Love & Sin escrita por Thais


Capítulo 32
Capítulo 31 - Katniss


Notas iniciais do capítulo

oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii geente ^uu^

Então vamos lá... Esse é o penúltimo capito de L&S

Vai ter mais um capítulo e depois o epilogo... Muitão obrigada pelos reviwes amores! Espero que gostem! Boa leita e até lá



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/370906/chapter/32

Depois de deixar Peeta na casa da clinica, peguei seu carro e rumei direto para minha casa. A sensação de estar de volta aquele lugar era horrível. Eu não queria realmente voltar ali, mas sei que adiantar esse momento para o resto de minha vida não iria adiantar em nada. Iria me mudar para nova casa de Peeta, precisava pegar alguns pertences.

Logo a poeira dos cascalhos se alevantou, dizendo que eu já havia chegado. Fiquei sentada no carro – totalmente sujo, arranhado e danificado, mas ainda dava para o gasto –. Olhei para a varanda e recordei Marvel sangrando até morrer, com o olhar fixo em meu rosto.

Eu não queria ver as manchas de sangue. Tenho medo de me lembrar, ao abrir a porta, da expressão de dor de Peeta quando Marvel o atingiu com o pé de cabra. Eu praticamente conseguia ouvir o choro histérico de Alex e Kristen enquanto se agarravam ao seu pai. Não me sentia pronta pra reviver tudo aquilo.

Em vez disso, andei em direção à casa de Glimmer. Em minhas mãos, eu tinha a carta que Peeta havia me entregado. Quando lhe perguntei por que ele havia escrito uma carta, ele negou com a cabeça.

– Não fui eu que escrevi – disse ele. O encarei, confusa – Você vai entender quando ler o que está escrito.

Quando me aproximei da casa de Glimmer, senti os resquícios de uma memória ganhar vida. Algo havia acontecido na noite do incêndio. Algo que eu havia visto, mas que não conseguia me lembrar realmente. Quando estava quase lá, quase identificando a sensação, a lembrança parecia escapar novamente. Diminui o passo conforme chegava mais próximo a casa de minha vizinha, com uma expressão um quanto confusa estampada em meu rosto.

Havia teias de aranha na janela e uma das venezianas estava caída sobre a grama, quebrada. O corrimão da varando estava quebrado também e era possível ver algumas ervas daninhas crescendo por entre as tábuas. Meus olhos buscavam todos os detalhes, mas eu não conseguia processar a cena que via diante a mim: uma maçaneta enferrujada, pendendo de seu encaixe na porta; uma grossa e longa camada de sujeira nas janelas, como se não fossem limpas há anos.

Não havia cortinas...

Não havia capacho em frente à porta...

Não havia mensageiro dos ventos pendurado na varanda...

Hesitei, tentando entender o que esta vendo. Senti-me estranha e curiosamente sem qualquer peso, como se estive sonhando acordada. Quando mais chegava perto, mais a casa parecia apodrecer e envelhecer perante meus olhos.

Pisquei e percebi que a porta tinha umas rachaduras, no meio, como uma ripa de madeira pregada no sentido vertical, fixando-a ao batente da porta que já se esfarelava.

Pisquei novamente e vi que uma parte da parede, em um dos cantos superiores, havia apodrecido, deixando um enorme buraco com bordas irregulares.

Pisquei pela terceira vez e percebi que a parte inferior da janela estava rachada e o vidro, quebrado. O chão estava coberto por cacos de vidros.

Subi os degraus da varanda, sem conseguir me conter. Dei uma olhada pelas janelas, observando o interior da casa.

Sujeira, poeira, pilhas de lixo, móveis podres e quebrados. Nada estava limpo, nada estava pintado. Com um sobressalto, dei um passo atrás, voltando á varanda, quase caindo por causa de um degrau quebrado.

Não.

Não era possível. Simplesmente não era possível. O que havia acontecido com Glimmer e a reforma que ela fizera na pequena casa? Eu vi Glimmer pendurar o mensageiro dos ventos. Glimmer veio ate minha casa, histérica e reclamando que teria que limpar e pintar a casa. Tomamos café, bebemos vinho e comemos queijo juntas; Glimmer fez comentários maliciosos sobre a bicicleta que Peeta me dera. Glimmer me encontrou na clinica, depois do trabalho e fomos juntas a um bar. A garçonete nos viu juntas. Pedi vinho para nós duas...

Mas Glimmer não tocou em seu copo de vinho, lembrei.

Massageie minhas têmporas. Minha mente estava funcionando em uma velocidade louca, buscando por respostas. Lembrei-me de que Glimmer estava sentada nos degraus quando Peeta me trouxe para casa. Até mesmo Peeta a vira ali...

Será que ela havia realmente a vira?

Me afastei da casa velha. Glimmer era real. Não era possível ser apenas um simples produto que minha mente havia criado. Eu não havia a criado.

Mas Glimmer gostava de tudo que eu fazia; bebia exatamente o mesmo café que eu preparava, gostava das roupas que eu comprava e algumas vezes, a opinião dela era um reflexo das minhas.

Dúzias de mínimos detalhes subitamente começaram a encher minha mente e as vozes criavam uma batalha em minha cabeça.

Ela morava aqui!

Então, por que o lugar está tão podre e abandonado?

Nós olhamos para as estrelas, estávamos juntas!

Eu fiquei olhando as estrelas sozinha. Foi por isso que você ficou tão bêbada.

Foi ela que me falou sobre Peeta! Ela queria que nós ficássemos juntos!

Ela nunca mencionou o nome dele. Desde quando esbarrei nele, eu já estava interessada.

Ela conhecia até mesmo as crianças!

Essa foi a desculpa que eu usei para nunca falar sobre Peeta e eu.

Mas...

Mas...

Mas...

Aos poucos, uma a uma, as repostas vieram com uma força bruta, tão rápido quanto conseguia pensar nelas. O motivo pelo qual eu nunca soube o sobrenome de Glimmer, ou por que nunca a vira dirigindo por ai... a razão pela qual Glimmer nunca me convidara para entrar ou aceitara minha ajuda para pintar a casa... como Glimmer conseguia aparecer inesperadamente ao meu lado usando roupas de corrida.

Senti algo ceder dentro de mim e uma sensação jamais sentida quando todas as peças do quebra-cabeça finalmente se encaixaram.

Facilmente, eu percebi a crua, simples e dura realidade...

Glimmer nunca chegara a existir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!