You're My Summer, My Winter. escrita por Jane Rivelli


Capítulo 1
Last Summer


Notas iniciais do capítulo

Bem, tudo tem que ter um começo certo? E é por aqui que começa You're My Summer, My Winter. E vamos ver o que vocês acham não é? Peço para que deixem comentários, por que é sempre bom saber o que o pessoal está achando, criticas são sempre bem vindas, boas ou ruins! Bora ler?



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“... Everything can change...”.

–Adeus Bruce, obrigado por nos hospedar por essas semanas, verão aqui sempre é bom. Mas agora temos que voltar a rotina infelizmente. –Meu pai Arnold Thompson se despedia do meu tio materno. Sempre passávamos as férias na casa deles em Londres, era sempre bom sair um pouco da vida pacata de Ashford.

Ai Ashford... Por mais que você seja a cidade mais pacata e desconhecida de todo o Reino Unido eu te amo. Eita cidadezinha boa para se viver. Duas semanas em Londres e eu já estava morrendo de saudades daquele cheiro de grama, flores, meu refugio na arvore, meus cavalos, cachorros, e todos os animais da fazenda onde eu morava. Minha pequena cidadezinha agrícola no condado de Kent, sudeste da Inglaterra. O condado do jardim da Inglaterra. Conhecido pelas mais belas paisagens do Reino Unido.

Viver em Ashford era a melhor coisa do mundo. E disso eu tinha a absoluta certeza, já que em 2005 foi eleita a melhor cidade para se viver dentro do Reino Unido. Meu pai trabalhava na fazenda onde morávamos que fora toda a área de lazer que tínhamos também funcionava um hotel ligado a casa principal, que no caso seria a nossa, e a plantação de trigo, aveia e beterraba. Eu realmente amava aquele lugar. Londres era uma beleza! Uma cidade pra qualquer pessoa amar, mas Ashford era realmente a cidade do descanso. No período de férias de inverno recebíamos muitos turistas, graças ao nosso premio de melhor cidade, o que aumentou bem a procura. E a procura de turistas para se hospedar na fazenda Thompson já era grande, mesmo três meses antes desse período. Tínhamos uma vida maravilhosa naquele lugar. O lugar mais incrível que eu já conheci.

O trabalho de meu pai era chefiar a plantação. Minha mãe era cuidar dos serviços domésticos e do hotel junto com os empregados. E bem, eu tinha a função de mostrar os pontos turísticos, dentro e fora da fazenda. Um dos meus favoritos era ir ao castelo de Ashford, um lugar mais que maravilhoso. Muitas pessoas faziam festas de casamento lá, chegavam muitos jatinhos particulares de Londres naquele castelo para as festas, era algo realmente incrível de luxuoso.

–Jess, filha. - Acordei do meu transe pensando na minha amada cidade quando minha mãe me chamou. Pisquei fortemente os olhos, respirei fundo e olhei em seus olhos mais que verdes aquela tarde. - Pegue Chloe e leve-a para o carro, Ewan já está lá. - Ela dizia preocupada. – Certifique-se que o cinto está bem preso, não quero seus irmãos caindo do banco no meio da viagem. - Ela dizia rapidamente, pesando os olhos de cansaço. A noite tinha sido longa para ela e meu pai, já que Ewan e Chloe não deram sossego durante um minuto. Choraram a noite inteira. Meu sono acabou sendo prejudicado também, afinal quem teve que tomar conta do Ewan foi eu. Maldita coisa essa de ser irmã mais velha. Levei Chloe para o carro, Ewan dormia feito uma pedra, e Chloe assim que eu a acomodei fez o mesmo. Prendi bem o cinto de ambos na cadeirinha e me certifiquei que elas estavam bem presas no banco da Pajero TR4 branca. Outra coisa que eu amava, aquele carro. Esse ano tiraria minha carteira de motorista, para percorrer as estradas daquele lugar imenso chamado: Inglaterra. Sonho.

