— Faz um mês e você ainda não o esqueceu? — Escuto Stefan me perguntar enquanto eu reviro meus olhos.
— Sim. — Respondo cansada.
— E por que não vai atrás dele? — Isso não é obvio?
—Talvez, seja porque ele mentiu para mim, me fez de boba e omitiu um monte de coisas. — Irônica digo. — E é possível que ele tenha me traído.
— Mas você está sofrendo. — Eu sei, mas não posso procura-lo quando eu me prometi esquece-lo.
— E você acha que eu não sei?
— Ta bom, não precisa ficar nervosa.

Deito-me no, desconfortável, banco da tumba. Que droga! O Stefan devia voltar a morar na mansão, ou pelo menos, em uma casa normal. Suspiro sentindo minhas pernas serem levantadas até pousarem no colo de Stefan.

— Nunca entendi por que, eu e você não namoramos. — Porque você é meu melhor amigo e eu não consigo te ver de outra forma.
— Porque você é meu melhor amigo e não tem como ser de outro jeito. — Solto uma risadinha.
— Dessa parte eu já sei, mas como eu não me lembro de nada, a gente poderia mudar isso, não é mesmo?
— Não. — Rio mais alto.

Lembro de quando eu descobri que tinham apagado as memórias. Nossa, eu fiquei muito mal, mas o Stefan é o Stefan de qualquer jeito. Então, ele continua fofo e legal. Sento-me e tiro minhas pernas de seu colo.

— Eu deveria ter estado aqui quando isso aconteceu. — Pego em sua mão.
— Deveria, nada.
— Que? Talvez isso não tivesse acontecido.
— A claro e se você estivesse aqui, não teria acontecido nada, super-heroína. — Ué eu poderia ter impedido, talvez. — E outra, você teria ficado lamentando sobre o Tyler, assim como, está fazendo com Klaus.
— Não teria! Eu nunca fiquei assim Stef. — Faço uma voz manhosa.
— Isso é sério. Precisa ir atrás dele! — Nunca!
— Isso está fora de cogitação.
— Ok, mas você e o Tyler, sem possibilidades?
— Eu juro que tento, mas não sinto mais nada por ele. — Também depois de mentir na cara dura.
— Entendi.
— Olha, eu vou para casa. Preciso ficar sozinha.
— Volta mais tarde, traz umas bebidas. — É o Stefan sempre será o Stefan. — Chama o “nossos” amigos. — Fazendo aspas com as mãos no “nossos”.
— Ta bom, só você para me animar mesmo.— Dou uma risadinha

Saio andando em direção a mansão dos Salvatore. Acho que tequila é bebida certa para essa noite.

—————

Passo a mão pela costa nua de minha amante. Eu deveria estar acordando com Caroline me dando beijos. Suspiro alto.

— O que foi Klaus? — O que foi é que eu não gosto de você.
— Nada, love. — Ela sobe em cima de mim.
— Sei… — Dá uma risada e vem me beijar.

Empurro-a para o lado. A coisa que eu menos quero fazer hoje é ficar com você.

— Você precisa ir embora, tenho que voltar para o cavalete. — Levanto-me.
— Qual é o problema? — Você.
— Não acho que isso seja da sua conta.
— Ok, eu vou embora. — Maravilha!

Escuto os passos de meu irmão. Eu não aguento mais ficar sem ela! Tudo o que eu faço eu penso nela, até mesmo quando estou Genevieve. Pego o cavalete que estava encostado na parede.

— Precisamos conversar. — Olho e vejo que a mulher de cabelos vermelhos já saiu.
— Não, precisamos, não. — Pego o quadro que está coberto com um lençol.
— Você sente a falta dela e eu não aguento mais você dentro desse quarto fazendo sexo ou pintando esse quadro ridículo. — Não é ridículo!
— Olha, eu sinto a falta dela, mas uma hora isso vai passar.
— Você e eu sabemos que não vai passar. — O Elijah ficou louco de vez, antes ele queria que eu a esquecesse, agora está falando que não vai passar o que eu sinto por ela.
— E o que você sugere?
— Vá atrás dela. — Tá, ele realmente pirou.
— O que?
— Vá atrás dela.
— Eu escutei o que disse, mas você deve estar louco.
— Por que? — Ainda me pergunta?
— Porque há um mês atrás você me falou para seguir em frente.
— E agora ficou, mais do que claro, que isso não é possível. — Vai ter que ser, porque ela não me quer mais.
— Elijah, eu não posso. Ela não me quer mais. — Sinto água escorrer de meus olhos.
— Você não sabe. Acho que ela deve estar pior que você. — A com certeza. Dou risada.
— Não está, não.
— Vá vê-la. — Respiro bem fundo. — Olha, se for, talvez, volte com ela.
— Ou talvez não.
— Talvez, mas se voltar sem nada, só vai voltar como há estava antes.
— Eu vou pensar, mas não posso ir agora, tenho que terminar isso. — Aponto para o quadro coberto.
— Pense bem, não a perca, irmão. — E você acha que eu quero perde-la? Se for pensar bem, eu já perdi.

