You're My Summer, My Winter. escrita por Jane Rivelli


Capítulo 19
Entre tapas e beijos.


Notas iniciais do capítulo

E ai galera! como prometido postei um capitulo por dia, que foi o que eu fiz no tempo que eu estava fora! Agora demorarei no maximo dois dias para postar, mais fiquem tranquilas essa semana tem mais dois ou três capitulos novos! Obrigada por lerem!



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…“But if you close your eyes, does it almost feel like nothing changed at all?”…

–Está incrivel. Já disse isso hoje?- Harold me abraçou de lado enquanto caminhávamos até o campus 3 que era onde estava acontecendo o baile.

–Algumas vezes. –Eu sorri para ele e caminhamos de braços dados até o local. A semana foi uma loucura, as lideres de torcida que costumavam a organizar o baile junto com o grêmio passaram horas de descabelando para que tudo saísse perfeito, e olha, realmente estava tudo muito lindo. Da entrada de Albert Hill até o campus três havia um caminho onde o chão era coberto de flores decoradas com luzes, aquelas de natal mesmo. Era cerca de quase 700 ou 500 metros de luzes no chão, que levavam até o campus três. Estava tudo muito bonito. A noite estava maravilhosa, o céu mais estrelado do que nunca e uma lua linda, chover naquele sábado não iria de jeito nenhum. Assim que passamos pela entrada iluminada do campus três a festa começou. Estava tudo muito bem decorado, havia algumas arvores gigantes que serviam como sombra nos dias quentes que agora estavam com luzes penduradas, dando um clima absurdamente agradável, havia bancos em baixo delas porque certamente ali seria palco de casais se beijando, pedidos de namoro, ou mesmo garotas chorando por desilusões amorosas. Toda a região ali lembrava Alice no País das Maravilhas. Cogumelos gigantes, cartas de baralho, confetes espalhados pelo chão, estava tudo muito lindo. Assim que entramos em uma das partes cobertas, havia varias mesas e sofás, todos com cores muito fortes e com a mesma decoração do lado de fora, tudo bem surreal. Eu e Harold posamos para uma foto e seguimos pelo salão procurando alguém conhecido. Saimos em uma sala de jantar, com mesas grandes cobertas por toalhas brancas e com luminárias redondas com luzes no teto. Depois desse salão passamos por um outro, que havia bexigas no teto, em todo os lugares em todos os cantos. O lugar era escuro com aquele clima de formatura ou baile como eu preferia chamar. Logo encontramos Josh, Amanda, Derek, David, Charlotte, Rebecca, Dylan e Julia. Estavam todos do grupo de amigos ali, com exceção de Anna e de Liam. O que causava uma dor no coração em mim e em Harold. Me sentei entre Harold e Josh na mesa, recebi elogios sobre meu vestido verde água. Harold de destacava entre os meninos em minha opinião. Harold estava com o terno que experimentou aqui dia, e com uma flor do lado esquerdo. O cabelo bem cortado, e a pele branca em contraste com os lábios vermelhos e os olhos verdes dava uma aparência ótima a ele. A mesa era preta e vermelha, havia um vaso com gel neon e com galhos iluminados dentro. Taças vinho, vodka, e salgados sob a mesa de numero 67.

Esse baile de verão tem um significado muito especial para todos. O baile de encerramento de ano, esse baile, o baile de verão será muito especial. Gostariamos de começar esse baile fazendo uma homenagem a uma das melhores pessoas que Albert Hill já teve: Liam Thomas Cartter Baker. – A diretora disse e saiu da frente do palco, onde no enorme salão atrás dela começaram a ser projetadas fotos de Liam, meu Liam.