Voltei para me despedir de todos. Despedi-me de Bruce que era o tio mais louco que eu poderia ter, do tipo que mergulha numa fonte historia e leva um processe por conta disso. Mas pelo menos isso rendeu boas risadas à família. Minha adorável tia Tess que mesmo com seus 50 anos na costas ainda tinha aquele corpinho de 30, maldita mulher, gostaria de ser como ela no futuro.

–Querida, volte sempre que quiser. Não precisa esperar seus pais para vir viu?- Ela disse me dando um forte abraço. Ai abraços em família, como eram bons.

–Qualquer coisa Jess, eu te busco lá em Ashford. Pego o Eurostar e chego lá rapidinho. - Elliot disse. Elliot era meu primo, me divertia muito com ele, mesmo ele sendo três anos mais velho que eu. Ele era incrível! Iria se tornar um engenheiro de primeira!

–Pode deixar Elli! Ligo quando quiser vir para cá. - Disse e o abracei forte. Ele deixava saudades depois que eu voltava para Ashford. Divertíamo-nos muito o tempo em que eu ficava em Londres.

–Jess!- Escutei alguém berrar meu nome. Olhei rapidamente na direção do som, ainda meio perdida sem saber em que direção certa eu olhava Mas aí eu vi Georgia minha prima correndo em minha direção. Ela veio correndo de pijama em minha direção, era a menininha mais fofa que eu já tinha visto até então. Ela tinha quatro anos, e não foi esperada pela família, o que acabou tornando-a ainda mais especial. Meus tios a acharam abandonada em um saco plástico, atrás do escritório do meu tio, e bem, conseguiram a guarda dela. Lembro-me desse episodio como se fosse ontem. Eles chorando implorando pela guarda da pequena Georgia. E no fim depois de seis meses, conseguiram a tão aguardada guarda da pequena garotinha de olhos méis. Não precisou de muito tempo para que ela ganhasse o coração de todos da família, e de fora.

–Vem aqui Georgia!- Disse me abaixando para ficar da sua altura, ela correu e me abraçou. Abraço de criança limpa era outra coisa. (porque cai entre nós, aquelas crianças suadas, sujas, não são tão agradáveis de abraçar). - Vou sentir sua falta Gê. - Disse enquanto a abraçava. –Vá quando quiser andar de cavalo, eles estão sentindo sua falta.

–Eu vou. - Ela disse ainda coçando os olhinhos de tanto sono que estava. E não demorou muito e correu de volta para os braços de Elliot.

Finalizada a despedida, entrei no carro ao lado de meus irmãos fugindo da chuva que caia do lado de fora, meus irmãos que dormiam feito pedra estavam bem acomodados. Então coloquei o cinto, fones de ouvido, e fechei os olhos tentando dormir com o sol batendo na cara, uma hora meia de estrada estava pela frente, que beleza. Olhei para trás deixando a bela casa, o belo gramado e a bela família sorrindo e acenando. Fiz um breve aceno de volta, e voltei meu olhar para a janela ao meu lado, deixando a musica fluir pelos meus ouvidos, paralisando meu cérebro. Ao som de AC/DC deixei que a musica me levasse, meu amigo da escola tinha o péssimo costume de toca-la pra mim em sua guitarra na aula de musica, deixando Spellbound na minha cabeça eternamente.

I'm slipping down

(Estou deslizando)

I got my hands in the fire

(Ponho minhas mãos no fogo)

I'm sliding on an oil slick

(Estou deslizando numa mancha de óleo)

Blinded on a bad trip

(Não vejo nada nessa má jornada)

Yes and nothing's going to change it

(Sim e nada vai mudar isso)

I can do nothing right

(Não posso fazer nada direito)

Can't even sleep at night

(Nem mesmo consigo dormir a noite)

My feet have left the ground

(Meus pés se levantaram do chão)

I'm spinning round and round

(Estou girando, girando,dando Voltas)

