...” We two have run about the slopes and picked the daisies fine but we've wandered many a weary foot”…

Elliot chegou em casa era duas horas da manhã, ele deu a desculpa de estar em um bar, o que eu não sei se de fato ocorreu mesmo, já que ele saiu da casa de Liam, e voltou com mais duas sacolas, e depois disso eu não vi ele saindo. Harold adormeceu em minha cama, e eu fui obrigada a dividir minha cama com Harold durante a noite, que se agarrou em mim como se eu fosse um travesseiro. Foi muito perturbador, mas acolhedor de certa forma. Quando acordei Harold não estava mais lá, ele já tinha ido para a escola Bruce o levou antes de ir trabalhar, imagino o que ele deve ter pensando. Ou não deve ter pensado nada já que a porta ficou o tempo todo aberta. Fiquei um tempo vegetando na cama, procurando respostas dentro de minha própria mente, mas tudo que eu encontrava era um enorme e profundo vazio.

–Como você está hoje?- Elliot entrou no quarto e se sentou no divã em frente a cama e eu me sentei para olha-lo.

–Bem. –Respondi secamente.- Apenas com umas duvidas na cachola. – Ele riu.

–Que duvidas?- Ele parecia mesmo curioso.

–Por exemplo...- O encarei. –O porque de você ter entrado ontem duas vezes com sacolas diferentes na casa de Liam. Tem algo que eu precise saber?- Ele ficou pálido.

–Tem algo que eu precise saber Elliot?- Eu indaguei mais uma vez.

–Tem. –Ele me olhou.

–Então me conta.

–Eu estou recolhendo as coisas dele do quarto e colocando dentro de varias caixas. As sacolas que você viu eu entrar são caixas e sacos de lixo, estou organizando tudo para doar para uma instituição de crianças e adolescentes com câncer. – Ele disse. –Achei que seria melhor manter você longe de lá, poderia te machucar.

–Ah. –Disse totalmente desanimada. O que eu estava esperando?- Tudo bem. Mas guarda alguma coisa para mim ok?

–Tudo bem. –Ele beijou minha testa com sua boca gelada. –Se cuida. –E ele saiu do quarto. Mandei uma mensagem para Harold pedindo desculpas por não estar acordada quando ele saiu e sobre a conversa com Elliot. Harold disse que não poderia passar em casa hoje porque tinha treino e sairia muito cansado, mais que me ligaria mais tarde e que passaria em minha casa na quarta feira, e na quinta para podermos conversar melhor. Já que eu levei três dias de suspensão por bater em Lohana, assim como ela levou 4 por ter começado a briga, decidi passar a semana inteira em casa, dois dias a mais dois dias a menos não faria porra de diferença nenhuma. Passei o dia escrevendo coisas alheias atrás das fotos minha e com Liam, como data, onde e hora. Passei o dia observando todos os pequenos detalhes que ele já fez por mim. Passei o dia tentando entender a conversa com Lohana e aquela carta de Liam. Era tudo muito perturbador ainda. Queria entender como tudo aconteceu tão rápido, e principalmente queria ter desculpado Liam naquela noite. Aquela culpa dentro de mim crescia como uma explosão nuclear, eu não conseguia pensar em outra coisa. Nele me tirando do carro dizendo que ficaria tudo bem, ele no hospital rindo com o bob esponja, me levando a festa de espuma, me acompanhando até Albert Hill, brigando comigo, me salvando, me defendendo, me ajudando, me acompanhando no voo até Los Angeles, me levando a lugares incríveis e proporcionando momentos inesquecíveis. Era difícil lembrar de tudo isso e saber que eu não teria mais momento incríveis com ele, como todos aqueles lá. Me dei conta que já tinha lagrimas rolando por meu rosto e eu nem havia reparado. Esse era um dos meus medos. Que as pessoas vissem minha fraqueza e escutassem meu choro, eu não podia deixar isso acontecer nunca. Durante a noite fiquei sentada na janela observando qualquer movimentação na rua, mas era tudo a mesma coisa, o mesmo bairro parado, como sempre. Desci as escadas deixando a luz do quarto apagada para que ninguém viesse me questionar do por que eu estar fora da cama a essas horas, e para que eu não tenha que responder que era por que eu estava simplesmente morrendo de saudades do cara que eu mais amo, e para que eu futuramente nessa mesma cena não caísse em um choro e fizesse as pessoas sentirem pena de mim. Então desci as escadas iluminando o caminho apenas com a luz do celular, o quarto das crianças estavam todos abertos, os dos meus tios e de Elliot fechados como sempre, então eu poderia ficar tranquila lá em baixo. Preparei um copo de leite com chocolate e fui sentar na borda da piscina como eu fazia nas noites em que não conseguia dormir. Me sentei no chão colocando os pés na piscina deixando a agua fria tocar meus pés quentes. Comecei a viajar de novo em meus pensamentos olhando para a casa de Liam, esperando ele aparecer mas sem nenhuma expectativa. Fechei os olhos afastando as memorias, e dando mais um bom gole no chocolate. Voltei a abrir os olhos e uma luz se acendeu no andar de cima da casa de Liam. Meu corpo estremeceu minhas mãos e pés ficaram bambas. Todos os pensamentos que tinha em minha cabeça sumiram dando lugar ao vazio. Fiquei encarando aquela cena da luz acesa no segundo andar. Não poderia ser um simples curto, um curto acenderia a casa toda não apenas um cômodo. Poderia ser uma pessoa, mas isso estava totalmente fora de cogitação já que Liam não tinha nenhum parente em Londres. O copo em minhas mãos tremia como se estivesse acontecendo um terremoto em meu corpo, meus pés estavam mais gelados que a agua da piscina que agora tinha se tornado morna sob meus pés, minha garganta ficou seca e o gosto de bile subiu a minha boca. Eu fiquei apenas estática observando uma única luz acesa no andar de cima, deixando as escadas visíveis pela cortina na enorme janela de vidro. Foi quando uma das possibilidades apareceu. Uma pessoa alta de ombros largos e com capuz na cabeça subiu as escadas. Meu corpo estremeceu mais uma vez, e eu queria sair correndo e invadir aquela casa com todas as minhas forças. Deixei o copo na beira da piscina me levantei com toda a calma, forçando minhas pernas a se acalmarem e andarem de volta em direção para dentro da casa. Sai correndo ligando para Harold.

