Love & Sin escrita por Thais


Capítulo 31
Capítulo 30 - Katniss


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii gente ^uu^

To hiper mega ultra feliz com os reviews! Continuem assim, hein?

GiFernandes, obrigada pela recomendação sua linda, esse capítulo é pra você! (':

Boa leitura! Amo vocês, mt mt mt mt ♡



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O hospital me obrigou a ficar em observação por boa parte da noite antes de receber alta. Depois, permaneci na sala de espera do hospital. Não sairia dali sem receber qualquer noticia de Peeta.

A pancada de Marvel por pouco não rachou o crânio de Peeta e ele ainda estava inconsciente. A luz da manha atravessou as pequenas janelas da sala de espera. Médicos e enfermeiros iam e viam. Os murmúrios eram inevitáveis e, sempre que eu via algum medico, levantava os olhos, na esperança de ter alguma noticia de Peeta. A sala estava enchendo. Crianças com febre, uma mulher grávida, um velho doente...

Meus braços e rosto estavam manchados pelos hematomas e meu joelho estava ralado e inchado. Porém, depois de realizar uma enorme bateria de exames, o médico apenas me receitou analgésico e bolsões de água para o joelho. Era o mesmo médico que estava cuidando de Peeta, mas ele me disse que não poderia prever com certeza quando Peeta acordaria, acrescentando que todos os exames de tomografia computadorizada eram inconclusivos.

Ferimentos na cabeça são difíceis, você sabe – disse o médico – Com sorte, saberemos mais em algumas horas.

Eu não conseguia comer, não conseguia pensar, não conseguia fechar meus olhos, não conseguia parar de me preocupar. Johanna havia levado as crianças do hospital para sua casa e eu esperava que eles não tivessem pesadelos. Esperava que o que aconteceu noite passada não se tornasse em pesadelos para sempre. Esperava que Peeta se recuperasse por completo.

Fechar os olhos é horrível. Toda vez que me atrevia a fazer isso, Marvel reaparecia. Via as manchas de sangue em seu rosto e sua camiseta, seus olhos pesados. De algum modo ele havia me encontrado. Veio a Southport para arrastar-me de volta para casa ou me matar e quase conseguiu. Em apenas uma única noite, ele destruiu minha frágil ilusão de segurança que eu conseguira construir desde que havia chegado aqui.

As visões eram horríveis e voltavam a cada momento, repetindo-se infinitamente, com variações, e ás vezes mudando. Havia alguns momentos em que eu me via sagrando e morrendo na varanda, olhando para cima, olhando nos olhos de Marvel. Quando isso aconteceu, toquei minha barriga, a fim de encontrar o sangue, mas não havia nada. Eu não estava sangrando, não estava morrendo, estava só sentada no hospital.

Meu estômago revirava de tanta preocupação por Alex e Kristen. Eles logo viriam ao hospital para visitar Peeta. Uma duvida sacudia minha mente: as crianças me odiariam por tudo o que havia acontecido? Esse pensamento fez com que as lágrimas ardessem em meus olhos. Cobri meu rosto com as mãos, desejando que pudesse me enterrar em um buraco, um buraco tão profundo que ninguém me encontraria. Tão profundo que Marvel não me encontraria lá, pensei. “Ele está morto” ecoava como um mantra em minha mente, algo que eu não podia escapar.

– Katniss?

Alevantei os olhos e vi o médico que estava cuidando de Peeta.

– Posso levá-la até ele agora – disse o médico – Ele acordou há alguns minutos. Ainda está na UTI, então você não poderá ficar lá por muito tempo. Ele quer vê-la.

– Ele está bem?

– Agora sim, apesar da situação. Levou um golpe muito forte.

Mancando um pouco, segui o médico, andando por entre os corredores até o quarto de Peeta. Respirei fundo algumas vezes e ajeitei a postura antes de entrar, prometendo a mim mesma que não iria chorar.

A UTI estava cheia de máquinas e luzes picantes. Peeta estava numa cama no centro, com a cabeça envolta a bandagens. Ele se virou quando entrei no quarto, com os olhos semicerrados. Um monitor soltava bips ao seu lado. Caminhei até a cama e peguei em sua mão.

– Como estão as crianças? – sussurrou ele. As palavras saiam com certo esforço.

– Estão bem. Elas estão com Johanna. Ela os levou para a casa dela.

Um sorriso fraco, mas notável apareceu no rosto de Peeta.

– E quanto a você?

– Estou bem – digo, assentindo.

– Amo você – disse ele.

Esforcei-me ao máximo para não chorar novamente. – Amo você também, Peeta.

– O que aconteceu?

[...]

Fiz um relato sobre o que havia acontecido, mas no meio da história, vi que os olhos dele se fecharam. Quando acordou novamente mais tarde, ele havia se esquecido de algumas partes. Assim, repeti a história outra vez.