Spellbound, my world keeps a tumbling down

(Enfeitiçado, meu mundo continua desabando)”


Nunca fui muito fã de rock, mas confesso algumas bandas exerciam algum poder sobrenatural sobre mim. AC/DC não era exceção, algumas musicas viram meu mundo de cabeça para baixo. Mas não era uma banda que eu escutava frequentemente. Aquela musica só estava em meu Ipod porque Jonathan (meu amigo que tocava essa musica na guitarra, caso não se lembre), colocou em meu Ipod. E por pura ironia do destino aquela musica tocou bem naquele momento. Eu estava com meus olhos fechados quando escutei um grito de horror vindo do banco da frente, apenas abri meus olhos e me deparei com aquele borrão vindo em nossa direção. Rapidamente me abracei aos meus irmãos evitando ferimentos neles. Foda-se que o cinto não estava mais me protegendo, eles eram prioridade. Um ano de vida, tinham muito o que viver. Em segundos um impacto gigantesco atingiu o carro, senti o air-bag voando em nossas direções, e senti minha cabeça ir para frente num forte impulso. Depois disso não me lembro de quase nada.

Apaguei durante uns cinco minutos, abri os olhos e vi a rua ao meu redor, meus pais desacordados no banco da frente. Meus irmãos intactos, com apenas alguns arranhões, senti o gosto de sangue em minha boca, mas não conseguia me mover para saber de onde ele vinha. Estiquei o corpo e senti uma dor ardida na perna esquerda. Latejava aquela dor. Pude ver as pessoas gritando a minha volta, gritando por médicos, dizendo algo como “Tem bebês no carro, socorram eles!” Via as pessoas correndo de um lado para o outro, até que vi alguém tirando Chloe de sua cadeira, soltei um grito de dor, de desespero, jurava que ele estava sequestrando minha irmã. Comecei a me debater, tentar me soltar de todos os jeitos que eu poderia fazer, soltei uma de minhas pernas do banco de minha mãe que no impacto tinha ido todo para trás. Estava um calor forte no carro, um cheiro de fumaça e muito óleo. Eu continuava a soltar gritos, dessa vez mais baixos, até que uma garota surgiu do me lado do vidro, me mandando virar o rosto. Pude escutar o barulho do vidro sendo quebrado, e a ruiva dos olhos extremamente verdes me olhar com a expressão de dó.

–Ei, garota fique calma. Meu amigo apenas está tirando seus irmãos e os colocando no chão, estamos com medo que o carro exploda. - Assim que ela disse isso eu comecei a gritar e chorar ao mesmo tempo, sem forças, e com dor, eu tinha que sair dali, tirar minha família dali. –Ei garota! Olhe para mim!- A garota soltou um grito mais alto que o meu, me fazendo olhar em seus olhos. – Meu amigo vai tirar você daí, calma.

Fechei os olhos fortemente, na tentativa de que tudo aquilo não passasse de um pesadelo. Mas não era. Coloquei a mão para fora do carro fazendo com que o resto de vidro cortasse meu braço, e senti o óleo do carro tocar a ponta de meus dedos. Olhei para o lado e Ewan não estava mais lá, alguém havia o tirado, e o medo que houvessem roubado meus irmãos aumentou ainda mais. Eu chorava compulsivamente, e tentava me soltar de qualquer jeito, gritava o nome de meus pais e eles ainda desacordados, porque eu tinha que estar acordada naquele momento? Coloquei a outra mão para fora do carro pelo vidro, cortando o outro braço que já lateja de dor, talvez de uma possível fratura. Respirei fundo tentando empurrar meu corpo para fora, sem nenhum progresso, me larguei sobre o banco, esperando alguma ajuda.

–Ei, consegue estender seus braços?- Escutei uma voz dizendo, virei o rosto e me deparei com o mais belo par de olhos castanhos me fitavam. Fiquei um tempo paralisada, tentando analisar se aquilo era real. Talvez eu já estivesse morta, delirando, ou sonhando com a morte.

