disse Alice.

_ ah não, Wilbert morreu há vários anos – disse o gerente - pois bem aquele ali é filho dele, seu nome é Wilbur Slinkhard e herdou a habilidade do pai para escrever livros cheios de tédio sobre um assunto que com toda a certeza venderia feito água se fosse um pouco mais útil... Mas diferente do pai ele não teve sucesso em suas obras – ele começara a abrir algumas caixas de livros novos que flutuavam magicamente para as estantes com um movimento de varinha – nem precisava, o velho era mais talentoso e ajuizado investindo o dinheiro e construindo um belo império para o garoto que estragou tudo.

_ como ele pode ter estragado tudo? – disse Albus sem entender.

_ vocês certamente devem imaginar como um jovem sem juízo algum age quando tem uma fortuna gorda para gastar sem qualquer um que lhe imponha limites – disse o gerente – pois com Wilbur não foi diferente, ele se envolveu com varias coisas ruins – ele tocara na caixa em que estiveram os livros e a fizera desaparecer – devo dizer que ele torrou sua grana na Travessa do Tranco com bordeis e cassinos... – ele foi interrompido pelo moreno.

_ espere, existem coisas deste tipo na Travessa do Tranco? – disse Albus chocado, ele esperava somente coisas de magia negra naquele lugar como seu tio Ron costumava falar que o lugar era um parque de diversões para bruxos das trevas. Infelizmente sua pergunta resultou em um olhar cético de Alice como se ele tivesse perguntado algo estúpido.

_ sim, existem – disse o gerente – até demais se quer saber – ele suspirou – enfim... ainda suspeito que Wilbur além de gastar sua grana com estas coisas também acredito que ele acabou por se viciar em poções alucinógenas mas não posso ter certeza...mas sei que jogos de azar acabaram por tirar dele quase tudo que tinha.

_ isto é horrível – disse Albus, mas aquilo ainda não o fazia julgar Wilbur Slinkhard como uma pessoa má era apenas alguem que tinha tomado decisões erradas.

_ é, realmente horrível – disse o gerente se virando para Albus – mas é ai que começa a ficar interessante, o Slinkhard desapareceu por algum tempo... Dizem que foi ameaçado por suas dividas nos cassinos da Travessa do Tranco, outros falam que ele levou uma surra e foi posto para correr do país por alguns outros jogadores que o pegaram roubando em um jogo de dados – ele fizera uma pausa como se esperasse algum comentário – a verdade é que ele retornou alguns dias se dizendo re-estabelecido, claro que eu não acreditei... Falou que viu a luz e se conectou com o universo descobrindo a verdade sobre a magia que ninguém nunca viu além de seu pai.

_ por onde ele andou? – disse Alice.

_ ninguém sabe – disse o gerente – nem ele quis dizer, mas surgiu com esse papo muito pacifista se quer saber então ele colocou suas nesse tal livro que tinha escrito e pediu que eu os colocasse para a venda... Quando me recusei ele ficou furioso e na manhã seguinte minhas vitrines apareceram quebradas e o lugar todo destruído...

_ eu me lembro disto – disse Alice parecendo recordar o acidente – mas você acha que foi ele que fez isto?

_ tudo indica que sim – disse o gerente – mas quando relatei o fato aos funcionários do ministério eles me perguntaram de como posso ter certeza, se não estava aqui? O que importa é que não se enganem pelo rosto de bom moço ou pobre coitado daquele idiota... Ele pode ser muito traiçoeiro então não gastem seus galeões com qualquer coisa que ele lhes oferecer.

Albus ficou pensativo bem como Alice. Toda aquela historia fora bastante tensa, o suficiente para causar neles certo desconforto o que foi quebrado quando o gerente perguntou o motivo de estarem ali.

O casal entregou a lista ao gerente da loja que os felicitou dizendo que era um dos primeiros alunos a aparecerem ali para as compras, indo então buscar os livros que estavam marcados no pedaço de pergaminho enquanto os adolescentes iam se aventurando em meio as estantes da loja atrás de qualquer coisa que pudesse lhes chamar a atenção. Alice decidiu então quebrar o silencio que se instalara sobre eles ao falar algo que queria dizer para o moreno desde aquela manhã.

_ desculpe se achei que você era monitor – disse Alice chamando a atenção de Albus que parecia bastante distraindo lendo um exemplar de um livro que falava sobre transfiguração.

_ não tudo bem – disse Albus não desviando os olhos do livro.

_ não, é serio – disse Alice – eu fiquei feliz por pensar que poderíamos passar mais tempo juntos se fossemos monitores, sabe ás vezes não é obrigatório fazer rondas com o seu companheiro de casa.

_ duvido que eles fossem nos deixar ficarmos sozinhos sabendo que somos namorados – disse Albus colocando o livro de lado e a fazendo rir com o que dissera.

