Alice No País De Aslam escrita por Bengie Narnians


Capítulo 9
Memórias do Rei Caspian X - I


Notas iniciais do capítulo

IMPORTANTE: Primeiro: Eu não ia postar hoje, mas como to impolgada aqui, postei, pronto! Segundo: Esse capitulo explica tudo sobre a rainha vermelha, a rainha branca. E conta como Caspian conheceu Alice. Terceiro: Mostra quando exatemente Caspian jurou amor eterno a Suzana (ou seja quando eles se conheceram, no caso seria em O PRINCIPE CASPIAN) ambos eram mais jovens como ele disse no cap anterior. QUarto: Mostra a primeira vez de Alice em Nárnia, ou seja quando ela ainda era uma menina. Quinto: Mostra que Ripchip sempre estava certo! Sexto: Esclarece por que Suzana se sentiu traida por Caspian! Uffa! Leiam! Espero que gostem e entendam...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371164/chapter/9



POVs Caspian


Havia um jardim vasto e muito bonito nos fundos do castelo, onde eu costumava ir quando precisava ficar sozinho, e pensar com a mente relaxada e me tranquilizar. Todos ainda dormiam naquela manhã, com exceção de Edmundo, que já estava acostumado a levantar cedo para cuidar dos cavalos, tarefa que ele fazia por gosto e de espontânea vontade, pois adorava a companhia dos animais do castelo. Mas apenas nos vimos quando cruzamos o mesmo corredor. Andei até o gramado verde, logo ficando abaixo de uma árvore onde quando pequeno, eu costumava subir em seus galhos e ficar por horas apenas observando a imensidão do lado de dentro daqueles muros altos. À noite eu gostava de observar as estrelas e ficava pensando no meu pai, e onde ele poderia estar... As raízes de tal árvore eram largas, e grandes, o suficiente para que eu pudesse me sentar entre elas confortavelmente. Passavam por minha cabeça, mil pensamentos diferentes. E entre eles certas cenas do meu passado, no campo de treinamento em um terreno onde costumava ficar o reino de Cair Paravel.

Alguns soldados treinavam suas miras usando arco e flecha, enquanto se preparavam para um ataque que aconteceria a este mesmo castelo, quando ele ainda era dominado pelo rei usurpador, Miraz, meu tio e assassino de meu pai. Lá estava eu, segurando firme uma besta* em mãos, quando ela, Suzana se aproximou de mim segurando seu arco, e parou ao meu lado me desafiando a acertar uma maça em uma macieira distante de onde estávamos. Confiante eu tentei lhe mostrar tudo que eu sabia fazer, mas tudo que consegui foi acertar a grama a alguns metros da árvore frutífera. Quanto a Suzana, esta conseguiu me surpreender com sua mira perfeita, acertando exatamente o alvo em questão sem problemas. Quando ela sorriu pra mim naquele dia, eu tive certeza de que estava apaixonado.

Quando a guerra contra os telmarinos acabou, e eu pude assumir o trono que era meu por direito, e também pude passar algum tempo com Suzana. Nós nos apaixonamos e desfrutamos bons momentos juntos no castelo. Lembro-me de estarmos sentados exatamente onde eu estava naquele momento, com Suzana recostada ao meu peito, enquanto sentia seus cabelos, que na época eram lisos entre meus dedos.

– Acha que vai durar? –dizia ela.

– O que? –perguntei curioso.

– Isso! Nós dois... –ela ainda era praticamente uma adolescente e eu não mais do que isso também.

– E por que não duraria?

– Bem, você sabe! –ela sorriu e se sentou diante de mim. – Um dia eu e meus irmãos vamos embora. Não pertencemos a Nárnia...

– Mas ainda podem voltar...

– Você esperaria por mim? –disse com um sorriso meigo.

– Sempre! –me inclinei e toquei seu rosto. – Eu esperarei por você o tempo que for...

– Mesmo que demore?

– Pra sempre! –sorri me aproximando e beijando-a.

– Não diga isso. –ela se afastou e levantou-se. – E se eu nunca mais voltar? –disse de costas pra mim.

– Então não terei outra escolha a não ser me contentar apenas com nossas lembranças felizes...

– Não pode viver sozinho pra sempre. –ela se virou para mim com um olhar triste. – Vai acabar encontrando uma rainha melhor do que eu e se casando com ela.

