A Garota da Profecia escrita por Ray chan


Capítulo 7
Capítulo VI - Quem está se beijando com quem?!?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo de A.G.O.D. (A garota de outra dimensão, só pra encurtar :P).
Mas acho que não preciso falar nada, o título já é bem sugestivo, não? hehe
Por isso hoje não vou enrolar nada.
Boa leitura para vocês ^^



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Capítulo VI - Como é?! Quem está de beijando com quem?!

De volta a casa principal do QG, Sieghart havia guardado a soluna no seu quarto – cuja decoração era uma mescla de roxo escuro e preto – e saído novamente. As mãos no bolso e a falta do costumeiro sorriso provocante nos lábios dava ao moreno um semblante pensativo enquanto ele caminhava pelo corredor aberto, feito de pedras de mármore, que rodeava a casa principal.

E, de fato, o imortal pensava enquanto andava distraído. Lembrava-se das suas próprias palavras que dirigira à menina Lya – não que estivesse arrependido ou se sentido culpado – dissera que não se interessava mais, tendo ela se mostrado covarde, mas por mais que Sieghart realmente tivesse tido o seu interesse diminuído, ele não conseguia deixar de pensar nela por completo. E ele sabia o porquê: aquela maldita sensação irracional de antes de tê-la conhecido...

Porque aquela garota ainda ocupava os seus pensamentos?

– Tsc. Crianças... – Sieghart reclamou, tirando a mão direita do bolso e passando-a impacientemente pelo seu cabelo.

Pensar muito em um assunto sem chegar a uma solução estava irritando o moreno a ponto de deixá-lo cansado. Podia desestressar irritando a sua "bisneta" Elesis, era sempre divertido ver as reações dela, mas desta vez Sieghart sentia-se melhor ficando um pouco sozinho, um cochilo parecia ser mais eficiente no momento.

Assim, o moreno resolveu ficar por ali mesmo. Estava na parte de trás da casa, onde raramente aquelas crianças da Grand Chase – como Siegahart chamava os heróis da caçada – passavam, de qualquer forma, com o horário do almoço próximo, elas provavelmente permaneceriam dentro da casa. Talvez ele próprio de atrasasse um pouco para o almoço, mas não estava com fome.

Sieghart acomodou-se em um dos arcos do corredor da parede mais externa – que era como a parede toda era feita: de arcos como janelas enormes, sem vidros, viradas para o exterior. O moreno se deitou, cruzando as pernas esticadas e ergueu os braços, usando-os de apoio para a cabeça e fechou os olhos despreocupadamente, curtindo o silêncio que o espaço isolado, cercado por mármore e natureza lhe proporcionava.

– Sieghart!

Bom, pelo menos por um tempo.

–... – o imortal ignorou o chamado.

Vinha de longe, alguém devia estar o procurando, então ele resolveu ficar quieto. Logo desistiria, seja quem fosse que gritava pelo seu nome.

– Ah! Here ar... (Aqui es...) I mean, (Quer dizer) aqui está você!

Ou não.

Sieghart amaldiçoou mentalmente o seu azar. Além de ser encontrado, só havia uma pessoa no QG inteiro – talvez até na dimensão – que se confundia entre dois idiomas, e era essa exata pessoa que levara o moreno a se isolar onde estava.

–... – ele abriu um dos olhos apenas e encarou a garota Lya, prostrada poucos passos de si, respirando levemente acelerado como se tivesse corrido um bom caminho para encontrá-lo.

Lya devolveu o olhar, esperando.

Sieghart ignorou os olhos vermelhos da garota e o que aquilo significava, fechando o olho novamente e ignorando totalmente a existência de Lya, como se ela não o tivesse visto e fosse embora assim, considerando que não havia ninguém deitado em um dos arcos de mármore.

Essa atitude fez Lya arquear as sobrancelhas em pura descrença. Sentia o seu rosto corar por estar sendo claramente ignorada por Sieghart. Preocupada, pensou que talvez tivesse sido mais rude do que pensara ao expulsá-lo para longe da sua vista há alguns minutos, talvez o tivesse magoado – sentimento que Sieghart definitivamente não tinha, o que mostrava que Lya de fato ainda não o conhecia direito.

