P.O.V. Nico

Desço as escadas quase morrendo de fome, mas quando abro a geladeira me surpreendo por não encontrar meu rocambole de chocolate com morango.

_ QUEM FOI QUE COMEU O MEU ROCAMBOLE? – grito assustando a Thalia que estava distraída olhando televisão.

_ Quem morreu? – pergunta o Jason ao pé da escada com a Bia logo atrás.

_ Por enquanto ninguém. – digo rangendo os dentes.

De repente surge um Grover sem camisa ainda meio dormindo, que diz:

_ Como assim Nico? Você matou alguém?

_ O quê? Não, claro que não! De onde você tirou isso? – eu disse já meio confuso.

_ É que eu ouvi... – responde.

_ Hum! – falo balançando a cabeça em negação, minha “família” toda é feita de doidos. – Bom, voltando ao assunto principal. – começo com calma, mas depois acabo por alterar um pouquinho minha voz. – Quem foi que comeu o meu ROCAMBOLE?

_ Rocambole? – questiona o Grover com o cenho franzido. – O que exatamente é isso?

_ Um bolo meio que enrolado sabe? – diz minha irmã antes que eu possa fazê-lo. Após sua explicação torno novamente a perguntar já os fuzilando com os olhos:

_ E então?

_ Ah! Aquele bolo de chocolate e morango que estava na geladeira? – diz a Thalia.

_ É esse mesmo. – afirmo.

_ Pois é... Eu comi. – fala dando de ombros. – Estava realmente ótimo. – continua sorrindo inocentemente, quando lhe dirijo um olhar furioso. – Que foi? Eu vi na geladeira e fiquei com vontade de comer, se não queria dividir deveria ter colocado seu nome. – completa com uma expressão estranha, antes de correr escada acima e bater a porta do quarto com tanta força que de onde estávamos pudemos ouvir.

_ Nossa! O que foi isso? – diz o Grover de olhos arregalados.

_ Não faço a menor ideia. – respondemos eu e o Jason em conjunto, seguidos por um comentário da Bia:

_ Talvez seja TPM!

...

Depois de finalmente comer algo, resolvo ir dormir, mas quando estou prestes a subir às escadas a campainha toca e infelizmente eu sou o único na sala, então só me resta atende-la. Ao abrir a porta dou de cara com a Lena e o Charles, quando faço menção de falar algo, Lena se antecipa e me bombardeia com suas palavras:

_ Vamos ao parque?

_ Oi! Sim, claro estou muito bem, obrigado. E você? – digo ironicamente.

_ Há corta essa Niquito, vamos logo estou com pressa. – fala com as mãos na cintura.

_ Hã... Será que podemos entrar? – pronuncia secamente o Charles enquanto se apoiava no marco da porta:

_ Claro! Sabe, eu até já teria os convidado para entrar se a sua namorada tivesse me deixado falar. – falo sério, dando espaço para eles entrarem. Charles foi logo se esparramando no sofá, enquanto a Lena senta-se ereta ao seu lado, levando minha sobrancelha com a cena e me recordo dos dizeres do meu avô “os opostos se atraem”.

_ Niquito você vai ficar aí parado nos olhando com cara de bocó? Chame o resto do pessoal gato!

_ Oh! Sim madame já estou indo, acalme os hormônios... Bá Charles não está dando conta do recado não!? – falo divertido enquanto Charles me atira várias almofadas em sua defesa.

...

Passou-se um bom tempo para que a Lena conseguisse convencer todos a ir. Depois fomos até a residência da Lyce convidar o pessoal de lá também.

A Junny deu vários pulinhos de alegria, o Percy e a Lyce... Bom não foi nada fácil convencê-los, mas o que a Lena e a Junny não conseguem? Depois de irmos até a casa dos Castellan’s fomos até a mansão dos Beauregard/ Rodrigues onde encontramos a Jay se agarrando com um loiro esguio de capuz preto e com um toco de cigarro entre os dedos de uma das suas mãos, na frente do portão da mansão, este rapaz pelo que escutei chama-se Jhonas.

Quando estávamos indo em direção ao parque avistamos, ou melhor, a Lena avistou o Chris cabisbaixo olhando fixamente para algo em sua mão. Antes mesmo do micro-ônibus parar Lena salta na direção do Chris assustando-o.

...

P.O.V. Thalia

Enfim chegamos neste bendito parque, não aguentava mais. O rocambole do Nico subia e descia, me deixando zonza. Mal paramos e eu sai correndo até uma lata de lixo, colocando tudo para fora. Sento-me no banco ao lado de uma senhora de cabelos brancos como a neve que me fala:

_ Isso é só o começo, daqui alguns meses ele começa a se mexer e quando chega a hora de nascer... – ela deixa a frase no ar.

_ Lia você está bem? – Luke se abaixa para na minha altura e me fita com aqueles olhos azuis violetas.

_ Oh! Com certeza os olhos serão azuis. – diz aquela velha maluca do meu lado.

_ O quê? – Annie pergunta.

_ Eu estou bem foi aquele rocambole estragado do Nico que me fez mal. – falo.

_ Aham, sei! Na hora de passar a mão no meu rocambole não era estragado.

_ Hum... Que feio em maninha. – debocha meu querido irmãozinho.

_ Sabe eu vou-me indo, estou morrendo de fome. – pronuncia o Chris junto com a Lyce indo na direção da lanchonete.

