Pode Me Chamar De Percy escrita por bersange


Capítulo 7
Annabeth: O que nos une


Notas iniciais do capítulo

/bersange/
capítulo narrado pela annabeth, quebrando um pouco o cronologia e o padrão, algo meio pulp fiction sei lá
ah, o que nos une é o nome de um conto que escrevi algum tempo e que talvez um dia eu poste por aqui, quando criar coragem hehe, mas o curioso é que a história não tem relação nenhuma com a fic



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Eu me lembro muito pouco do meu começo na Academia Minerva. Na verdade, desde que eu me entendia por gente eu estudei lá, acho que a escola era mais minha casa do que a casa do meu pai.

E mesmo quando forçava bastante para me lembrar, as minhas lembranças mais antigas sempre tinham a presença do Luke e da Thalia, meus amigos mais antigos. Desde quando eu tinha uns sete anos.

Logo depois veio o Grover, depois todo o resto do pessoal, até chegar na mais nova aquisição do nosso círculo de amizades: Percy Jackson, mas Luke e Thalia são os mais antigos.

Eu não sabia quando foi que comecei a gostar do Luke. Ele sempre esteve lá, afinal. Eu era uma garota tímida e, se não fosse por ele (e por Thalia e Grover, é claro), eu jamais teria conseguido me enturmar. Acho que todos os meus amigos são meus amigos porque conheceram primeiro um dos três. E, por isso, já seria o suficiente para ser eternamente grata aos dois.

Pensando um pouco, a primeira vez que senti gostar de Luke foi quando ele e Thalia namoraram, quando a gente tinha doze anos. Era duro aguentar. Acabei me afastando dos dois por algum tempo e - até hoje eu odeio ter feito isso - torcia secretamente para os dois brigarem. Entretanto, eles pareciam um casal perfeito. Tão irritantemente perfeitos, aliás. Um completava a frase do outro, viviam abraçados, viviam sorrindo... Lembro-me de uma vez que Grover quase notou meus sentimentos.

- Ei, Annabeth, vamos ali falar com o Luke e a Thalia, rapidinho?

- Sobre o quê?

- Sobre o teste de geografia. Quero saber se eles foram bem.

- Certo - eu disse. Eles estavam sentados em uns bancos próximos aos dormitórios, abraçados.

- Porque essa cara feia, Annie?

- Cara feia? Eu, hã... - comecei, desconcertada. - Eu nem percebi que estava de cara feia, vai ver ela é feia assim mesmo.

Eu ri nervosamente. Entretanto, Grover aceitou o chiste e gargalhou também. Não queria que eles soubessem que eu era uma péssima amiga.

De fato, os dois namoraram por quase um ano e meio, até que voltaram brigados de umas férias de páscoa. Fiquei secretamente feliz e, naquela época, era comum alguém me ver sorrindo distraída.

- O que foi, Annabeth? - perguntou Silena, certa vez.

- Nada - eu respondi.

Eles voltaram a se falar ainda antes do final do ano letivo, mas nunca voltaram a namorar. Perguntei a Thalia mais de uma vez sobre o motivo da separação e ela quase sempre desconversava, dizia que era besteira. Em uma única vez, ela deixou escapar algo:

- Ah, ele é muito apressado, sabe?

- Como assim?

- Ele é... - ela disse, mas percebeu que estava falando demais justamente naquela hora. - Deixa pra lá, Annie. Deixa pra lá.

Eu fiquei muito contente com o Luke solteiro. Em minha cabeça, era natural que eu virasse a namorada dele, mesmo não tendo coragem para falar nada. Eu esperei tanto para dar algum sinal ou me declarar de vez que, quando vi, ele tinha uma nova namorada: Silena Beauregard.

Bem, por mais que tenha ficado com raiva de Silena na época, ela era perfeita. Doce, agradável, simpática, inteligente, companheira, bonita, madura e com um corpo bem formado. Era difícil Luke resistir aos encantos da garota. Na verdade, acho que se a Silena tivesse me dado mole na época, teria virado lésbica só por aquela menina. Ela é o tipo de pessoa que quando se está namorando, não se acredita na sorte que tem por ter achada alguém como ela e não se entende o motivo dentre tantos bons partidos por aí, ela escolher justo você.

Apesar de que na verdade era compreensível que ela namorasse Luke. Ele era bonito e bem quisto por todos. Era o casal perfeito e muita gente apostou que eles fossem se casar, mesmo eles não tendo nem catorze anos. Mas o curioso é que eles não duraram muito tempo, logo Silena terminou com ele. Nunca perguntei o motivo para nenhum dos dois.