Lya havia vindo se desculpar e pedir o perdão do moreno, então era isso o que faria.

Tendo tirado aqueles poucos segundos para por as ideias no lugar e obrigar-se a acreditar que a Cyran realmente estava ali, Sieghart suspirou pesadamente, resolvendo abrir os olhos e saber de uma vez o que a garota queria, mas assim que o fez, se assustou vendo Lya, por algum motivo, inclinada sobre ele, bem próxima do rosto dele, com uma expressão intensa – o olhar fixo e direto no moreno, e os lábios apertados.

– Siegh... – ela começara a o chamar um pouco antes de ele abrir os olhos.

–...! – com o susto, Sieghart se desequilibrou do arco estreito e caiu para o lado de dentro com um baque baixo, seguido de um gemido doloroso.

–...? – Lya apoiou as mãos no mármore em que antes o moreno estava deitado e inclinou-se para o lado de dentro, vendo o moreno caído no chão com uma expressão de dor e uma das mãos na parte de trás da cabeça, sem saber se achava aquilo cômico ou não – Tudo bem com você, Sieghart...?

– Que diabos...? – Sieghart tentou se levantar, mas conseguiu somente se sentar com a mão ainda da cabeça – O que diabos você estava pensando? – ele olhou feio para a morena.

Lya fez uma inocente expressão desentendida.

– Eu só ia chamá-lo. Você que se jogou. – disse ela simplesmente.

– Eu me joguei?! – Sieghart se ergueu num segundo, incrédulo, fazendo Lya ter que inclinar a cabeça para trás para poder vê-lo nos olhos – Mas o que você quer afinal? – ele perguntou irritado, sentindo a cabeça ainda latejar pelo encontro com o chão.

Sem o moreno perceber, Lya adquiriu uma expressão séria ao ouvir a pergunta, desapoiando-se assim do arco de mármore e pondo-se de pé quase que formalmente, então disse:

– Eu vim para pedir desculpas.

Sieghart parou.

Ele olhou para Lya e viu que ela estava séria quanto aquele assunto. O moreno tirou a mão da nuca, interessando-se por aquele olhar seguro que o lembrava da garota forte que vira na enfermaria, e não a pessoa covarde que se mostrara na área de treinamento.

– Você estava certo. – ela admitiu, olhando diretamente nos olhos prateados do moreno – Eu estava sendo covarde, fugindo da realidade que eu não queria aceitar. Eu estava... – ela hesitou um pouco, a sua mão apertou o tecido branco do vestido, detalhe que Sieghart não deixou escapar, porém não comentou -... Assustada. Mas isso não justifica o modo como o tratei mais cedo. – ela rapidamente retomou o seu tom decidido, não querendo lembrar daqueles sentimentos que a machucariam e acabariam fazendo com que chorasse de novo – Eu não tinha o direito de descontar nada em você, por isso eu te peço que me perdoe, Sieghart.

Ouvir esse discurso fez surgir um discreto sorriso no rosto de Sieghart. Afinal ele não havia errado na sua primeira impressão de Lya, ela era uma garota forte e, mesmo que isso ainda não explicasse a influência que essa Cyran tinha sobre si, Sieghart ao menos sabia agora que ela não era uma qualquer pela qual não valesse a pena.

– Interessante. – se aproximando da morena, Sieghart inclinou o seu corpo de modo que o seu rosto ficasse na altura dos olhos de Lya, então levou a mão direita a face dela, passando o indicador e o polegar pelo contorno do queixo do rosto jovem e, diga-se de passagem, estrangeiramente atraente – Quer dizer, então, que você me escutou? – ele deu um sorriso malicioso – Inteligente da sua parte.

Lya recuou sutilmente, afastando-se dos dedos atrevidos do moreno. Já entendia que esse humano em especial tinha tal comportamento abusado e que não adiantava falar nada, por isso, o jeito era tratá-lo dessa forma.

