Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 10
As Memórias de Alice Kinsley


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo conta como aconteceu a guerra contra a rainha vermelha, e mostra como e por que Alice teve vitoria sobre a mesma. Alice recorda tudo que viveu em Nárnia, apenas na sua priemira vinda(com nove anos), e não dos anos que passou com Caspian (ainda não). Espero que gostem!!!



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POVs Alice

A rainha Lucia me chamou para uma conversa naquela tarde, depois que me dirigi a ela procurando entender porque a rainha gentil parecia não ter gostado de minha presença em Nárnia. Caminhávamos pelo campo verde enquanto falávamos. A rainha destemida parecia merecer muito mais o titulo de gentil, do que sua irmã. Lucia era tão adorável, e tranquila. Que chegava a passar confiança com um simples olhar. Não muito distante dali, encontramos a própria rainha Suzana assim como o rei Pedro, que assim como eu e Lucia, caminhavam e dialogavam sobre alguns assuntos particulares. Suzana lançou sobre mim o mesmo olhar frio e carrancudo do nosso primeiro encontro, e eu sequer conseguia entender o motivo, já que a rainha Lucia parecia fazer um esforço para me esconder algo. Tudo que ela me contou, foi que Suzana e eu tivemos alguns desentendimentos passageiros no passado, mas não me disse a razão.

- Dê um tempo a ela! –dizia Lucia. – Logo tudo se acertará entre vocês... –ela sorria, mas não parecia acreditar no que dizia.

- Espero que sim... –concordei.

- Agora vamos! –ela segurou minha mão como se fossemos amigas de longa data. – Enquanto Aslam não entra em contato conosco, tem algumas coisas que eu gostaria de fazer. Você me faz companhia?

- Claro que sim, majestade!

- Lucia! Chame-me de Lucia!

- Tudo bem, como preferir!

- Venha!

Assim nós duas praticamente corremos rumo aos fundos do castelo. Lucia parecia animada como uma garota da minha idade. Aliás, imagino que era essa a sua idade, não tive coragem de perguntar. Mas pelo que me parecia, ela devia ser mais velha, por conta de toda sua sabedoria e conhecimento. Porém, sua aparência era de uma jovem de dezoito anos. Acabei não resistindo e lancei a pergunta no ar, de maneira que não a ofendesse afinal nunca se sabe quando exatamente uma mulher começa a se sentir incomodada com o peso dos anos. Mas para minha surpresa sua resposta foi bastante interessante e surpreendente.

- Levando em consideração nossos anos em Nárnia! Eu responderia aproximadamente mil e trezentos anos talvez um pouco menos. Mas se quer saber a idade que tinha em Londres, bem... Seria a mesma idade que você tem agora! Mas quando vim a Nárnia eu não tinha mais do que nove anos... Assim como você...

- Verdade? –sorri enquanto caminhávamos de mãos dadas.

- Sim! Eu disse isso a você quando você ainda era desse tamanho! –ela estendeu a mão na altura de sua cintura e sorriu.

- É tão estranho! –acabei rindo. – Apesar de termos a mesma idade, você me viu quando eu ainda era nada além de uma criança!

- E você era uma menininha adorável e curiosa! Todos nós nos apaixonamos por voce desde o primeiro momento! Alguns mais do que outros! –ela sorriu de lado, provavelmente se referindo a Caspian.

- Outra coisa difícil de entender... –dei de ombros.

- Bem, quando a falsa Alice regressou a Nárnia, sendo essa uma parte de você mesma. Ela era mais velha! Caspian não pode deixar de notar!

- Queria me lembrar... –demonstrei minha tristeza.

- Tenha paciência! –ela tocou meu ombro, e eu sorri olhando seus olhos azuis.

Caspian surgiu logo à frente então Lucia voltou seu rosto a ele e sorriu, enganchando seu braço ao meu e me puxando para perto dele. Já diante do rei, Lucia manteve seu sorriso amigo e disse:

- Caspian! Não se importa se Alice e eu, passarmos um tempo juntas não é?

- Claro que não Lucia! –ele sorriu tão perfeitamente como sempre, mas parecia distante. – E aonde pretendem ir?

- Vamos caminhar um pouco pela floresta! Vamos pegar os cavalos e cavalgar por aí!

- Tudo bem, só não demorem! –ele tocou o antebraço de Lucia. – Quero todos à mesa para o chá da tarde!

- Está bem!

Caspian sorriu, e apenas me olhou por alguns segundos, mas ele ficou sério naquele instante, o que me incomodou de certa forma. Mesmo que Caspian dissesse que não estava se afastando de mim, ou me evitando, não era assim que eu me sentia. E por alguma razão, sempre que me via com tais impressões, meu coração ficava pequeno e apertado. Ele passou por nós, e se foi. Lucia sorriu, e me puxou para junto dela, para seguirmos em frente. Quando chegamos aos cavalos, encontramos Edmundo e um garoto de cabelos loiros, aparentemente mais jovem que meu amigo. Aproximamos-nos e então ele se virou com expressão um pouco curiosa, e me pareceu um tanto quanto nervoso. Constatei que ele estava mesmo, quando me cumprimentou:

- M... Majestade! –ele se curvou um pouco sem jeito.