A primeira foto era ele no jardim de infância junto com Harold e Josh, todos vestidos de Batman e de pantufas. Harold com o rosto redondo e um largo sorriso Josh com cabelo bem curtinho, aparelho nos dentes e de olhos fechados sorrindo para foto. E Liam com a carinha redonda, cabelo raspado, e uma carinha de que tinha aprontado mais continuaria a sorrir, como ele sempre fazia. Em seguida as fotos foram passando, Liam no time acadêmico, no grêmio estudantil, pintando uma das paredes da escola com seu nome na formatura do fundamental, entrando pro time de futebol, imitando as lideres de torcida, fotos dele com o time, fotos dele com Harold e Josh depois do jogo, foto dele levantando a taça da vitória, foto dele com nosso grupo, foto dele com gente que eu nem sabia que ele falava, e por fim três fotos seguidas dele comigo. A primeira foto era eu e ele em Paris no alto da torre e eu me perguntei como haviam conseguido aquela foto, Liam tinha um sorriso bobo no rosto e sua cabeça encostada a minha, que por vez tinha um sorriso totalmente envergonhado no rosto. Na segunda foto era eu e ele posando para a diretora que tirou foto do nosso trabalho pintando o cenário do teatro e a terceira foto era eu e ele abraçados em Los Angeles, ele olhando para mim e rindo, gargalhando e eu olhando para ele e também gargalhando, o vento ao nosso favor, uma foto espontânea e linda. E a foto que se seguiu depois dessas três foi uma foto do grupo em Los Angeles correndo no mar aquela noite. Olhei para meu lado e Harold estava de cabeça baixa enxugando as lagrimas que escorriam. Quando eu me dei conta eu chorava em silencio, de forma que meus olhos não continham o grande acumulo de agua neles. Aquelas fotos aquelas memorias, tudo isso estava me matando. Se eu soubesse que isso tudo iria acontecer eu nem teria namorado ele! Pensamento ridículo isso, troca. Eu o namoraria de qualquer jeito, mesmo com todas as mentiras e decepções que ele já me causou. Ele não é um santo, está longe disso ainda, mais ele já passou por dores como a minha, já sofreu decepções como eu, ele me ajudou quando eu precisei, me estendeu o braço quando ninguém mais estendeu, me amou quando eu achei que ninguém me amava. Ele foi perfeito mesmo com todos os seus defeitos. Paris, Los Angeles, Albert Hill, tudo isso fazia meu coração disparar e pulsar na ponta dos dedos até. Eu realmente queria que Liam pudesse estar presente para ver isso, ele iria achar o máximo a homenagem e como as pessoas amavam tanto ele.

–Depois dessa emocionante homenagem, a pista de dança será aberta. Parabéns a todos os formandos e alunos de Albert Hill e meus parabéns em especial para o grêmio e as lideres de torcida que organizaram essa maravilhosa festa. –A diretora concluiu.

–Me concede essa honra?- Harold estava de pé ao meu lado com a mão estendia e os olhos ainda vermelhos pelo choro recente. O chão imitando um piso de madeira tinha holofotes virados para o chão em forma de flocos de neve e estrelas. Harold me levou para a pista e começamos a dançar juntos.

–Eu acho que descobri uma coisa. –Ele sussurrou em meu ouvido, o que fez meu corpo ficar tenso com sua voz falha, rouca e suave ao pé de meu ouvido.

–O que?- Gaguejei para falar já que pelo êxtase que sua voz me causou minha fala mal saiu.

–Lohana estava discutindo no celular com uma pessoa, ela dizia algo sobre estar se sentindo pressionada e que não ia aguentar mais, que precisava de distancia de todos de Albert Hill ou se não as coisas iriam ficar feias, e ela teria que revelar tudo. O que você acha a respeito disso?- Ele sussurrou.

–Precisamos ir conversar lá fora, Lohana está nos encarando. –Eu disse e segui pela porta dos fundos e Harold logo atrás de mim. Saimos de frente para o rio que havia atrás do campus três, a área estava parcialmente iluminada, e estava somente eu e Harold ali.

–Você acha que essa confissão dela pode ser algo relacionado a Tyra?- Perguntei.

–Eu acho que pode ser até relacionado a Liam. –Ele disse e parecia meio em pânico. –Jessie, você não acha coincidência demais ela dizer que o Liam não pode ser de mais ninguém, ela terminar com ele, aceitar de boa o namoro dele com você, ai ele aparece morto? Jessica eu realmente acho que o Liam sabia de tudo e estava fazendo isso para te proteger.

–Ele se matar para me proteger ou ser assassinado para me proteger?- Eu disse com a voz entalada na garganta. –Harold eu quero acabar com essa menina, eu quero esfregar a cara dela na grama, eu quero mandar ela pra puta que pariu, pro inferno!