Logo depois, Luke andou por uns tempos com Drew. Ela era tão bonita como a Silena, mas era uma pessoa muito insuportável. De fato, Luke ganhou certa antipatia geral enquanto esteve com ela. Mas, com Drew, eu sabia que não tinha o que temer, nunca daria certo. Dito e feito, Luke terminou com ela:

Ela é possessiva, muito arrogante, ignorante, calculista e, claro, insuportável - desabafou Luke, quando a gente já namorava. - Não sei o que passou na minha cabeça.

Dessa vez, não quis bobear. Ri das piadas deles, mesmo das mais sem graças. Fazia charme e arrumava o cabelo quando ele estava por perto. Eu o elogiava sempre que tinha a oportunidade. Até que um dia ele me chamou para ver um filme em Williamsburg. Era uma reprise de um dos meus filmes favoritos de todos os tempo, "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças". Mas eu acabei não vendo parte do filme, porque nos beijamos pela primeira vez. E pela segunda vez, pela terceira, pela quarta... Eu me lembro que fiquei com medo de que Silena e Thalia ficassem irritadas comigo por eu namorar o ex delas, mas elas não se importaram.

Desde então, passaram-se um ano e meio. Ótimos dezoito meses, de fato. Nunca fui tão feliz como ao lado de Luke. Eu o amava e sabia que era mútuo. Estava tudo perfeito.

Quer dizer...

Algumas coisas me incomodavam. Acho que isso é normal, não é? Afinal, os seres humanos são naturalmente pessimistas com sua própria felicidade e sempre arranjam meios de miná-la. Ou não?

Eram duas coisas que me deixavam com o pé atrás, ao menos. A primeira era a cada vez crescente sensação de Luke ficava cada vez mais pegajoso. Nossas poucas discussões até então foram por causa disso, por ele querer me agarrar na frente de todo mundo. Não sei se  ele era sem noção ou se ele queria se afirmar diante os amigos, mas eu ficava bastante irritada. Afinal, ainda não tinha dezesseis anos e não achava legal ficar se agarrando excessivamente por aí. Não pegava bem.

A segunda sensação era um pouco mais difícil de materializar em palavras. Era como se o nosso término de namoro fosse algo inevitável, que nosso relacionamento não era para ser. Eu ficava me perguntando se Luke era minha alma gêmea ou se era a melhor opção de namorado possível, o que era absurdo considerando que eu não acreditava em tolices como alma gêmea ou destino. Ou eu achava que não. Ou eu sei lá, estava confusa. Mas, geralmente, era uma sensação passageira.

Até que veio a malfadada festa na Rua Doze. Luke bebeu um pouco mais e toda hora ficava passando a mão na minha bunda, nos meus peitos e tentava colocar a mão dentro da minha calça. Até que eu senti que ele começou a se esfregar em mim durante uma dança e seu, hã, pênis estava, hã, erecto (para usar os termos técnicos). Ele estava sendo abusado e inconveniente, quase um verdadeiro tarado. Discutimos e ele acabou indo embora logo, bravo comigo. Fiquei a beira do choro, segurando as lágrimas, até que fui abordada por Percy. Ele foi educado e deu pra perceber que estava preocupado comigo, mas muito embaraçado para dizer algo.

No dia seguinte, Luke pediu desculpas ainda de manhã e eu o perdoei. Disse que se sentiu um canalha, que invadiu meu espaço, que foi um imbecil, etc. Ele me pareceu muito sincero e arrependido, não tive como continuar brava com ele. Eu o abracei e beijei.

Mas, ainda assim, fiquei com uma pulga atrás da orelha. Minha ilusão de que Luke era um príncipe encantado ruíra. Contudo, felizmente, eu sabia que não era necessário o cara do outro lado ser um príncipe e eu ser uma princesa para que tudo dê certo. Ainda assim, era triste que o nosso amor perdeu um pouco da idealização.

E eu ainda não sabia exatamente o que era a segunda sensação, mas começava a desconfiar.


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Notas finais do capítulo

/bersange/
gente, acho que quinta e sexta eu não vou postar nada, vou viajar com meu amore *.*
enfim, o que será que é exatamente essa sensação que annabeth sente que não vai dar certo com luke?
voltaremos com a programação normal no próx capítulo, mas pretendo criar mais capítulos desses com outros personagens e até com a própria annabeth. até pra desenvolver algumas histórias secundárias importantes como [SPOILER] beckendorf/silena [/SPOILER] (se bem que não é tão spoiler assim rsrs)
ah, e uma das personagens que estou doida para acrescentar é a drew, ela vai ganhar um status maior no decorrer da história. bjão, galera.