You're My Summer, My Winter. escrita por Jane Rivelli


Capítulo 2
Free


Notas iniciais do capítulo

oi, oi gente! Pronto aqui está mais um capitulo! Venhaam! Leia e deixe reviews adoro saber o que acharam! beijooos!



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“...Cause tonight's the night the world begins again…”

Era quase três horas da tarde. Eu estava deitada naquele quarto improvisado, porém muito bem arrumado, e eu poderia deixar daquele jeito para sempre, no caso. As paredes eram de um cinza puxado para o verde mesclado para o branco, difícil de ser decifrado. Minha cama ficava em baixo da janela branca com vidros, e tinha um espaço em baixo para eu encher de coisas fofas, delicadinhas e meigas (como se eu realmente fosse encher a janela disso). Tinha uma cortina rosa que era só puxar a cordinha e ela descia encantador. Ao lado da cama grande de casal, repleta de almofadas por cima daquele edredom branco macio, havia embutido ao lado da cama prateleiras, e em baixo de cada uma delas um pequeno armário com puxadeiras antigas. Isso sim era encantador. Em baixo da cama havia gavetas, dos mais variados tamanhos. A casa era enorme, cheia de quartos.  E mesmo com três pessoas adicionais nessa família, ainda havia quartos vagos. O bairro era bastante sossegado, e isso me lembrava de Ashford, pelo menos nisso eu tinha Ashford perto de mim.  Havia uma porta ao lado da cama, ela dava acesso ao closet, que tinha uma bancada com maquiagens e mais maquiagens, como se eu fosse do tipo que saia feito uma obra de arte abstrata para ir à escola. Ao lado havia vários cabides com camisetas separadas por cores, em baixo vários quadradinhos com blusas de diferentes tipos compradas por minha tia. Também separadas por cores. Em cima havia uma prateleira reta com bolsas e chapéus. Do outro lado havia os mesmos quadradinhos que dessa vez continham calças jeans, e shorts. E outros tinham roupas de inverno, tudo enroladinho e bem arrumado. Uma prateleira grande ao lado repleta de sapatos. Era um lugar de princesa, que obviamente não se encaixa para a minha pessoa. Voltando ao quarto, havia outras duas portas, uma do banheiro, que continha uma hidromassagem incrível e uma ducha deliciosa e produtos para cabelo, pele e tudo o que eu considerava desnecessário. Um grande espelho de corpo e outro bem largo na altura do rosto. Em cima da banheira que ficava encostada na parede tinha uma janela de madeira com vidro baixo, que dava vista para o jardim, era encantador. Saindo do banheiro, ao lado dele, do lado oposto, havia uma porta de vidro com um leve toque antigo, aquelas bem vintage mesmo. E dava acesso ao cômodo que a meu ver, era o melhor daquele meu quarto. Meus tios vieram com um papo que seria bom aquele espaço para mim, para minhas habilidades e tudo mais. Não faria diferença eu recusa-lo, ele iria continuar ali do mesmo jeito.  Assim que passava por essa porta, o teto não era mais de gesso, e sim todo de madeira branca. Havia um ventilador no teto, carpete de um tom cinza, e ao lado da porta havia uma cama. Era um lugar mais pra descanso, com uma prateleira em cima dela. Era como se fosse embutido na parede. E ao lado da cama uma grande janela, que dava a vista maravilhosa para o grande quintal. Havia almofadas por todo o lado, e duas poltronas ao lado da cama, e entre elas uma mesinha de centro transparente. 