–Você ficando assim não vai adiantar nada!- Ele segurou meus braços e sussurrou. –Vamos descobrir o que está acontecendo tudo bem? Como sempre... estávamos juntos nessa.. –Ele disse e eu comecei a chorar eu queria pelo menos entender como ele morreu, o porque ele morreu, o porque dos surtos psicóticos de Lohana nas ultimas duas semanas o porque de ele ter deixado eu e os amigos totalmente perdidos no que pensar.

–Ei. –Harold levantou meu rosto para o dele. –Fica calma. –Ele me abraçou.

–Harold, está tudo igual! Lohana sendo Lohana, Albert Hill sendo Albert Hill. Parece que nos primeiros dias, nos três primeiros dias todos estavam muito chocados com o acontecimentos assim como eu e os amigos dele tentando entender o que aconteceu. Mas agora todos parecem ter esquecido, todos sorriem, durante a homenagem uns riam até. Como alguém RI ? É avassalador essa dor Harold, eu não aguento.

–Aguenta sim, eu sei que você aguenta. –Ele soltou-me de seus braços e me encarou de frente. –Eu sei que você aguenta isso, que você é capaz de passar por tudo isso. Ele me encarava com os olhos ainda mais verdes, bem sério e as sobrancelhas, tensas sobre os olhos, e o hálito fresco tocando meu rosto misturado com o cheiro de menta. –Eu sei que... – Ele passava a língua sobre a boca. –Que, que, bem, você sabe, que, você consegue. –Ele estava confuso eu sabia o que ele tinha em mente e o que eu tinha na minha.

–Eu consigo. –Sussurrei para mim e para ele. –Eu consigo.

–Você consegue. –Ele me olhou mais aliviado mais ainda parecia tenso. Eu encarava seus olhos que mudavam de direção a cada segundo, fitando os meus olhos, meu nariz minha boca. Seu rosto se aproximou calmamente do meu, e nossos lábios suavemente se tocaram naquela mistura de “beijo ou não beijo”. Pareciamos confuso sobre aquela situação, nossos lábios se encontravam, se acariciavam mas ambos não sabíamos se aquilo era ou não certo. Eu coloquei minhas mãos atrás da nuca de Harold e com esse ato ele segurou minha cintura me causando um grande arrepio por meu corpo, agora nossos lábios travavam uma guerra para começar o beijo, e Harold um rápido e delicado puxão colocou nossos corpos, e por fim unindo novamente nossos lábios e nossas línguas. Um beijo molhado, não só pela saliva que trocávamos, mais pelas lagrimas que derramamos em alguns minutos atrás. Harold percorria minhas costas com as mãos, que por sinal eram bem maiores do que eu já tinha reparado, e eu percorria toda a extensão de sua nuca e a lateral de seu rosto com minhas mãos frias e tremulas. Durante o beijo abri os olhos por um breve momento, querendo entender se aquilo era real, e me deparei com os olhos extremamente verdes de Harold me olhando, ele fechou os olhos e continuou o beijo, assim como eu. Aos poucos fomos parando, ficando testa com testa e a respiração ofegante.

–Isso foi errado. –Eu sussurrei um pouco sem ar.

–Eu sei. –Ele sussurrou de volta e se separou de mim passando as mãos pelos cabelos. –Desculpa, desculpa, desculpa.- Ele dizia para mim e eu fiquei bem sem graça.

–Não vamos repetir isso de novo ok?- Eu disse meio desesperada e sem folego.

–ok. –Ele me olhou. E assim que nós nos olhamos ambos caímos em uma gargalhada, sem pausa. Estavamos rindo, rindo mesmo o que era o mais engraçado: não sabíamos o porque.

–Vamos voltar? –Ele disse estendo o braço.

–Sim.- Eu segurei em seu braço e saímos gargalhando como antes.

–----

–Thompson. –Lohana apareceu atrás de mim na mesma. –Precisamos ter uma conversinha, agora.

–Sobre?- Harold colocou-se na minha frente e questionou-a.

–Não é da sua conta seu corno. – Ela respondeu de maneira rígida.

