Inspiro e prendo o ar, tudo está parado. Não sei se consigo fazer isso.

— Caroline? Está tudo bem? — Escuto minha amiga me chamar bem longe.

— Sim… Bom, na verdade, não — Segura minha mão em um gesto carinhoso.

— A gente consegue, precisamos nos despedir dela. — Seus olhos se enchem de lágrimas.

— Vamos conseguir sim. — Afirmo, tentando, inutilmente, consolala.

Começamos a caminhar, ainda de mãos dadas, em direção a clareira. Logo vejo Jeremy com um porta retrato e um sino nas mãos. Que merda! Sabia que minha amiga não duraria para sempre, mas não esperava que ela se fosse tão cedo. Desvencilho-me de Elena, vou até Matt e ela se abraça a Damon.

— Hey, Car, como está?

— Bem para baixo, para falar a verdade.

—Eu também. — Abaixamos o olhar suspirando.

— Cade o Stefan? Ainda não o vi. — Indago olhando em volta.

— Você ainda não soube, não é? — Como assim?

— Do que você… — Paro quando escuto o sino.

— Tocamos esse sino em memória a Bonnie. — Jer começa.

Minha atenção se volta, inteiramente, para Jeremy. Como eu queria poder voltar no tempo e ficar mais com ela.

— Eu não sei o que dizer, exatamente. — Vejo ele virar, levemente, o rosto como se escutasse algo.

— Ela diz que não vai a lugar algum, que esteve junto a nós todo esse tempo.

Volto a chorar e vou até Elena, seguro, novamente, sua mão.

— Ela assistiu vocês terem o verão de suas vidas. — Posso, quase, ouvir minha amiga falando. — E eu vi você feliz. — Diz olhando para Elena.

— E eu sei que você acha que não pode ter uma vida normal, que precisa estar aqui para todo mundo, mas não precisa. — Ela, realmente, está aqui. — Todos seguirão em frente. Por isso, você vai arrumar as suas coisas, vai voltar para a faculdade e você vai viver. — O olhar de Jeremy segue para Matt.

— Você não fez nada de errado, Matt. Sabe, que se eu pudesse te responderia 300 emails. — Ele solta uma risada misturada com lágrimas. — Sinto sua falta.

Seus olhos voltam-se para mim. Se segura, precisa ser forte!

— Caroline, eu, realmente, não achei que você e Klaus ficariam lindos juntos. — Solto uma risada imaginando ela vendo tudo o que eu fiz. — Sei que tudo não ocorreu como planejado, que não foi tudo o que você esperava. — Choro. Deus, como irei sentir sua falta. — Que tem algo faltando, mas saiba que ele te ama e nada está acabado. — Solto um gemido. Bonnie queria tanto te abraçar e ficar conversando até que essa tristeza passase.

— E Damon, cuide bem da Elena.

Ainda com lágrimas no rosto vou em direção ao pequeno altar e coloco o pom-pom vermelho e preto em cima. Começo a andar rapidamente, não quero conversar e nem ter que falar sobre o que acabou de acontecer, quero, somente, abraçar minha mãe e ficar com ela. Ai que ódio! Isso não devia ter acontecido!

Percebo que estou correndo e paro, estou na rua da minha casa. Volto a andar, só que lentamente agora. Espero que minha mãe esteja em casa. Abro a porta e escuto o barulho de água caindo, vou até a cozinha e vejo minha mãe lavando a louça.

— Hey mãe.

— Caroline, que susto! — Deixa cair o prato na pia, quando se vira para mim.

— Mãe, ela se foi. — Vou chorando até ela.

— Eu sei, mas vai ficar tudo bem. — A abraço.

Fico chorando em seu ombro por um tempo, até que me afasto. Ela me pergunta com o olhar se está tudo bem e eu só balanço a cabeça positivamente. Por que aquele idiota resolveu mentir para mim justo agora? Vou para o meu quarto e me jogo na cama.

O que será que aconteceu com Stefan? Realmente, só isso que me falta, acontecer alguma coisa com o meu melhor amigo. Suspiro e faço que não com a cabeça. Não consigo lidar com isso hoje, amanhã eu descubro.

–-------

— Já chega, irmão. — Escuto Elijah gritar.

Não paro de sugar o sangue de uma menina. — Eu disse, JÁ CHEGA! — Sinto meu corpo ser arremessado para longe.

— Qual é o seu problema? — Logo já estou cara a cara com ele.

— O meu problema? — Pergunta fazendo como se estivesse ofendido. — O meu problema é que essa é a quinta garota que você mata.

— E daí? Eu já matei muito mais durante todo esse tempo. – Falo me sentando no sofá.

— Faz menos que 24 horas que ela se foi e você já está assim. — E como eu deveria ficar?

— Você acha que eu não percebi? Que eu não vi a carta dela? Que eu não chorei muito depois de tê-la lido? — Grito minha última pergunta.

— Você fez tudo isso e matou mais 5 garotas. — Passa a mão por seu cabelo o ajeitando. — Eu sei que você gosta… — Interrompo-o.

— Eu não gosto dela, eu a amo. — Uma singela lágrima cai, solta, por meu rosto.

— Você a ama, mas vai superar, assim como já superou muita coisa. — Mas que idiota, ela não é o tipo de garota que se esquece fácil assim.

— Não tem como esquece-la, eu a amo e eu nunca me senti desse jeito. — Isso deve ser a coisa mais verdadeira que já disse em todo esse tempo de vida.

—Você precisa…

Escutamos um bater de saltos se aproximar e logo vemos uma linda mulher ruiva. A representante das bruxas. Que ótimo. Ela sorri para mim vulgarmente.

— Olá, tudo bem? Acho que não precisamos de apresentações, não é mesmo? — Diz adentrando o cômodo.

— Creio que não, Genevieve. — Elijah pronúncia. — O que veio fazer aqui?

— Quero que sejamos amigo. — Pisca para mim. Acho que achei algo para me distrair.

— Claro! Vamos ser amigos. — Vou em sua direção.

— E eu espero que seja uma amizade bem longa. — Beijo sua mão.

Elijah olha-me com estranheza, sorrio para ele.

— Que tal irmos para um lugar mais reservado? — Indago com um sorriso safado.

— Acho que seria ótimo.

— Por aqui. — Estendo a mão apontando a direção para ela.

Começo a andar, mas logo paro.

— O que está fazendo? — Meu irmão me pergunta.

— Exatamente o que você disse para eu fazer, estou seguindo em frente. — Solto uma risada.

Escuto Elijah bufar antes de entrar em meu quarto.