A Garota da Profecia escrita por Ray chan


Capítulo 5
Capítulo IV - A estranha conta uma história


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, povo o/ (Ou bom dia, boa noite, boa madrugada xD) Antes de tudo, um agradecimento muito, muito feliz desta autora aqui à Lin Agnecia que fez uma recomendação muito linda da minha fic *-* Obrigada, querida, eu adorei, de verdade s2

Agora, voltando... rsrs Trago-lhes o quarto capítulo *-* Demorei um pouco mais do que de costume, mas em compensação esse capítulo está mais longo que todos os outros ^^ Aqui teremos uma boa explicação de quase tudo e finalmente descobrirão o nome da minha queridinha que acordou violenta no último capítulo kkk

Então, sem mais delongas, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/370940/chapter/5

Capítulo IV - A estranha conta uma história

O clima estava tenso.

A arma afiada contra o pescoço humano causava a tensão.

As palavras que saiam da boca da garota em posse da adaga não faziam sentindo algum para os presentes.

A mulher loira que ela fazia de refém a olhou e franziu o cenho sem entender o que ela estava falando, ainda tentou abrir a boca para falar algo, mas uma voz masculina que soava de maneira entediada interrompeu a tensão.

– Enough. (Basta)

Os olhares se viraram para a voz e de dentro do grupo de jovens um garoto loiro de olhar frio se destacou, dando alguns passos em direção a refém e a morena que não deixou passar despercebido as pistolas que ele trazia junto ao quadril, mantendo-se alerta.

– Who are you? (Quem é você?) – ela perguntou, ajeitando a adaga no pescoço da mulher, mostrando que estava atenta a qualquer ato suspeito.

– My name is Lupus. And we are the Grand Chase. (Meu nome é Lupus. E nós somos a Grand Chase) – ele falou tranquilamente, como se a arma afiada em contato com a pele de sua superiora não o afetasse – We aren’t who you fear and we don’t know what rebelllion you talk about. (Não somos quem temes e não sabemos de que rebelião falas). So just stop with this foolishness. (Então pare com essa tolice).

A garota pareceu considerar, estava confusa, mas sem largar a sua refém.

– So... Should I Just... Trusting you? (Então… Eu deveria apenas… Confiar em você?)

– I trust nobody. (Eu não confio em ninguém) – o loiro falou honestamente frio, surpreendendo a morena – But... Look around. Seem like prision for you? (Mas... Olhe ao redor. Parece uma prisão para você?)

Ela olhou ao redor, cedendo as palavras do garoto, e de fato o lugar não se parecia com nada ruim. Era claro e arejado, a cama confortável e parecia estar sendo tratada, pois sentia faixas e curativos pelo seu corpo, e não torturada.

Hesitantemente, a morena baixou a adaga, observando cada possível passo em falso, porém a mulher – agora livre – apenas se afastou devagar com as mãos para o alto em sinal de paz, não queria assustar a garota e ser feita de refém outra vez.

A paciente recém-acordada virou o olhar para os jovens, incluindo a ruiva que reagira – agora mais calma e sendo solta pelos companheiros. Realmente... Eles não pareciam querer lhe fazer mal.

– Hm... So... (Então...) – ela sentou-se na cama desconfortável com a situação – I’m sorry... I guess... (Desculpe-me... Eu acho...)

Eles olharam para a morena com as sobrancelhas franzidas, levando-a a fazer o mesmo e desviar o olhar verde delineado com uma pergunta para o loiro perto de si.

– They don’t understand your language, only portuguese. (Eles não entendem a sua língua, somente português.) – Lupus explicou.

– Ah... Portuguese... (Português...) – ela murmurou algo incompreensível em seguida, então limpou a garganta para falar – Podem me entender agora?

O arquear das sobrancelhas dizia que sim.

– Apparently yes. (Parece que sim.) – ela deu uma pausa – Eu havia pedido desculpas. Lupus... – ela o olhou, pedindo confirmação do nome, recebendo um leve acenar de cabeça do loiro – Lupus me explicou que eu estava enganada a respeito de vocês. Desculpem-me o, hã... Mal jeito.

Depois das palavras da garota, instalou-se um silêncio pesado. Era muita informação para pouco tempo. Em uma hora a morena falava uma língua estranha, ameaçava a superiora e então de repente estava pedindo desculpas e falando o seu idioma perfeitamente – exceto por um sotaque quase imperceptível.

A primeira a se pronunciar foi a ex-refém, mostrando que não tinha ressentimentos.

