P.O.V. Clarisse

Poft, poft... Era só o que se ouvia ecoar na academia de treinos de box. Em meio aos murros que eu estocava no saco de pancadas, fazia com que as gotas de suor escorressem pela minha face, banhando-me por inteira. Meus cabelos presos em um alto rabo de cavalo, estavam ensopados fazendo assim com que suas pontas grudassem em meus ombros. Resolvo parar por um momento ao sentir minha garganta seca, logo sinto o doce gosto d´agua molhar minha garganta, trazendo-me um grande alívio, com este uma sensação maravilhosa.

Quando me viro para largar minha garrafa d´agua avisto um rapaz de estatura mediana, cabelos castanhos e pele morena adentrar na academia, olhando minunciosamente em todas as direções, como se procura alguém.

Por um instante pensei ¨ não pode ser ele¨, com este pensamento o meu coração acelerou bruscamente. Porém ao vê-lo virar-se em minha direção, percebo que tudo não passou de uma doce ilusão.

Fico por alguns míseros segundos á observá-lo, sua expressão de dúvida de repente se suaviza, quando o mesmo esboça um lindo sorriso e abre os braços para receber uma jovem mulher ruiva, assim abraçando-a calorosamente, enquanto a mesma afagava seu cabelo rente à nuca. Senti-me como se fosse um lixo, me deixei levar pela esperança, me dando vontade de chorar e afogar as minhas mágoas em minhas próprias lágrimas. Neste momento eu já sentia as lágrimas pulsarem em meus olhos. No mesmo instante uma raiva me consumiu, fazendo-me voltar a socar o saco de pancadas loucamente, expelindo minha fúria insânia.

_ Nossa, eu que não iria querer ser seu adversário. - uma voz máscula entoa em meus ouvidos, me fazendo parar bruscamente e me virar rapidamente em sua direção.

Parado com as mãos nos bolsos de sua calça de abrigo da Adidas, levemente encostado com seu ombro esquerdo, em uma das pilastes da academia, estava Jason com seu sorriso encantador, naqueles lábios levemente carnudos e escarlates.

_ O que está fazendo aqui? Digo ríspida, com minha respiração acelerada.

_O Percy não pode vir te buscar, pois ele foi acompanhar a Annie em uma exposição arquitetônica, então me pediu para buscá-la. - Jason me responde seriamente.

_ Hum... Já era esperando vindo do Percy! - digo revirando os olhos. Jason me fita com um olhar reprovador e diz:

_ Estão já que tudo está esclarecido, que tal irmos logo?

_ Ei se acalme, não me aprece! - respondo alterando um pouco minha voz.

Jason apenas levanta suas mãos em sinal de rendição e arregala seus olhos azuis cristalinos em um gesto brincalhão. Arrancando-me um leve sorriso, logo depois de mostrar a língua para Jason em um gesto puramente infantil. Mas logo me recomponho e digo:

_Bom eu vou tomar banho, voltarei em breve para irmos.

_Tudo bem vou te esperar lá fora. - Jason fala antes de sair porta a fora.

. . .

Antes de irmos para casa, resolvemos fazer uma pausa para almoçar em uma lanchonete. Enquanto nosso pedido não chegava, ficamos ali sentados em uma mesa ao ar livre onde tinha uma linda vista para um jardim de margaridas brancas e amarelas, suas pétalas e folhas dançavam com a brisa do vento.

O barulho dos automóveis se misturava com os múrmuros de pessoas que perambulavam para lá e para cá. Jason é fora de série, ele é muito fofo e encantador, nem parece ser irmão de Thalia, a mesma é chata e irritante. Mas uma grande amiga, na qual tenho plena confiança, talvez seja por termos alguns fragmentos de nossa personalidade como semelhança. Isto é um fator predominante, mas não deixa de ser uma hipótese.

_ Hã... Lyce? - diz Jason ao mesmo tempo em que movimenta sua mão direita de fronte ao meu rosto, me fazendo piscar repetidas vezes, levando minhas mãos até os meus olhos e coçá-los. Desse modo sou despertada de meus devaneios.

_ Você está bem? - pergunta-me Jason com uma expressão preocupada.

_Sim, estou bem, porque não estaria? - respondo e logo engato um questionamento.

_ Por nada! É que eu te perguntei como havia sido seu treino, mas você não me respondeu, continuou estática, olhando para o nada. - responde-me Jason cautelosamente.