_ nem tanto, afinal se lembra de como era com Molly e Frank e mesmo assim ambos eram monitores e da mesma casa – disse Alice – acha que Lysander ficou chateado de eu pensar que você foi o escolhido?

_ não, acho que ele compreendeu muito bem – disse Albus – mas não sei o porquê pensou que talvez eu fosse ser o escolhido, afinal não sou tão bom aluno assim...

_ não seja modesto, quem não te conhece e o ouve falando pensa que tem dificuldade em alguma matéria – disse Alice – suas notas são boas, algumas mais do que outras, lógico... Mas você está dentro da media, e seria um ótimo monitor se quer saber.

_ isto não é para mim, nunca fui à pessoa que a maioria das pessoas pudesse respeitar – disse Albus – nem sei se me sentiria agradável, afinal é muita responsabilidade.

_ é, é sim – disse Alice – ainda bem que não está chateado de não ter sido o escolhido, o que acho que a maioria achou que fosse acontecer... Afinal é o Slughorn o diretor da sua casa e ele adora você, acho que se dependesse dele te faria monitor e capitão de quadribol ainda no primeiro ano – ela riu sendo acompanhado pelo namorado. 

_ levando em consideração que ele passou boa parte do primeiro semestre em cativeiro enquanto comensais da morte se passavam por ele em Hogwarts, acho isto um pouco difícil – disse Albus rindo ainda então o riso morreu aos poucos.

_ o que houve? – disse Alice confusa com a expressão do namorado.

_ é que eu me lembrei do meu encontro com o Lestrange durante a copa de quadribol – disse Albus, ele já havia confidenciado isto antes para a namorada a algumas noites atrás e mesmo que ela achasse que não era verdade o que o comensal da morte havia dito e tudo não passasse de um truque para deixar o moreno preocupado, isto não tirava da cabeça do sonserino de que poderia ser verdade.

_ não deveria, devia procurar esquecer aquela noite mesmo que seja horrível demais para se apagar da mente – disse Alice suspirando enquanto pegava não mão do moreno.

_ eu sei, é que... – disse Albus – você pode pensar que seja mentira Alice, mas eu não consigo... Aquilo era um aviso e foi por conta deste aviso que ele foi abandonado e preso.

_ não pode pensar que realmente tem alguma coisa haver com a prisão daquele comensal da morte – disse Alice – é tão doentio quanto se culpar pela morte do septanista – ela então viu a face de se fechar, percebendo que não tinha sido a melhor tentativa de acalma-lo – me desculpe, eu não queria dizer isto... 

_ Yan estava sobre a maldição imperius, ele era tão inocente quanto qualquer um de nós lá – disse Albus respirando fundo – sendo usado por eles para ferir os outros.

_ sim eu sei, me desculpe – disse Alice sem jeito.

_ tudo bem, não foi sua intenção – disse Albus – eu sei que foi um acidente, não havia como eu saber... Não fui eu que o empurrei, não é mesmo?

_ é, não foi – disse Alice.  

_ isso, no entanto não se aplica ao meu outro problema – disse Albus, ela então soltou a mão dele e colocou as duas mãos em sua cintura numa feição seria como se não estivesse feliz com o que acabara de ouvir.

_ não prossiga está bem? – disse Alice – você sabe que não tem nada haver com o que aconteceu com aquele comensal da morte idiota.

_ eles descobriram, ele descobriu e abandonou o Lestrange... – disse Albus - o entregou aos aurores para que assumisse a acusação de líder, sendo que ele não é... Sendo que o verdadeiro culpado ainda está por ai. 

_ parece até que se importa com o que pode acontecer com o comensal da morte como se tivesse se afeiçoado a ele – disse Alice – mas se esquece de que ele ainda mesmo que não seja o líder é culpado de participar daquela sangria bem como de vários outros eventos que não sei se você se lembra, alguns nós participamos e até mesmo lutamos contra eles...

Albus ficara em silencio. Ele sabia que Alice não iria compreendê-lo por mais que tentasse explicar, a verdade era que agora compartilhava com Rodolphus Lestrange uma divida de vida quando o comensal da morte o poupara da morte, agora eles tinham isto que era uma espécie de laço que os unia até que ele retribuísse o ato. E também havia o fato de que ele sentia algo de bom vindo de Rodolphus Lestrange, o simples fato de poupá-lo indicava que ainda havia alguma humanidade nele.

_ eu não estou dizendo que ele seja inocente, estou apenas... – disse Albus, mas foi interrompido.

_ se sentindo culpado por ele ter sido acusado de algo que não é, sim você já me falou isto – disse Alice zangada – assim como também falei a você para que não ligasse e deixasse que os aurores fizessem o trabalho deles em paz, e outra... O que lhe garante que não é um plano deles? Vai ver ele queira que o Lestrange esteja em Azkaban por algum motivo, já pensou. 