Johanna trouxe Kristen e Alex e, embora fosse proibidas crianças na UTI, eles ficaram por alguns minutos. As crianças haviam feito um desenho de Peeta em uma cama de hospital, com as palavras “Melhore, papai. Amamos você”.

Conforme o tempo avançou, Peeta ficou mais coerente. Embora reclamasse de uma dor monstruosa na cabeça, sua memória, de forma geral, havia retornado.

[...]

Peeta recebeu alta no dia seguinte e o delegado veio até a casa de Johanna para recolher seus depoimentos. Ele contou que o nível de álcool no organismo de Marvel era comparado ao de uma orvedose, ou seja, mesmo se não tivesse sangrado morreria da mesma maneira.

Mais tarde, Peeta e eu fomos ao estacionamento da padaria, olhando para os escombros chamuscados que restavam da loja. Aqui e ali, nós ainda conseguimos recolher alguns objetos.

Alguns bombeiros estavam revistando os escombros. Peeta pediu que eles procurassem por um cofre que ele havia instalado em um dos armários. Ele já havia retirado as bandagens e agora era possível ver a parte do cabelo em que os médicos rasparam para fazer os pontos. Aquilo me dava um no na garganta, pensar em perder Peeta me matava

– Eu sinto muito – murmurei – Por tudo.

Peeta balançou a cabeça. – Você não tem culpa de nada. Você não fez nada disso.

– Mas Marvel veio atrás de mim.

– Eu sei – disse Peeta, ficando em silêncio por um momento – As crianças me contaram sobre como você os ajudou a sair de casa. Alex disse que, depois que você agarrou o braço de Marvel, você disse a eles para correr. Disse que você o distraiu. Eu queria agradecê-la por isso.

Fechei os olhos com força. – Você não deve me agradecer por isso. Se alguma coisa acontecesse com eles, eu não agüentaria viver com isso dentro de mim.

Ele fez que sim com a cabeça. Chutei um montinho de cinza e suspirei. – O que você vai fazer agora? Em relação à padaria?

– Acho que vou reconstruir.

– E onde você vai morar?

– Vou ficar na casa atrás do lago da clinica. Como não posso trabalhar, vou aproveitar meu tempo livre.

Sentia-me enjoada. – Não consigo imaginar como você está se sentido.

– Chocado. Triste pelas crianças.

– Você não sente raiva?

– Não. Não sinto raiva.

– Mas você perdeu tudo isso.

– Não perdi tudo – disse ele – Meus filhos estão em segurança. Você está segura. Isso é o que me importa. Não perdi as coisas importantes e, isso tudo – disse ele, apontando para as cinzas e restos – Levará um tempo, mas eu irei reconstruir.

Ao terminar de falar, Peeta cerrou os olhos, olhando em direção de alguma coisa do meio das cinzas. – Espere aqui um momento.

Peeta caminhou em direção a uma pilha de escombros chamuscados e retirou uma vara de pescar intacta. Pela primeira vez desde que chegamos, Peeta sorriu.

– Alex vai ficar feliz com isso – disse Peeta – Eu gostaria de achar as bonecas de Kristen.

Cruzeis os braços na altura do peito, já sentindo as lágrimas encherem os meus olhos. – Eu vou comprar algumas bonecas para ela.

– Você não precisava fazer isso.

– Mas eu quero. Nada disso teria acontecido se eu não tivesse entrado na sua vida.

Peeta me olhou. – Eu sabia no que estava me envolvendo. Desde o inicio.

– Mas você não esperava que algo assim acontecesse.

– Não – admitiu ele – Mas vai ficar tudo bem.

– Como pode dizer uma coisa dessas?

– É a verdade. Nós estamos vivos e é isso que importa.

Ele estendeu a mão, buscando a minha. Logo senti seus dedos se entrelaçarem aos meus. – Ainda não tive a oportunidade dizer que lamento.

– Lamenta pelo o quê?

– Por sua perda.

Sabia que ele estava falando sobre Marvel e não tinha certeza do que dizer em resposta.

– Nunca quis que ele morresse – falo – Eu só queria ser deixada em paz.

– Eu sei.

Virei-me para ele e sorri fraco. – Será que vamos ficar bem? Depois de tudo isso?

– Acho que isso depende de você. Quero dizer, meus sentimentos não mudaram. Eu ainda te amo, mas você precisa descobrir se seus sentimentos ainda são os mesmos.

– Eles não mudaram em nada.

– Então vamos achar uma forma de superar isso tudo juntos, porque eu sei que é você com quem eu quero estar por toda minha vida.

Antes que eu pudesse responder, um dos bombeiros chamou Peeta. Ele havia encontrado o cofre.

– O que há nele? – pergunto.

– Fotos, registros e alguns documentos, porém vou precisar deles. Coisas que eu queria proteger.

– Fico feliz por ter encontrado.

– Eu também fico – disse Peeta – Porque há algo aqui dentro que eu preciso entregar a você.


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