–Ei. –Segurei no braço dela. –Se quer mesmo falar comigo acho melhor a começar a tratar meus amigos com respeito. – Eu praticamente rosnei.

–Tanto faz agora vem agora aqui. –Ela disse se afastando. Olhei para Harold e Josh que estavam na mesa e fui atrás dela, Harold fez menção de se levantar mais eu pedi para que ele sentasse que eu tomava conta daquilo.

–Quero saber uma coisa. –Ela logo começou quando chegamos longe de todos.

–Diga.

–Como era a relação de você e Liam? Ele costumava a falar de mim, de Tyra?

–De você sim, de Tyra escutei poucas historias, nem sei quem ela foi, só sei que ela se matou no rio. –Menti.

–Graças a Deus. –Ela suspirou aliviada. –Thompson esqueça tudo que já ouviu sobre Tyra ou sobre mim você consegue?

–Por que eu iria esquecer?

–Não é da sua conta.

–Se a mente é minha e eu que tenho que esquecer, na verdade acaba sendo da minha conta sim.

–Como você é ridícula Thompson.

–Lohana, preste atenção, não é porque seu pai caga dinheiro que você tem que sair pisando em todo mundo, se achando a ultima bolacha do pacote, você está mais para a primeira fatia do pacote de pão.

–garotinha estupida você Thompson... toma cuidado não sabe com quem está mexendo eu posso muito bem...

–Me matar? Como fez com Tyra?- Cuspi as palavras. –É eu sei, foi você que matou Tyra, foi você que matou Liam. E tudo isso porque ele não te deu bola, por que ele reparou em outra pessoa sem ser você. Acorda Lohana, ele nunca te amou.

–Cala a boca sua vadia!- Ela meteu um tapa em meu rosto, que latejou na mesma hora. Em seguida eu enfiei a mão em seu rosto e ela me jogou no chão. Em poucos segundo eu estava por cima dela, estapeando sua cara como eu sempre tive vontade de fazer. Algumas pessoas ao meu redor gritavam: BRIGA, BRIGA, BRIGA! E isso parecia até musica para mim, um estimulo para bater nela. Lohana se descabelava em baixo de meus braços e minhas pernas, e eu só conseguia pensar em arranhar aquela cara que ela tanto amava e socar, bater, era um ódio tão grande dentro de mim que eu não conseguiria parar... claro... se Harold não tivesse me tirado de cima dela que por instinto voou pra cima de mim mas foi segurada por outros grandões do time.

–Você ficou doida?- Harold disse enquanto colocava um algodão em cima de minha sobrancelha, onde tinha um pequeno corte. –Jessica você ficou doida.

–Eu já te contei o que ela falou! Ela mereceu e merecia muito mais. –Eu rosnava.

–Meu Deus eu esperei por isso a vida toda. –Josh ria. –Parabens Thompson, te idolatro. –Eu e ele fizemos um high-five.

–Vocês não tem juízo!- Harold resmungava.

–----

–Foi suspensa?- Harold me ligou dois dias depois.- Jura? Por quanto tempo?

–Três dias. –Eu ri. –Vou adorar passar três dias em casa, foi a coisa mais divertida que eu já fiz.

–Você ri né.

–Claro, tu viu como ela gritava?- Eu ria.

–Ai Jessica que horror. Retardada.

–Eu sei que você adorou eu bater nela Harold!

–Foi demais mesmo. –Ele riu e o silencio foi tomado no telefone.

–Hm, passo ai mais tarde pra te passar as matérias de hoje ok? –Ele disse.

–Tudo bem, e Har, queria te pedir um favor.

–Diga.

–Vai comigo na casa dele hoje? Eu preciso pegar umas coisas minhas... e eu não queria ir sozinha. Eu tenho a chave.

–Eu vou. Mas vai ser rápido ok? Não quero ficar naquele lugar... e não quero que você fique também.

–Tudo bem senhor Dizie, vai ser rápido prometo.

–Até de noite, vou pra aula.

–Anota as coisas direitinho pra mim hein.

–Pode deixar Jessie. Beijos.- E ele desligou.

