You're My Summer, My Winter. escrita por Jane Rivelli


Capítulo 6
And Now?


Notas iniciais do capítulo

desculpem pela demora! mas tava sem droga de criatividade nenhuma, e quando enfim terminei de escrever meu computador quebrou! tive que recomeçar tudo de novo....



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“…Now I can't trust myself with anything but this…”

As aulas em Albert Hill estavam no mesmo ritmo alucinado de aulas. Havia me inscrito nas aulas de italiano, alemão, dança, astronomia e fotografia. Todas as aulas que a escola nos fornecia. Liam e todos achavam que eu era louca por estar participando de todos os cursos oferecidos pela escola, menos um: Josh Milk. Ele participava de tudo assim como eu, dizia que era uma oportunidade de se aprofundar em algo que nos ajudaria mais para frente. Nas aulas de alemão, dança e astronomia eu fazia dupla com ele, ele era do tipo bem quieto, mas sempre ouvia minhas reclamações e minhas conversas sem sentido. Nas aulas de italiano eu fazia dupla com Liam, e nas de fotografia sempre eram trabalhos individuais, queria estimular nosso aprendizado com isso. Mas Josh possivelmente seria meu melhor amigo, era bom estar na companhia dele.

Albert Hill havia nos comprado convites para a ultima noite no BBC Proms no Hyde Park. Era cinco e meia quando Liam passou para me buscar. Fomos atéo parque e encontramos todos da escola, espalhados numa mesma área. Nosso grupo ficou reunido bem no meio de toda aquela galera, enquanto alguns preferiam ficar mais no fundo, longe de toda a movimentação. Tínhamos que elevar o tom da voz para que pudéssemos ser ouvidos. A musica estava alta demais, os sons agudos demais, e bem eu não era muito fã. Sai de fininho apenas avisando Liam que iria pegar um sanduiche no fim do parque, ele estava tão entretido que não quis tirar ele de lá. Segui no meio de toda aquela gente até que cheguei a um espaço com maior intervalo entre as pessoas, e longe o suficiente para que eu não precisasse gritar com quem estava ao meu lado. Peguei um sanduiche e vi que Josh estava do meu lado, sentado em baixo de uma arvore, mexendo no celular sem nem prestar atenção na apresentação. Olhei para trás e vi Liam e David ao lado de Charlotte e Lohana. Liam conversando com ambos. Mas ele estar conversando com Lohana me intrigava um pouco.  Peguei meu lanche e caminhei para o lado de Josh que estava solitário.

-Posso me sentar com você?- Perguntei a ele recebendo um olhar calmo daqueles incríveis olhos verdes.

-Claro. - Ele se ajeitou para que eu pudesse me sentar ao seu lado.

-Sabe, odeio musica clássica. Me dão sono, acho os sons agudos demais a ponto de doerem meus ouvidos, e outros graves de mais a ponto de achar que minha cabeça vai explodir.- Fui dizendo e ele apenas concordava. –Quer um pedaço?- Ofereci meu lanche e ele negou, fitando o celular. Fiquei falando um monte de coisas e ele apenas concordava ou respondia com palavras curtas demais. Fiquei observando Liam e Lohana que estavam sentados em nossa frente, longe o suficiente para que não notassem que estavam sendo observados. Eles não estavam gritando um com o outro, pareciam conversar normalmente, como amigos, ou talvez namorados.

-Sabe, eu acho que ele ainda gosta dela. –Me manifestei e Josh largou o celular para me olhar.

-Por que acha isso?- Ele perguntou.

-Olha como eles conversam, não estão nem discutindo, gesticulando nem nada. Ele deve sentir algo por ela. –Conclui.

-Liam acho que nunca esqueceu o que ele teve com ela. Eles namoraram por três anos, e ele foi traído, é natural que ele a odeie. Só que foi traído por dois anos, ele sente raiva, mas é impossível dele esquecer tudo. - Josh disse. –Ninguém nunca esquece um amor. Muito menos as lembranças que tiveram.

-Então você acha que ele gosta dela, ainda? Mesmo depois de tudo?- Perguntei.