_ eu não sei... – disse Albus pensativo -  acho que não é isto.

_ Albus, eu sinceramente te amo muito e você sabe disto – disse Alice tentando ficar calma – mas à verdade é que eu detesto o modo como você se culpa pelas coisas ruins que acontecem às vezes... E o modo como se torna paranóico se preocupando com tantas coisas...

_ me desculpe – disse Albus desviando os olhos – eu não queria ser assim, mas não posso evitar – ele a encarara – é um dos maus de ser um Potter...

_ assim como o sentimento de sempre carregar o peso do mundo nas costas – disse Alice suspirando – eu sei como é, meu pai me contou o tanto de responsabilidade e pressão que se pai sentia bem como a péssima mania de se importar tanto com as pessoas que ele passou para os filhos – ela colocou os braços ao redor do pescoço dele – mas quero lembrá-lo Al, para que se preocupe apenas com aquelas que valem à pena... Com aquelas que gostam de você enquanto ainda estamos aqui – ela se aproximou de sua orelha e sussurrou o resto – se preocupe comigo, tanto quanto eu sempre me preocupo com você.   

_ é eu sei... – disse Albus sorrindo – vou tentar, prometo – ele sorriu antes de se aproximar para beijá-la, no entanto quando mal haviam tocado os lábios um do outro.  

_ pensei que só a minha irmã achava livros excitantes – disse uma voz atrás deles – não acreditava que fosse encontrar logo vocês se pegando no meio de livros, achei que isso fosse apenas para nerds – o som de algo pesado como algum livro se chocando contra algo, que o moreno sabia ser a parte de trás da cabeça de certo corvino mesmo sem estar olhando – Droga Rose...

O casal então se virou não foi surpresa para eles encontrarem pouco além de algumas estantes de livros Hugo e Rose, sendo que o ruivo ainda massageava a nuca com uma feição de raiva em direção a irmã mais velha. Pelo que parecia já estavam ali há algum tempo depois de um questionamento do moreno de como os dois primos tinham chegado sendo que não tinham passado pelo Caldeirão Furado e a explicação de que a mãe deles havia aparatado com eles e os deixado ali antes de seguir para o ministério.

_ hei Rose, dá uma olhada nisto aqui – disse Alice mostrando seu distintivo de monitora fazendo a ruiva vibrar e abraçar a amiga.

_ meu merlin Alice, isto é incrível – disse Rose impressionada, então olhou para o primo como se esperasse algo mais como um outro distintivo ou algo assim.

_ o Lysander recebeu a insígnia da sonserina – disse Albus fazendo a ruiva sorrir, afinal o loiro era um grande amigo dela enquanto o irmão dela revirou os olhos ao ouvir o nome do sonserino.

_ isto mesmo, dêem mais poderes para os sonserinos metidos a sabichões – disse Hugo amargamente, mas dava para perceber certo ciúme em sua frase.

_ eu tinha até me esquecido de que era este ano que os monitores eram escolhidos – disse Rose ignorando o que o irmão dissera. 

_ ainda bem que não sou o único – disse Albus sorrindo.

_ O meu esquecimento é compreensível por estar retornando para Hogwarts neste ano e lá em Beauxbatons os monitores são escolhidos no quarto ano – disse Rose – ainda assim... – ela se voltou novamente para a lufana – estou muito feliz por você Alice, creio que será uma bela experiência e que te trará momentos muito bons e muito trabalho e responsabilidade com toda a certeza.

_ você também merecia ser escolhida para ser monitora – disse Alice fazendo a ruiva sorrir tristemente, parecendo um pouco sem jeito.

_ é que... Bem, eu acredito que meu intercambio tenha meio que afetado na minha escolha – disse Rose – mas eu não me importo sabe? Quero dizer, é apenas um titulo, não é algo que realmente possa fazer diferença, porque não faz nenhuma diferença para mim... É só mais trabalho, e eu realmente não iria querer algo assim bem no ano dos exames dos Noms.

Albus sabia que não era verdade, sabia que a prima estava um pouco abalada com o fato de não ter sido escolhida. Afinal seus pais haviam sido monitores, sua mãe chegara a ser monitora-chefe quando cursara o ultimo ano então era mais que compreensível o fato de se sentir meio rebaixada por não ter sido escolhida para o cargo.

_ então era por conta disto que estavam discutindo, por causa da escolha da Alice para monitora? – disse Hugo para tirar as atenções da irmã – claro que estavam prestes a se beijar para por fim na discussão não é?

_ desculpem pelo corta clima idiota que é meu irmão – disse Rose dando uma cotovelada no braço do corvino – acredito que ele esteja arrependido pelo que fez, não está?