Do outro lado do cômodo, havia uma prateleira dos mais diversos livros, uma prateleira que ia do teto ao chão, incrivelmente perfeita. E embutida entre essa prateleira estava uma espécie de sofá-cama. Menor que a outra cama perto da janela, mas com a mesma estética. Tinha uma forma imitando uma onda, com um estofado vinho em contraste com o branco amarelado dos moveis. E adivinha? Mais almofadas.  No canto do cômodo havia uma bancadinha com um computador, e vários armarinhos, que continham linhas de diferentes cores, fitas, livros de costura, alfinetes, e tudo o que era preciso para montar um visual da moda. Havia uma cadeira giratória, e uma maquina de costura absolutamente perfeita. Era tudo MUITO organizado, teria que me controlar para não destruir tudo aquilo em uma semana.  Havia também uma bancada com alguns livros escolares, aparelho de som, e uma luminária bonita.  Junto com ela havia um canto com livros de desenhos e lápis de cor de diversos tipos, daqueles incríveis que nunca eu teria comprado com minha mesa.  Do outro lado a mesma bancada continuava, fazendo um “U” em torno da parede. Tinha um varalzinho com prendedores de madeira, com cartões de desenho que eu havia criado, e que estavam na fazenda.  Havia uma organização com papeis coloridos e pinceis. Era realmente encantador. Voltando ao quarto, em frente à cama havia uma grande bancada com porta retratos e um computador lindo. E duas cadeiras giratórias, e ao lado havia um notebook. Caramba três computadores só para mim? Um bastava.  Um pouco mais ao lado do computador numa parede diagonal, tinha uma televisão, que podia ser vista quando se estava no computador ou na cama. Aquele era o quarto dos sonhos, mas nada de material iria substituir a falta que meus pais faziam.

Não sei por que um cômodo tão grande para uma única pessoa. Por isso eu amava aquela fazenda. Meu quarto não passava de um quarto normal, com coisas amontoadas pela falta de espaço, toda aquela bagunça, roupas pelo chão, mochila e materiais jogados sobre a cama. Eu amava ser assim. Agora eu tinha tudo organizado, parte para dormir, de roupas, e de estudos/ habilidades. Não curtia isso.

Andei até a segunda parte do meu quarto e me sentei sobre a “cama” em baixo da janela, peguei um caderno e comecei a desenhar coisas aleatórias. Já estava morando em Londres há duas semanas, e eu nem sequer tinha botado meu pé para fora da residência dos Harvey ainda. Eu olhava pela janela e tudo o que eu via era o enorme gramado, a piscina gigante e todo mundo se divertindo. Elliot brincava com Gerogia, os dois se divertiam na piscina felizes juntos, como uma perfeita família. Como a minha era. Bruce estava com meus irmão Ewan e Chloe numa piscina de plástico rasa de tudo, meus irmãos riam, se divertiam. Mal eles sabem da sorte que tinham por não conseguir “pensar” direito ainda, sobre o ocorrido de duas semanas atrás.  Era dia 20 de agosto, eu ainda tinha 13 dias de férias antes de entrar no ensino secundário de Londres, na escola Albert Hill. Eu poderia largar a escola, já que o ensino secundário em si eu já havia concluído, mas, eu gostaria de ter o GCSE (Certificado Geral de Educação Secundária), ou seja, eu queria meu diploma completo, e não pela metade. Tudo bem são apenas três anos. Três anos sendo torturada pela escola.

Estudar para mim nunca foi um problema, mas depois das mortes ocorridas recentemente, para mim havia se tornando um baita problema.

Continuei a rabiscar qualquer coisa naquele pedaço de sulfite cor de rosa, coloquei os fones de ouvido e a primeira musica que começou a soar foi Don’t Forget da adorável Demi.

Did you forget?

(Você se esqueceu)

That I was even alive

(Que eu ainda estava viva?).

Did you forget?

(Você se esqueceu)

Everything we ever had

(De tudo o que tivemos?)

Did you forget

(Você se esqueceu)

Did you forget

(Você se esqueceu)

About me?

(De mim?)

Ok, ok, podemos mudar de música essa vai me fazer chorar, e chorar é uma das coisas que eu mais tenho feito nessas ultimas semanas. Estava na hora de parar com toda essa choradeira de bebezinho. Proxima musica: mudar.

A hundred days have made me older,

(Cem dias me fizeram mais velho)

Since the last time that I saw your pretty face

(Desde o ultimo momento que eu vi seu lindo rosto)

Só pode ser brincadeira não? “Here Without you”? Qual é! Não me lembro de só ter músicas depressivas em meu Ipod! Cadê as animadas? Joguei o Ipod longe, em cima de uma poltrona com raiva daquelas musicas depressivas.

-Jess?- Tess entrou em meu quarto.

-Oi tia. - Disse tirando o caderno do meu colo e me virando para prestar atenção nela.

-Devia descer. Está fazendo 33 graus lá fora, está todo mundo se divertindo na piscina. – Ela disse e seus olhos brilhavam como se implorasse para que eu fosse.

-Não estou muito afim de sol tia, me desculpe. - Disse e voltei a pegar meu caderno.