- Isso é pra mim? –perguntei vendo que Lucia sorria.

- Alice, este é Eustáquio! –disse Ed. – Nosso primo de quem falamos logo cedo...

- Falaram de mim? –ele disse em tom tremido.

- Ah! O que é tão desajeitado quanto eu? –eu sorri, e ele me interrogou.

- Perdão majestade... –disse ele.

- Por favor, não me chame assim, ainda não me acostumei... E também não precisa se curvar, eu nada sou além de uma simples moça! –me aproximei e estendi minha mão.

- Majest... –ele arregalou os olhos.

- Nana nina não! –eu sorri sacudindo o dedo.

- Muito prazer Alice... –disse ele apertando minha mão. – Como vai?

- Muito bem! É um prazer conhecer mais um parente dos Pevensie...

- Nem tanto! –riu Edmundo. – Isso foi só um acidente de percurso!

- Edmundo? –repreendeu Lucia com um sorriso.

- É brincadeira! –disse Ed dando um tapa no ombro do primo. – Eustáquio já está acostumado!

- Já que estão aqui, por que não vão com agente até a floresta? –disse Lucia.

- Vão dar uma escapadela do castelo? –disse Edmundo.

- Sim! Querem ir?

- Tá bom! Vamos Eustáquio?

- A Suzana pode precisar de mim... –disse um pouco receoso.

- Esqueça a Suzana, ela já tem os criados do Caspian pra servir a ela... –respondeu Edmundo parecendo um pouco injuriado com a irmã mais velha. – Além do mais, você deveria morar com ela, e não trabalhar pra ela.

- Suzana me trata muito bem, mas... –ele baixou o rosto. – Acho que me sentiria melhor se vivesse com um de vocês... –disse olhando Edmundo.

- Bom, então vamos logo por que Caspian nos quer a mesa para o chá... –disse Lucia.

Assim, cada um de nós tomou um cavalo para si, e seguimos para nosso passeio. Obviamente preferi ser levada por Felipe, pelo qual acabei me apegando de imediato pelos seus bons modos. Eu achava realmente engraçado um cavalo que além de falar, tinha o mesmo requinte de muitos membros da realeza. A tarde foi divertida, e todos nós rimos muito durante nosso passeio que se prolongou um pouco mais do que devia. Pouco antes de o sol se encobrir, enquanto nós voltávamos para o castelo, eu notei algo se movendo entre as árvores, e não fui a única. Logo Lucia se manifestou olhando para mim com um sorriso aberto e disse:

- É o Aslam! –ela desceu imediatamente do cavalo.

- Tem certeza Lucia? –perguntou Ed.

- Sim! Eu o vi... Venham...

Todos desceram de seus cavalos, então corremos atrás de Lucia até que finalmente encontramos o grande e majestoso leão. Parei ao lado dela, ficando novamente encantada com aquela bela criatura diante de nossos olhos. Ele era extremamente lindo, e sua juba brilhava como ouro novo. Sem duvida apenas a sua presença era o bastante para transformar todo o lugar a sua volta. Até o sol, que já estava por se esconder pareceu mais brilhante entre as arvores.

- Como vão crianças? –disse ele.

- Não nos vemos há tanto tempo Aslam! –disse Lucia. – Sentimos sua falta...

- Também sinto falta de estar entre vocês, mas tenho meus deveres! –ele era manso e sorria. – Mas minha vinda até aqui tem um motivo. –ele olhou para mim e então dei um passo à frente. – Está na hora de se lembrar de algumas coisas, pequena Alice! –disse ele. – Venha até mim.

Dei alguns passos deixando os outros para trás, e me aproximei de Aslam olhando em seus olhos gentis. Parei diante dele, e pude ver sua grandeza. Ele parecia ainda maior desde nosso ultimo encontro, e isso fez com que eu me sentisse humilde diante dele.

- Feche seus olhos! –ordenou e assim eu o fiz. – Agora quero que limpe sua mente de todos os pensamentos... –respirei fundo. – Está pronta?

- Sim! –respondi sem saber exatamente para o que.