_ Há! Desculpe-me Jason, foi mal! - desfiro estas palavras seguido de um suspiro e logo retorno a dizer:

_ O treino foi bom, tirando o fato de o treino ter terminado mais cedo, pois o professor teve que acompanhar um colega de treino para o hospital depois que eu acidentalmente desloquei ou quebrei, sei lá, o seu braço. - digo calmamente.

_ Acidentalmente? E desde quando isso acontece, Lyce? Você não é assim, eu te conheço muito bem! Algum motivo teve, qual foi?_ Jason praticamente cuspe as perguntas, me fita com sua sobrancelha esquerda arqueada.

_ Aí! Jason, não me olhe assim! - digo toda atrapalhada. - É que aquele energúmeno estava me irritando com as suas cantadas baratas, simples assim. - retorno a falar.

_ Simples assim! - diz Jason logo após se recuperar de um ataque de risos contagiantes.

. . .

Estávamos a caminho de casa, em um trânsito terrível, já estava ficando sonolenta e acho que acabei dormindo, pois ouço a voz harmoniosa de Jason soar em meus ouvidos como um sussurro, me fazendo despertar. Ao abrir meus olhos vejo que estou em frente a minha cobertura, dentro da BMW-X5 de Jason, o mesmo esta reclinado sobre a direção com seus olhos repousados em mim de uma forma curiosa, como se avaliasse cada curva de meu rosto. Encarei-o por alguns minutos e senti minhas bochechas queimarem com seu olhar.

_ O que foi? - pergunto quebrando o silencio constrangedor que reinava entre nós.

_ Nada! Estava só pensando. - responde-me Jason desviando o olhar e se endireitando no banco do carro.

_ Hum... Em que? - me arrependo de ter lançado esta pergunta, pois Jason vira-se em minha direção e me encara seriamente e diz:

_ Pensando em como você parece ser tão frágil enquanto dorme, tão... Diferente! - Jason desfere estas palavras com um olhar tão intenso e sedutor, me fazendo perder-me em meio aqueles olhos azuis cristalinos. Deixando-me levar ao seu toque tão suave em meu rosto, sentindo seu cheiro embriagante entrar em minhas narinas. Em frações de segundos estou envolvida em seus braços e lábios em uma agradável troca de movimentos. Suas mãos repousavam em minha cintura, apertando-as levemente conforme iriamos aprofundando o beijo. Por puro instinto minhas mãos puxavam-lhes os cabelos loiros com força, querendo com nossos corpos se aproximassem cada vez mais. Jason percebendo isso me puxou para o seu colo, me fazendo ficar de joelhos entre suas cochas, nesta posição suas mãos desceram de minha cintura e foram para a minha bunda onde recebo um perto forte e juntamente desfiro um gemido entre o beijo.

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P.O.V. Juníper

Onde foi parar a Clarisse ? Essa menina sumiu, nem deu notícias, já tentei ligar para o seu celular ,mas chama até cair! Só espero que não esteja fazendo nada de errado. Pois desde o dia em que Ele partiu ela mudou radicalmente, tanto fisicamente e como psicologicamente. Aquele Clarisse doce e meiga foi substituída por uma Clarisse estupida e agressiva .

_ O que foi meu amor, por que tu estas com esta carinha tristonha? - perguntou-me Grover, logo após saldar-me com um beijo em minha bochecha.

_ Estava pensando na Lyce, eu estou preocupada com ela, pois ela não era assim! - digo um pouco pensativa.

_ Relaxa amor, as pessoas mudam! - Grover me responde.

_ Eu sei, mas é diferente... A Lyce mudou digamos que... Da noite para o dia! - gaguejo ao responder, dando um suspiro derrotado.

_ Aí! Amor não fica assim! Você já procurou conversar com ela? - Grover me questiona carinhosamente.

_ Eu já tentei varias e varias vezes, mas não obtive nenhum sucesso, ela é... Muito fechada e não se abre comigo! - digo com um fio de voz.

_ É complicado! Agora vamos para de falar da Lyce! - Grover fala e logo após começa a me fazer cócegas, neste momento esqueci as minhas preocupações e me entreguei por completo a este momento de distração, no qual me arrancava varias gargalhadas, que ecoavam pela sala e percorria cada canto desta casa vazia.