P.O.V. Jason

A Clarisse é uma mulher surpreendente, tem uma personalidade forte, mas ao mesmo tempo é tão frágil, além de ser muito bonita. Enquanto estávamos a caminho de sua cobertura, ela acabou cochilando e me deixando uma visão maravilhosa de seu rosto sereno e angelical, repousado sobre o banco do carona levemente reclinado. Perdi alguns segundos, no qual fiquei parado somente observando-a minunciosamente.

Quando ela acordou ficou visivelmente sem jeito, suas maçãs do rosto ficaram escarlates, que a deixavam ainda mais bonita. Depois de uma troca de palavras vagas, não pude resistir de tocar em sua face aveludada, senti sua respiração acelerar com meu toque. Em frações de segundos estávamos mergulhados em um beijo cálido e avassalador a cada troca de movimentos. O clima foi esquentando cada vez mais, eu estava me controlando para não despi-la naquele exato momento. Mas em cada troca de caricias isso se tornava cada vez mais difícil.

A situação estava ficando fora de controle, essa menina é fogo! Tudo bem que eu já esperava isso da Lyce, pois somos amigos faz cinco anos, mas nunca se passou pela minha cabeça em... Ficar ou seria pegar ? A minha amiga, nossa isso é muito estranho.

_ Pibii... _ Clarisse encosta a bunda na buzina, acionando-a. Eu não pude deixar de rir, Lyce me dá um soco no braço antes de me acompanhar.

_ Acho melhor nós pararmos por aqui_ Falo para ela, que me fita com um olhar desapontado, me fazendo rir.

_ Também acho. _ Ela diz, enquanto joga os cabelos para trás com a mão esquerda, logo retornando a falar: _ O que acha de assistirmos um filme?

Mordo o lábio inferior antes de responder:

_ Ótima ideia Lyce._ Respondo e logo depois lhe roubo um selinho.

Lyce sai do meu colo e retorna ao banco do carona. Saímos do carro, caminhamos em direção ao elevador do estacionamento do apartamento onde Lyce mora, juntamente com seus irmãos Percy e Juníper, no caminho cumprimentamos algumas pessoas. No elevador o clima era constrangedor, pois eu não sabia o que dizer e muito menos como agir. Até que um repentino e surpreendente gesto da Lyce me transmite segurança, arrancando-me um sorriso bobo entre os lábios, quando ela entrelaça nossas mãos.

. . .

P.O.V. Bianca

Estávamos eu e Luke sentados em uma toalha xadrez, que repousava sobre a grama rala de um jardim. Onde as folhas secas das árvores voavam delicadamente ao nosso redor. Luke sorria largamente enquanto mergulhava um morango robusto no chocolate e levava lentamente aos seus lábios. Mas de repente um enorme abismo surge entre nós, rapidamente suga Luke para baixo, levando-o em meio às trevas profundas, deixando-me solitária e terrivelmente assustada, com lágrimas escorrendo em minhas bochechas, grito seu nome:

LUKE!

. . .

P.O.V. Thalia

Estava indo em direção ao quarto de Bianca para pedir o seu lápis de olho emprestado, já que o meu sabe sei lá que rumo tomou. Enquanto eu caminhava soava em meus ouvidos as gargalhadas estrondosas de Juníper e Grover, me fazendo sorrir. Ao abrir a porta vejo que Bia está dormindo sobre seus desenhos esparramados ao longo de sua cama. Neste momento a dúvida predomina em minha mente, acordá-la ou não?, depois de alguns segundos pensantes decido ir cautelosamente até o seu closert e pegá-lo.

Assim que abro a maleta de maquiagens sou surpreendida por um grito agoniado de Bia chamando o nome de Luke, em um sobressalto. Neste mesmo instante a maleta de maquiagens escorrega de minhas mãos acertando em cheio o chão em um baque alto.

LUKE É VOCÊ? Bia pergunta aos gritos e com os olhos chorosos.

Corro ao seu encontro e sento ao seu lado, então pergunto:

_ O que aconteceu?

Bia não fala nada apenas me abraça fortemente, correspondo-a imediatamente e com a mesma intensidade. Em meio ao abraço sinto suas lágrimas pingarem em meus ombros.

_ Calma, calma , já passou, está tudo bem agora!_ Digo tentando acalmá-la. Depois de alguns minutos chorosos, ela foi se soltando de mim aos poucos e seu choro sessando, restando assim, apenas uma Bia, com os cabelos todo desgrenhado e com os olhos avermelhados e levemente inchados.

_ Você está se sentindo melhor? _ Pergunto.

_ Sim foi apenas um... Pesadelo Lia, eu não quero falar sobre isso agora, ok? _ Ela me diz com um fio de voz.

_ Tudo bem, mas quando tu quiseres dividir sabe onde me encontrar. _Respondo a ela com um sorriso compreensivo logo após dar uma piscadela.

Eu fiquei muito preocupada com a Bia, ela estava em um estado deplorável e isto me abalou muito- tudo bem que ultimamente eu ando muito sensível, mas isso não vem ao caso- deve ter sido aterrorizante este pesadelo que a Bia teve com o Luke- nossa justo com o Luke , eles quase não conversam, mas bem que nós não escolhemos com quem e o que sonhar - Confesso que fiquei intrigada e muito curiosa para saber do que se trata este sonho ou pesadelo como ela mesma julgou.