_ é, é... Estou sim – disse Hugo sem muita convicção – onde está a Lily? Pensei que ela estaria aqui com vocês, ela ficou no Caldeirão Furado por acaso?

_ não, ela também saiu para fazer as compras – disse Albus colocando as mãos nos bolsos - deve estar na Madame Malkin com os outros, ou em algum outro lugar.

_ certo, acho que vou atrás dela – disse Hugo – tenho mesmo que passar por lá para ver algumas vestes minhas, tenho que alongar as pernas e mangas delas... Mamãe diz que estou crescendo muito rápido.

_ é, dá para notar – disse Albus seriamente, afinal seu primo era mais novo que ele dois anos e tinha pelo menos um palmo a mais em altura que o moreno.

O gerente chamou por Alice pelo primeiro nome, o que foi meio estranho para o moreno inicialmente até se tocar de que deveriam se conhecer a anos afinal a lufana fora criada no Beco Diagonal desde pequena. A morena e os ruivos foram pegar os livros enquanto o sonserino retornava para as estantes para que pudesse retornar o livro que ainda estava em suas mãos de volta para seu lugar.

_ sabe, não importa o que sua namorada diga acredito que esteja certo em se preocupar – disse uma voz que fez o moreno se virar em busca de seu dona encontrando a mesma garota do Grigontes, o sonserino pode reconhecer sua voz que ouvira a pouco mais de uma hora.

Ao se voltar para trás, pode encarar uma garota não mais velha que ele próprio. Ela era bonita, não tinha melhor maneira de descrevê-la quando a garota lhe lançou um sorriso.  Cabelos negros caídos sobre os ombros, uma pele bastante pálida, de rosto bem feito com traços delicadamente femininos e incríveis olhos negros como um céu noturno também estando vestida em um conjunto de vestes bruxas bastante refinado com tons negros se misturando ao negro de um modo elegante. Até então ela estava encostada em uma das paredes lendo um livro, mas deveria estar ali há muito tempo o suficiente para ouvir toda a discussão com Alice.

_ você não sabe de nada – disse Albus seriamente.

_ sei mais do que você pensa – disse a garota.

_ desculpe – disse Albus tentando ser educado – mas acho que não nos conhecemos.

_ é eu sei que não – disse a garota antes de fechar o livro – mas quem sabe isto não mude, até mais Al.

A garota então saira deixando para trás um garoto totalmente confuso. O que havia sido aquele sorriso final antes dela sair pela porta? Não conseguia compreender, quem seria aquela garota que o deixara daquele jeito tão misterioso sem nem ao menos dizer seu nome. E o pior de tudo como ela poderia saber o seu apelido? Era estranho que ele pudesse simplesmente estar ficando paranóico com o fato de uma garota simplesmente aparecer e o deixar daquela forma.

_ Albus – disse Alice fazendo o namorado se virar – o que estava olhando?

_ nada – disse Albus automaticamente, ainda olhando para a vitrine onde ainda podia ver a garota cruzando a rua em meio às pessoas que estavam começando a encher o lugar para poder chegar até a mãe, uma mulher vestida em vestes de veludo vermelho e chapéu de bruxa.

_ certo, então... Olha, acho que deveríamos continuar as compras – disse Alice – estamos perdendo tempo por aqui – ela então entregara algumas sacolas para o moreno que assentiu enquanto seguia a namorada e os primos para fora da loja pela outra saída oposta a que a garota misteriosa havia saído.

Foi então que saíram da loja encontrando com um desesperado autor tentando salvar seus livros de uma chuva repentina que caia de uma nuvem pequena que parecia simplesmente chover sobre sua pilha de exemplares. Mais adiante pode ver um grupo de adolescentes rindo enquanto uma deles apontava a varinha para a nuvem rindo como nunca.

Albus reconheceu o grupo como dos alunos de Hogwarts formados pelas gêmeas Carrows (sendo que uma delas era quem empunhava a varinha que conjurara a nuvem de chuva) com alguns garotos entre eles estavam Vincent Goyle e Augustus Dolohov, o primeiro um quintanista e outro sextanista e mais três garotos septanistas que o moreno conhecia apenas de vista.

Era uma gangue enorme de alunos de sua casa aprontando no Beco Diagonal. Albus odiava aquele tipo de gente que sujava a reputação dos sonserinos em Hogwarts e saber que também aprontavam fora da escola fazia com que sentisse mais raiva deles. Alice percebeu a raiva de seu namorado e pegou em seu braço o impedindo de agir, o casal ao lado dos dois irmãos ruivos ajudaram o autor a salvar o que restara de seus livros.

_ oh, muito obrigado meus queridos, muito obrigado realmente por isto – disse Slinkhard cansado enquanto os jovens o ajudavam a proteger sua obra de arte então guardando em uma espécie de carrinho que havia atrás da Floreios e Borrões.