–Jess está tudo bem?

–Não Harold não está!

–Por que está sussurrando?

–Harold tem alguém na casa de Liam, tem alguém lá!

–Como assim tem alguém lá Jessica?

–Eu estou no quintal, e a luz ficou do andar de cima ficou acesa e uma pessoa com capuz na cabeça subiu as escadas. Harold tem alguém na casa dele, e eu vou lá.

–Não você não vai. Se você for leva Elliot com você, ou me espera chegar ai.

–Harold não precisa eu vou sozinha.

–Eu já estou dentro do carro Jessica!

–Eu vou em frente a casa dele, eu te espero lá.

–Você tem certeza que você não sonhou isso?

–Harold caralho eu estou bem acordada! Eu peguei um copo de chocolate e estava em frente o quintal! Agora porra dá para chegar logo! Eu sei o que eu vi!

–Estou chegando 5 minutos eu estou ai. Vai ter que se entender com minha mãe amanhã!

–Me entendo até com o presidente agora vem logo!

Ele desligou. Corri para meu quarto para pegar a chave da casa de Liam e em seguida corri para a sala e peguei a chave da frente se eu destravasse o portão faria um barulho muito alto e acordaria a todos e então ficariam perguntando o porque de eu ter saído, e iriam dizer que eu estava louca, ou delirando. Minhas mãos tremiam e eu não conseguia acertar a chave do portão no buraco da fechadura, vi um carro de aproximar e notei que era Harold.

–Rapido me ajuda! –Eu disse jogando a chave por cima do portão. –Minhas mãos estão tremendo e eu não consigo abrir. –Minha voz estava embriagada e meus olhos cheio de lagrimas

–Jessica você tem certeza do que viu?- Ele me olhava sério.

–Anda logo Harold! Eu sei o que eu vi! Eu sei o que eu vi! E mesmo que seja um parente nós precisamos saber o que ele estava fazendo ali!

–Ok calma! Vamos até lá, mas seria melhor chamar a policia de qualquer jeito.