– Nunca! –sorri tocando seu rosto com ambas as mãos. – Nenhuma se compara a você Suzana! Você é única! E eu a amo...

– Não vai amar pra sempre...

– Sim, eu irei... –disse olhando em seus olhos. – Você é a minha rainha... A única que eu amo...

– Não conheceu outras antes de mim.

– E nem pretendo conhecer se isso lhe desagrada!

– Promete que nunca vai me esquecer, não importa o que aconteça?

– Prometo! –sorri e aproximei nossos lábios em um beijo longo.

Naquele ano Suzana regressou ao seu mundo me privando de sua presença adorável. Sofri com sua partida, mas como prometi a ela, eu sempre a esperei. Certo dia, quando tudo parecia imensamente calmo, uma tempestade se aproximou do castelo cobrindo o céu de vermelho, como se as nuvens se transformassem em algodoes sangrentos. Aqueles seriam novos tempos de guerras em Nárnia, causados pelo domínio de uma rainha. A rainha vermelha se apossara do trono de sua irmã, a rainha branca, tornando assim, Nárnia que até então era um lugar de paz, e harmonia plena, em uma terra de medo, e reclusão. Os narnianos eram atacados e escravizados pela rainha, e todo aquele que se opunha a seus desejos era morto por ela, ou castigado em suas masmorras. Aslam não viu outro modo de salvar Nárnia senão chamar os antigos reis e rainhas de volta. Eles regressaram mais velhos, e mais experientes, e me encontraram da mesma maneira, também alguns anos mais velho, e mais maduro. Muita coisa havia mudado, porém, meu amor por Suzana ainda era o mesmo. E mesmo no meio de tudo aquilo, nós voltamos a nos amar, e dessa vez com mais intensidade, e intimidade. Dividimos a mesma cama inúmeras vezes, em segredo sem que ninguém soubesse de nossos encontros de amor. Mesmo em meio a tantas turbulências nós pudemos viver nossa paixão sem medo, e sem restrições. Por outro lado, nenhum dos esforços dos Pevensie parecia o suficiente para derrotar a rainha vermelha. Então recebemos uma visita estimável daquela que deveria ser a herdeira real do trono usurpado pela rainha vermelha, chamada Miréia. Seu nome era Méssia e foi através de sua sabedoria que encontramos uma solução para Nárnia.

– Uma menina de coração puro, e sonhadora deve chegar... –dizia Méssia um pouco fraca pelo uso indevido dos poderes de sua irmã Miréia. – Uma menina vinda de outro lugar...

– Outro país? –perguntou Pedro diante da cama onde Méssia se recuperava de seu estado debilitado.

– Não. –ela respondeu. – Ela virá do mesmo mundo de vocês... Reis antigos.

– Uma humana? –perguntou Lucia.

– Sim! Uma humana... Somente ela poderá derrotar minha irmã e devolver Nárnia a Aslam...

– E como vamos encontrá-la? –disse Edmundo.

– Ela virá até vocês... Um de meus fieis súditos irá até ela... Ele pode entrar e sair de Nárnia, atravessar os dois mundos quando for necessário. Ele a trará até vocês. Mas tomem cuidados, e protejam-na. As maldades de minha irmã podem corromper a alma pura da menina... Precisam cuidar dela...

Algumas semanas mais tarde, após recebermos a noticia sobre a tal menina, que nos trouxe novas esperanças para nosso povo, acabamos sofrendo com a perda de Méssia, que não resistiu à força maligna de sua irmã gêmea Miréia e acabou sendo consumida pela mesma, e vindo a falecer naquela cama. Com todo o poder que Miréia usufruía para si, e com todas as maldades a qual ela submetia nosso povo, ficou impossível para Méssia sobreviver, sendo que ambas eram metade uma da outra. Méssia era o lado puro, e bondoso enquanto Miréia era a escuridão e a perversidade. Uma dominou a outra, e assim o lado mais fraco cedeu. Pouco tempo depois, finalmente conhecemos nossa pequena salvadora, a doce e sonhadora Alice. Uma menininha de cabelos cacheados, de cor dourada com olhos brilhantes. Quando a conheci, pude entender do que Méssia falava ao se referir a tal menina. Ela era realmente pura, e ingênua. Não tinha nenhuma maldade em seu coração, e era deveras encantadora, como um pequeno anjo deveria ser. Seus olhinhos curiosos, tudo buscavam saber. Estava sempre cheia de perguntas, e ansiosa pelas respostas. Eu mesmo a protegi com toda minha devoção, até que ela pudesse entender por que precisava nos salvar. Alice enfrentou a rainha vermelha sabendo que estávamos todos lá, para protegê-la do mal que a Miréia poderia lhe causar. Então finalmente nos vimos livres da escuridão trazida pela rainha vermelha, e tivemos de deixar que a pequena Alice voltasse para seu lar. Foi uma tarefa difícil para cada um de nós, mas creio que para mim foi pior, já que eu cuidava pessoalmente daquela pequena, como se ela fosse parte de mim. A segurei em meus braços pela ultima vez na beira daquela praia, pouco antes dela partir, atravessando o portal aberto por Aslam.