– Está tudo bem. Obviamente foi tudo um mal entendido e nós compreendemos, certo? – ela disse e se virou para os heróis atrás de si, pedindo uma confirmação com o olhar.

Mas antes que alguém pudesse falar qualquer coisa, a ruiva que há pouco reagira à lâmina no pescoço da sua superiora destacou-se no grupo, dando alguns passos para perto da garota que acabara de despertar, com uma expressão nada amigável no rosto.

– “Compreendemos” é o caramba! – ela disse, gesticulando de modo a expressar toda a sua raiva – Pode ir se explicando! Pelo que eu sei, até agora, eu não vi nada de “bonzinho” em você! Quem você é afinal?! – ela exigiu e estava bastante irritada.

– Elesis! – a superiora a repreendeu.

Por outro lado, a garota não se abalou com o tom brusco da ruiva.

– Meu nome é Lya. – ela respondeu simplesmente.

Lothos parou de brigar com Elesis e fitou a morena, agora finalmente com um nome, ela apenas assentiu como se dissesse “tudo bem” e a comandante assentiu também, deixando que Lya continuasse e explicasse tudo por si mesma.

– Eu sou da família Deviron, a filha mais nova dos Deviron.

– Deviron? – Elesis repetiu, franzindo as sobrancelhas – Nunca ouvi falar.

O queixo de Lya caiu e ela arregalou um pouco os olhos, mas com um segundo de reflexão, recompôs-se e soltou um longo suspiro.

– Bem... Eu já deveria esperar por isso... – ela falou para si mesmo e deu uma pausa, parecia tentar absorver a situação e pensar no que deveria dizer a seguir – Onde eu estou?

– Na enfermaria do QG da Grand Chase. – Elesis respondeu cruzando os braços.

– Não. – Lya balançou a cabeça negativamente – Eu quis dizer em que dimensão.

– Eu sabia. – uma voz disparou assim que Lya disse ser de outra dimensão – Eu estava certa.

Todos olharam novamente para a voz que se destacara do grupo. Desta vez era uma garota de cabelos azuis e olhos bicolores. Ela foi até a morena e a observou de perto, na verdade, praticamente estava a dissecando com o olhar. Bem típico da tecnomaga quando se interessava por algo.

– Você não pertence a essa dimensão. Não pertence a Ernas. – ela afirmou novamente o que havia falado durante o café da manhã interrompido.

Lya mostrou-se um pouco incomodada com a intensidade daquele olhar sobre si, mas respondeu mesmo assim.

– Ernas... – ela repetiu – Eu sou de Cyrus, uma dimensão em guerra, infelizmente.

– Ah... É por isso que a comandante a encontrou tão machucada? – outra garota se destacou do grupo, uma baixinha de cabelo roxo cujo nome Lya ainda não conhecia.

– Sim. Eu estava em uma batalha junto ao Eryon e...

– Eryon? – desta uma vez uma voz masculina interrompeu a narração de Lya.

– Hã? Sim... Quem...? – Lya passou os olhos pelo grupo de jovens, procurando o dono da voz.

Os heróis se moveram a fim de descobrir o dono igualmente, revelando um moreno alto de olhos prateados e cabelos negros, encostado ao suporte do cortinado com os braços cruzados na altura do peito.

– O meu nome é Sieghart. Mas voltando ao assunto... Você repetiu bastante esse nome. – ele disse, olhando-a fixamente – Quem é esse “Eryon”?

– Sieghart... – Lya sussurrou e encarou-o por um momento curioso, mas deixou de lado, piscando algumas vezes, e focou-se em responder a pergunta dele – Eryon é um de meus Enns.

– “Enn”? – Sieghart indagou, entortando uma sobrancelha – O que é isso?

– Não é “isso”! – ela mostrou-se ofendida, mas, vendo a expressão confusa do morena, tornou-se incrédula – Vocês não os tem aqui? Ah... – ela pareceu se dar conta de algo de repente – Mas é claro... Ernas... São humanos. – falou como se isso explicasse tudo.

– E você não? – Sieghart retrucou com um meio sorriso cético.

– Não. Vê? – ela apontou para um dos olhos verdes, mais especificamente para a linha preta que lhe contornava a íris.

O grupo se aproximou para ver melhor o que ela indicava.

– Esse delineado é a marca da minha raça. Sou uma Cyran.

Sieghart expressou surpresa com essa, afinal, toda a informação que a garota falava mostrava a ele que definitivamente não tinha como tê-la conhecido anteriormente, logo, que não deveria ter a sensação que teve na madrugada em que a visitou enquanto ela ainda estava desacordada. Sentir que tinham uma ligação não fazia o menor sentido, porém, por mais que o moreno tentasse se convencer disso, a sensação simplesmente não sumia.