Um momento de silencio se fez presente, e então ele foi quebrado por um rugido alto e temível. Mas não assustador apenas forte o suficiente para fazer com que meus joelhos tremessem e eu caísse com ambos no chão. Quando abri os olhos, não havia nada além de um campo de batalha a minha frente, e nele dois exércitos distintos que duelavam com suas armas. Havia uma espada cravada no chão a poucos centímetros de mim. Ela brilhava como se uma luz branca partisse dela, então olhei ao redor procurando por Edmundo e o encontrei a alguns passos dali duelando contra um centauro de pelo cinza e logo avistei Suzana empunhando um arco e flechas. Mais a frente estava Ripchip, Pedro e Lucia. Todos pareciam lutar arduamente para defender algo. Ainda de joelhos no chão, eu girei meu pescoço na outra direção e vi Caspian lutando bravamente com sua espada contra um grande e medonho animal de pelo mesclado e dentes afiados. A minha frente havia uma garota vestida de vermelho, coberta por um véu de mesma cor que balançava ao vento. Ela estava montada sobre as costas de uma besta de duas cabeças, sendo que uma delas era de um tigre branco, e a outra de um tigre negro. Prostrei-me de pé, e então pude ver que eu não passava de uma pequena menina, vestindo um vestido azul e sapatos pretos. A garota de vermelho voltou seus olhos para mim, e então ordenou que o grande animal avançasse em minha direção. Eu não recuei, apenas fiquei exatamente onde estava, e quando a grande besta parou diante de mim prestes a me abocanhar, ela simplesmente não o fez. Seus terríveis dentes se fecharam e seus olhos demoníacos ficaram doces, pareciam ter um brilho molhado. A criatura arrancou a outra garota de suas costas e depois se afastou se curvando diante de mim. Tomada de ódio, a garota de vermelho arrancou a espada cravada no chão e se lançou em minha direção, porém a grande besta se colocou em meu caminho e então o improvável aconteceu. A garota de vermelho foi dilacerada pelo animal que antes estava sob seu domínio. A espada foi lançada novamente ao chão e dela aquela luz forte o suficiente para cegar me fez cobrir o rosto. Quando dei por mim, estava novamente diante de Aslam, e dos outros. Sentada no chão, cobrindo o rosto.

- Alice! –disse Lucia se ajoelhando ao meu lado e tocando minha mão. – Você está bem?

- Sim! –respondi olhando em seus olhos.

Com a ajuda de Lucia eu me coloquei de pé, e então andei novamente até Aslam e disse vendo sua juba ao vento, enquanto sua face ostentava uma expressão de tranquilidade.

- Por quê? –perguntei.

- Miréia desconhecia o sentido do amor. Tudo o que ela tocava era para destruir. Tudo que ela dominava era para o mal. Mas quando confrontada pela verdadeira bondade e pureza, ela ficou fraca. Nenhuma arma poderia detê-la... Apenas a bondade seria capaz de enfraquecê-la. Foi o seu coração gentil que nos salvou Alice...

Eu me virei para os demais, que olhavam com um ponto de interrogação em suas testas. Provavelmente nenhum deles viu o que eu vi. Provavelmente não precisavam já que todos estiveram lá, e se lembravam do ocorrido. Voltei a olhar para Aslam e ele seguiu dizendo:

- Nenhum homem ou mulher que tivesse derramado uma gota de sangue antes, poderia ter bondade suficiente para enfrentar Miréia. Todos os reis de Nárnia enfrentaram inúmeras batalhas que antecederam esta. Muitas vidas foram tiradas. Nenhum deles era capaz de vencer a rainha vermelha. Mas a sua inocência, e a força do seu amor por Nárnia era a única arma capaz de libertá-la.

- E a espada?

- É a única arma capaz de derrotar a feiticeira negra... Você conduzirá os reis até sua última batalha por Nárnia. A espada pertence a você. Somente voce poderá usá-la... Ela não responderá a mais ninguém.

- E como eu a encontro?

- Agora que você se lembra, ela virá até você... Atenderá ao seu chamado. Só precisa desejá-la de volta. E tem mais uma coisa Alice... A espada é a chave para regressar ao seu mundo... Quando tudo estiver acabado você assim como os reis antigos poderá voltar pra casa!

- É assim que termina?

- É assim que recomeça. Será um novo caminho para Nárnia! E tudo voltará a ser o que era...

- Eu farei tudo que puder para libertar Nárnia! –afirmei.

- Eu sei que sim! Agora vão... Logo anoitecerá e a floresta não é um lugar seguro a noite.

Concordei então me virei e segui até os outros. Eles me olhavam com a mesma expressão de antes, mas dessa vez como se entendessem o que aconteceu ali. Então voltei a olhar para trás, mas Aslam já não estava mais ali. Lucia também olhou naquela direção, depois me olhou com uma expressão triste.

- Vamos voltar para o castelo! –eu disse.

Assim todos me seguiram até os cavalos. Edmundo perguntou o que Aslam havia me mostrado, e eu disse a eles. Assim como garanti que em breve todos voltaríamos para casa. Estava segura do que tinha que fazer, e faria. Assim que chegasse a hora, eu estaria pronta.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo não teve banner por que não encontrei nada que pudesse ser relacionado a ele. Percebam que as lembranças de Alice a fizeram sentir-se mais segura do que tem de fazer. Agora ela sabe que realmnete é seu dever estar em Nárnia! bjus



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