– Eu vou vê-lo de novo? –ela dizia com os olhos marejados.

– Eu espero que sim! –eu sorria tentando passar tranquilidade a ela, mas sentia-me muito triste por ter de lhe dizer adeus...

O portal se fechou assim que aquela pequena ultrapassou. Tudo voltou ao normal, e eu pude ficar um pouco mais de tempo com minha Suzana. Então o dia de sua partida também chegou, e eu seria privado novamente de sua presença. Senti-me pequeno, e infeliz percebendo que todos que eu amava, sempre acabavam me deixando. Primeiro meu pai, morto por Miraz, meu próprio tio que um dia também tentou matar-me. Depois minha mãe, por uma doença desconhecida. Em seguida Suzana, que me deixou pela primeira vez quando regressou ao seu mundo. E agora todos os Pevensie partiriam assim como a adorável Alice, a quem eu também havia me apegado sentimentalmente. Porém, o portal aberto por Aslam não foi capaz de levar os Pevensie de volta ao seu mundo. Assim, sem entender o porquê não conseguiam voltar para casa, os Pevensie passaram a assumir seus lugares no reino de Nárnia. Cada um em seu país... Os anos foram passando, mas o tempo parecia não mudar, então Aslam descobriu o que impedia os irmãos Pevensie de atravessar o portal. Um feitiço de tempo teria sido lançado sobre Nárnia, pela rainha vermelha, unida a uma feiticeira negra. Assim os anos corriam como deveriam por uma única vez, e então voltavam a se repetir, seguidas vezes. O único jeito de inverter a magia daquele feitiço era alguém que já tivesse estado em Nárnia antes, regressasse abrindo assim o portal da passagem e encontrando uma brecha no tempo.

Assim se iniciou a batalha de Aslam para trazer a pequena Alice de volta a Nárnia. Porém tudo que ele conseguiu, foi atrair uma parte de Alice que em nada poderia nos ajudar. Quando a falsa Alice regressou a Nárnia, ela foi imediatamente trazida até mim, por Edmundo e Ripchip, que a encontraram perdida na floresta. Ambos entraram discutindo pela porta da sala do trono enquanto tiravam Suzana e eu de uma conversa particular.

– Esta não é a verdadeira Alice, Edmundo. –dizia Ripchip. – É muito velha para ser.

– Os anos não passam em Nárnia Ripchip, mas ainda continuam passando no nosso mundo... –reclamou Edmundo.

– O que está acontecendo? –perguntei reparando que eles traziam uma moça de cabelos longos e ondulados junto deles, mas não pude ver seu rosto, pois ela se escondia atrás de Edmundo.

– Encontramos Alice, Caspian...

– Não, não encontramos... –resmungou Rip. – Majestade! –ele disse se curvando diante de mim. – O rei justo, acredita que esta moça seja nossa pequena e adorável Alice...

– Por que não deixa que ela mesma nos diga... –eu disse me dirigindo a tal.

Nesse momento Edmundo se afastou deixando-a sob minha visão. Ela estava de rosto baixo, e então o ergueu devagar, parecendo assustada, e me fitou os olhos. Não poderia mesmo ser Alice, era praticamente uma mulher ali diante de mim, mas levando em consideração que os anos não haviam passado em Nárnia, aquela poderia perfeitamente ser Alice.

– Aproxime-se... –ordenei e ela andou ate mim sendo incentivada por Edmundo.