– Você me ajudou, de fato. – ela disse, tentando voltar ao assunto que importava, vendo-o voltar a sua posição original, ainda com o sorriso provocante nos lábios – Mas eu decidi que não devo simplesmente deixar tudo para trás como se nunca tivesse existido, porém tão pouco eu deveria carregá-los como se nada tivesse acontecido. – Lya deu uma pausa e ergueu a mão em que trazia a diadema que agora continha espaços vazios que Sieghart não deixou de notar – Eu vou apenas me lembrar de como existiram; do porque não existem mais; e usá-los como força para suportar e para consertar aquilo pelo qual eles morreram acreditando. – a mão apertou o acessório prateado – Não deixarei que tudo tenha sido em vão.

Essa força. Era essa a força que essa Cyran tinha que Sieghart respeitava; mesmo em meio as lágrimas, só quem tinha essa força conseguia levantar do chão e seguir em frente por um futuro melhor que o presente.

Os cantos dos lábios se Sieghart se esticaram em um sorriso satisfeito.

– Se era o meu perdão que você queria, já o tem. – ele falou com a superioridade que corria em seu sangue imortal – Mas não espere que isso se repita da minha parte, Cyran.

Lya ignorou a segunda parte prepotente da fala de Sieghart e sorriu aliviada, o mesmo belo sorriso que arrancara comentários de Jin mais cedo e que agora Sieghart entendi o porquê, sentindo o seu coração vacilar por meio segundo.

– Obrigada, Sieghart. – ela disse completamente sincera.

E essa transparência, direta e sincera, ainda com tal sorriso cativante, mexeu com Sieghart; novamente aquela influência estranha que sentira na madrugada o atingiu, não o deixando muito a vontade ao lado de Lya.

– Bem, se era isso que tinha a tratar comigo, eu vou embora.

Sieghart se virou para voltar para dentro do QG, afinal o lugar onde estava já não era mais secreto, porém Lya o chamou antes que ele fosse.

– Espera, Sieghart!

O imortal parou e olhou para a morena por sobre o ombro.

– Você está esquecendo.

–...?

Ele se virou para ela desta vez, juntando as sobrancelhas, confuso.

– O que?

– De me perdoar. – o tom de Lya soava com um “não é óbvio?”

–... Eu não sei que droga a Tammy injetou em você, mas eu acabei de fazer isso se você não percebeu... – ele soltou um riso meio confuso.

– Não. – Lya balançou a cabeça negativamente – Não assim. Você sabe, vai dizer que não? – Sieghart continuou com uma expressão confusa, fazendo Lya continuar – Você precisa me beijar. – respondeu com o mesmo tom de óbvio, batendo o dedo indicador na bochecha.

Sieghart arqueou as sobrancelhas, surpreso. E sem entender nada, ele logo concluiu tudo errado na sua própria visão prepotente de enxergar. E assim um sorriso malicioso tingiu os lábios do moreno.

– Olha... Eu sei que é difícil resistir me tendo assim tão perto... Mas você devia ir devagar, senhorita. Embora eu não me importe.

E desta vez foi a vez de Lya ficar confusa.

– O que...? Mas do que você está falando...? Não. – ela apertou os lábios de um jeito mimado e balançou a cabeça em negativo e concentrou-se no moreno, aproximando-se dele – Você está mudando de assunto. Você só não quer me desculpar. Isso é injusto, Sieghart! – disse, parecendo magoada.

– O que?? – Sieghart se aproximou também, franzindo as sobrancelhas de novo – É claro que não. Injusto? Porque eu preciso beijar você? Nunca ouvi falar disso.

– É claro que precisa! Sempre foi assim! – Lya retrucou, batendo o pé.

– Aqui, não! – Sieghart também rebateu. Porque ele parecia o errado dali?!

– Mentira! Se você não quer me desculpar por uma coisinha à toa assim é só falar!

Dito isto, Lya virou as costas para o moreno, insinuando ir embora, emburrada com o quão egoísta Sieghart podia ser; Sieghart por outro lado irritou-se com o jeito que essa Cyran estava o pintando como se ele fosse o vilão da história.

– Ah...! – um sorriso cínico tomou os lábios dele – Agora você não vai sair assim!

Sieghart foi atrás dela e agarrou o pulso fino da morena, que se virou sobressaltada para ele; o moreno a puxou de volta sem qualquer delicadeza, quase fazendo com que ela esbarrasse no seu corpo, e a beijou. Os lábios quentes do maior encostando-se bem no canto dos lábios de Lya, errando-os por muito pouco.