Mas alheia a qualquer pensamento do moreno, Lya recomeçou a narrar a sua história.

– Como eu dizia... A minha dimensão, Cyrus, está em guerra no momento.

Desde sempre, o meu povo – os Cyrans – e os Enns viviam em harmonia. Os Enns são seres que vivem em uma dimensão paralela à Cyrus, são limitados em espaço e poder, pois apenas mediante a invocação por parte dos Cyrans que eles podem andar em outras dimensões sem consequências ao corpo. Porém tudo mudou de uns tempos para cá.

Alguns Enns começaram a nos julgar de exploração, o que de fato ocorria por parte de algumas almas podres, mas os Enns que queriam vingança pouco se importavam em diferenciar.

Eles se rebelaram então, conseguiram prender seus Cyrans invocadores e usar as suas almas como energia para o ritual de magia negra que tornou a atmosfera de Cyrus habitável para eles em troca da exterminação de sua própria dimensão. Os rebeldes não se importavam com mais nada, queriam conquistar Cyrus mesmo em troca de seu lar. E os Enns que ficaram do lado dos seus invocadores também foram considerados inimigos, logo, a guerra foi formada.

As conversas foram inúteis, os rebeldes estavam cegos pela vingança, sedentos pelo poder... Não bastava punir apenas os seus invocadores, eles se rebelaram contra todos os que não concordaram com eles – Cyrans ou Enns, não importava.

A guerra foi iniciada e parece estar longe do fim, praticamente todos se convenceram de que o fim só viria com a aniquilação total de um dos lados. Mas eu não. Não aceitei isso. Mas a minha família, Deviron, tinha grande influência e foi alvo óbvio.

Por outro lado, éramos fortes, resistimos, lutamos com o apoio de outras famílias, tentamos convencê-los com palavras a trazer a paz de volta... Mas nada adiantou. A vingança havia os cegado. Foi então que uma brecha surgiu. Para eles.

Fomos pegos em um ataque surpresa tarde da noite, eles estavam em maior número... Fui pega em uma explosão e então desmaiei, quando acordei, estava aqui.

– E isso é tudo o que eu tenho para lhes contar.

Quando terminou, Lya viu todos quietos como crianças prestando atenção em uma boa história, alguns até sentados ao seu redor com as pernas cruzadas para ouvir. Entre eles, Elesis, que já não se mostrava mais tão irritada, então Lya, sentindo-se menos ameaçada, guardou a adaga que usara para ameaçar a superiora, porém ainda havia uma pergunta que ela tinha a fazer.

–... Quem de vocês me achou?

– Eu. – a loira se apresentou – Comandante Lothos.

– Comandante... – Lya agendou mentalmente um pedido formal de desculpas pelo ocorrido mais cedo e perguntou o que queria desde o início – A senhora não viu ninguém próximo a mim quando me achou...? Parecido com um ser humano, mas com umas marcas amarelas no rosto...

– Eryon? – Sieghart chutou convicto.

Lya olhou para ele por alguns segundos.

– Sim... – ela respondeu e baixou o rosto, um rubor quase imperceptível surgindo na pele bronzeada das suas bochechas.

– Que gracinha... – Jin deixou escapar baixinho, olhando bobo para a morena, felizmente longe o suficiente para ela não o escutar.

Amy por outro lado...

– Pensei que eu que fosse uma “gracinha”. – ela falou cheia de ciúme pela perda do posto.

– Vo-você também, Amy...! – Jin tentou consertar todo atrapalhado.

Mas Amy virou o rosto, exagerando na mágoa que na verdade era mais invejinha da garota que despertara comentários do ruivo.

O cavaleiro de prata suspirou arrependido de ter deixado seus pensamentos escaparem.

Mas voltando ao assunto principal, Lothos pigarreou para tomar a atenção de volta.

– Lamento, Lya, mas tudo o que eu encontrei perto do seu corpo foram estes dois objetos.

Ela andou até o criado mudo ao lado da cama garota e pegou o casaco, agora com sangue seco, que achara e o chicote esverdeado que, reparando com mais calma, também tinha resquícios de sangue.

Lothos lhe entregou o chicote primeiro.

– Meu chicote...! – Lya estendeu os braços para recebê-lo e segurou-o sobre as pernas enquanto o olhava claramente feliz, ela passou o indicador por toda a extensão do objeto, o que fez o verde da arma brilhar como um vagalume por alguns segundos – Achei que tinha perdido... Obrigada, comandante. – ela agradeceu com um belo sorriso.