–Ei, garota! Está me ouvindo? Por favor, não feche seus olhos, se mantenha acordada, por favor. - Ele implorava enquanto seus olhos fitavam o meu num desespero incrível. Acenei positivamente com a cabeça e ele deu um suspiro aliviado. A garota ruiva que antes havia falado comigo, agora dava pulos de alegria enquanto tinha Ewan deitado em seu colo, e um garoto loiro ao lado dela que segurava Chloe deitada em seu colo, ambos estavam com as pernas esticadas e com meus irmãos nelas.

–Ótimo! Estique seus braços e tente me alcançar, vamos eu sei que você consegue. - Ele disse me olhando firmemente, e mordendo o lábio inferior, num ato de puro nervosismo. Levantei meu corpo sentindo rapidamente as firmes mãos daquele garoto se espalmarem pela minha costas, passei um de meus braços por trás de seu pescoço, e ele começou a me puxar devagar para fora do carro tomando todo o cuidado para que eu não enfiasse minha cabeça nos restos de vidros.

–Ótimo, ótimo, muito bem, continue assim, aguente a dor só mais um pouquinho, já vai passar. –Ele ia dizendo com a voz extremamente confiante que me passava uma segurança que nem eu mesma conseguia entender o porquê. Porque um estranho me passava tanta segurança enquanto eu estava praticamente morta? Eis minha duvida. Passavam-se milhões de perguntas, e pensamentos pela minha cabeça, estava no meio de uma baita turbulência, e queria sair logo dela. Escutei as sirenes se aproximando, e as pessoas gritando de alivio.

–Escute, irei enrolar em seu rosto minha camiseta, para você não correr o risco de bater nos cacos de vidro, por favor, não se desespere, e não o tire do rosto. –Ele disse e eu acenei positivamente. Senti uma malha mediana sendo envolvida em meu rosto, e com um delicioso cheiro de perfume masculino que me entorpecia. Senti os braços firmes agora envolverem minha perna, e senti as gotas da chuva que caiam fora do carro, atingirem meu rosto. Eu estava fora do carro. Eu estava no colo de um estranho, um estranho com o mais pelo par de olhos castanhos que eu já havia visto. Quem era ele? Porque ele havia me tirado de lá, sem mesmo me conhecer? Mil perguntas se passavam pela minha cabeça. Senti ele me colocar sobre uma superfície dura olhei para o lado e senti colocarem o imobilizador em meu pescoço, olhei para o carro que já estava a certa distancia e meus pais não estavam mais lá. Eles não estavam mais lá, todos havíamos saído vivos daquele desastre então! Graças a Deus!

Eu comecei a chorar de alegria agora, muito mais aliviada do que antes, vi que meus irmãos haviam entrado em uma ambulância junto com a garota ruiva e o menino loiro, eu tinha a sensação de que eles estariam seguros, afinal eles ajudaram a tirarem meus irmãos do carro. Eu estava aliviada, até a hora em que levantaram a maca e eu pude ver dois sacos pretos estendidos sobre o chão. Não podia ser. Meus pais não. Comecei a chorar, espernear, levei minhas mãos doloridas ao pescoço arrancando o imobilizador e tentando me soltar da maca, levantei meu tronco estendendo as mãos já livres na direção dos corpos esticados pelo chão, meu corpo cambaleou, e eu só sabia gritar e chorar, foi quando tudo ficou como um borrão, meus olhos que borravam as imagens devido a lagrimas agora estavam enxergando poucas coisas, o ar me faltava, meu corpo estava mole. Foi então que eu me desliguei. Apaguei do mundo. Desmaiei no momento em que não poderia desmaiar.