-Eu acho que na verdade, eles ainda voltam. Eles se completam sabe. Ele a completa com a sanidade dele, o bom humor e o companheirismo. E ela a completa com a diversão, beleza e ambição. - Ele respondeu me olhando. –Mas, por que a pergunta?

-Curiosidade. Mas e você Josh? Me fale sobre você.- Disse.

-Eu não tenho muita historia. - Ele riu. –Sou nova-iorquino, vim pra Londres depois que meus pais morreram. - Eu arregalei os olhos e ele notou a minha surpresa. - É eles também se foram... Minha mãe morreu quando me deu a luz, era para eu ter um irmão gêmeo, mas ambos morreram no parto. E bem meu pai levou um tiro num assalto e faleceu, no meio da rua. Ai eu vim morar aqui com meus avós. Desde quando eu tinha três anos. Mal me lembro de Nova Iorque. - Ele concluiu.

-Eu sinto muito. Mas tirando toda essa tragédia, quem é você?- Eu perguntei e ele me olhou um pouco confuso.

-Sou o cara chato, o quietão da sala, o que ninguém conhece. Às vezes marco alguns gols no rugby, mas nada que chame muito atenção ou que valha gritos da torcida. Sou tímido, não gosto de festas, não namoro, sou sossegado, gosto de casa, gosto de viajar, livros, musica, tocar e estudar. Sou na minha, dificilmente arrumo confusão, só quando a historia passa dos limites. Moro com minha vó e minha tia, tenho primos na faculdade e uma prima de cinco anos. Meu sonho e viajar o mundo, conhecer cada canto desse mundo. Prazer, eu. - Ele virou de volta para mim, me olhando nos olhos e deu um largo sorriso.

-Ual. Espero que consiga tudo o que deseja. E olha, no próximo jogo, pode marcar um gol que eu grito. - Ele sorriu. – Você é uma boa pessoa Josh.

-E você senhorita Jessica? Como se definiria? Quem é você Jessica Thompson?- Ele questionou. Fique na duvida da pergunta por alguns minutos, como eu me definiria? Quem eu era? Não tinha nenhum talento especial, muito menos sonhos pequenos para serem realizados, eu não sabia me definir. Eu não sabia quem eu era.

-Hm, talvez eu seja a garota que é roceira, que gosta mais de mato do que de cidade. Gosto de correr sem um rumo certo gosto de fugir da realidade, gosto de ficar sozinha, de organizar meus pensamentos, escutar musica alta. Prefiro estar sozinha à companhia de gente que não gosto. Não sou lá muito sociável, gosto de festas, mas só das que me atraem nada muito “bêbado”. Nasci numa fazenda, vivi numa fazenda, amo animais, valorizo o que eu tenho. Não choro na frente de ninguém, a não ser quando a dor é grande. Sou orgulhosa, mas quando erro eu permito-me dizer que errei. Odeio traições, e gosto do pouco. E meu sonho... Meu sonho é ser feliz.

-Ual. - Ele sorriu. – Temos umas coisas em comum senhorita Jessica. Acho que já posso te considerar minha melhor amiga por isso. –Ele riu. –Sou de poucos amigos.

-Já devia ter me considerado sua melhor amiga há muito tempo! Desde quando te passei a cola de italiano!- Ele gargalhou. Ficamos conversando durante um bom tempo sobre a vida de ambos até que Josh desviou o olhar e ficou boquiaberto, fiquei fitando sua expressão, mas sem entender nada. “Eu disse!” ele falou aos sussurros e apontou para frente, eu segui para onde seu dedo e deu olhar apontavam e la estava Lohana apoiada com os cotovelos na grama e Liam com cada mão ao lado de seu corpo e a beijando, num beijo profundo um beijo apaixonado. Josh tinha um sorriso no rosto, os amigos de Liam que agora eram meus amigos, estavam sérios, mas tinham um sorriso no rosto. Por que eles falavam mal de Lohana, mas apoiavam a volta deles? Eu estava tão confusa! Não sabia se ria, se aplaudia, se entrava na onda de Josh, apenas permaneci séria, olhando aquela cena, com um nó na garganta, um grito entalado, algo estava errado. Muito errado.  O festival acabou e eu neguei todas as caronas que Liam me ofereceu, disse que tinha algo mais importante a fazer.