Jin quase deixou outro comentário escapar, mas Amy o olhou feio e ele engoliu o elogio.

Em segundo, Lothos lhe entregou o casaco.

E assim que o tecido tocou nas mãos de Lya, a morena perdeu o sorriso do rosto. As cores do casaco, branco e amarelo, misturavam-se ao vermelho escuro do sangue seco. Lya apertou aquela peça nas mãos com força, tinha uma expressão de agonia no rosto jovem e os heróis realmente acharam que a morena choraria naquele instante. Mas ela não o fez, embora quisesse.

Com esforço, ela engoliu suas lágrimas.

Lya dobrou a roupa cuidadosamente e a pendurou no braço esquerdo; o chicote, ela envolveu no quadril e encaixou as duas extremidades, disfarçando-o com um cinto.

– Eu preciso saber o que aconteceu a ele... – ela baixou os olhos, pensando em como poderia fazer isso.

Lupus a encarou friamente, vendo que a garota excluía a possibilidade mais óbvia, considerando o estado de guerra da sua dimensão.

– Ele pode estar mort...

– Não pode!! – ela o cortou veementemente no mesmo instante.

O grupo e até Lupus se assustaram com o grito de Lya, e o loiro instintivamente escorregou as mãos para a base das suas scarlets – as pistolas.

Porém imediatamente após o seu descontrole, Lya se arrependeu.

– Ah... – ela cobriu os lábios e vagou os olhos perdidamente – Desculpem... Eu não quis... Eu só...

Percebendo a linha tênue entre o descontrole e a razão de Lya, Sieghart se aproximou da morena e cruzou os braços ao parar do lado de Mari – que ainda analisava Lya como um curioso objeto de estudos.

Lya ergueu o olhar para o moreno tentando se manter estável, embora a agonia tingisse o seu olhar incomum.

– Você sabe que existe essa possibilidade. E... – Sieghart insinuou acrescentar quando viu que Lya iria retrucar – Você não pode negar.

A morena ainda sustentou o olhar por alguns segundos, não queria aceitar aquela possibilidade, mas, sem ter realmente como negar, Lya mordeu o lábio inferior, baixou o rosto e soltou um longo suspiro infeliz.

– Eu só... Não quero pensar nessa possibilidade. – ela admitiu e cobriu os olhos com a mão direita.

Sieghart – assim como todos os outros ali – fitou Lya. Ela era uma garota forte, não podia negar. Mas ainda era uma garota. E uma criança, pensou Sieghart, como a maioria daqueles heróis da Grand Chase era, para o moreno, claro, cuja imortalidade lhe dava mais de seiscentos anos. Talvez fosse isso que despertasse nele um sentimento protetor que o fazia querer ir até Lya e confortá-la como nunca fizera antes com alguém, ignorando o que os outros poderiam dizer.

Mas antes que o imortal pudesse seguir qualquer impulso polêmico, a mão direita de Lya subiu dos olhos para o cabelo, esbarrando no diadema prateada que cobria a sua testa. Um adereço tão incomum e elegante que parecia da nobreza - o que de fato ela era em Cyrus - E o rosto dela se modificou totalmente.

– Oh. My. Goddess. (Ai. Minha. Deusa) – Lya apalpou o acessório como para se certificar de que estava ali mesmo – How could I forget it? (Como eu pude me esquecer disso?)

Desesperadamente a morena tentou retirar a diadema.

– O que houve, Lya? – Lothos perguntou, vendo-a estranhamente eufórica.

– I forgot! (Eu esqueci!) Such obvious thing! (Algo tão óbvio!).

– No nosso idioma, Lya...

– Ah, sim, sim, desculpe. Ah, me ajude aqui, por favor. – Lya pediu a Mari, indicando a trança entrelaçada a diadema para ela desfazer; Mary hesitou por um momento, mas acabou fazendo o que ela pedia, enquanto Lya se dedicava a desfazer a outra e continuava a falar – Este acessório guarda as “essências”, que são símbolo do contrato entre Enn e Cyran. Eu só posso invocar aqueles os quais conquistei as essências justamente.

– Então... – Lothos raciocinou – Através delas você pode fazer contato com os seus Enns mesmo nesta dimensão?