Assim que ele desligou eu fiquei com o celular nas mãos, e um vazio tomou conta de meu coração. Fiquei olhando a chamada de Harold em meu celular com aquela vontade de ligar para ele, mas organizei meus pensamentos. O que eu estava sentido era errado e muito errado. Eu sabia que eu estava frágil e precisava de um apoio, por consequência coloquei todo meu apoio em Harold, como ele sendo minha base para traçar o caminho para a felicidade. Eu estava esperando dele as mesmas atitudes que Liam teve sobre mim, mas isso não aconteceu. Harold era companheiro, e consolador. Liam era do tipo: vou fazer você esquecer tudo de proporcionando novas oportunidades. Eu estava colocando o Harold em uma situação de risco para nós dois. Ele estava frágil pelo termino com Anna e pela morte de Liam, uma dor em dobro, ele esperava de mim as mesmas atitudes que Liam tinha quando ele ficava mal, mas obviamente eu não sou como Liam, eu não consigo organizar meus pensamentos. Era uma situação de risco, e parece que tudo piorou depois do beijo com Harold. Eu não queria nada com ele e aquilo foi muito errado, de ambas as partes. Ambos estávamos fragilizados e precisando de um apoio e acabamos tendo um apoio diferente, o amor não era certo, e sim a amizade. Mas aquela sensação e vazio depois do telefona tomou conta, eu estava só de novo. Só eu e minha respiração, e no momento eu quis estar com alguém, com Liam mais especificadamente. Mas eu sabia que não tinha como isso. Pelo menos não fisicamente. Lembrei de que havia uma igreja no bairro ao lado, coloquei um sobretudo já que estava chovendo um pouco e uma chuva em Londres deixava o clima frio. Fazia 15 graus e caia uma chuva chata. Um tênis um casaco e um gorrinho e eu sai andando até a igreja do bairro ao lado. A igreja estava com as portas semi abertas, e para mim entrar em igrejas era algo novo, depois da morte de meus pais. Eu passei a não acreditar em Deus nem em anjos, tive um sério problema de questionamento sobre o catolicismo e outras religiões. Mas Liam me fez acreditar que se Deus te deu motivos para chorar é porque certamente você teria em seguida um motivo muito maior para sorrir. E bem, meu motivo foi Liam.

Entrei na igreja e me deparei com todo aquele clima estranho. Estava escuro lá dentro, os vitrais coloridos deixavam uma breve passagem de luz entrar e iluminar o altar com suas cores. Havia velas acesas e cheiro de flores, e coisas velhas. Me sentei em um banco perto do altar e me ajoelhei, não sabia direito como começar e nem como eu deveria fazer uma oração.

Oi, bem sou nova nisso. Não exatamente nova eu perdi a pratica depois de bem... o senhor sabe. Não sei se está ciente das coisas que Liam me falou, mas ele que me fez acreditar em anjos e em Deus, então peço com todo o carinho que o senhor cuide direitinho dele ai em cima, por que eu tenho a absoluta certeza que no andar de baixo ele não está. Bem, ele me disse que se Deus te da um motivo para chorar ele depois te da um muito maior para sorrir. Ok, certo, perdi meus pais e o senhor me deu Liam, perdi Liam e o senhor vai me presentar com o que? Harold? Por favor ele é só meu amigo. Peço que o senhor devolva Liam para mim, jogue-o do céu, o lugar dele não é ai, é aqui, comigo. Então o devolva para mim, ele merece estar aqui na terra, ele merece voltar. E faça Lohana pagar por tudo, ela merece sofrer, mais sofrer muito. Para mim não tem essa questão de piedade, dela nem pena eu tenho. É isso, e bem Liam, se você estiver me ouvindo, me desculpe bem, pelo beijo, você sabe que não foi proposital e eu te amo, muito, muito, muito mesmo. Para sempre!”