–NÃO! Anda logo Harold!- Eu disse e ele abriu o portão e eu sai correndo em direção a casa de Liam no fim da rua e Harold correndo atrás de mim. Cheguei na porta e passei as chaves para Harold que abriu a porta com cuidado. Assim que entramos na casa uma luz no andar de cima, possivelmente banheiro foi acesa.

–Vai dizer que eu estou sonhando agora também? –Sussurrei para Harold que ficou pálido na mesma hora.

–A gente não deveria estar aqui Jessie. – Ele sussurrou entrando na minha frente.

–Agora que estamos vamos até o fim. – Subi as escadas na sua frente com todo o silencio possível. Minha respiração estava ofegante e eu fazia de tudo para baixar o volume dela. Eu estava de mãos dadas com Harold enquanto subia as escadas. Nos deitamos em um dos últimos degraus da escada, e Harold bem ao meu lado. Foi quando eles saíram do banheiro.

–O que vocês estão fazendo aqui? –Indaguei me levantando com toda a coragem do mundo e Harold ao meu lado.

–Responda ela. –Harold disse com a voz ríspida, trincando os dentes.

–Jony e Mark me respondam, o que vocês estão fazendo aqui?- Perguntei mais uma vez.

–Olha, olha, quem apareceu pra toca dos escondidos. Perdeu o caminho do cemitério foi Jessica? –Mark deu um passo na minha direção.

–Você não a respondeu. –Harold deu um passo a minha frente. –O que vocês estão fazendo aqui?

–Dizie você está se mostrando muito corajoso para um franguinho do time. –Jony deu um passo em direção a Harold, ficando cara a cara com ele.

–O que tem dentro dessas sacolas?- Eu disse apontando para uma das sacolas que estava na porta do banheiro. – E como conseguiram as chaves daqui?

–Muitas perguntas para uma pequena garota. –Jony disse se referindo a mim seus olhos estavam me fitando de baixo para cima me causando um arrepio horrível.

–Me responda. –Eu disse trincando os dentes e fechando os olhos de tanta raiva.

–Alguem mandou uma mensagem para Lohana por um computador com identificação dessa casa. E cá estamos e acho que descobrimos quem mandou. –Mark disse ficando mais próximo de mim.

–Não fui eu. –Eu disse.

–Então foi ele?- Ele segurou o queixo de Harold que enfiou as mãos em seu peito, o afastando. –Ui ele quer brigar.

–Sai fora Mark. –Eu disse. –Não foi nenhum de nós!

–Então o que você está fazendo aqui, veio mandar outra mensagem ameaçando Lohana? Pequena Jessica. –Disse Jony segurando meu rosto e falando bem perto de meus lábios.

–Eu vi alguém entrar na casa, e esse alguém era você, eu quis vim pra cá ver quem era. Isso é invasão de privacidade! –Eu disse e me afastei dele. – Eu posso te denunciar.

–Me denunciar? Como ameaçou fazer com Lohana caso ela não confessa que foi ela que matou Tyra e que tentou matar você no teatro?- Mark cuspiu as palavras me olhando com muito ódio.

–Ela tentou me matar? No teatro?- Eu disse chocada e comecei a chorar involuntariamente.

–Então quer dizer que não sabe de nada mesmo? – Jony disse segurando meu rosto e virando-o de lado com toda a força. –Acha que ela está mentindo Mark? –Ele disse.

–Acho. –Mark disse. –Na verdade acho que os dois estão. – Então com um rápido soco Mark acertou o rosto de Harold que caiu no chão. Jony ameaçou um forte soco em minha direção mas eu desviei e atingi o nariz de Jony, que começou a sangrar e em seguida ele puxou meu cabelo e meus braços e me trancou no armário de Liam, junto com Harold.

–Você está bem?- Ele disse me abraçando. – Seu nariz está sangrando. – Ele me abraçou mais forte.

–O seu também. –Eu ri. –Eu disse que não era um sonho. –Me aconcheguei em seu peito. –A gente precisa sair daqui!

–Nós vamos dar um jeito. –Ele parou e olhava para a porta que estava fechada em nossa cara.

–Eu tenho falta de ar Harold. –Eu disse e minha respiração pesou na hora só de lembrar.

–obrigado por avisar antes. –Ele disse. –Está com o celular não está?- Ele perguntou e na hora eu vasculhei meu bolso do pijama. Até que calça de pijamas com bolso era uma coisa útil.

–Elliot. –Eu disse.

