Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 69
Gustie, surpresas e café puro


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente me perdoem pela demora para postar. Há tempos não tinha esse intervalo entre os posts e eu percebi a caída de acessos por dia que a CI teve, e não quero isso quando tiver post não, hein, minha gente! haha
Hoje estou aqui para homenagear minhas amadas leitoras que curtem Gustavo + Mandie.
Eu sou Gustie, Gabie e Nichie. Cada momento eu sou uma. Hoje depois de um pequeno surto estou COMPLETAMENTE Gustie.



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— Vou sair.

Não podia deixar que aquela maldita fossa me derrubasse e tirasse de mim toda a minha essência. Levantei-me e decidi que iria descontar toda a minha frustração em bolas de tênis.

A coisa mais legal daquele internato cheio de regras e firulas era o fato de ter a maior diversidade de esportes e atividades extracurriculares daqui. Arrastei-me até a quadra de tênis, peguei uma raquete e liguei a maravilhosa máquina de disparar bolas.

Com a raiva que eu estava, eu as arremessava com força desnecessária na quadra ao lado. Haia uns reclames de uns garotos mais novos, e isso era notável pelo semblante irritado dos mesmos. Mas não dei importância. Estava lá, ouvindo música muito alta e jogando tênis comigo mesma. Nada podia me irritar.

Mais de quarenta minutos de jogo já haviam se passado quando vi Gustavo entrar na quadra e sorrir, pedindo para que eu tirasse o fone por meio de gesticulações. Eu o fiz, mas não parei de rebater as bolas que vinham em minha direção.

— Isso lembra o começo do ano. Quando as coisas não eram complicadas e você não tinha resolvido se fechar para o mundo. Esse negócio de Bleending Love não combina com você, Amanda. E outra coisa que não combina com você é o Nicholas.

Ri. Não aquele riso escandaloso. Só um riso nervoso de quem não sabia como proceder depois de ter verdades escancaradas na cara e lembranças de meses que pareceram séculos, de uma vida quase bucólica, se comparada ao que eu tenho vivido ultimamente. Deixei que a raquete caísse no chão e desliguei a máquina, sorrindo pra Gus.

— Eu sinto falta – miei, sentando-me ao seu lado e tombando a cabeça em seu ombro – Sinto sua falta, mas também sinto que não posso continuar do teu lado, se isso for fazer você ter esperanças sobre alguma coisa que eu sei que não pretendo cumprir, me entende? Eu cansei de machucar pessoas legais.

— Eu sei me cuidar, não se preocupe comigo.

— Gustavo, eu amo você – soltei, sem pensar. Ele me olhou por cima do ombro e eu suspirei – Eu amo você, assim como amo o Rodrigo, o Gabriel, o Thiago. Ok, talvez não como eu ame o Gabriel, mas...

— Me explica só o porquê do Nicholas. Contra o Gabriel eu sei que não tenho a menor chance. Vocês são Mandes, ou Gabrie, sei lá. Mas vocês são um só. Mas não existe Nichie, existe?

— Existe. De uma forma distorcida, mas existe. Eu queria mesmo poder te contar tudo o que acontece com o Nicholas, mas eu juro que não dá, pequeno.

Foi aí que ele explodiu. Acho que nunca na vida vi Gustavo tão... Puto.

Não existe uma palavra parnasiana e artística para expressar a explosão épica de Gustavo naquele momento. O garoto surtou, fazendo as crianças da quadra de tênis ao lado se debruçarem sobre a grade para observarem. Levantou-se e começou a gritar sobre como aquilo era idiota, e como ele era idiota de ter ido atrás de mim.

Não achei que aquilo fosse doer tanto. Ouvir, mais uma vez, as verdades sendo cuspidas em minha cara. Puxei-o pela gola e o beijei.

Não por dó, ou pra fazê-lo calar a boca. Porque senti que era o certo a fazer naquele momento. Puxei-o para que sentássemos e por ali ficamos. Não sei quanto tempo foi. Não foi um beijo como os beijos de Gabriel, mas eu podia sentir a paixão e o cuidado que Gus tinha para comigo, e aquilo era maravilhoso. Quando mordi seu lábio e empurrei seu corpo levemente com a mão para partir o beijo, Gustavo colocou a mecha que caía sobre meu rosto atrás de minha orelha e segurou meu rosto delicadamente.