-Mas pelo menos desça e fique lá em baixo conversando com a gente, estamos todos nos divertindo. - Ela insistiu e eu dei um longo suspiro, fechando os olhos calmamente. Não queria que ninguém pensasse que eu estava me afogando em magoas, que iria me isolar me matar, ou algo do tipo. Queria que pensassem que eu estava bem, assim ninguém me pouparia de nada, tentaria me esconder nada.

-Tudo bem, vou me trocar e logo mais eu desço. - Disse e ela deu um largo sorriso, e seus olhos brilhavam como nunca, por um instante achei que ela até iria chorar. Nas ultimas duas semanas eu só havia recusado todos os convites dela para me juntar em momentos familiares com todos, eu até ia, mas ficava sempre isolada, conversando comigo mesma, me afundando em meus próprios pensamentos. Estava na hora de mudar isso, chega de chorar pelo amor de Deus.

Fiquei uns 20 minutos sentada ainda olhando pela janela, até que decidi sair e me jogar de bruços na cama. Queria dormir, para sempre. Afundei meu rosto em meio das almofadas espalhadas pela cama. Deixei que o sol que entrava pela janela batesse em minhas costas, esquentando meu corpo por inteiro. Uma leve brisa tocou o quarto de ponta a ponta fazendo meu corpo se arrepiar. Hora de descer, antes que alguém venha me incomodar novamente. Além disso, o sol e o vento estavam ótimos dentro do quarto, fora dele, naquele imenso quintal devia estar espetacular. Caminhei (lê-se: rastejei) até o closet e coloquei umas roupas leves para o sol e vento que faziam do lado de fora. Desci as escadas sem a menor vontade de ficar lá fora, fiz uma pausa na cozinha para pegar um copo d’água. Abri a geladeira peguei um copo d’agua e fechei a geladeira com a lateral dos pés, enquanto eu cambaleava para a bancada logo à frente. Estava olhando para o chão e assim que ergui meu olhar ele estava ali na minha frente, a poucos metros de mim me encarando com certa curiosidade no olhar. O copo em minha mão balançou do susto que eu havia levado ao notar aquela presença de 1,80 de altura e incríveis olhos castanhos. Ele não pode deixar de dar um sorrisinho para o chão ao notar meu susto. Um sorriso tímido, mas que deixa bem amostra seus dentes totalmente brancos e retinhos. Aquele sorriso torto, envergonhado, sem jeito, era ainda mais bonito que seus olhos incrivelmente maravilhosos. Ele usava uma blusa cinza com cola em “V” e uma bermuda preta colada ao corpo, estava usando um chinelo Calvin Klein. Ele tinha os braços totalmente definidos, as mãos eram grandes e encantadoras. Tinha apenas uma tatuagem pelo o que eu pude notar. Havia uma no antebraço esquerdo com os dizeres: “Everything I wanted but nothing I’ll ever need”.

-Olha cara, se você continuar aparecendo assim uma hora eu morro do coração, de verdade. - Disse pensando alto demais, e colocando o copo sob a bancada de granito. Ele que estava de pé agora se sentou num dos banquinhos da bancada e jogava a cabeça para trás numa risada gostosa, não pude deixar de rir junto.

-Me desculpe me desculpe. - Ele disse assim que parou de rir. Fiquei o olhando por alguns instantes e a pergunta na minha cabeça “Mais que raios você está fazendo na minha cozinha?”.

-Hm, ãm, o que você está fazendo aqui?- Perguntei. –Estou me perguntando ultimamente essas coisas. –Disse dando um belo gole de agua.

-Elliot me chamou para jogar futebol e nadar um pouco, passei aqui, estou aqui desde manhã. - Ele disse indo até a geladeira e pegando um copo de agua. –Posso? – Disse apontando para a agua.

-Fique a vontade. – Disse e fui me sentar num dos bancos da bancada. Ele então se voltou e parou a minha frente, do outro lado da bancada, colocando o copo ao lado do meu e ficando de pé para me olhar. Ele abriu a boca para falar até que Elliot entrou no cômodo o cortando rapidamente.

-Já vi que conheceu minha priminha. – Elli olhou para ele, como era o nome dele mesmo? Ele lançou um olhar para Elliot como quem diz “nossa sério mesmo?”.

-Me desculpe Liam, já reconheceu? Melhor assim? – Ele corrigiu. Eu entrei em certa duvida sobre esse “reconheceu” até que me lembrei do hospital e que eu já o conhecia. Não tinha como me esquecer dele.