O estádio Wembley estava aberto, paguei uma taxa do ingresso e entrei no estádio que naquela semana estava aberto para visitações noturnas. Me sentei numa cadeira ao meio de toda a arquibancada, ficando sozinha com meus sentimentos, por que eu estava tão abalada? Confesso, eu sentia algo muito forte por Liam, mas era amor? Duvido. Voltei para a casa as duas horas da manhã, quando me dei conta que andar por Londres de madrugada era perigoso e gelado. Me joguei na cama depois de um belo banho e tentei dormir, mas não conseguia. Fui dormir tarde, quase de manhã, me arrumei para a escola, com a maior olheira do mundo, que nem corretivo arrumaria. Sentei ao fundo da aula aquele dia, e matei a ultima aula de quinta feira, que era biologia. Sai de fininho alegando que estava passando mal e iria para a enfermaria, peguei meu material e fui para o refeitório, peguei uma mesa escondida e apaguei num sono sobre meus materiais. Quando acordei estavam todos na mesa me olhando, inclusive Lohana que agora estava ao lado de Liam. Perguntaram se eu estava bem, e eu disse que sim, que havia ficado ali para não interromper a aula e que havia tomado um remédio que provocava sono, eles acreditaram. Josh me convidou para sair dali, acho que ele percebeu meu incomodo com Lohana na mesa. Ele se sentou em baixo de uma arvore e eu me deitei em seu colo, ele escutava uma musica do Paramore enquanto lia o livro de literatura.

I wonder, how am I supposed to feel when you're not here?

(Eu me pergunto, como eu deveria me sentir quando você não está aqui?)

'Cause I burned every bridge I ever built when you were here

(Pois que queimei todas as pontes que construí quando você estava aqui.).

Algumas semanas então se passaram e eu e Josh havíamos nos tornado melhores amigos ele me contava seus sonhos e eu o contava os meus, até me contou como conseguiria ganhar a garota mais linda da escola “depois de mim” como ele dizia. Seu nome era Amanda Glicam, uma estudante aplicada, frequente em todas as aulas. Não era popular mas muito cobiçada.  Eu havia trocado as duplas, estava agora em todas junto com Josh, estava ajudando-o a estudar para que ele viesse parar na minha sala, e posteriormente irmos juntos para a sala A junto com Amanda que ele tanto cobiçava. Liam passou por nós e se sentou em nossa frente junto com Michael.

-Jess, não posso te levar para a casa hoje. Tenho treino.- Ele disse.

-Eu sei, eu vou a pé.- Disse e Josh deu um pigarro. –Ah sim, verdade, Josh vai me levar.

-Como assim Josh vai te levar, você também tem treino Josh.- Liam disse se levantando.

-Me permitir faltar. Eu não fujo para namorar Liam, muito menos largo meus amigos por causa de uma alguém.- Josh disse e Liam e Michael saíram.

-Mas o que foi isso Josh? Ele é seu amigo!- Disse me levantando de seu colo.

-Acha que eu já não saquei que você tem uma queda por ele Jess? Ele esta sendo idiota!- Josh tinha os olhos vidrados em Liam que agora se afastava com passos firmes. Eu fiquei em silencio e depois sai andando, queria ficar sozinha e Josh sabia e respeitava isso.

Sai andando pelo campus da escola, tinha mais uma hora para decidir que meus pensamentos se organizassem, eu estava sendo fria com Liam, e eu sabia disso, todos os amigos próximos comentavam disso e até os “amigos” da sala, estavam comentando que nós não andávamos mais juntos. Eu senti lagrimas se formando em meus olhos, mas não sabia dizer o porque delas. Me sentei em frente a fonte da escola e deixei os pensamentos fluírem. Enquanto voltava para a sala tropecei num degrau, e braços fortes me seguraram até me machucando um pouco.

-Cuidado gatinha, os degraus são meio altos para você.- Moreno, olhos pretos, como ele se chamava mesmo? Willian, o garoto da minha sala, da turminha de Josh.