Espero Elijah se retirar para poder tirar o lençol de cima do quadro. Esse será o mais lindo que já pintei. Pego um pincel bem fino e começo a fazer os últimos detalhes.

————

Sinto o liquido descer rasgando. Bem melhor, assim. Começo a rir junto com Elena.

— Caroline, realmente, tequila é sempre a melhor pedida. — Ela fala enquanto ri.
— Eu sei. — Deveríamos jogar alguma coisa. — Acho que a gente devia jogar um jogo.
— Claro, qual loirinha? — Damon pergunta com um sorriso safado no rosto.
— Que tal, “eu nunca” — Lena sugere.
— Acho ótimo. — Concordo.
— Eu começo. — Stefan fala servindo nossos pequenos copos. — Eu nunca beijei o Klaus. — Essa é boa. Dou risada.

Como esperado, sou a única que bebe. Minha vez.

— Eu nunca beijei a Elena. — Sorrio em vitória.
— Olha, não me lembro de tê-la beijado.
— Mas todos aqui se lembram, então pode beber! — Grito a última parte.
— Ta bom, ta bom.

Vejo os irmãos virarem o shot. Ele deveria estar aqui, tudo seria muito mais divertido. Suspiro e reviro os olhos.

— Oi pessoal. — Escuto Tyler atrás de mim.
— Olha só quem chegou, o lobinho e o humano. — Mas que ótimo, era tudo o que eu precisava.
— Hey Car. — O "lobinho" fala para mim.
— Olá Tyler. — Mais seca que uva passa, falo. — Bom, vamos beber!
— Ta bom, agora é minha vez. — Damon pronuncia. — Eu nunca fiquei com Matt. — Engraçadinho.

Minha amiga e eu nos entreolhamos e bebemos. Ai ai, só agora que eu fui pensar, Ty não sabe que fiquei com Klaus. Espero que ninguém fale nada.

— Eu nunca levei um pé na bunda de Tyler. — Isso é jogo sujo Elena!
— Como eu te amo Lena. — Jogo um beijo, sendo sarcástica.
— Eu também, miga.

Encho o meu copo e viro outra dose.

— Eu nunca... — Parei para pensar, por um momento.
— Deixei o Niklaus. — Extermino Stefan com o olhar.
— Okay. — Digo em derrota.

Viro mais uma dose. Espero que Tyler seja burro o bastante para não entender o que ele disse.

— Espera... — Merda! — Como ela pode tê-lo deixado se nunca ficou com ele. — Agora eu me ferrei.

Todos ficam em silêncio, sem saber o que dizer. Ai, como o Stef da um fora desses?

— Caroline, você e o Klaus, estavam juntos? — Respiro fundo.
— Sim. — Respondo prendendo o ar.
— O QUE? — Ele grita.
— Olha, você me deixou e... — Não consigo terminar.
— Como você pode? Que tipo de pessoa você é? — Berra.
— Que tipo de pessoa eu sou? Você "tá" de brincadeira? — Quem grita agora sou eu.

Ele avança para cima de mim, com as mãos no meu pescoço. Desgraçado! Seguro suas mãos em uma tentativa, vaga, de tira-las. Deus, o que houve com você Tyler? Posso respirar novamente.
Vejo Stefan e Damon darem socos nele, Ty cai no chão.

— Quem você pensa que é? — Stef pergunta. — Ela não merece isso! — Sinto lágrimas se formarem em meus olhos.

Ele corre. Acho que mereço isso, fui burra de ter ido atrás dele e agora olha o que aconteceu. Todos devem ter sentido raiva de mim. Começo a chorar.

— Olha, eu vou embora. — Levanto-me. — Não quero mais beber, perdi o clima.
— Car, não fica assim. Ele foi um idiota. — Lena me consola.
— Eu sei, mas eu preciso ir.
— Vem me visitar amanhã? — Sim, Stef.
— Claro, tchau gente.

Começo a correr. Quero ficar sozinha. Que inferno!

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Coloco o pincel no cavalete. Finalmente.

— Está perfeito! — Digo com satisfação.

Vou até a cabeceira da cama e pego meu celular. Estou com tanta saudade! Disco o número.

— Boa noite, eu preciso de uma passagem para Mystic Falls.