-Jess, seus irmãos foram dormir, estão mortos de cansaço. –Elliot disse. - Vou subir tomar um banho e vamos para futebol pode ser Liam?- Ele disse subindo as escadas. –Jess deveria ir com a gente também. - Ele deu um berro e eu neguei com a cabeça.

Peguei meu copo e segui até a sala, me jogando sobre o sofá de microfibra marrom. Coloquei os pés para cima e mudei de canal até encontrar um filme que me atraísse: Titanic. Estava no começo, ótimo, verei até o fim.

-Você pula, eu pulo. – Uma voz atrás de mim disse e eu rapidamente a reconheci. Fechei os olhos e respirei fundo, me recuperando de outro susto.  Quando voltei a abri-los Liam estava sentado no sofá a minha frente, com o olhar fixo na tela de 80 polegadas da LG, que ainda me deixava tonta por seu tamanho, e definição em super HD.

-Sério, pare de me assustar. – Disse e comecei a rir, ele me olhou e começou a rir junto comigo.

-Prometo que vou parar. - Ele disse e sorriu. Voltou seu olhar para a televisão. Continuei prestando atenção no filme, ou pelo menos fingindo prestar, já que minha atenção se voltava a ele. Ele estava sentado em cima de uma perna e de lado, enquanto uma mão estava sob seu corpo a enquanto a outra que estava apoiada em cima do sofá apoiando a sua cabeça que estava encostada sobre sua mão. Eu estava viajando em seu olhar, que brilhava tanto quanto o meu quando víamos esse filme.

-Porque não vai com a gente no jogo de futebol? – Sua voz grossa cortou o silencio e me dando outro susto. Ele agora voltou a me olhar.

-Não estou disposta. - Disse e voltei a olhar o filme.

-Vamos, vai se divertir. - Ele disse e fez uma cara de como quem diz “Se você não for vai se arrepender”

-Tenho que me arrumar ainda, muita demora, vou ficar por aqui mesmo. Obrigada pelo convite. – Me virei dei um sorrisinho sem graça e voltei a olhar para o filme.

-Devia ir vestida assim mesmo. –Elliot disse aparecendo na sala. –Vai se divertir.

Revirei os olhos cansada de tanta gente querendo me distrair.

-Não, não vou assim. - Disse. –Vou ficar aqui.

-Se você fosse vestida assim mataria qualquer garota de inveja. –Elliot fechou os olhos balançando a cabeça positivamente e fazendo um “OK” quando a mão.

-Todo mundo vai assim Jessica, é futebol com agua, balada e diversão. –Liam disse. –Está calor, é como uma festa de espuma, que começa agora, cinco horas e vai até meia noite, ou mais. –Ele disse e fez um High-Five a distancia com Elliot.

-Pensa Jess, altos londrinos, lindos... –Elliot ia dizendo e chegando perto de mim com o olhar semicerrado.

-Não Elliot. Não. – Disse e fui me levantando.

-Você vai se arrepender. – Ele foi chegando perto. –Melhor mudar de ideia ou...

-Ou, oque?- Disse brava.

-Ou isso. – Ele avançou pra cima de mim me matando de cosquinhas, eu virei uma bolinha de tão encolhida que fiquei. –Agora diz que não vai!

-Nã. nã.. Eu... – Ia tentando dizer em meio a gargalhadas, socorro estava morrendo.

-Não vou parar até dizer que vai, e PROMETER que vai. – Ele disse continuando a me matar de cosquinha.

-Eu VOU!- Disse acabando com aquilo e ele saiu de cima de mim.

-Ótimo, só penteia essa cabelo, e vamos! – Ele disse. – Estamos atrasados.

-Claro que estamos- Liam disse se levantando. –Você resolveu ir tomar um banho pra ir jogar futebol e se molhar. Cara para de ser retardado. –Ele disse voltando a se sentar e eu não pude deixar de rir.

-Cale a boca vocês dois. –Elliot disse se manifestado. –Seus pirralhos. Vocês com 17 anos achando que é moleza manter um corpinho de 20 assim. – Ele disse e rimos mais ainda. Mas pera. Liam tinha APENAS 17 ANOS? Ele aparentava ter uns 20, com todo aquele corpo, e uma tatuagem, só para lembrar.