– Satisfeita, agora? – a voz de Sieghart soou rouca, o rosto dele ainda bem próximo do de Lya, que piscava sucessivamente, surpresa, sentindo o coração estranhamente acelerado, apesar de este ser um costume comum entre o seu povo.

Ela fitou o olhar prateado e prepotente do maior, mas então ela sorriu de repente, satisfeita com o que para ela era um simples “beijo de perdão”, por outro lado a bela surpresa fez o coração de Sieghart vacilar sem querer.

Ele soltou o pulso de Lya e se afastou um passo com as sobrancelhas encrespadas.

– Você é estranha, sabia?

Lya mostrou a ponta da língua para ele, bem humorada.

Naquele momento, de repente, uma voz extremamente feminina e, às vezes, até irritante praticamente gritou:

– Aaaaah! Sieghart e Lya se beijaaando? – ela arrastou a palavra infantilmente.

Sieghart se virou sobressaltado.

– Amy. – ele identificou a menina de cabelos rosas e, por algum motivo, vestida de maid, com direito a avental e espanador.

– É por isso que você está cabulando o castigo da Lothos?! – Amy exclamou, levando as mãos ao rosto exageradamente – O pessoal pre-ci-sa saber disso! – ela disse e saiu correndo pelo corredor de onde havia vindo.

–... – Lya ficou sem saber como agir, perguntando-se porque um beijo de perdão, normal entre os Cyrans, gerara tal confusão.

E “entre os Cyrans” era exatamente o problema.

–... – Sieghart soltou um longo suspiro, levando uma das mãos aos cabelos arroxeados, agora teria que ouvir diversos comentários desnecessários das outras crianças, sem contar que estava, mesmo sem saber, fugindo do castigo da comandante. Isso não era bom. Nada bom. O moreno não queria nem imaginar o que Lothos faria para castigá-lo por não ter ido ao castigo.

– Viu o que você fez...? – ele virou-se novamente para Lya.

– Eu?! – Lya indagou num tom defensivo – Eu não fiz nada! Vocês não se beijam no rosto para simbolizar o perdão?

– Lamento informá-la, mas não. – Sieghart respondeu.

–... Que estranho... – Lya comentou surpresa.

–... – Sieghart poderia falar o mesmo dela, mas apenas suspirou. Já tinha problemas o suficiente só por não estar no castigo. Por isso ele logo se virou para seguir pelo corredor por onde Amy fora há pouco.

– Ei, aonde você vai, Sieghart? – Lya chamou, vendo-o se afastar.

– Caso não tenha escutado os gritos da outra... – vulgo Amy – Tenho um castigo pendente. – ele respondeu dando continuidade no seu caminho de mármore. Mas ouviu passos correndo atrás de si e logo Lya pôs-se a andar ao seu lado.

–...? – o moreno a fitou como se perguntasse o que ela estava fazendo.

– O que? – ela corou um pouco ao inclinar-se para vê-lo nos olhos – Parece que eu causei algum problema a você sem querer, então eu me sinto na obrigação de ajudá-lo!

–... – Sieghart encarou a expressão determinada de Lya, como se o desafiasse a duvidar dela, e então sorriu maliciosamente – Sei... Por acaso quer outro beijo melhor, Cyran?

Lya corou mais forte desta vez, desviando o seu olhar do moreno quase que imediatamente.

– Alguém já disse que você tem uma personalidade bem peculiar? – ela eufemizou, para não falar prepotente e abusado.

Ao som da risada de Sieghart, eles seguiram em direção a entrada da casa principal com o moreno se divertindo as custas da garota. Seria esse o início de uma amizade? – ou quem sabe algo a mais...




Fim do capítulo VI


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Notas finais do capítulo

Ah! Pegadinha do malandro! *sapato voa na cara*

Hahah' Malz, malz, acharam que seria algo a mais? xD A culpa é da Amy que exagera tudo, alias, foi ela quem fez o título desse capítulo (joguem sapatos nela).

Amy: Eu o que?! Põe a culpa em mim, não!

Nha, detalhes...

Mas em fim, o que acharam? Chato? Não? Mereço reviews? *--* Espero que sim s2 Até o próximo capítulo o/

Bjs,

Ray chan.



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