Eu andei até ela, e encarei seu rosto. Ela parecia assustada, e perdida sem saber onde estava. Mas eu pude ver em seus olhos, que aquela era mesmo a Alice que procurávamos. Porém, não sabíamos se era a verdadeira. Somente o tempo nos diria. Assim, tratei de hospedá-la em um dos quartos do castelo. As semanas foram passando, e meu tempo ao lado de Alice, se tornava redobrado. Eu lhe ensinava como andar a cavalo, e a acompanhava em alguns passeios pelo bosque. Ela levou um tempo até se acostumar, mas logo ficou familiarizada com o lugar e passou a sentir-se em casa. Minha relação com Suzana começou a ficar abalada, por que ela não aceitava que eu passasse tanto tempo com Alice. Mas quanto mais tempo eu ficava com ela, mais eu gostaria de ficar.

– Caspian? –disse Suzana a me ver entrando no castelo com parte de minhas calças sujas de lodo. – Onde esteve toda a tarde?

– Olá Suzana! –andei alguns passos com um sorriso estampado no rosto e beijei sua bochecha. – Eu estava passeando com Alice! Veja, acabamos nos sujando um pouco.

Não demorou muito para que Alice entrasse correndo na sala e gritando meu nome.

– Caspian! –disse ela sorrindo de orelha a orelha. – Onde pensa que está indo? –dizia ela se aproximando de mim, e tocando minha mão. – Ainda me deve uma revanche, vamos...

– Eu estou cansado, preciso me recuperar! –respondi, sem notar que os olhos de Suzana estavam em chamas.

– Nada disso, você me prometeu agora não seja molenga! Venha... –disse praticamente me arrastando rumo a porta.

– Suzana, nós nos falamos depois! –eu ri enquanto seguia com Alice.

– Eu devolvo o rei assim que possível majestade! –disse Alice se dirigindo a Suzana.

Assim nós dois seguimos novamente para as externas do castelo, e fui coagido a fazer o que minha adorável hospede me pedia com tanta sutileza. Cada vez que ficávamos juntos, e sozinhos, eu me sentia mais próximo dela, e desejava mostrar meu afeto de alguma maneira, mas certas vezes me sentia culpado por deixar Suzana a minha espera. Comecei a me sentir confuso, conforme o tempo que passávamos juntos, Alice e eu. Em uma tarde, enquanto apostávamos uma corrida de cavalos por entre a floresta, Alice desceu de seu cavalo branco, enquanto eu deixava Felipe solto entre as arvores, e corria atrás dela. Ela estava radiante em seu vestido azul, que eu mesmo teria ordenado que fizessem especialmente para ela, quando completou um ano que ela estava em Nárnia. Ela estava linda naquela tarde, mais do que e o comum, e isso me fez desejar tocá-la mais intimamente. Então a alcancei e segurei-a pela cintura, encostando-a contra uma das árvores. Nós sorriamos enquanto respirávamos fundo, então toquei o rosto dela, e disse:

– Alice... –eu sorria e ela também. – Preciso te dizer uma coisa.

– O que? –seu sorriso era perfeito demais para que eu pudesse resistir.

– Eu... Eu amo você Alice.

– Caspian? –ela franziu a testa.

– Eu sei... Mas não posso evitar...

– Eu também amo você... –ela sorriu com um olhar tristonho, sentindo-se culpada por Suzana.

Eu deveria ter resistido, mas não pude, foi mais forte do que eu, então a beijei. Beijei e ao sentir seus lábios macios, e doces tocando os meus, eu tive certeza, que estava completamente apaixonado por ela, e pelo seu jeito de menina moleca.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então???? Como ficou? Gostaram? Ficou bem esclarecido os fatos todos? Alguma duvida? Critica? Eu descrevi o titulo como AS MEMORIAS DE CASPIAN X - I (reparem no I) por que em breve ele tera mais dessas lembranças esclarecedoras, que mostram como exatamente seguiu o triangulo amoroso entre ele e as duas moças! Enfim!!! Era isso! Espero que gostem! bjus
OBS: BESTA* é aquela arma que o Caspian usa no filme, tanto PRINCIPE CASIAN, quanto VIAGEM DO PEREGRINO DA ALVORADA. E sim, as rainhas gemeas tinham aparencia de meninas jovens mas eram sabias e ja viviam a seculos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Alice No País De Aslam" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.