–Policia. –Ele disse.

–Os dois. –Ele riu.

–Que foi jessica? Custa vir até meu quarto?

–Elliot escuta! Eu estou na casa de Liam com Harold presa no guarda roupas.

–Como assim?

–Mark e Jony nos trancaram e eu não prevejo um fim muito bom para nós.

–ninguém mais apareceu ai?

–ninguém? Como assim ninguém? Só tem nós dois dessa porra!

–Eu estou indo ai! Eu ligo para a policia! Fica ai e não faz merda nenhuma!

–vem logo!

–Celular Thompson? Acho que seu fim vai ser pior do que tínhamos em mente. –Mark disse se aproximando e me puxando para fora do closet trancando Harold lá dentro do armário aos prantos.

–Harold!- Eu disse enquanto levei um chute na costela. –Harold corre!

–A porta está trancada pequena idiota, ele é o próximo. – Mark disse e atingiu minha costela com outro chute. E eu comecei a chorar. Escutei a porta no andar de baixo bater, e eu tinha a certeza que era Elliot, talvez ele e Harold descem conta de Mark e Jony, ou talvez não. Eu estava no chão já enxergando borrões pretos e amarelos, Harol tentava arrebentar o guarda roupa que estava com uma barra de aço na porta, ele nunca ia conseguir.

–Chega. –Elliot apareceu na porta do quarto. –Larga ela, o papo é comigo.

–heroi?- Mark disse. –veio salvar sua priminha foi?

–Só deixa ela e Harold sair. Eles não tem nada haver com isso. O papo aqui é comigo e eu não vou falar mais uma vez. Um toque meu nesse botão e vocês dois estão presos. –Elliot disse com toda a moral possível e Mark abriu o guarda roupas levando um lindo soco no nariz de Harold, ele ameaçou revidar.

–Eu já falei e não vou falar de novo. Cadeia. Conhece isso?- Elliot disse de novo.

–Vai nos prender como?- Jony perguntou rindo.

–Tem rastreadores no carro de vocês nos celular e até dentro de vocês. –Elliot disse e os dois ficaram brancos e eu não pude deixar de sorrir.

–Tira ela daqui. –Elliot disse pra Harold. Harold então me ajudou a levantar eu sentia muita dor na região da barriga e podia sentir meu rosto arder principalmente meu nariz.

–Você está bem?- Harold disse para mim assim que me levantou, e quando ele me levantou virei meu corpo e atingi direto um soco no nariz de Jony e sai rindo com Harold. –Adorei. –Ele sussurrou em meus ouvidos. –vem.

Descemos as escadas e ele me colocou sentada na sala saiu e voltou com agua, gelo, e soro fisiológico e uma toalha.

–Desculpa não ter conseguido ajudar. –Ele parecia angustiado enquanto colocava gelo em meu nariz e pressionava minha costela para ver se não havia quebrado.

–Tudo bem. –Eu disse e sorri para ele. –Seu nariz, devia cuidar disso também.

–Depois eu cuido, agora foco em você. –Ele estava sério. –Isso tem que acabar. Tem mesmo. O que você fez para eles, eles simplesmente te bateram como se você tivesse causado a primeira guerra mundial! Ou explodido uma bomba atômica!

–Você escutou o que ele disse? Que Lohana tentou me matar? Pelo menos era isso que estava escrito na carata de ameaça a Lohana. –Eu disse.

–Eu escutei. Quem quer que esteja mandando essas cartas ferrou cm você sem saber.

–Será que foi Elliot? Ele está lá em cima e o silencio tomou conta... o que ele teria de prova para por os dois na cadeia? Harold eu não gosto dessa historia.

–E você acha que eu gosto? – Ele sussurrou para mim. –Jess depois de tudo que passamos tem mais essa pelo amor de Deus eu quero ser normal. –Ele baixou a cabeça.

Peguei uma das tolhas e levei até seu nariz, ele contraiu um pouco pela dor que ardia e eu coloquei uma das mãos em seu rosto para acalma-lo. Ele levantou o olhar e me olhou nos olhos, seus olhos verdes estavam sérios e semicerrados suas sobrancelhas bem tensas sob os olhos.

–Vai ficar tudo bem. –Eu disse e ele fechou os olhos. –Nós vamos ficar bem.