“Don't leave me in all this pain

(Não me deixe com toda essa dor)

Don't leave me out in the rain

(Não me deixe aqui fora na chuva)

Come back and bring back my smile

(Volte e traga de volta meu sorriso)

Come and take these tears away

(Venha e jogue essas lagrimas bem longe)

I need your arms to hold me now

(Eu preciso dos seus braços para me abraçar agora)

The nights are so unkind

(As noites são tão cruéis)

Bring back those nights when I held you beside me”

(Traga de volta as noites quando eu tinha você aqui do meu lado)


Abri os olhos lentamente pela primeira vez, fechando-os rapidamente devido a alta claridade. Senti alguém se movimentar ao meu lado, e o ambiente se escurecer, pude deduzir que era a cortina sendo fechada pelo barulho que fazia. A musica que tocava no radio cuja letra não servia muito de incentivo para mim, havia sido desligada. Meus olhos ainda estavam se acostumando com a claridade. Senti um peso em minha perna, e quando notei era meu tornozelo que estava enfaixado, ótimo. Levei as mãos ao rosto e não pude deixar de sentir uma dor aguda na região da costela, olhei e adivinha? Outro curativo havia fraturado a costela, ótimo novamente. Meu braço também estava enfaixado, o que significava mais um machucado. Eu tinha os dedos ralados e machucados por toda a parte. Foi quando a memoria começou a me voltar a cabeça e eu comecei a ficar desesperada. Vi os vultos ao meu redor me segurarem e dizerem palavras cujo eu não conseguia entender, eu estava em pânico novamente.

–Meus pais... Meu pai... Minha mãe... - Eu tentava dizer, mas me faltava ar. Olhei para o relógio ao lado e marcada dia quatro de agosto. Meu Deus, dois dias após o acidente. Eu havia APAGADO DURANTE DOIS DIAS!

Isso me desesperou mais ainda, quando senti que meu corpo foi forçado a se acalmar, provavelmente algum tipo de droga que haviam enfiado em minhas veias. Acalmei-me, fechei os olhos por longos segundos e voltei a abri-los novamente depois, enxergando com um pouco de clareza quem estava no quarto. Meus olhos ainda estava úmidos pela crise que eu havia tido há pouco tempo e das lagrimas que haviam escorrido fazendo arder meu rosto que provavelmente estaria todo machucado. Olhei para meu lado e Bruce (meu tio para quem não lembra) estava segurando minha mão esquerda, sentado ao lado da cama, e seus olhos estavam marejados. Olhei para a janela e Elliot estava de pé abraçado com Tess (primo e tia, para quem... bem já sabem).

–Por favor, alguém... Alguém me explica o que foi que aconteceu? Meus irmãos? Meus pais? Onde estão?- Fui soltando as palavras.

–Calma querida. - Disse Bruce. – Seus irmãos estão em casa. E bem, o que aconteceu, foi um pouco drástico. - Ele foi dizendo e as lagrimas foram caindo de seus olhos.

Olhei para o outro lado do quarto e vi parada a porta Robert, Olivia e Adrian, irmão, mãe, e pai de meu pai respectivamente.

–Tio, por favor... O que, que aconteceu?- Disse chorando mais uma vez.

–Um carro freio bruscamente quando uma criança atravessou a rua correndo, seu pai desviou desse carro batendo de frente com outro que vinha na pista oposta. - Ele disse baixando a cabeça e deixando o choro tomar conta dele.

–E onde eles estão agora? Eu vi sacos pretos no chão... Era do motorista do outro carro não era?- Disse olhando firmemente para os olhos dele, mas ele baixou a cabeça na mesma hora, assim como todos no quarto, que soluçavam baixinho. Demorei um tempo para entender o que acontecia ali. – Não... Não pode ser... Meus pais?...Não eles, não... Eu... Eles... Não, NÃO!- gritei e chorei, assim como todos no quarto. Aos poucos o pessoal foi saindo, ficando apenas Elliot, Tess e Bruce comigo.

Demorei a me acalmar, mas depois eu já não tinha mais forças para chorar. Sendo obrigada a me deixar vencer pelo cansaço. Ficamos em silencio por mais de meia hora, e eles apenas esperando meu choro cessar.