-Obrigada, mas não preciso de sua ajuda.- Respondi grossamente.

-Oloco, que grossa, da próxima vez te deixo sangrar no chão.- Ele concluiu.

-Seria muito mais prazeroso.- Respondi e ele mordeu os lábios e foi se aproximando de mim.

-Que isso garoto? Tá louco?- O empurrei pelo peito e ele foi ainda mas para cima. –Sai Willian sério, não tem graça.

-Jessica, Jessica, ainda te pego garota!- Ele se afastou rindo quando percebeu a inspetora caminhando até nós.

-Espera deitadinho, prometo depositar flores em seu tumulo.- Disse devolvendo sua risada e voltei para a área do refeitório, me sentei na frente de Josh e em seguida suspirando deitando em seu colo.

-Já pensou?- Ele fechou o livro e tirou os fones.

-Já.- Disse.

-E chegou a alguma conclusão sobre o que sei lá, você tenha pensando?

-Hm, não.

-Sinto muito.- Ele beijou minha testa e nos levantamos para irmos as aulas.

Duas semanas se passaram, todas no mesmo ritimo, a diferença agora era que Liam não ia mais frequentemente a minha casa, eu caminhava sozinha até o ponto de ônibus e me sentava em qualquer lugar, nas terças e quintas almoçava em um restaurante próximo a escola com Josh, nas sextas e nas quartas ele almoçava em casa ou eu na dele, eramos melhores amigos com certeza. Elliot reclamava que Liam não ligava mais, não saia mais, Liam estava focado demais em Lohana e ninguém sabia o porque disse. Vingança não era, Liam era muito decente para fazer algo do tipo. Ele então a amava novamente? Ele mal falava com seus amigos, mala falava comigo. Josh estava me ajudando muito, Josh fazia seu papel de melhor amigo, mas toda aquela sensação boa que eu tinha quando estava com Liam havia sumido. Era Liam que tirava meus medos, era ele que me protegia, me fazia segura, espantava a tristeza. Eu sentia falta daquele 1,80 de altura, dos passos firmes subindo as escadas, nos braços fortes me protegendo, do sorriso branco mais sincero, do mais perfeito olhar, da mas perfeita voz. Elliot reclamava de Liam e ao mesmo tempo de mim, dizia que eu só ficava no quarto escutando musicas altas e tristes, não saia mais, dormia o dia todo e não dormia a noite, estava um porre aguentar Elliot. A verdade era que: eu estava com saudades de Liam.

Era por volta das nove da noite de sexta feira. Todos tinham jantado e eu continuava na sala. Fui para o quintal afim de pensar um pouco, me sentei em frente a piscina deixando meus pés tocarem a agua gelada da piscina. Apoiei meu corpo com as palmas da mão, e fiquei observando a lua no céu mais escuro que o normal. Meu olhar vagou para o sobrado alto da rua que era a casa de Liam. Imaginei o que ele estaria fazendo e onde ele estaria, já que a casa estava toda apagada. De repente uma luz se acendeu no ultimo andar, Liam passava com uma regata branca, e uma calça de pijama e os cabelos molhados, eu queria o ver, como eu queria. Peguei um laser verde e comecei a fazer desenhos na janela de sua casa, no comodo que ele havia acabado de apagar. Uns dois minutos depois, ele acendeu o comodo, abrindo as cortinas e me vendo na beira da piscina como laser nas mãos, eu acenei e ele sorriu, fez um gesto para que eu fosse até sua casa. Não pesnaria duas vezes, eu estava com saudades e precisa ir. Calcei meu chinelo e caminhei até o fim da rua, onde assim que cheguei, o portão foi destravado e eu entrei na sala.

Pisei na sala e Liam surgiu no topo da escada, me chamando com as mãos e em seguida levando o indicador a boca pedindo silencio. Subi as escadas escuras utilizando a luz do celular. Liam me guiou pela mão, e seu toque me provocou calafrios.

Chegamos em um andar parcialmente iluminado com a luz de um abajour. Liam entrou em minha frente fechando a porta.

-Oi.- Ele disse colocando uma mão no bolso da calça de moletom, enquanto a outra acenava para mim.