Subi para meu quarto penteando o cabelo e prendendo-o em um alto rabo de cavalo, e apenas troquei meu visual por um all star branco.

-Esse lugar está bombando!- Elliot disse em mio de toda aquela musica eletrônica alta que soava pelo campo. O jogo já tinha sido e claro que Albert Hill ganhou de três a zero contra Autue Drs, outra escola londrina. A festa já havia começado tinha espuma por todo o lado. Era uma verdadeira zona, gente pulando por toda a parte, pegação em cada lugar que eu olhava. Era tanta gente, mais tanta gente, que eu estava ficando até mesmo tonta.

-Achei você! – Elliot disse quanto Andrea sua namorada caminhava até ele. Devidamente apresentada ele e ela seguiram em direção ao bar, enquanto eu fiquei sozinha com Liam. Ficamos parados no mesmo lugar um pouco distante da agitação, foi quando algumas pessoas se aproximaram de nós.

-E ai caras! – Liam disse cumprimentando cada um com um abraço. –Pessoal essa é Jessica Thompson, a garota que vai entrar em nossa sala esse ano. –Ele disse.

PARA TUDO! Recapitula por favor. Liam estudaria na mesma sala que eu? E qual foi à parte do “deixa eu te contar que serei seu coleguinha de turma” que eu perdi?

-Ah sim! Grande Jessica!- Um garoto loiro com uma aparência familiar se aproximou de mim me cumprimentando com um beijo no rosto. –Bom saber que você saiu de toda aquela complicação, vendo seu estado aquele dia achei que não sobreviveria.

-Tudo bem David, pulemos as lembranças, por favor. - Liam disse. –Esse é o David Cliff nosso capitão de futebol da Albert Hill.

Tudo estava claro, ele era garoto loiro que estava no dia do acidente junto com a ruiva que agora estava entre os grandes braços dele.

-Sou Charlotte Olsen. –A ruiva me cumprimentou com certo brilho nos olhos, os meus deviam estar com um brilho de duvida. Ela que havia gritado comigo e me acalmando, enquanto Liam me tirava do carro capotado.

-E esses aqui são Derek, Julia, Harold, e Anna. - Liam terminou de apresentar o pessoal, e cada um deles veio me cumprimentando.

Derek era um moreno alto, com varias tatuagens espalhadas pelo corpo, com certeza ele era maior de idade, a não ser que os pais deles fossem loucos o bastante para deixar ele fazer isso.

-Prazer Jessica. - Repeti o ultimo ano por causa dessa gostosa aqui. - Ele disse puxando uma garota igualmente morena para seus braços dando um beijo incrível, digno de cinema e de meu vomito. E causando o famoso “UOU” do pessoal ao redor.  Logo eles saíram, mas antes ela se apresentou era Rebecca. EM seguida veio Dylan um garoto de cabelos castanhos claros e olhos extremamente azuis. E apresentou sua namorada Julia, uma garota morena um pouco menor que eu. Logo depois chegou Harold um garoto de cabelo castanho escuro e olhos extremamente azuis, e com algumas boas tatuagens como seu amigo Derek. E puxou junto com ele para ser apresentada sua namorada Anna.

Todos muito simpáticos me sentei em um canto junto com todos, um pouco afastados da festa. Conversei muito com Charlotte, ela era uma garota incrível, bom saber que uma pessoa com os mesmo gostos que eu estaria na minha sala. Conversamos das seis horas da tarde até as nove, quando decidimos nos levantar e curtir a festa. No caso eles, porque eu me mantive sentada naqueles bancos longe da agitação e perto de um bar de sucos, que não tinha muito acesso, dá para se imaginar o por que. Era um lugar tranquilo onde eu estava.

-Oi garota! – Um cara alto de músculos fortes, moreno de olhos pretos faiscantes como fogo. –Por que está sozinha aqui, perdendo toda essa festa sensacional?- Ele disse se aproximando de mim deixando bem claro seu cheiro de vodka.

-Não curto muito esse publico. - Disse e virei meu rosto.

-Eu sou seu tipo de curtida certa?- Ele disse aproximando seu rosto do meu, me dando um susto, e me embriagando com seu péssimo odor de vodka.