_ Eu vou comer alguma coisa que eu ganho mais.

_ Eu quero começar pelo trem fantasma. – começa o Luke. – Quem vai comigo?

_ Tô fora! – respondo indo na direção dos banheiros.

P.O.V. Narrador (as)

Fazia-se um belo final de tarde onde se via ao longe em lindo pôr do sol que se escondia atrás de altas montanhas.

Próximo às barracas de jogos via-se um provável casal, onde um hábil atirador de cabelos loiros esvoaçantes acabara de ganhar um delicado beijo em seus lábios de uma linda moça que não pode conter sua euforia ao ganhar um gracioso ursinho de pelúcia rosa bebê.

Ao final do beijo ambos se olham apaixonadamente, o hábil atirador sussurra ao pé de seu ouvido um Eu te amo com uma voz rouca e sedutora, fazendo um lindo e sincero sorriso nascer nos lábios da moça.

...

Depois desta romântica cena, partimos a outro suposto casal. Estes estavam rindo de boca cheia sentados em uma mesa ao ar livre.

...

Então algo nos chama atenção nas proximidades do trem fantasma, onde uma linda donzela encontrava-se nos braços de um esbelto cavalheiro de olhos azuis, abismado com a sua repentina confissão:

_ Eu sou apaixonada por você, mas nunca tive coragem de te dizer...

Sorrindo e ainda com o olhar surpreso, o jovem cavalheiro aproxima-se lentamente selando seus lábios aos da linda donzela.

...

Logo mais, próximo às barracas de brinquedos podemos avistar mais um belo casal, este se encontrava trocando um romântico beijo em comemoração ao recente noivado. Pedido feito com um simples anel de brinquedo, mas que muito surpreendeu a bela de blusa bege que o respondeu pulando em seus braços e lhe beijando amorosamente.

...

Ao longe, perto da roda gigante surgia dentre as pessoas uma jovem toda escabelada, deixando a todos atônitos com sua repentina aparição. Já fora do parque ainda corria descontrolavelmente pelas ruas movimentadas, de repente ela é arremessada por alguns poucos metros do ciclista causador do pequeno acidente. Da mesma direção de onde surgiu a jovem esbaforida, aparece diminuindo a velocidade uma mulher de aproximadamente 40 anos com uma vara da barraca de pescaria do parque nas mãos, que ao ver a cena, balança a cabeça em negação e segue novamente em direção ao parque.

A multidão se aglomera ao redor da jovem acidentada, uma desconhecida meio assustada exclama quando se aproxima da jovem:

_ Oh! Você está bem?

O ciclista agora em pé também se aproxima da jovem lentamente e lhe diz:

_ Desculpa moça... Eu não lhe vi... Ér... Quer que eu a acompanhe até o hospital mais próximo?

_ Hã... Sim, boni... Moço!

Em meio a multidão aparece um casal de namorados curiosos pelo ocorrido, ao abrirem caminho pela multidão a vistam a jovem Jayne estirada no chão, Lena assustada larga a mão de seu namorado e corre em direção a irmã, Charles vem logo atrás da namorada segurando o riso.

_ Você está bem? – pergunta Silena abraçando a Jayne.

_ Tirando a dor na perna por causa do acidente e nas costelas causada por seu abraço estou ótima.

_ Mal agradecida! – exclama Lena ofendida fazendo um pequeno beicinho que arranca altas gargalhadas de seu namorado.

...

Já no hospital Jayne finge estar pior do que realmente está, enquanto admira o habilidoso médico que a trata. Afinal Dr. Solance é dono de maravilhosos olhos azuis com mesclas dourados, cabelos dourados como as mesclas de seus olhos, isso sem mencionar o seu notável físico, proporcionado quem sabe por incansáveis horas de musculação!? Enquanto na maca ao lado encontrava-se o ciclista com seu braço esquerdo engessado e um curativo no supercílio.

...

Ainda no parque de diversões jazia o restante do pessoal, todos apavorados com o sumiço do Charles, da Silena e da Jayne, mas o que mais os intrigava era o sumiço do micro-ônibus do estacionamento. Diversas ligações foram feitas aos celulares do respectivo trio, mas todos chamavam até cair na caixa de mensagens. O pânico tomava conta das doze almas paradas em frente ao parque de diversões, antes iluminado e barulhento, agora silencioso e escuro. Em meio a madrugada fria e nebulosa Percy repete pela décima quinta vez:

_ Eles foram sequestrados, só pode!

_ Cala a boca seu idiota! – fala Thalia abocanhando seu terceiro cachorro-quente.

_ Não fala besteira brother. – diz Grover

O medo é evidente quando o celular do Chris toca a música Hoobastank, com suas mãos trêmulas ele o atende gaguejando:

_ A... Alô.

_ Nós estamos a caminho. – ecoa uma voz grave e aparentemente desconhecida do outro lado da linha, antes que Chris pensasse em pronunciar algo a ligação já havia sido desligada.

Poucos minutos se passam até que um micro-ônibus encosta rente a eles e dele desce a Lena, deixando a todos aliviados.

...

Foi uma noite longa e misteriosa repleta de acontecimentos, mas ao mesmo tempo uma noite cheia de lindas e inesperadas declarações de amor, onde os atores dessa peça viveram um verdadeiro conto de fadas... Bem nem todos, mas tudo na vida tem uma explicação, um porque ao acontecer...