Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 70
Sacos de pancadas, intestinos com manteiga e a melhor reconciliação.


Notas iniciais do capítulo

Um título grande pra um capítulo mais ou menos grande, mas incrivelmente significativo.
Gente, tá acabando a temporadaaaa
Faltam dez capítulos e tchans, umas surpresinhas pra vocês.
((Vou dar um spoiler porque sou uma escritora cheia dessas: O 80º capítulo vai ser um teaser do novo projeto de CI)



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Subi até o dormitório dos garotos, deixando Gus com Bruna. Precisava falar com Nicholas. Sobre os motivos que o levaram a procurar Heloise para fazer uma aliança consigo, já que eu mesma não via nenhum. Abri a porta do quarto e desta vez era ele que jazia na frente da tv muito grande. Sentei-me ao seu lado e beijei sua bochecha.

— Hey – disse, empurrando-o com o ombro e deitando a cabeça no seu logo depois – Passei o dia com o Gustavo hoje.

— Ah, o garoto saco de pancada – sorriu irônico ao dizê-lo – Ok, com o ciúme dele eu posso lidar.

Tentei rir, mas não pude. O nojo dele e de Heloise havia aumentado em 200% desde o que eu ficara sabendo. Respirei fundo e pausei o jogo. Sim, porque este era possível pausar. Virei-o para mim, segurando suas pernas, e o encarei.

— Eu sei quem tá me espionando no quarto, e eu só te pergunto porque ela.

— A Lis, sim. Ué, porque ela te odei...

— Não mente pra mim, Nicholas. O que eu mais prezo na nossa relação de chantagem é a veracidade com que nos tratamos, e, por favor, Nicholas, não destrói isso. É o único laço que eu tenho com você e se ele for rompido eu sinceramente vou dar o foda-se pra essa história de chantagem.

— Ok – ele disse, massageando as têmporas e fechando os olhos, jogando-se no chão atrás de mim – Foi a Heloise, ok? Ela me procurou quando nos viu juntos e eu contei tudo, porque eu estava bravo, e porque eu gosto de você e precisava de ajuda.

— Daí resolveu que seria uma boa ideia induzir uma das garotas a...

— Amanda, eu nunca a induziria. Eu tinha a Lis. Tudo o que ela fez foi porque quis. Ela me procurou e quando eu terminei de contar a nossa história, ela simplesmente disse: se você precisar de uma escuta, de uma ajuda... Eu estou aqui.

Fiquei sem reação por, sei lá, uns segundos. Tempo suficiente pra Rafael levantar-se de sua cama, me bater, pegar uma coca no frigobar, me bater de novo e sussurrar “Ela tá bem?” para Nicholas. E tempo de ele assentir. Então, respondi:

— Não. Eu não tô bem. E eu vou lá dar uns tapas naquela vadia.

— Amanda, calma, vem...

— Nicholas, eu vou meter a mão na cara dela.

— Amanda, senta aqui.

— Eu vou furar seus olhos e comer seu intestino com manteiga.

— Eu queria duvidar dela – sussurrou Rafael, se encolhendo na cama.

— Relaxa. Eu gosto de você.

Pisquei pra ele e Nich me puxou de volta para o chão, me fazendo sentar e encará-lo, impaciente.

— O que foi? – vociferei.

— Sossega, ok? Calma. Você não precisa...

— Eu só quero entende-la. Só isso. Não é como se eu realmente fosse disseca-la nem nada, Nicholas, relaxa.

— Mesmo?

Apenas assenti com a cabeça e ele me abraçou. Correspondi e beijei seu ombro, levantando-me e partindo para o quarto dos garotos. Gabriel ia adorar saber daquilo.

— Onde está meu ex? – perguntei, ainda parda na porta.

— Você é a ex mais insistente da qual já se teve notícia – zombou Rodrigo – Antes disso venha aqui, me dê um abraço e um beijo no nosso filho.

— Filha – corrigi, subindo na cama e abraçando Eulália e Rod – Nossa pequena Lalinha.

Ele sorriu e assentiu. Distraí-me com Eulália até me lembrar do que havia me levado até lá. Desci da cama e me indicaram o banheiro. Ok, eu não ia invadir o banho de Gabriel.

— Ele tá se drogando de novo? – perguntei para Thiago, que deu os ombros – Thiago!

— Eu não sei, ok? Ele tá há tempo demais naquele banheiro.

Bufei. Francamente, ninguém se importava com aquele garoto trancado no banheiro há tempo demais? Ele poderia ter se matado, santo Deus! Bati na porta.

— Gabriel, abre. A gente precisa conversar.

— Vamos ter mais uma recaída e você vai querer me matar.

— Abre essa porra.

Ele abriu. Incrível como ele era obediente. Entrei no banheiro e fechei a porta. Abri um sorriso enorme e ele apenas me encarou. Sério. Sem sorrisinhos, sem gracinhas. Eu o puxei pra bem perto e disse:

— Eu sei como acabar com esse inferno todo, Gabes.

— É mesmo? Quando vamos matar o Nicholas e jogar o presunto no Ródano?

— Não vamos jogar o garoto num lago – disse, sorrindo – Eu vou foder com a vida da desgraçada que tá o ajudando.

— Amanda, vamos conversar sobre vinganças.

— Eu preciso te contar tudo o que aconteceu, mas você tem que prometer não me odiar, porque essa é a força dele para me ameaçar.

— Envolve aquela nossa história de ‘everything you do is super fucking cute’ em que você disse que não era bem assim? – eu assenti e ele riu irônico, umedecendo os lábios – Você podia ter me contado lá e poupado todo esse maldito drama!

— Você tem que entender que um relacionamento comigo é cheio desse maldito drama, querido.

Ele sorriu, assentindo. Estávamos relativamente próximos – eu estava encostada na porta com as pernas esticadas e ele estava no meio delas. Aproximou-se ainda mais, apoiando o braço atrás de mim e me beijando.

— Ok – disse, mordendo seu lábio levemente e o afastando – Precisamos ser rápidos, vai que um dos garotos precisa mijar ou algo assim.

— Eles aprenderam a fazê-lo em garrafas. Eu passo muito tempo aqui, Amanda.

Ri alto e ele riu junto. Meu Deus, eu quase havia esquecido como amava aquela gargalhada. Mas de qualquer forma, voltei ao foco e lhe contei tudo. Sua reação foi a melhor até agora: ele abriu um sorriso muito largo, levantou-me, segurou-me em seu colo e me encheu de beijos.

— Quer dizer que foi tudo por causa disso? Caralho, Amanda, a gente pode ser feliz de novo. Eu realmente não me importo que você seja essa vadia egoísta, porque eu sei que você é uma vadia egoísta que se importa com uma pessoa no mundo, e essa pessoa sou eu! Hoje é um dia feliz, minha pequena.

— E eu beijei o Gustavo hoje.

— Você está contando coisas demais para um dia só. Vamos deixar essa revelação pra outro dia.

Ele sorriu e me beijou novamente. Era como estar completa. Completa, leve, amada. Estar com Gabriel, e estar bem com ele, significava a minha paz de espírito.


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