Ele com as mãos sob minhas costelas e eu com as mãos em seu rosto ele parecia nervoso assim como eu. No mesmo segundo Mark e Jony desceram as escadas e Elliot bem atrás deles com os braços cruzados.

–Espero que tenham entendido o tipo de consequência que isso vai ter. –Elliot disse pela ultima vez antes de Mark e Jony saírem pela porta da frente.

–O que você disse?- Eu perguntei.

–Nada demais, disse algo que vocês precisam saber, e ainda hoje. –Elliot disse e saiu andando para o quintal da casa de Liam.

–O que esta acontecendo?- Harold me olhou assustado.

–Estou tão assustada quanto você. –Eu disse a Harold. –Seu nariz melhorou um pouco. –Disse tirando as mãos de seu rosto.

–E a dor aqui passou?- Ele alisou a parte da minha barriga que estava doendo antes.

–Está melhor agora, obrigada. –Ele sorriu.

–Acho melhor você se deitar um pouco. –Ele disse e se levantou.

–Harold?

–Oi. –Ele voltou a olhar para mim.

–Não me deixa aqui sozinha não. –Eu estava quase chorando. Ele deu um sorriso simples de lábios fechados e se sentou de volta no sofá, esticando as pernas sob eles. Me encaixei no meio de suas pernas com o tronco apoiado no seu.

–Vai ficar tudo bem com a gente. –Ele disse e beijou minha cabeça colocando os braços em cima de mim e me abraçando.

–Em alguns minutos vocês vão entender tudo isso. –Elliot apareceu na sala e arregalou os olhos quando viu eu e Harold daquela maneira. Ele apenas fechou os olhos balançou a cabeça negativamente e saiu.

Fechei os olhos e encostei de volta no peito de Harold que me abraçou mais forte, e todo aquele conforto fez com que eu dormisse, quando acordei havia um cobertor jogado em cima de mim e de Harold que agora também dormia. Me ajeitei em seu peito e fechei os olhos.

–Não durma. –Elliot apareceu na sala, acorde Harold por que ele já está chegando. Acordei Harold e ficamos sentados juntos no sofá. Fiquei o tempo todo com a cabeça apoiada em seu ombro, era bom sentir a respiração dele tão perto da minha. Harold ficou brincando com a ponta do meu cabelo que estava caída sob seu ombro, o tempo todo. Todos estávamos muito tensos para falar alguma coisa. Elliot andava de um lado para o outro perturbando eu e Harold com essa atitude. Quando eu fiz menção de pedir que ele parasse, alguém deu três batidinhas na porta. Elliot olhou para mim e para Harold, que por vez nos levantamos do sofá ficando de pé na sala enquanto Elliot caminhava até o hall para abrir a porta. Fim do mistério finalmente. Harold suspirou fundo e me deu as mãos, ele estava tão gelado e nervoso quanto eu. Escutei Elliot fechando a porta, e o som de mais dois pés caminhando pelo hall da casa de Liam. Elliot entrou na sala primeiro.

–Fica calma. –Ele me olhou. –Os dois. –Ele olhou para Harold. Foi quando ele saiu da porta que dava passagem para sala e ele entrou. Senti a mão de Harold se soltar sob as minhas mãos, e um nó se formar em minha garganta. Ele estava bem na minha frente. Com uma calça de moletom preta, uma blusa fina de manga comprida em gola V. Liam estava parado na entrada da sala.

Olhei para Harold e ele tinha os olhos arregalados e a boca aberta, tinha algumas lagrimas escorrendo por seu rosto, e suas mãos frias e tremulas. Já eu não esperava uma reação diferente: choro. Eu não estava acreditando.

Eu estou enxergando mesmo isso? –Harold estava paralisado ao meu lado com as mãos tremendo sob as minhas mãos.
–É você está, e no momento acho que estamos loucos. –Disse com a voz embriagada. Eu ainda não sabia se aquilo era real, uma alucinação ou um simples sonho como os outros que tive.

–Mas não estão. –Elliot disse. –Ele está vivo. Liam está vivo. –Elliot foi para o lado de Liam e o abraçou, e Liam por sua vez baixou a cabeça e quando voltou a levantar tinha lagrimas escorrendo por seu rosto.

Ele estava vivo, e eu estava louca, eu não sabia mais o que pensar.