_ não há de que, não podíamos deixá-lo lá daquela forma sem ajudar – disse Rose sorrindo, a ruiva assim como os outros estava completamente molhada.

_ a poderíamos sim – disse Hugo resmungando consigo mesmo atraído olhares dos outros – só não seria o certo a se fazer – corrigiu rapidamente.

_ espere meus queridos, peguem isto aqui – disse Slinkhard dando aos adolescentes alguns exemplares menos danificados de seu livro – por que não levam estes com vocês? Como um presente de agradecimento.

_ o senhor é muito gentil, mas nos realmente não poderíamos – disse Albus começando, mas o homem insistiu.

 O autor de vestes ensopadas, com os cabelos empapados e escorridos no rosto sorriu em agradecimento fazendo com que cada um ganhasse um exemplar do livro de capa cinza-azulada de titulo “O Estudo Teórico da Magia Defensiva – por Wilbur Slinkhard” havendo uma bela foto do autor na contracapa que nem de longe se assemelhava ao que estava à frente deles, certamente uma foto bem antiga já que o bruxo não ostentava a barba castanha em seu rosto, o cabelo estava mais curto e bem cuidado. 

Na mesma noite quando o grupo ainda com Hugo e Rose retornaram para o Caldeirão Furado após terem feito suas compras acabaram por encontrar um jantar especial assim como uma bela faixa decorativa com os dizeres “Parabéns a nossos novos monitores: Alice e Lysander”.

 O pub estava cheio com algumas pessoas conhecidas outras nem tanto. Dos conhecidos de Albus estavam: Fred e Roxanne com os tios George e Angelina bem como também estavam ali Dominique e Warren Krum que se encontravam ao lado dos namorados.

Molly já estava lá por um bom tempo pelo que parecia já que ajudava sua sogra a colocar a mesa e a distribuir as bebidas, função em que assim que chegou Augusta fora obrigada a ajudar. Luna Scamander já estavam lá e cumprimentava o filho o felicitando.

_ por que a Alice não ajuda? – disse Augusta olhando a irmã com um olhar serio enquanto aceitava a bandeja com as bebidas.

_ porque a festa é dela, isso é simples – disse Hannah seriamente para a filha caçula que bufou indignada indo atender uma das mesas ali próxima.

Albus não pode deixar de sentir pena da cunhada, acabando por se oferecer para ajudá-la o que parece ter agradado no humor da lufana que pelo menos parou de franzir a cara como fazia anteriormente. Enquanto servia algumas pessoas passara perto de onde estava Lysander e sua família acabando por estender a bandeja de bebidas para eles com Lorcan e Lily aceitando dois cálices e o agradecendo enquanto Luna e o outro filho trocavam um dialogo que o moreno só pegara o final.

_ espero que goste – disse Luna estendendo um pequeno embrulho ao filho que o pegou e desfez o no que fechava a caixa a abrindo, revelando ali uma pedra esponjosa e irregular do tamanho de um pomo de ouro – é para sua proteção, carregue sempre no seu bolso que nenhuma criatura da noite vai se aproximar de você durante as rondas noturnas.

_ é legal mãe, mas o que tem de especial em uma pedra? – disse Lysander ainda encarando o presente, tentando ser o mais delicado possível em suas palavras.

_ não é uma pedra qualquer, é um pedaço de pedra da lua – disse Luna sendo que Lorcan soltou uma exclamação de surpresa quando ela falou aquilo, ele engasgara com sua bebida, e após se recuperar de um ataque de tosse conseguiu se pronunciar.

_ nossa, eu nem sabia que tínhamos uma em casa – disse Lorcan com os olhos na pedra – você me deixa dar uma olhada? – Lysander estendeu a pedra para o irmão que pegou com as duas mãos como se fosse realmente valioso.

_ é uma coisa que pertencia à avó de vocês – disse um senhor que até então Albus não havia notado a presença, o velho bruxo pegara uma taça de licor com uma mão que o moreno notou estava repleta de anéis estranhos – ela foi monitora da corvinal sabem? E nunca sofreu qualquer ataque noturno durante sua função então acredito que funcione e seja realmente verdadeira.

Albus teve então a oportunidade de conhecer o avô materno dos gêmeos, um senhor de nome Xenophillius Lovegood que por mais que o moreno conhecesse o jeito de Lorcan e de sua mãe ainda assim se surpreendera com aquele homem afinal nunca poderia entender como uma pessoa podia ser tão cheia de excentricidade com suas vestes cor de beterraba berrante bem como as coisas que dizia.