— Por que você fez isso? – sussurrou, prendendo o choro.

— Porque eu achei que deveria – disse, jogando a cabeça para trás e batendo-a na grade – Não pra te fazer calar a boca, mas pra você pensar melhor sobre o que eu disse. Principalmente sobre a parte de te amar. Cara, você não é o tipo de babaca que acredita em Friendzone, não é mesmo? Não me faça te odiar. E você é muito especial pra mim, Gus, eu quero você na minha vida, do jeito que eu quero todos os outros.

— Até mesmo Ivan?

— Ivan também. Eu gosto do Ivan. Algum problema com ele?

— Não – emburrou-se o garoto, dando os ombros – Só acho que eu sou mais importante que ele.

— Cala a boca, Gustavo – disse, empurrando-o com o ombro e fazendo-o soltar a risada deliciosa que eu amava ouvir – Vem, vamos jogar tênis.

Ele sorriu e levantou-se. Joguei-lhe uma raquete e começamos a jogar. Conversa vai, conversa vem, vimos o sol se pôr aos nossos pés e a luz da lua – e das lamparinas vintage do Saussurre – o substituírem. Quando estávamos cansados demais para continuar, jogamo-nos no chão e nos encaramos.

— Grande dia – arfou Gus – Grande dia.

— De fato – assenti após um suspiro – Vamos lá para o dormitório. Deve ter algo bom pra se comer. Sempre tem.

Ele levantou e me ajudou a fazer o mesmo. Caminhamos juntos até o quarto e, quando entrei, Bruna se jogou sobre mim, segurando-me pelos ombros.

— Posso saber porque diabos você não olha seu celular? – gritou, visivelmente alterada

— Eu estava jogando tênis! Desde quando eu respondo mensagens enquanto jogo tênis?!

— Eu tenho uma coisa importante pra te contar. Vamos sair daqui.

— Gus pode ir conosco? – perguntei, dando o braço a ele.

— Depende. Está disposta a contar toda a sua história de Detetive que sua vida se tornou pra ele?

Assenti, contrariada. Não queria deixar Gustavo aquela noite. Eu estava desfrutando da maravilhosa companhia dele, que eu havia esquecido quão maravilhosa era. Dei-lhe o braço novamente e eu, ele e Bruna caminhamos até a cafeteria. Sentei-me ao lado dele e de frente para ela e pedimos o de sempre: muitos croissants, um cappuccino pra mim, um chocolate quente pra ele, um café puro para Bruna, mais macho que muito homem.

— Eu descobri quem está ajudando o Nicholas – sussurrou Bruna, misteriosa. Deslizava os dedos pela borda da xícara enquanto falava, focando-se nesta, não em mim.

— Fácil –disse, dando os ombros – Lisandra.

— Aí que você se engana, minha amiga.

— Como assim eu me engano?! – me alterei, batendo sobre a mesa e fazendo a garçonete me encarar – Pardon.

— Alguém quer fazer o favor de me explicar qual é a tramoia do Nicholas?! – sussurrou enfurecido o garoto Gus.

Após contar-lhe toda a história – que lhe rendeu caras de espanto, indignação e surpresa impagáveis – voltei minha atenção à Bruna.

— Quem é a vagabunda que está contra...

— Heloise.

— O que?! – eu e Gus gritamos em uníssono – A Helo... Eu não... Aquela vaca!

— Pois, é – Bruna sibilou num fio de voz, após tomar um gole muito grande do café muito quente – Eu descobri hoje. Estávamos jogando videogame e eu fui pegar o celular dela pra ver as horas. Então ela surtou. Quando ela foi dormir, eu resolvi mexer no celular dela para ver o que diabos me escondia e tinham várias mensagens com o seu queridinho.

— Ele não... Espera! Mas por quê?! – perguntei, frustrada. Eu realmente achei que Heloise gostasse de mim. Na minha concepção de universo, a única pessoa com razões realmente boas para não gostar de mim no quarto já havia ido embora, depois de quebrar a minha perna – Aquela piranha dissimulada!

— Calma – disse Gus, massageando meus ombros – É melhor ninguém saber que você sabe disso. Ao menos por enquanto.

Assenti. Sei que não devia mais prometer vinganças, mas aquela garota teria o que merece.


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