_ Hã... Lia o que aconteceu com a minha maleta de maquiagens? Bia me pergunta, tirando-me de meus devaneios.

_ É... Bom sabe... Foi um pequeno acidente. É que eu acabei me assustando com o seu grito repentino, daí foi inevitável o estrago._ Falo gaguejando um pouco.

_Hum... Tudo bem, Lia já entendi, eu quase nem usava mesmo._ Bia faz uma breve pausa enquanto prende seus cabelos negros em rabo de cavalo, mas logo retorna a dizer: _ E considere-se sortuda, pois se fosse à maleta de maquiagens da Junny, ela iria fazer o maior escândalo. _ Bianca fala comprimindo os lábios para não sorrir, mas pouco adiantou, no mesmo instante caímos na gargalhada.

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P.O.V. Bianca

Após ter tomado um delicioso e demorado banho, resolvi contar a Lia o que ocorreu, mas naquele momento não conseguia encontrar palavras que expressem tudo o que eu sentia. As imagens de meu sonho estavam bem vivas em minha mente, pois havia sido tão real. Depois de muito pensar e remoer aquele pesadelo encontrei coragem, trilhei o caminho de meu quarto até o da Lia. Ao chegar, bati de leve em sua porta e logo entrei, ao entrar vejo Luke esparramado em sua cama, com os fones de ouvido, fitando o teto estrelado do quarto completamente negro de Thalia, apenas com a luz dos abajures de caveira iluminando-o.

Vê-lo ali fez com que meu coração desse um solavanco, não pensei duas vezes e decidi sair o mais rápido possível daquele quarto, mas para o meu azar esbarrei na guitarra de Thalia, fazendo com que caísse no chão em um som estridente.

_ Oi, Bia, eu nem tinha te visto. _ Luke responde.

_ Oi, Luke. Digo, logo completo mentalmente: que novidade você nunca percebe a minha presença, como eu queria.

_ Entra aí, a Thalia está no banho, tudo bem que já faz um bom tempo desde que cheguei, mas ela já deve está saindo._ Fala Luke, sorrindo de lado.

_ Não eu volto outra hora, eu... Estou com fome, e preciso ir à padaria comprar pão, sabe isso é uma grande necessidade._ Respondo gaguejando, me amaldiçoando mentalmente por ter dito sabe isso é uma grande necessidade, aí como eu sou burra.

_ Há... Tudo bem, Bia! Falar em ir a padaria me lembrei de que eu preciso comprar um capacete Bieffe Mx-1, já que o meu foi roubado, você se importaria se eu for junto?_ Luke me fala, logo me surpreendendo com este questionamento.

_ Não! Claro, que pode Luke!_ Falo meio sem jeito.

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Ao sairmos de casa Luke me alcança um capacete e diz:

_ Eu estou de moto hoje, tudo bem?

_ Claro, nós iremos onde primeiro? _ Digo a ele.

_ Acho que comprar o capacete, pois se não vai amassar tudo os pães. _ Luke responde. Eu me sinto uma idiota, como que eu não pensei nisso antes, aí que raiva quando eu estou perto dele eu não penso direito.

_ Claro, sem problemas. _ Aí eu tenho que parar de ficar dizendo claro isso, claro a aquilo, existe tantas palavras, eu só pronuncio esta, estou me sentindo tão estúpida.

Coloco o capacete meio receosa, enquanto Luke ligava a moto. Logo estávamos na estrada rumo á... Sei lá onde para comprar um capacete, tudo bem que o Luke tem como robe o esporte, ele é completamente apaixonado por rachas tanto de motos, quanto de carros, chegou até ser preso quando tinha 16 anos por fazer racha em uma dessas festinhas, tudo bem eu sei que foi mancada, mas eu nem posso dizer muito porque eu e o pessoal estávamos juntos.

De repente Luke freia bruscamente, dando uma derrapada no asfalto, eu não pude deixar de apertar ainda mais os meus braços em sua cintura e me escolher enquanto fecho os meus olhos fortemente. Quando descemos da moto, eu estava tremendo e muito assustada. Luke estava furioso, mas ao mesmo tempo muito preocupado com o meu estado e ele pergunta:

_ Você esta bem? _ Enquanto eu tiro o capacete.

_ Sim, estou._ Falo com os olhos levemente arregalados.

O capacete em minhas mãos estava tremendo por causa do meu nervosismo. Foi um grande susto e se não fosse pela derrapada de Luke nós teríamos batido na traseira de uma 4x4, pois uma carreta havia invadido a pista contrária, provocando um engavetamento de carros. Quando volto á realidade, sinto que estou envolvida em um abraço caloroso por um par de fortes braços e levemente musculosos. Ao pé do meu ouvido Luke tentava me tranquilizar com sua voz rouca e sedutora, neste momento sinto lágrimas percorrerem minhas bochechas. Luke deposita um beijo carinhoso sobre meus cabelos, enquanto afaga minhas costas com suas mãos másculas.

Não demorou muito e polícia chegou juntamente com a ambulância para levar os feridos. Nós fomos convidados para comparecer a delegacia, assim como os demais. Depois desse transtorno todo, fomos comprar o tal capacete, antes de irmos à padaria fomos a uma lanchonete, pois ambos estávamos famintos. Após comermos fizemos uma breve pausa na padaria, seguimos em direção a republica.