_ Albus, acredito que ainda não teve a oportunidade de conhecer meu avô – disse Lorcan vendo o olhar estranho que o moreno lançava ao velho bruxo meio estrábico, mas pelo tom de voz não parecia se importar – vovô Lovegood este é nosso amigo...

_ oh, claro... Albus Potter – disse o velho Lovegood estendendo a mão ao rapaz que o cumprimentou com a que estava livre - como não conhecer-lo depois de tanto ouvir os meninos falando de você.

Também apareceram por ali alguns parentes distantes dos longbottons como a bisavó de Alice e seus irmãos, uma senhora que usava um chapéu de bruxa com um abutre empalhado bem como uma pele de raposa e que parecia gostar de implicar com os bisnetos especialmente com Augusta talvez por ela possuir seu nome.

Podia se ver nos olhos da terceirista Lufana que ela não estava gostando nem um pouco do discurso da velha bruxa sobre como ela deveria tentar algo realmente importante para que acompanhasse seus irmãos ou questionando porque ela não podia ser como Alice. E o tio-avô Algie que gostava de contar historias embaraçosas de seu sobrinho-neto Neville a quem quisesse ouvir. 

Frank aparecera por lá, depois de seu plantão no St. Mungus e mesmo cansado lançou um sorriso e cumprimentou a todos ali com educação se metendo no meio delas em conversas animadas e respondendo as perguntas sobre seus tempos de monitoria a Alice. Ernie Macmillan, um dos medibruxos que foram responsáveis pela cirurgia e recuperação de James apareceu por lá certamente por ser convidado de Hannah já que ambos pareciam estar em uma conversa agradável sobre quando foram monitores da Lufa-lufa juntos.

_ infelizmente Morgan não foi escolhido monitor – disse Ernie Macmillan – ia ser interessante a idéia de nossos filhos dividirem esse posto como foi com nós dois.

_ é uma pena realmente, mas pelo que ouvi de Alice parece que seu garoto esta montando um bom time da Lufa-lufa para o campeonato de quadribol – disse Hannah.

_ sim, ele está fazendo isto – disse Ernie aceitando uma taça da bandeja de Albus – sabe meu casamento pode não ter dado muito certo como o seu e o de Neville, mas não me arrependo sabe? Minha esposa meu deu meus filhos e sempre serei muito agradecido por ter Gwen e Morgan.  

_ e Lauren – disse Hannah – por onde anda?

_ Lauren se casou novamente a alguns meses atrás – disse Ernie – está em lua de mel com o marido novo em algum lugar das ilhas canárias, ele é trouxa até onde sei mas estranhamente aceitou muito bem o fato dela ser uma bruxa.

_ você está bem com isso? – disse Hannah parecendo solidária.

_ poderia estar pior, mas a verdade é que eu não amava tanto Lauren quanto ela merecia – disse Macmillan – talvez porque não pudesse esquecer uma garota que conheci há muito tempo atrás ainda em Hogwarts – ele sorrira levemente para Hannah que pareceu um pouco corada com aquilo.

Albus sentiu meio desconfortável com a forma como o medibruxo se dirigia a dona do Caldeirão Furado, talvez sentisse como se em seu tom de voz houvesse algum flerte disfarçado ou algo assim. Então decidiu por sair dali antes que percebessem que ele estava muito perto para escutar-los. Scorpius apareceu por lá depois de um tempo, ele felicitou os amigos pelas suas escolhas e brincou com Lysander sobre terem uma vantagem no próximo ano letivo.

_ com você como monitor não precisaremos nos preocupar com sermos pegos em passeios noturnos, se é que me entende – disse Scorpius sorrindo lançando um olhar cúmplice para os amigos.

Desde que haviam retornado para Hogwarts no quarto ano, os amigos no geral usavam suas habilidades animagas para explorar os terrenos da escola durante a noite sempre que se viam em uma noite livre e sem tanta agitação. Por vezes acabaram por sendo pegos, mas eram raras as ocasiões e valia o risco.

_ como se eu fosse tirar vantagem do meu cargo, ou fechar os olhos para o que algum de vocês fosse fazer algo errado – disse Lysander tentando disfarçar, afinal às pessoas poderiam perguntar sobre que passeios noturnos eram aqueles.

_ achei que fosse, mas olhe pelo lado bom – disse Scorpius – pelo menos não foi o Zabini a ser escolhido para monitor, já pensou ele tendo esse poder sobre os alunos?

_ e se fosse outro de vocês a ter sido escolhido? – disse Rose se metendo na conversa.

_ não, ser monitor não é algo que estava entre meus planos, para dizer a verdade sempre soube que quem seria o escolhido era o Lysander – disse Scorpius – ele é o mais certinho de nós quatro, e vamos falar serio... Se dentre nós não saísse o monitor quem iria ser? Zabini, Nott ou Goyle... Alguém imagina o Goyle como monitor por acaso? – os rapazes riram, é realmente era uma imagem difícil de imaginar.