-Desculpa, tenho o gosto mais refinado. - Disse virando rosto e tentando sair de perto dele. Ele fez menção de me beijar fechei os olhos como reprovação e sentindo suas mãos firmes e fortes, segurando meu braço chegando até mesmo a machucar. Antes que nossos lábios pudessem ter sido tocados ele se afastou bruscamente, foi quando abri os olhos e Liam estava lá. Seus olhos agora tinham se tornado de um castanho mais escuro, tinha os olhos semicerrados e a mão fechada em um punho.

-Sai Jony, ela está comigo. – Ele disse firme e mantendo os olhos no tal Jony.

-Desculpa aí Liam, estou querendo comer qualquer coisa hoje, e vindo de você melhor não comer, vai que está contaminada. - Ele disse levantando do chão cambaleando de medo. E antes que ele pudesse ficar de pé Liam enfiou um soco na cara dele o derrubando de novo.

-Cala a sua boca para falar dos meus amigos e de mim seu imbecil. – Liam rosnou para ele e ele se levantou e andou em sentido oposto repetindo com ele: “Lohana vai adorar saber que vai ter com quem disputar você, isso não vai ficar assim Baker”.

-Está bem?- Ele falou comigo me olhando por breves segundos e mudando seu olhar para Jony que já estava longe.

-Estou. Não aconteceu nada, mas, quem é ele, quem é Lohana?- Disse a ele e ele parecia nem me ouvir.

-Vamos sair daqui?- Ele disse e eu concordei balançando a cabeça positivamente.

Andamos até fora do campo e de toda aquela bagunça, até onde o som da nossa voz enfim era mais alto que o da musica eletrônica. Conforme fomos andando pude ouvir o barulho de agua batendo no chão. Continuamos andando até que o som ficou claro o suficiente para que eu descobrisse que estávamos num dos milhares de cantos do rio Tâmisa. Sentamo-nos ali na grama observando o rio e toda aquela agitação de barcos e pescaria noturna. Ficamos em silencio por um tempo.

-Jony é primo de Lohana. – Liam interrompeu o silencio. –Que por sinal já foi minha namorada. E bem, não deu certo. Jony é um babaca que só entrou para o time porque o tio dele que é primo do nosso treinador Fungton, o colocou no time. É um babaca. E Lohana me traiu com um cara da gangue de Jony, mas ainda corre atrás de mim e diz que estava bêbada. Isso porque eu estava lá, eu vi, e vi que ela nem colocou uma gota de álcool na boca. – Ele disse encarando o rio. –Gente assim me irrita.

-Que barra. Ela deve ser tão babaca quanto ele. - Disse e ele riu.

-Ela é. –Ele fez uma pausa. –Me traiu o tempo todo.

Ficamos em silencio por um longo tempo. Fiquei brincando com meus dedos com a grama. Que interessante.

-“Free as a Bird” Gosta de liberdade Jess?- Ele me perguntou observando os dizeres da minha blusa.

-Amo. –Disse.

-Londres então vai ser barra para você. Liberdade aqui não é o forte. - Ele disse entortando um pouco a boca.

-Vai ter que servir. - Disse baixando a cabeça.

-Sente falta não é?- Ele disse e eu o olhei.

-Depende, do que?- Perguntei. Estávamos em uma conversa seria.

-Seus pais, Ashford. - Ele fez uma pausa. - Viver 17 anos em um lugar e mudar assim tão bruscamente. – Ele disse e olhou para mim, que dessa vez fitava o chão para não chorar. –Desculpe. Isso deve machucar. Prometo que só falarei de unicórnios agora. - Soltei um risinho pelo nariz assim como ele.

-Não, por favor. –Disse e ele me encarou surpreso. – Duas semanas e estou cansada desse pessoal me poupando de tudo. Preciso que me tratem normal. –Disse.

-Nada de unicórnios então?- Ele disse me olhando com os olhos brilhando.

-Nada de unicórnios. - Disse sorrindo e dessa vez ele também.

Ficamos conversando por um tempo sobre outras coisas como a nova escola, as novas pessoas, e minha nova vida. Até que um silencio tomou conta de nós. E a única coisa que se ouvia era o barulho do som da musica eletrônica bem baixo, o som da agua do rio, barcos, e o barulho de Londres de noite.

-Liam. – Disse fechando os olhos arrependida do que eu estava prestes a perguntar. Ele olhou para mim surpreso, porque dessa vez fui eu quem quebrou o silencio. – Por que e tirou do carro?- Ele me fitou surpreso, fechou os olhos e deu um breve suspiro.