Senti meu rosto molhado por algumas lagrimas e me levantei. Segui de volta para casa, e assim que cheguei na rua fiquei parada olhando para a casa de Liam, pensando no carro de seus pais chegando, ele saindo andar de bicicleta ou com aquela roupinha de corrida que deixava seus músculos saltados e bem a mostra. Fiquei presa na memoria por alguns segundos, até que o barulho de chaves caindo no chão me tirou do transe. No molho de chave estava a chave de casa, tanto de Ahsford quanto de Londres e a chave da casa de Liam. Não tive duvidas eu ia até lá, eu não queria esperar Harold, eu não queria que ele me visse chorando de novo. Caminhei até a entrada de sua casa, sentindo meus músculos ficarem rígidos a cada passo que eu dava em direção a porta. Tentei colocar uma das chaves na fechadura e notei que minhas mãos estavam mais tremulas que o normal, respirei fundo mas minhas mãos estavam tão tremulas que eu acho que não conseguiria abrir a porta ou mesmo entrar naquele ambiente, onde estaria repleto de memorias de Liam Cartter. Então dei alguns passos para trás e caminhei de volta até minha casa, talvez fosse melhor esperar mesmo Harold. Talvez eu devesse entrar lá e encarar tudo. Talvez eu devesse desistir de tudo. Talvez eu devesse parar de pensar nele. Talvez eu devesse sei lá, ficar junto a ele?

–---

Jessica? Jessica! Acorda porra, eu não dirigi até aqui para ver você morta porra! Jessica caralho! –Alguem sacudia meu corpo, enquanto eu via luzes piscando e sirenes se aproximando.

–Consegue levar ela lá para baixo?

–Sim eu consigo. – Apaguei.

Acordei suando, eu realmente sonhei que eu estava me matando com remédios. Eu nãos seria capaz de fazer isso, de tirar minha própria vida devido a tanta dor. Eu não seria capaz nunca. Mandei uma mensagem para Harold perguntando que hora que ele viria por que eu realmente precisava dele aqui, para dizer de novo que tudo ficaria bem.

–---

–Vai querer mesmo ir lá hoje? –Harold dizia para mim enquanto andava de um lado para o outro no meu quarto. – Podemos fazer isso outro dia.

–Por que está tão nervoso?- Eu disse observando ele andar de um lado para o outro.

–Não é nada. –Ele continuou andando, e parou perto da janela e se sentou respirando fundo. –A escola pediu que todos os alunos, pais e imprensa compareçam sexta feira a noite do anfiteatro, eles tem que prestar esclarecimento sobre umas coisas.

–Não vem com esse papo de “não é nada”. Fala logo o que está te incomodando. E não é esse papo da escola. –Eu disse para ele.

–Anna quer voltar. –Ele disse olhando em meus olhos, era um misto de ódio, raiva, decepção, angustia, entre outras coisas que eu ainda não entendia.

–Como assim ela quer voltar?- Eu disse pasma.

–Ela disse que me deixar, me trair foi o maior erro. Ela quer que eu largue a escola e vá morar com ela. E além do mais, ela disse que os pais dela aceitariam melhor se soubessem que o filho dela, é comigo.

–Ela quer que você assuma o filho dela com outro?- Eu estava boquiaberta.

–Ela quer. –Ele deu um soco na almofada.

–E o que você disse?- Eu perguntei.

–Eu mandei ela ir a merda. –Ele riu e eu também. –Depois de tudo ela vem com uma dessas, ai pelo amor de Deus.

–Fala sério. – Disse me deitando em seu colo.

–Jess?- Ele disse com a voz séria.

–O que foi?- Eu me levantei olhando em seu rosto que estava em um tom mais pálido.

–Aquele ali, não é o Elliot entrando na casa de Liam?- Ele apontou para a janela e eu levantei meu corpo.

–É. –Elliot olhava para os lados enquanto abria a porta e entrava na casa de Liam, mas o que ele estaria fazendo ali, e o melhor, por que ele teria uma chave da casa e uma sacola grande em suas mãos?


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Notas finais do capítulo

Então façam suas apostas! Liberando um pequeno spoiler do capitulo seguinte....

—Eu estou enxergando mesmo isso? –Harold estava paralisado ao meu lado com as mãos tremendo sob as minhas mãos.
—É você está, e no momento acho que estamos loucos. –Disse com a voz embriagada. Eu ainda não sabia se aquilo era real, uma alucinação ou um simples sonho como os outros que tive.

LEMBREM-SE! Faça um autor feliz! Deixe sua review no final do capitulo! Não custa nada e não vai demorar muito, menos que dois minutos! É muito importante saber sua opinião! Obrigada e até a proxima!!