_ você é tão cruel Malfoy – disse Rose bufando mesmo que houvesse a sombra de um riso em seus lábios – certo que Goyle não é dos mais espertos, mas não é motivo para zoá-lo desta forma.

_ oh, merlin Weasley não proteja aqueles idiotas – disse Scorpius irritado – como se algum dia algum deles tivesse sido agradável com você – a ruiva ficara calada depois desta.

_ eu ainda acho que talvez Nott desse um bom monitor – disse Albus – não temos muito contato com ele, então não podemos ter certeza sobre isto... Mas sempre me pareceu um cara bem centrado tanto quanto o Lysander.

_ nem pensar, alguém que anda com o Zabini não poderia ser monitor nunca – disse Scorpius bufando – não havia escolha melhor do que Lysander, ele sim merece este titulo desde o primeiro ano... – ele levara a garrafa de cerveja amanteigada a boca -  quem sabe o que aconteceria caso o Nott fosse escolhido, ele pode parecer inofensivo mas dê poder a uma pessoa que você logo saberá quem ela realmente é, meu pai sempre falou isto para nós.

_ obrigado Scorpius – disse Lysander sorrindo levemente para o amigo.

_ isso também vale para você, vê se não esquece os amigos por causa da sua nova função senhor “agora posso tirar alguns pontos caso saia da linha” – disse Scorpius fazendo os amigos rirem.

_ talvez o poder subisse a sua cabeça caso fosse eleito monitor – disse Rose provocando – quem sabe foi um dos motivos negativos contra você que o fez não ser escolhido, já pensou nisto Malfoy?

_ e por que está dizendo isto Weasley? – disse Scorpius no mesmo tom de desdém que a ruiva usara - Como se você fosse ser uma monitora modesta não é?

_ hei, os dois sem brigas – disse Neville escutando a conversa, o casal trocou um olhar maroto dentre eles e os amigos que sabiam que aquelas provocações não eram para valer, mas como diziam tudo para manter as aparências.

Podia se ver que ambas as famílias Longbottom e Scamander haviam trabalhado para felicitar seus filhos por terem sido escolhidos para os cargos, como foi notável que Luna e Hannah haviam trabalhado em conjunto na ceia daquela noite.

Após o termino das comemorações, as pessoas foram se dissipando sem deixar de antes felicitar os dois monitores. O ultimo a sair do pub foi Scorpius que pegou a rede de flu de volta para a casa de sua família. As chamas verdes devoraram seu corpo antes que ele se sentisse sendo sugado através da chaminé tendo como ultima visão o Caldeirão Furado com o rosto de seus amigos em especial Rose o encarando partir.

Ao chegar a mansão de sua família, saiu pela chaminé da sala de estar. Um grande cômodo com as paredes verdes pálidas e pesadas cortinas de veludo chumbo cobrindo as grandes janelas do lugar, havia velas em castiçais prateados iluminando as poltronas largas de couro de dragão que estavam a muitos anos na família bem como os criados-mudos de cada lado dos sofás, a mesinha de centro e as estantes de mogno com livros e os quadros cuja maioria de seus ocupantes pareciam adormecidos. Num relógio de pendulo que havia em um dos cantos da sala pode ver que naquele horário certamente todos já se encontravam adormecidos em seus quartos.

O loiro saira da lareira, deixando no tapete da sala as cinzas conforme a cada passo que dava em direção as escadas sendo que para iluminar seu caminho havia acendido a ponta de sua varinha enquanto subia os degraus tentando não fazer barulho que pudesse denunciar que apenas àquela hora estava chegando.

Quando já se encontrava a caminho de seu quarto por um dos corredores, encontrara o que parecia uma luz vinda de um dos cômodos da casa. Ao se aproximar pode perceber que a luminosidade estava vindo de sua sala de musica que se encontrava ao final daquele corredor.

Ao se aproximar abriu a porta o suficiente para perceber que a luz vinha de dentro de um vidro onde havia uma chama esverdeada que flutuava, além disso, pode escutar algo que antes não estava ouvindo ao o que parecia o som indicava ser um instrumento de cordas que ao olhar melhor encontrara sentada num espaço que havia na janela como se fosse uma pequena varanda.

Sentada ali, tocando o violão se encontrava uma garota muito bonita com belos cabelos negros, ela estava concentrada tocando as cordas que nem percebera a presença do loiro até que ele estava próximo o suficiente dela a ponto de bloquear a luz que iluminava o quarto. Ao perceber a presença do garoto a morena desviou seus olhos por alguns instantes do instrumento e lançara ao rapaz um sorriso.

_ olá, há quanto tempo Scorpius – disse a morena enquanto o loiro se sentava a sua frente enquanto ela retornava seu olhar para as cordas.