-Oi.- retribui o mesmo sorriso. –Quarto legal.- Disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ele apenas sorriu e agradeceu, o quarto tinha uma porta menor do que a de todos os outros quartos, quando entravamos, tinha uma estante com livros do lado direito, uma escrivaninha e um laptop ao lado direito, e a frente tomando uma parede uma enorme janela em vidro, de correr. Ela tinha uma cortina branca leve assim como todas da casa. Ele a abriu fazendo com que eu me deparasse com uma sacada iluminada com pisca-piscas natalinos na grade da sacada escura. Havia um sofá branco de frente para a sacada e um telescópio.

-Não sabia que gostava de astronomia.- Disse.

-É interessante ficar observando o céu na madrugada da noites frias, são as mais belas estrelas.- Ele disse parando ao meu lado.

-Mas que lugar é esse?- Eu disse e ri.

-Meu refugio.- Ele sorriu.- Alguns tem casa na arvore, um quarto grande, ou um amplo quintal...

-Você tem os três- Ri.

-Menos a casa na arvore.- Ele riu. –Mas então, esse é meu refugio, ninguém nunca entra aqui, e é construído virado para a parte escura, ou seja, pega a iluminação de Londres, e as estrelas.- Ele ajeitou o telescópio apontou para a cidade e observou alguma coisa. Observei a forma com que ele olhava com um olho só no telescópio e fechava o outro, enrugando o lado esquerdo de seu rosto, levantando um pouco os lábios deixando a mostra belos dentes brancos. Ele me chamou para observar algo, falando sobre algum grupo de constelações e eu não entendi nada.

-Sou eu que faço aula de astronomia e você que é o especialista? Tem algo errado ai.- Eu disse devolvendo o telescópio para ele, deixando ele rir. –Por que não faz aula, ia se dar bem.

-Porque eu não sigo um roteiro, descubro o que eu quero, vejo o que eu quero. Acho que a vida já é cheia de roteiros e obrigações, pelo menos isso eu quero que não tenha um roteiro. Pelo menos não pra mim.- Ele disse.

Me sentei no sofá branco observando Londres com um binoculo que tinha em uma mesinha alta de madeira ao lado do sofá. As pessoas se movimentavam rapidamente, andavam apressadas pelas ruas. Umas vestidas com ternos e segurando pastas, outras de salto alto e saia rumo aos famosos pubs londrinos. Era uma agitação diferente em cada canto que olhava e isso me intrigava.

-E você e o Josh?- Liam perguntou repentinamente e eu o encarei boquiaberta. –Estão ficando?

-Não! Claro que não!- Respondi erguendo as mãos. –Somos amigos, ele é meu melhor  amigo, conversamos bastante ele vem me ajudando e tudo mais...

-Ajudando? Em que?- Liam questionou. Eu e minha mania de falar demais.

-Em... Em...Hm...Alemão! Ele vem me ajudando a estudar alemão!- Respondi buscando uma resposta rápida em minha mente.

-Entendi. É que todo mundo comenta que vocês são bem próximos, está todo mundo falando que vocês tem algo.

-Não existe todo mundo. Qual é a sua opinião?- Perguntei.

-Eu acho que não existe nada entre vocês. Estou certo ou enganado?- Ele sorriu.

-Está certo. Ele é meu melhor amigo, é isso e sempre vai ser.- Respondi e virei o rosto.- E você e a Lohana? Como estão as coisas?- Encarei Londres a minha frente.

-Estamos bem. Com nossas pequenas discussões mais bem.- Seus olhos piscavam rapidamente, e seus dedos estavam cruzados um com os outros. Ele parecia nervoso.

-Do jeito que você falava dela, nunca esperei que fossem voltar.- Eu ri.

-Isso foi um pensamento positivo, negativo ou uma critica?- Ele perguntou.

-Uma critica.- Ele me olhou confuso. –Você dizia o nome dela com certo...

-Nojo.- Ele disse.

-Sim...- Prossegui. –Por isso achei que nunca iriam sei lá, ter algo novamente, muito menos um namoro.- Conclui.