-Quando eu passei e vi o seu desespero, e o desespero do seu pai... – Ele ia dizendo.

-Meu pai? Meu pai Liam?- Perguntei com os olhos lacrimejando já.

-Ele me pediu para que tirasse você e seus irmãos. - Ele disse e agora eu já podia sentir que não adiantaria nada eu controlar as lagrimas. –Tirei seus irmãos que estavam acordados, e quando você acordou, tirei você, e voltaria para tirar seu pai, já que sua mãe não resistiu a pancada.

Mordia a boca fortemente tentando não chorar. Em vão, claro. Olhei para baixo. Tentando controlar meu soluço que estava entalado na garganta.

-Você não sabia, disso. – Ele disse espantado e olhando fixamente em meus olhos. Tomei coragem e esqueci-me da vergonha e olhei em seus olhos, e balancei negativamente com a cabeça. –Meu Deus Jess. – Soltei um soluço e em seguida meu choro que estava entalado, deixando todas às lagrimas caírem, meu corpo tremia de acordo com a intensidade de meu choro. Liam me abraçou assim que viu que meu choro não pararia. Estávamos sentados na grama e como eu estava de frente para ele só precisou que ele me puxasse para seu peito. Seus braços se fecharam atrás de meu corpo, e uma de suas mãos alisava meu cabelo na tentativa de me acalmar.

Passaram-se alguns minutos até que meu choro sessasse, e eu finalmente conseguisse olhar para ele.

-Está melhor. –Ele disse. Como ele podia afirmar com tanta certeza isso? Não que eu não estivesse, por que eu estava bem agora, depois de chorar depois daquele abraço. Balancei positivamente a cabeça e ele deu um breve sorriso. –Que bom. Vou te levar a um lugar. Amanhã, oito horas, esteja pronta.

-Pera, aonde vamos?- Disse espantada.

-Oito horas Jess. - Ele só disse isso. –Um jeans, e um casaco leve caso faça um pouco de frio. - Ele repetiu.

-Aonde vamos?- Insisti.

-Você vai gostar. - Ele só disse isso, e me colocou dentro do carro. Ele estava me levando de volta para a casa.

-Entregue. - Ele parou o carro na frente de casa. –Até amanhã. – Ele deu um sorrisinho divertido, vendo eu me descabelar tentando todas as opções de onde ele me levaria.

-hm, até amanhã Liam. - Disse olhando seu rosto. –Olha lá, o que você vai aprontar. Seria uma pena se eu morresse também. –Disse e ri, mas ele ficou sério.

-Não brinca com isso, valorize isso aqui. - Sua mão tocou a minha e um choque percorreu minha pele com seu contato tão repentino, ele levou minha mão até o meu coração. –Ele pode estar quebrado, amaçado, murcho, despedaçado. Mas ele ainda funciona Jess. Ele ainda funciona. A gente pode encher ele de alegria de novo, passar um super bonder nos caquinhos e colar todos eles. Vai ficar marca, mas nada que vá doer para sempre. - Ele disse sério, então soltou minha mão devagar.

-Desculpa. - Disse encarando meus pés.

-Não precisa se desculpa, já fui assim. Ele disse e eu o encarei com certa duvida.

-Como assim?- Perguntei.

-Historia longa, te conto outro dia. - Ele disse e sorriu. Nessa hora Bruce apareceu no portão, eu o olhei e ele ficou me olhando com certa duvida no que eu estaria fazendo no carro com meu vizinho da rua da frente.

-Hora de ir. Obrigada... Hm, por... - ia dizendo.

-Pode contar sempre comigo. -Ele disse num tom firme, que me passou muita segurança.

-Obrigada. -Disse abrindo a porta do carro. –Boa noite Liam, até amanhã.

-Oito horas. Boa Noite Jess. –Ele disse e eu sai do carro.

Cumprimentei Bruce que ficou espantando com minha chegada antes de Elliot, expliquei tudo a Tess, e ela ficou empolgada tanto quanto eu para o dia seguinte. Eu por que teria uma surpresa e a chance de me divertir e ela por estar finalmente feliz por minha saída do quarto.

21 de agosto. Oito Horas. O que seria isso? Para onde iriamos?


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Notas finais do capítulo

ai ai ai..... o que acharam??



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