_ deveria dizer o mesmo prima – disse Scorpius fazendo a garota sorrir – o que fazem por aqui ainda? Pensei que você e sua mãe iriam partir novamente.

_ ela mudou de opinião, parece que quer permanecer na Inglaterra por um tempo – disse a morena – e adivinha só, sua mãe conseguiu convence-la a me deixar freqüentar Hogwarts com você...

_ isso sim é surpreendente – disse Scorpius se encostando a parede – esse ano já começou a ficar interessante, vai adorar Hogwarts tenho certeza de que se dará muito bem naquela escola.

_ creio que sim – disse a garota – então estava com sua namorada até esta hora? – ele pareceu relativamente surpreso pela revelação da garota – ah... Vamos, sabe que não sou nenhuma tonta e percebi pelo modo como tem agido que deveria existir alguém lhe fazendo feliz.

_ você está certa Dakota – disse Scorpius puxando algo de um dos bolsos do casaco e estendendo a morena, era uma fotografia que Alice havia tirado dele com a namorada no dia em que Rose retornara – esta é a melhor garota que já conheci.

_ assim me sinto um pouco rebaixada – disse Dakota risonha – ela parece uma garota bastante interessante, e é bem bonita também... – ela entregou a foto ao primo – espero que não se decepcione com ela.

_ você não a conhece, ela é muito especial – disse Scorpius sorrindo enquanto guardava novamente no bolso com cuidado a fotografia de sua amada – poderia ter conhecido ela esta noite se tivesse ido comigo na festa.

_ sabe que não gosto de chegar a um lugar sem ter sido convidada antes, seria indelicado de minha parte – disse Dakota parando de tocar e repousando o instrumento sobre suas pernas cruzadas – mas quando eu estive no Beco Diagonal acabei por encontrar seus amigos...

_ meus amigos? – disse Scorpius.

_ os reconheci de fotos que havia em seu quarto – disse Dakota – os gêmeos não me viram, nem qualquer das garotas que estavam com eles, mas acabei por trocar algumas palavras com Albus.

_ e o que você achou dele? – disse Scorpius se inclinando para frente interessado no que a prima tinha para dizer de seu melhor amigo.

_ ele é um garoto que me pareceu agradável, além de ser bem mais bonito pessoalmente no que nas fotos que você tem dele – disse Dakota – parece que os anos lhe fizeram algum bem... Eu o chamei pelo apelido deve ter sido demais para ele, acho que não faziam idéia de quem eu poderia ser. 

_ por favor, não se meta com o Albus, é tudo que te peço Dakota – disse Scorpius e a morena assentira com um sorrisinho nos lábios – é serio, ele é um cara comprometido, se você fizer algo pode causar problemas entre ele e a namorada.

_ eu não quero causar problemas para ninguém – disse Dakota – apenas quero dizer que o que achei do seu amigo, ele era realmente um cara interessante, mas não se preocupe não quero passar dos limites.

_ espero realmente que seja assim – disse Scorpius se levantando – eu iria dormir prima se você, caso tia Daphne acorde e descubra que ainda não foi para a cama não será muito bom.

_ pode deixar que eu e minha mãe nos entendermos sozinhas – disse Dakota se levantando e caminhando até próximo do loiro  – boa noite primo – ela o beijara no rosto antes que fosse retornar para onde estava para poder sentar novamente.

Scorpius saira da sala de musica não antes sem dar uma ultima olhada para a prima. A morena então retornara a sua musica murmurando o que parecia ser alguma espécie de canção que o garoto não conseguiu distinguir naquele momento. Ele esperava realmente que a garota não fosse tentar nada para cima de Albus, não sabia como o amigo poderia resistir às investidas de alguém feito Dakota Greengrass.


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Notas finais do capítulo

#SPOILER ON: Então, façam suas apostas sobre Dakota Greengrass e sobre a reação das pessoas ao conhece-la.#SPOILER OFF.

Primeiramente, gostaria de dizer que estou um pouco chateado com o desaparecimento de vocês. O ultimo capitulo só teve dois reviews e isso me desanimou um pouco.
Adoraria que vocês aparecessem sabe? Leitores fantasmas, leitoras que favoritaram a fic, mas não comentam. Poxa, temos dez leitores que colocaram nos favoritos. Acho que seria bom ter vocês aqui comigo.
Como disse, não doi nem é perda de tempo me deixar um recadinho ai no final do capitulo.

Bem, mais alguma coisa?
Ah, sim...
leiam esta fic, é minha primeira one-shot com um dos personagens de NTEH.

http://fanfiction.com.br/historia/402661/25_Fatos_Curiosos_Sobre_Lorcan_Scamander/

Espero que gostem dela, e comentem.
Beijos a todas vocês.