– Exato! Normalmente os Enns não podem permanecer fora de sua dimensão fechada por muito tempo, não sem a ajuda de um invocador, mas, graças a magia negra utilizada pelos rebeldes, Cyrus se chocou com a dimensão dos Enns e os trouxeram permanentemente, tornando Cyrus habitável para Enns, rebeldes ou não. Mas teve uma consequência. – nesse momento as tranças se soltaram – Pronto! Obrigada...

– Pode me chamar de Mari. – a tecnomaga falou, deixando os fios de cabelo esverdeados escorrerem da sua mão.

– Mari. Certo. – ela guardou a informação com um sorriso no rosto.

Mas quando Lya separou os lábios para continuar a falar, ela paralisou e o seu sorriso desmoronou ao ver o objeto prateado em suas mãos. A esperança que brilhava no seu olhar se apagou como a chama de uma vela, escurecendo-lhe o olhar.

– Lya? – Lothos chamou, preocupada com a reação da Cyran.

Porém a morena sequer pareceu escutá-la.

– One... Consequence... (Uma... Consequência...) Uma consequência... – a garota começou a murmurar essas palavras repetidamente com a voz quase sumida – Os Enns não tinham uma natureza mortal, sabem...? Embora não fossem imortais de fato. Mas a magia negra usada os deixou mais suscetíveis, porém apenas entre eles mesmos... Mas... – as mãos dela se fecharam com tanta força que as unhas quase furavam a pele –... Isso era tudo o que os rebeldes queriam...! – então Lya praticamente cuspiu um sorriso sem a menor alegria ao mesmo tempo em que uma lágrima escorreu pela sua face – Um meio de matar a própria raça...!

As pequenas essências caíram sobre a cama quando Lya largou a diadema, revelando grandes rachaduras, uma em cada. Então Sieghart finalmente entendeu o que aquilo de fato significava. As pedras danificadas que vira de madrugada naquele diadema... Significavam morte.

–...! – Lya mordeu o lábio inferior e desta vez a força o fez sangrar.

A garota encolheu as pernas junto ao peito e enterrou o rosto entre os joelhos, as mãos dela agarraram a raiz do cabelo com tanta força que parecia querer arrancá-los. A dor que tingia os seus gestos era tão intensa... Mas não a que ela causava a si mesma, e sim, a que a ruptura nas essências lhe causava, como se uma – ou várias – parte de si tivesse sido arrancada.

– My fault, my fault, my fault...! (Minha culpa…!) – ela repetiu inúmeras vezes, baixo e sofrido; as lágrimas afinal escorreram pelas suas pernas, caindo em um fluxo rápido e constante no colchão, manchando-o.

Nesse momento Lothos achou melhor agir.

– Certo, meninos. Vocês devem ir agora. E não, Amy. Sem discussão. – ela acrescentou ao ver que a garota iria retrucar essa ordem – Vamos, saiam, saiam.

Lothos expulsou todos os heróis, embora alguns resistissem, mantendo apenas Lupus para o caso de precisar de um tradutor. Sieghart olhava para trás enquanto era empurrado para fora junto com os outros, via Tammy tentando confortar Lya com palavras inúteis, as quais ela prontamente rejeitou, desferindo um tapa no ar que afastou a mão da enfermeira.

– They were murdered because of me! (Eles foram mortos por minha causa!) – ela exclamou, balançando a cabeça de um lado para o outro em choque – If I were there...! (Se eu estivesse lá...!) I should be there with them! (Eu deveria estar lá com eles!)

Lupus traduzia, parafraseando para Tammy.

“Está tudo bem.” – Sieghart ouviu Tammy dizer – “Não se preocupe, vou cuidar de você.” – e pouco antes de Lothos fechar o cortinado, o moreno viu a mascote enfermeira pegar um pequeno frasco de uma gaveta aberta e uma injeção, então o branco da cortina tapou a sua visão e tudo o que ele podia ouvir eram os gritos em pânico de Lya diminuindo conforme era empurrado para fora da enfermaria com os outros, até cessar por completo.



Fim do capítulo IV


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lya Deviron (Minha garota é importante *-* Família importante *-*) Finalmente, heim? xD Gostaram? *-*

Depois desse capítulo várias coisas ficaram explicadas, agora sabem de onde ela veio e porque estava tão machucada. Cyrus está passando por momentos ruins :/

E pobre Lya, mal acordou e já tem notícias tão ruins...

Querem saber mais sobre essas "essências"? Então deixe um review com a sua opinião ^^ Se gostaram ou não, aguardo ansiosa pelos seus reviews *-*

Espero que tenham gostado o/ Até o próximo capítulo.

Bjs,

Ray chan.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota da Profecia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.