–Querida, temos que te informar de uma coisa. - Tess foi dizendo enquanto olhava em meus olhos. Assim com os meus os dela também estavam marejados. Concordei com a cabeça, já que minha voz já não saia mais.

–Acharam o testamento de seus pais, e nele fala que nós temos a sua guarda, assim como a de seus irmãos. Você vem morar com a gente agora Jess. - Ela disse em enrolar, e deu um suspiro e saiu do quarto aos prantos. Elliot a seguiu. Fui tomada por uma onda de dor dessa nova vida que foi me colocada à mostra agora. Eu soltei um soluço involuntário e voltei a chorar, parando em seguida.

–A pousada é sua querida. – Bruce disse. – Seu pai deixou a fazenda em seu nome. Já tive a oportunidade de falar com todos os trabalhadores, e eles continuaram o trabalho de seus pais. Assim como era antes. Mandei umas pessoas de confiança da empresa para lá, e eles vão administrar aquele lugar assim como seus pais administraram.

–E porque não posso ir morar lá?- Perguntei involuntariamente, fazendo Bruce me encarar espantado.

–Você é menor de idade. Ano que vem poderá fazer o que bem entender. Mas agora, não posso abrir mão de você Jess, seus pais nos confiaram a você. Tenho que tomar conta de você e de seus irmãos, e prometo, eu te prometo que tudo vai dar certo. Ficaremos bem.

Deixei com que as lagrimas escorressem por meu rosto, sem ligar para a vergonha que eu sentia. Aos decorrer do dia Bruce foi me contando tudo o que acontecia já que Tess estava abalada demais para qualquer dialogo sobre esse assunto comigo. Ele contou do enterro, que havia sido naquela manhã, contou sobre o acidente, sobre meus irmãos e de como eu salvei a vida deles me jogando sobre eles, de como eu sai, de como eu apaguei.

À noite enfim chegou meu corpo ainda estava dolorido, em cada milímetro dele mais especificadamente. Meus olhos vagavam pelo quarto agora vazio, a TV só servia para informar mais desgraças, mais acidentes. Até que mudei para um canal de desenhos animados e pude até soltar risinhos de canto de lábio com as idiotices do Bob Esponja. Escutei um ruído, uma risadinha abafada vinda da direção da porta, virei-me na direção do som para que pudesse notar a presença daquele ser. Ao perceber que eu o olhei, ele soltou sua primeira frase.

–Bob Esponja é um clássico. – Aquela voz grossa disse. Até que a voz era familiar, mas da onde? Olhei em todas as direções para ver se tinham mais pessoas presentes, mas tudo o que eu via era aquele garoto de aproximadamente 1,80 de altura que estava parado encostado no batente da porta com um dos braços encostado contra o peito enquanto o outro estava apoiado sobre o mesmo, enquanto mantinha uma mão encostada à boca. Tinha o cabelo caidinho sobre a testa e uma expressão cansada. Eu o olhei mais uma vez, procurando vestígios de algum lugar que eu o conhecesse, talvez um amigo antigo da família, um coleguinha de infância que tomou hormônios demais e virou o Batman, cujo eu não me lembrava. Mas eis minha duvida, de onde eu o conhecia?

–Perdão, mas quem é... - Ele me olhou nesse momento e um flashback passou pela minha memoria. Aqueles intensos olhos castanhos que me fitavam no dia do acidente. Aquele olhar preocupado, que tinha gotinhas de suor na testa. Aquele incrível par de olhos castanhos estava sob meu olhar novamente.

–Perdão. Sou Liam, Liam Cartter. – Ele disse e deu um breve risinho. - Acho melhor eu ir, só passei para saber como estava.

–Estou bem. Não se preocupe. – Disse incrédula ainda por acreditar que era ele novamente. E por acreditar que ele tinha ido até o hospital, só que como ele havia me achado? Ele era uma espécie de hacker de computadores de hospitais pra saber, para onde haviam me levado? Sério eu estava começando a ficar com medo dele.