-É as coisas mudam. –Ele deu um falso sorriso, contando que eu  não reconheceria, mas eu reconheci um falso sorriso, eu sabia qual era o sorriso natural dele.

-E como.- Eu sorri falsamente para ele. –Bem, está na hora de eu ir. Obrigada pela bela visão.- Disse e ele segurou meu braço, e me puxou para perto dele. Ele chegou seu rosto bem perto do meu, colocou seu polegar em meu queixo ergueu meu rosto e depositou um selinho em meus lábios. Sai de seus braços olhando confusa para ele, que ao ver minha expressão seus olhos se tornaram confusos.

-Isso, é MUITO errado Cartter. Não posso.- Disse e sai andando, deixando Liam para trás. Porque ele havia me “beijado” mesmo estando aos amaços com outra? Qual é a dele? Ele parecia tão descente quando eu o conheci, com as formas de pensar mais evoluídas que qualquer um de nossa idade, ele parecia tão especial...

Voltei para a casa correndo segurando o choro, cheguei em meu quarto, tranquei a porta e desabei a chorar. A noite foi passando, e nada de eu ter sono, eram pensamentos demais para uma so cabeça. Desenhei varias coisas alheias, sentei no computador e vi todas as fotos desde do inicio de minha chegada a Londres. Vi fotos dos meus pais... Como eu queria que eles estivessem lá, iam me dar os melhores conselhos para eu me encaixar nessa situação que estava mais que complicada.  Desabei ainda mais a chorar, fugi para a sacada a fim de estar mas perto do céu, mas perto dos meus pais. Pulei as grades da sacada e subi para o telhado, por uma escadinha que tinha logo ao lado da sacada, me sentei ao alto bem no topo da casa, me debulhei a chorar, chorava e chorava sem parar. Encarei o horizonte iluminado pela cidade a minha frente e imaginei o que tanto eu tinha feito até então.

Nasci, cresci em uma fazenda, tinha dois amigos próximos, mas era amiga de todos da escola. Criava cavalos por qual eu tinha a enorme paixão. Fui para Londres, meus pais morreram em um acidente e umcara me tirou do carro que estava prestes a explodir. Um cara que estudaria em minha escola, na minha sala, e moraria na casa ao lado. Gostei dele, gostei mesmo, não de amar, eu acho. Ele odiava a ex-namorada, ele voltou com a ex-namorada, eu fiquei em pedaços por isso. Ganhei um melhor amigo, e gente que me odiava. Que vida era essa?

Desci novamente e fui para o quintal, deitei em um dos sofás para ficar mais tempo la fora, curtindo as estrelas. Por mais que eu quisesse pensar em alguma coisa diferente de Liam Cartter, meus pensamentos de alguma forma me levavam até ele.  Pensei em ligar para Josh, mas quem sou eu para atormentar um garoto com meus problemas? Dormi ali no sofá mesmo, e só acordei quando senti os cachorros lambendo meu rosto. Droga! Sai toda atrapalha, pisando em meus proprios pés e caindo de cara na grama.

-Merda! Merda!- Gritei afundando meu rosto na grama.

-Pobre priminha, tão nova, tão bebada.- me virei para cima e Elliot estava parado sentado me olhando chupando uma laranja.

-Cale a boca Elliot! Quem me dera estar bebada!- Disse me levantando.

-Conte-me seus problemas!- Ele parecia entediado.

-Não estou afim. –Disse.

-Liam Cartter é seu problema?- Ele perguntou e eu me virei para ele.

-Suas perguntas são meus problemas.- Disse e voltei andando para meu quarto. Tomei um banho coloquei uma roupa leve e fui levar Chloe para dar uma volta no bairro de bicicleta.

Voltei para a casa pois estava muito sol, e meus tios me chamaram para sair, mas é um porre sair em dias ensolarados demais. Preferi ficar em casa, em paz sozinha. Eles iriam passar o fim de semana na cabana, em Cambridge.  Eles arrumaram umas mochilas, fizeram mil recomendações e por fim saíram.

Final de semana só para mim. O que dois dias reservariam para mim?


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Notas finais do capítulo

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