– É que bem, você parecia, hum, um... Um pouco abatida demais no dia. E verdade, Ah sim, meus pêsames por... Bem, você sabe. - Ele baixou a cabeça um tanto triste. – Desculpe, não pude fazer nada. – Uma dor fisgou meu peito repentinamente, ele estava se culpando por algo que não devia, ele salvou a minha vida, meus pais já estavam mortos aquela altura.

–Por favor, não se culpe. Nada do que faria iria ajudar. - Disse rapidamente e ele se virou me lançando um sorrisinho de canto. – E me desculpe, não queria encharcar sua camiseta de sangue. - Disse estendendo a ele um pacote com uma camiseta toda ensanguentado. Não sei por que o hospital fazia questão de guardar essas coisas, quem iria querer uma camiseta ensanguentada?

–Então se lembra de mim?- Ele se virou rapidamente em minha direção com os olhos faiscando esbanjando certa alegria.

–Como não lembraria quem me salvou a vida. -Disse com um sorriso sem graça. Ele baixou a cabeça colocando as mãos no bolso.

–Fico aliviado de saber que está bem. - Ele disse e olhou em meus olhos, como aquele dia. Seus olhos tinham muito mais intensidade agora do que no dia do acidente. – Preciso ir, estou tomando conta de seus irmãos, tenho que ajudar Tess com os bebes.

Antes que eu pudesse assimilar qualquer coisa que ele havia dito, e pudesse perguntar qualquer coisa sobre aquela frase ele saiu porta a fora, levando o pacote de camisa consigo e me deixando ainda mais tonta.


“estou tomando conta de seus irmãos, tenho que ajudar Tess com os bebes.”


Mais que raios estava acontecendo? Porque ele estava tomando conta dos meus irmãos?

Depois de muitas perguntas, a dor surgiu novamente quando peguei meu Ipod e vi a foto da família de plano de fundo, todos sorrindo feliz na beira da piscina. Meu pai com um sorriso largo com Ewan em seu colo, minha mãe gargalhando abraçada comigo e meu pai, e eu com Chloe em meu colo, olhando para minha mãe e sorrindo. Ainda não consigo acreditar que tudo tenha sido verdade, ainda espero que eu acorde desse pesadelo, que tudo isso passe, assim como tudo na vida um dia passa.


OI, OI GENTE! Então galera, vim falar um pouquinho de mim aqui. Sou Ana, mesmo que todos me chamem pelo meu sobrenome (Prado) dou liberdade para escolher como me chamar. Já escrevi algumas fanfictions numa outra conta (se alguém quiser os links só falar comigo). E bem, eu gosto de escrever, então decidi escrever uma nova historia, com roteiros diferentes, personagens diferentes. Então esperam que tenham curtido o primeiro capitulo, e vem mais por ai. E outra coisa, gostaria muito que vocês deixassem comentários nos reviews não é porque eu sou do tipo que diz “nossa 200 reviews como sou top uhul” NÃO. Deixo BEM CLARO QUE NÃO! Mas é que apenas curto bastante saber a opinião de vocês sobre a historia em questão, podem xingar, podem falar que ficou um lixo, que odiaram, podem dar sugestões para a historia, podem me mandar mensagem com algo que gostariam que acontecesse na historia e eu vou encaixa-la dentro do contexto. Porque eu acho isso muito bacana, acho essa interação do pessoal na historia muito importante gosto que vocês “façam” a historia.

Então é isso pessoal, qualquer ideia pra historia ficar ainda mais legal, avisem por review e me mandem por mensagem. Deixem reviews AMO saber o que estão achando, e podem xingar a vontade de estiver um lixo!

Beijos, beijos, espero que curtam!



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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam???? Então é isso pessoal, qualquer ideia pra historia ficar ainda mais legal, avisem por review e me mandem por mensagem. Deixem reviews AMO saber o que estão achando, e podem xingar a vontade de estiver um lixo!



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